PLANO DIRETOR 2014 2019

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Transcrição:

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISA E INOVAÇÃO INDUSTRIAL EMBRAPII PLANO DIRETOR 2014 2019 1

Índice 1. INTRODUÇÃO... 4 2. MISSÃO... 8 3. VISÃO... 8 4. VALORES... 8 5. OBJETIVOS ESTRATÉGICOS... 8 6. DIFERENCIAIS DO MODELO EMBRAPII... 9 7. METAS E ORÇAMENTO... 14 8. CONCLUSÃO... 15 2

APRESENTAÇÃO Um dos grandes desafios do Brasil é aumentar a competitividade da indústria nacional, o que depende em grande parte da sua capacidade inovadora. O desafio é não apenas elevar os investimentos empresariais em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), como também estimular os projetos de maior/melhor conteúdo tecnológico, que apresentam maior risco, mas, em compensação, adicionam barreiras mais robustas contra a concorrência e podem produzir maior impacto econômico. A realização de atividades de PD&I é fundamental para a inserção em cadeias mundiais de produção, com maior valor agregado. Isso se refletiria no adensamento tecnológico da balança comercial, o que por sua vez melhora o acesso das pessoas e das empresas a bens e serviços de melhor qualidade, elementos determinantes do desenvolvimento social e econômico. Este Plano Diretor apresenta a definição dos objetivos estratégicos de atuação, a missão, a visão e os valores e princípios que devem nortear a atuação da Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial EMBRAPII. É com base nestes delineamentos estratégicos que será definida a atuação da EMBRAPII e de suas Unidades. Dessa forma, a EMBRAPII pretende contribuir para a intensificação do esforço inovador da indústria no país. João Fernando Gomes de Oliveira Diretor-Presidente EMBRAPII 3

1. INTRODUÇÃO O Plano Diretor da Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial - EMBRAPII para o período 2014-2019 visa dar diretrizes para que o Sistema EMBRAPII possa induzir a cooperação entre instituições de pesquisa científica e tecnológica e empresas industriais, explorando a sinergia entre ambas e estimulando a troca de conhecimentos e tecnologias. A premissa é de que tal aproximação poderá dar uma importante contribuição para o aumento da capacidade de inovação da indústria brasileira. Além disso, uma maior capacidade de planejamento e gestão das ICTs deve permitir melhores condições para trabalharem em sintonia com o setor empresarial. No âmbito global, a experiência de países inovadores demonstra que as parcerias entre as instituições de pesquisa tecnológica e as empresas industriais são importantes elos do sistema de inovação para estimular projetos de maior complexidade e suprir as lacunas do setor empresarial. Cada país utiliza modelos diferenciados que incentivam instituições de pesquisa a cooperar com empresas. Alguns exemplos são destacados na Figura 1: Figura 1: Modelos de outros Países para incentivo à cooperação empresas-instituições de pesquisa O Brasil possui considerável infraestrutura e massa crítica científica e tecnológica, tanto pública quanto privada, para projetos de PD&I. Porém esses acabam atendendo de forma limitada as 4

demandas dos projetos de inovação dos setores industriais, em função das dificuldades de planejamento, gestão, riscos e falta de recursos humanos dedicados à inovação. É possível identificar algumas características da atuação das Instituições Científicas e Tecnológicas - ICTs brasileiras no desenvolvimento de projetos de PD&I em parceria com empresas industriais: Planejamento institucional: A grande maioria das instituições não possui planejamento institucional de forma centralizada para dar maior potencial e coordenação as suas ações. Importância do apoio governamental: as ICTs que melhor operam com empresas contam com algum apoio financeiro governamental, como, por exemplo: FUNTEC/BNDES, FNDCT/FINEP ou obrigações de P&D em setores regulados (Lei de informática, Cláusula de Investimentos em P&D da Lei do Petróleo, Programa de P&D do segmento de energia elétrica); Postura na busca de parcerias com empresas: a maioria das ICTs não tem uma postura proativa de busca de clientes para o desenvolvimento de projetos conjuntos de PD&I; Capacitações consolidadas: em grande parte das ICTs brasileiras há uma elevada capacitação de Recursos Humanos e Laboratorial, passível de ser utilizada no desenvolvimento de projetos conjuntos de PD&I com empresas do setor industrial; Recursos para o desenvolvimento dos projetos de PD&I: há dificuldades para obter recursos para o pagamento de pessoal em todos os níveis de PD&I; Foco na atuação: a maioria das ICTs possui um escopo muito amplo de atuação, o que dificulta a concentração de esforços para o aprimoramento contínuo de uma área de conhecimento; Dimensão dos grupos de pesquisa nas universidades: os grupos de pesquisa de universidades tendem a ser menores e possuem maior dependência dos líderes que os fizeram crescer. Pelo lado das empresas, as principais dificuldades incluem o escasso conhecimento sobre as competências existentes nas ICTs, o baixo nível de gastos em P,D&I e a ação limitada do Estado no fomento a projetos cooperativos. Assim, as empresas que mais investem em PD&I, são aquelas que o fazem por obrigação legal. 5

