O ESTADO DA ARTE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA EM CLIMATOLOGIA NO INÍCIO DO SÉCULO XXI
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- Luísa Lameira Canedo
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1 O ESTADO DA ARTE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA EM CLIMATOLOGIA NO INÍCIO DO SÉCULO XXI Larissa Sousa da Silva Graduanda em Geografia na Universidade Federal de Minas Gerais Bolsista do Projeto Pró-noturno Pró-reitoria de Graduação da UFMG Magda Luzimar de Abreu Professora Adjunta do Departamento de Geografia da UFMG Departamento de Geografia - Instituto de Geociências Universidade Federal de Minas Gerais - Av. Antônio Carlos, Pampulha Belo Horizonte MG. André Augusto Rodrigues Salgado Professor Adjunto do Departamento de Geografia da UFMG andresalgado@geo.igc.ufmg.br Departamento de Geografia - Instituto de Geociências Universidade Federal de Minas Gerais - Av. Antônio Carlos, Pampulha Belo Horizonte MG. RESUMO O presente trabalho investiga a produção climatológica brasileira no início do século XXI 21 a 25 - com base na quantificação e classificação dos trabalhos divulgados em três anais do Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada - anos de 21, 23 e 25 - e dois anais do Congresso Brasileiro de Meteorologia - anos de 22 e 24. Os resultados obtidos demonstram que a Climatologia Urbana constitui a área da climatologia brasileira mais produtiva e que os estados de São Paulo, Pará e Alagoas, principalmente através da USP, UFPA e UFAL, constituem os principais produtores de artigos em climatologia no Brasil. Palavras-chave: climatologia produção científica revisão bibliográfica ABSTRACT This study investigates the climatological Brazilian production at the beginning of the XXI century - 21 to 25 - based on the classification and quantification of the work published in three annals of the Brazilian Symposium on Applied Physical Geography - years 21, 23 and 25 - and two of the annals Brazilian Congress of Meteorology - years 22 and 24. The results show that the Urban Climatology is the area of climatology Brazilian more productive and that the states of São Paulo, Pará and Alagoas, primarily through the USP, and UFPA UFAL, are the main producers of articles in climatology in Brazil.
2 Key words: climatology - scientific production - review INTRODUÇÃO Neste início de século XXI, os periódicos científicos e os anais de congressos e simpósios se consolidaram como os principais veículos de divulgação de trabalhos acadêmicos (Doyle & Julian, 25). Isto ocorreu em função de que estes meios de divulgação possuem grande agilidade e alcance, qualidades fundamentais para a popularização dos conhecimentos científicos. Sendo assim, qualquer trabalho que tente compreender a produção de um determinado ramo da ciência necessita basear-se na análise dos jornais e dos anais de congressos e simpósios científicos. Neste contexto, insere-se o presente trabalho que tem por objetivo determinar o Estado da Arte da Climatologia brasileira, através do mapeamento da produção acadêmica na referida área. Justifica-se um estudo como este em razão de que, apenas com um maior conhecimento da produção científica climatológica, será possível refletir sobre a própria evolução e dinâmica deste ramo da ciência no Brasil. MATERIAL E MÉTODO Para alcançar os objetivos propostos, foram analisados os trabalhos divulgados em três anais do Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada - anos de 21, 23 e 25 - e dois anais do Congresso Brasileiro de Meteorologia - anos de 22 e 24. A escolha por estes dois eventos científicos se deve ao fato de ambos tratarem a Climatologia a partir de abrangências distintas. O Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada apresenta estudos que abordam aspectos sobre o clima relacionados diretamente a Geografia, como, por exemplo, a alteração dos fatores climáticos a partir de mudanças ocorridas no ambiente, como a urbanização e o clima como fator determinante da paisagem. Já os trabalhos apresentados no Congresso Brasileiro de Meteorologia apresentam as relações físicas entre os fatores climáticos através do estudo de séries temporais de dados, para a definição de características climáticas e o entendimento da dinâmica atmosférica. Essas duas linhas de pesquisa permitiram que a revisão bibliográfica apresentasse um caráter mais completo no que tange a climatologia geográfica e a climatologia dinâmica, áreas importantes na Geografia e na Meteorologia. Todos os trabalhos foram analisados e classificados em seis categorias e duas subcategorias, de acordo com o tipo de estudo realizado. Os trabalhos foram selecionados segundo seu período de estudo, relacionando nesta pesquisa os que trabalhavam com dados superiores a um mês. As categorias são: Clima Urbano, Mudanças Climáticas, Climatologia e Ensino, Climatologia e Meteorologia, Agroclimatologia e Outras Áreas Relacionadas a Climatologia. As subcategorias são: Ilha de Calor e Climatologia Médica em Clima Urbano.