Em relação ao sistema de fomento à CT&I no Brasil teve como foco as atividades de pesquisa científica, desenvolvidas por universidades e institutos de pesquisa. Já as empresas contam, desde a década passada, com linhas de financiamento reembolsáveis, capazes de reduzir o custo dos projetos empresariais, mas não o risco tecnológico. Isto constitui uma importante lacuna do sistema de fomento público no País, principalmente nos casos de projetos que envolvem maior complexidade tecnológica e a fase pré-competitiva do processo inovativo e, portanto, maior risco. É necessário que o sistema de fomento permita o relacionamento ágil e contínuo entre instituição de pesquisa e empresa para que o aprendizado obtido nos projetos propicie a abertura de novas frentes de trabalho e maior capacidade inovativa no sistema nacional. O sistema necessita ter flexibilidade para isso, exigindo mudanças de paradigma na forma de planejar e controlar o investimento na inovação. Outra ação importante será a implementação dos Polos de Inovação ligados aos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia do Ministério da Educação que devem ser fortalecidos para estimular atividades de PD&I. Com essa ação a EMBRAPII contribuirá para que esse ator do sistema de inovação possa colaborar com o setor industrial em atividades de inovação. Além disso, importante lacuna identificada no país é a formação de recursos humanos qualificados para atividades de inovação. É essencial estimular a formação de profissionais para o desenvolvimento de projetos de (PD&I) na indústria, desde o ensino médio até a pósgraduação. Os Polos terão um papel importante em realizar essa função. Nesse quadro, começou a ser concebido um modelo novo para apoiar projetos de PD&I de empresas industriais, qualificados como pré-competitivos, aproximando-os da forte base de conhecimento instalada em universidades e institutos de pesquisa no País, ao mesmo tempo compartilhando o risco da inovação com essas empresas Em 2011 o governo federal em parceria com a Confederação Nacional da Indústria CNI, buscando estimular o processo de inovação e a competitividade da indústria brasileira, propôs estruturar um novo modelo de parceria entre as instituições de pesquisa tecnológicas e as empresas industriais. Com essa finalidade, foi firmado Acordo de Cooperação com o Ministério 6

da Ciência, Tecnologia e Inovação MCTI e a FINEP para instituir um grupo de trabalho responsável pela implantação de um projeto piloto do novo sistema. O projeto piloto contemplou três entidades diferentes na sua natureza: uma unidade do MCTI - o Instituto Nacional de Tecnologia (INT); uma Empresa Pública estadual - o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT); e, um laboratório do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial da Bahia Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia (SENAI/CIMATEC). Esta experiência foi fundamental para estruturar e avaliar o novo modelo de parceria antes da sua implantação em uma escala mais ampla. Os principais marcos do projeto piloto foram: 2011: Compromisso do MCTI com a CNI para a experiência piloto de 2 anos com o objetivo de avaliar e aprender sobre: o comportamento do modelo, restrições legais, processos de seleção, métodos de gerenciamento de projeto etc. 2012/14: Implementação do projeto piloto, para: desenvolvimento da governança do sistema e suas características (por meio de um comitê especial do MCTI). Os resultados da experiência piloto foram positivos para as três ICTs e para as empresas envolvidas. A agilidade do sistema permitiu a aceleração na contratação de projetos de inovação para as empresas com maior conteúdo tecnológico e o modelo permitiu um aumento efetivo nas receitas dos institutos em projetos de inovação. As empresas passaram a enxergar nas unidades do projeto piloto a oportunidade de cooperar para desenvolver produtos e processos inovadores com real impacto. O sistema empresarial passou a ter uma nova fonte de produção de conhecimento para contribuir com seu esforço inovador de forma mais ágil, flexível e com parte do projeto sendo financiado pelo governo. O modelo institucional da EMBRAPII deve ser inovador de forma a contribuir efetivamente para fortalecer a cooperação entre instituições de pesquisa e empresas industriais. Ele deve prever um sistema de apoio que garanta flexibilidade e agilidade nas operações das Unidades para atender as empresas; foco tecnológico específico de forma a permitir aprofundamento e especialização; e, profissionalização da gestão das Unidades. O modelo de operação da EMBRAPII deve ser implementado de acordo com as fases descritas na Figura 2: 7

Figura 2: Implementação das fases da EMBRAPII 2. MISSÃO Contribuir para o desenvolvimento da inovação na indústria brasileira através do fortalecimento de sua colaboração com institutos de pesquisas e universidades. 3. VISÃO Ser reconhecida como instituição inovadora na promoção de P&D para indústria no Brasil com agilidade, eficiência e qualidade. 4. VALORES As diretrizes da missão serão sempre estabelecidas dentro dos valores e princípios norteadores do Sistema EMBRAPII: Comportamento regido por princípios éticos Comprometimento dos colaboradores com a Missão da EMBRAPII Solidariedade, colaboração, profissionalismo e espírito de equipe Estrutura leve e ágil, concentrada na atividade fim 5. OBJETIVOS ESTRATÉGICOS A inovação institucional materializada no modelo de operação da EMBRAPII, deve ter por objetivos estratégicos: 8

Contribuir para aumentar a intensidade tecnológica/conhecimento dos projetos de P&D da indústria; contribuir para diminuir o risco do investimento em Inovação; promover o desenvolvimento tecnológico de novos produtos, processos ou soluções empresariais, contribuindo para a construção de um ambiente de negócios favorável à inovação; articular e estimular a cooperação entre empresas e instituições de pesquisa tecnológica; apoiar a realização de projetos de PD&I, com ênfase na fase pré-competitiva, em áreas ou temas da política de ciência, tecnologia e inovação e de educação do Governo Federal; apoiar a formação profissional para as atividades de PD&I na indústria. O Sistema EMBRAPII credenciará instituições de pesquisa que tenham comprovada capacidade de trabalhar com o setor industrial. A ICT a ser credenciada deverá ter experiência comprovada no desenvolvimento de projetos de inovação com empresas do setor industrial, na área de competência proposta. Esta experiência se espelha na captação prévia de recursos financeiros de empresas para o desenvolvimento conjunto de projetos de PD&I. 6. DIFERENCIAIS DO MODELO EMBRAPII Os diferenciais permitidos pelo modelo de atuação inovador do Sistema EMBRAPII devem incluir: Flexibilidade e agilidade Foco na demanda empresarial Foco tecnológico específico Modelo de apoio financeiro institucional Profissionalização da Gestão das ICTs Sistema de Excelência Operacional EMBRAPII Sistema de Acompanhamento Processo de Avaliação Estes são examinados individualmente a seguir. a. Flexibilidade e agilidade 9