3 Por fim, foram ainda quantificados os centros de pesquisa produtores destes trabalhos. A análise se concentrou nas quatro instituições com maior número de trabalhos, uma vez que o restante das instituições não apresentou números significativos. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram relacionados 674 trabalhos, em que 156 são provenientes dos Simpósios Brasileiros de Geografia Física Aplicada e 518 são dos Congressos Brasileiros de Meteorologia. A área de Clima Urbano apresentou o maior desenvolvimento de estudos, com 376 trabalhos, sendo 17 sobre Ilhas de Calor e 1 tratando de Climatologia Médica. A segunda categoria com maior número de trabalhos é a Climatologia e Meteorologia, com 215 trabalhos. As outras categorias apresentam números menos expressivos, 13 trabalhos sobre Mudanças Climáticas, 12 sobre Climatologia e Ensino, 46 tratando da interface entre a agricultura e a climatologia e 12 destes trabalhos relacionados a outras áreas, como biogeografia e sociologia, dentre outras (Tabela 1). A análise dos trabalhos publicados por ano, em que os eventos de divulgação científica se alternam no decorrer do período estabelecido, demonstra que os anos em que aconteceram os Congressos de Meteorologia apresentam um número superior de trabalhos em relação aos anos em que ocorreram os Simpósios de Geografia Física Aplicada. Esta diferenciação se deve ao caráter científico desses dois eventos. Tabela 1 Trabalhos publicados por categoria entre 21 e 25 Categoria/Ano Total por categoria Clima urbano Mudanças Climáticas Climatologia e Ensino Climatologia e Meteorologia Agroclimatologia Outras áreas relacionadas Total por ano
4 Os estudos relacionados ao Clima Urbano no Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada em 21 compreenderam 33 dos 47 trabalhos apresentados (72% do total) (Figura 1). Em 22, dos 339 artigos apresentados no Congresso Brasileiro de Meteorologia, os estudos acerca do clima urbano totalizaram 161 (47% do total). Em 23, esta relação foi de 21 trabalhos em 29, o que corresponde a 72%. Já em 24, totalizam 18 dos 179 trabalhos analisados (6% do total) e por fim, em 25, dos 8 trabalhos, 53 tratavam desta área de estudo, o que equivale a 66%. As outras áreas comparadas aos trabalhos sobre Clima Urbano, não apresentaram números tão consideráveis. Contudo, nos simpósios de Geografia Física Aplicada os campos de Climatologia e Ensino e, de Climatologia e Meteorologia, foram as áreas de destaque secundário. Este mesmo tipo de análise no Congresso de Meteorologia identifica a Climatologia e Meteorologia como a segunda área de relevância Clima urbano M udanças Climáticas Climatologia e Ensino Climatologia e M eteortologia Agroclimatologia Outras áreas relacionadas Figura 1 Evolução dos trabalhos por áreas afins em Climatologia. Os centros de pesquisa com maior número de trabalhos publicados em praticamente todos os anos analisados se localizam no Estado de São Paulo. Em 21 a Universidade Estadual de São Paulo UNESP foi a maior produtora (Figura 2); em 22, 23 e 25 a Universidade de São Paulo USP (Figuras 3, 4 e 6, respectivamente), e em 24 a Universidade Federal de Campina Grande UFCG, na Paraíba (Figura 5). Os trabalhos apresentados por esses centros de pesquisa foram em sua maior parte em Clima Urbano.
5 Simpósio Brasileiro de Geografia Física Apliada UNESP UFPR UFMS UFAL Figura 2 Número de publicações em 21 por instituições científicas. Congresso Brasileiro de Meteorologia USP UFPB UFPA UFAL Figura 3 - Número de publicações em 22 por instituições científicas. Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada USP 3 UFMG, UFJF e ESM 2 UNICAMP, UNESP e UFGO 3 ESM Figura 4 - Número de publicações em 23 por instituições científicas.
6 Congresso Brasileiro de Meteorologia UFCG USP UFPA, UFPEL UFAL Figura 5 - Número de publicações em 24 por instituições científicas. Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada USP UNESP UEM PUC Figura 6 - Número de publicações em 25 por instituições científicas. O resultado geral apresenta a USP como maior produtora, com 95 trabalhos, o que corresponde a 14% do total publicado nos anais investigado (Figura 7). Em seguida estão a Universidade Federal do Pará - UFPA, com 49 trabalhos e a Universidade Federal de Alagoas - UFAL, com 48 trabalhos - cerca de 7% do total em cada uma dessas instituições. A UNESP apresentou 45 trabalhos - 6,7 % - e a Universidade Federal de Pelotas - UFPEL, no Rio Grande do Sul e a Universidade Federal da Paraíba - UFPB, produziram cada uma 42 trabalhos, o que corresponde a 6,2%. Por fim, o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC-INPE) apresentou 39 trabalhos - percentual de quase 6%.
7 Publicações (%) Universidades com maior número de publicações USP UFPA UFAL Figura 7 Produção percentual de artigos por centro de pesquisa 21 até 25. CONCLUSÕES Neste trabalho, foi possível constatar que: 1) Os estudos acerca do Clima Urbano foram os mais recorrentes nos simpósios brasileiros de Geografia Física Aplicada - anos de 21, 23 e 25 - e nos congressos brasileiros de Meteorologia 22 e 24. Deste modo fica comprovado que, neste início de século XXI, o Clima Urbano apresenta-se como a área da Climatologia brasileira mais produtiva. Seguem-se na seqüências as seguintes áreas: a Climatologia e a Meteorologia. 2) Os Estados de São Paulo, Pará e Alagoas são os maiores produtores na área de Climatologia, correspondendo juntos a quase um terço das produções, sendo que, seus estudos, se concentram na área de Clima Urbano. 3) A USP, a UFPA e a UFAL, nesta seqüência, são os centros de pesquisa brasileiros mais produtivos em termos de climatologia. AGRADECIMENTOS Agradecemos ao programa Pró-noturno do PROGRAD UFMG pelo apoio financeiro sem o qual esta pesquisa nunca teria sido possível.
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Anais. IX Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada, CD-ROM. 21. Anais. XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, CD-ROM. 22. Anais. X Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada, CD-ROM. 23. Anais. XIII Congresso Brasileiro de Meteorologia, CD-ROM. 24. Anais. XI Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada, CD-ROM. 25. Doyle, M. N.; Julian, J. P. (25) The most cited works in Geomorphology. Geomorphology, 72:
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