O modelo de funcionamento deverá estar baseado na flexibilidade de atuação das instituições de pesquisa credenciadas (Unidades EMBRAPII) para prospectar novos negócios e alocar os recursos recebidos, com o compromisso de atingir as metas pactuadas em Plano de Ação aprovado pela EMBRAPII. A condução de cada projeto e sua execução financeira serão de responsabilidade das unidades credenciadas, assegurando maior agilidade às parcerias e melhores condições de desempenho para os projetos. A EMBRAPII deverá antecipar parcelas dos recursos pactuados com as Unidades EMBRAPII para a implementação do Plano de Ação aprovado, com metas de desenvolvimento de projetos de PD&I em parceria com o setor industrial, assegurando a execução dos projetos contratados em conformidade com as condições negociadas junto às empresas. b. Foco na demanda empresarial No modelo proposto, a Unidade EMBRAPII deve necessariamente atender demandas por PD&I do setor empresarial e os recursos do Sistema EMBRPII somente podem ser utilizados para desenvolver projetos em parceria com empresas industriais. Estas devem definir o objeto de seu interesse e negociar diretamente com a Unidade EMBRAPII o formato do projeto a ser desenvolvido. A UE deverá elaborar propostas para atender às necessidades das empresas, e estas, por sua vez, irão avaliar e aprovar o plano de trabalho apresentado. O projeto a ser desenvolvido deve estar inserido na área de competência previamente definida pela Unidade.. c. Foco tecnológico específico - área de competência As Unidades de pesquisa do Sistema EMBRAPII devem estabelecer um foco tecnológico específico, de forma a permitir aprofundamento e especialização. Tal foco é chamado de área de competência. A área de competência caracteriza a especialização temática da UE. Ela deve permitir um entendimento claro do seu eixo de atuação para o desenvolvimento de projetos de inovação. Sua delimitação não deve ser tão estrita, de forma a restringir sua atuação e seu mercado, nem tão genérica que configure um conjunto de especializações dispersas. Sua definição deve considerar a capacidade de atendimento das demandas empresariais relacionadas à resolução de problemas tecnológicos, geralmente com elevado grau de especialização. 10

A área de competência deve estar necessariamente associada a demanda empresarial e inserida na Política de Ciência, Tecnologia e Inovação e Política de Educação. d. Modelo de apoio financeiro institucional A EMBRAPII deverá antecipar parcelas dos recursos pactuados com as Unidades EMBRAPII para a implementação do Plano de Ação aprovados, dessa forma, os recursos financeiros serão garantidos com antecedência para a contratação e execução de projetos em parceria com as empresas. Todos os projetos apoiados no âmbito do Sistema EMBRAPII devem prever contrapartidas previamente estabelecidas pelas Unidades EMBRAPII e pelas empresas parceiras (contrapartida financeira). Para o conjunto dos projetos executados em cada UE deve ser observada a seguinte regra de composição dos recursos: a parcela correspondente à contribuição da EMBRAPII será no máximo equivalente a 1/3 do valor total; a contrapartida das empresas parceiras, no mínimo, a 1/3 do valor total (financeira); e, o valor remanescente corresponderá à contrapartida da instituição credenciada. Essa regra geral de composição, ilustrada na Figura 3, aplica-se ao somatório dos projetos executados no âmbito do Plano de Ação e não a cada projeto. O objetivo é que a maior participação relativa de empresas em alguns projetos viabilize aportes menores em projetos de risco mais elevado. A contrapartida da UE poderá ser financeira e/ou, econômica, referindo-se a serviços já pertencentes à instituição que serão colocados à disposição para a execução dos projetos. Figura 3: Regra geral de composição dos recursos do Sistema EMBRAPII 11

A contrapartida das empresas será necessariamente financeira e empregada diretamente na execução dos projetos contratados. Não poderão ser computadas como contrapartida atividades de desenvolvimento tecnológico realizadas pela empresa individualmente e tecnologias previamente desenvolvidas. O percentual de aporte das empresas em cada projeto será definido em negociação com a UE, com base em critérios como: risco envolvido em seu desenvolvimento; desafio tecnológico; e potencial de aplicação da tecnologia. As seguintes regras deverão ser observadas: todo projeto EMBRAPII deverá ser cofinanciado por, ao menos, uma empresa; nos projetos em que os recursos aportados pelas empresas decorrerem de obrigações legais de investimento em P&D, a participação da empresa será, no mínimo, de 50% do valor do projeto; em todos os demais casos, a participação da empresa não poderá ser inferior a 10% do valor do projeto; Em qualquer caso, a participação da empresa no projeto deverá ser sempre com recursos próprios e/ou obtidos através de financiamento reembolsável. As liberações de recursos ocorrerão em parcelas, a depender da capacidade de contratação e execução dos projetos pela UE e a liberação de recursos financeiros dependerá sempre da disponibilidade financeira da EMBRAPII. O requisito de que a empresa aporte diretamente recursos financeiros ao projeto deve ser um dos eixos do modelo de operação da EMBRAPII. Ela só o fará se tiver interesse direto no desenvolvimento do projeto e confiança na capacidade da instituição de pesquisa em executálo. Esse duplo compromisso, da empresa com o projeto e da instituição de pesquisa com o alcance de resultados, é fundamental para o sucesso do modelo. e. Profissionalização da Gestão das ICTs A realização de projetos de PD&I depende de diversas competências e trata-se de um desafio para o Sistema EMBRAPII. A competência na realização dos projetos envolve o planejamento e o fortalecimento de instituições de pesquisa sintonizados com as tendências tecnológicas 12

mundiais e com as demandas do mercado. Tais organizações precisam estar avançadas com relação aos seus processos estratégicos, se quiserem gerar efetiva vantagem competitiva a partir da tecnologia. Assim, as instituições de pesquisa deverão possuir um plano contínuo de desenvolvimento de suas competências para poder apoiar os objetivos empresariais. Os planos deverão abordar as dimensões a seguir. Eficiência na identificação de oportunidades e execução de ações para transformar o conhecimento tecnológico acumulado em vantagens competitivas para as empresas; Gestão e execução eficiente dos projetos contratados com os clientes, de forma a garantir atendimento às demandas do mercado; Desenvolvimento da área de competência da Unidade credenciada para garantir o avanço tecnológico. f. Sistema de Excelência Operacional EMBRAPII O Sistema de Excelência Operacional deve ser desenvolvido de forma a descrever os processos de negócio, componentes de um modelo de gestão sugeridos para uma Unidade EMBRAPII. Este Sistema deve orientar a UE sobre o desenvolvimento contínuo de conhecimentos na área de competência para garantir o papel de indutor da tecnologia. O Sistema também deve apoiar a EMBRAPII nos processos de qualificação e acompanhamento das Unidades credenciadas. Os pilares do Sistema EOE devem incluir os seguintes princípios de excelência: Demanda tecnológica: uma vez identificada a demanda de uma empresa, o seu atendimento deve ser realizado de maneira rápida, eficiente e assertiva. Indução tecnológica: O pilar da indução tecnológica orienta que o papel da Unidade EMBRAPII não pode ser unicamente reativo, isso é, apenas atender ao que é demandado pela empresa. Espera-se que cada um ofereça as mais atuais soluções para os desafios apresentados pela empresa, com base nas suas experiências com outros projetos e resultados práticos. Geração de competências: a UE deve possuir uma ação efetiva de planejamento e desenvolvimento de novos conhecimentos em sua área de competência para garantir que os pilares de demanda e indução tecnológica sejam sustentados no longo prazo, acompanhando o avanço tecnológico em sua área de atuação. 13

g. Sistema de Acompanhamento A EMBRAPII utilizará uma ferramenta para gerenciar o fluxo de informações e atualização mensal de indicadores de desempenho do Sistema EMBRAPII. O objetivo dessas informações é dar subsídios para o processo de acompanhamento e avaliação das Unidades EMBRAPII e respectivas ações em curso. h. Processo de Avaliação O desempenho das Unidades EMBRAPII deverá ser avaliado regularmente sob as óticas operacional, financeira e técnica. As avaliações técnicas devem ocorrer a cada dois anos, podendo resultar em recomendações para a UE. Após quatro anos da assinatura do instrumento contratual, deve ser realizado um balanço geral do desempenho da Unidade EMBRAPII, com base em questionários estruturados e observando os produtos esperados no plano de ação. Essa avaliação determinará a continuidade do credenciamento da UE. 7. METAS E ORÇAMENTO Para atingir a visão de futuro proposta, isto é, ser reconhecida como instituição inovadora na promotora de PD&I no Brasil, o Sistema EMBRAPII deve credenciar 10 Unidades até 2014, além das 3 unidades do projeto piloto. A meta final é credenciar 30 Unidades EMBRAPII até 2019. Além disso, a EMBRAPII deve selecionar e credenciar até 10 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) do Ministério da Educação MEC para constituir Polos de inovação, até 2019, sendo na primeira chamada pública 5 polos. Para o cumprimento da sua Missão e das metas de crescimento do Sistema, a EMBRAPII necessitará de um orçamento global de R$ 1.500.000.000,00 (um bilhão e quinhentos milhões de reais) para aplicação no período de 6 (seis) anos a contar da assinatura do Contrato de Gestão. Esse orçamento representa 1/3 do valor dos projetos a serem contratados, o que significa que no período serão fechados projetos no valor total de R$ 4.500.000.000,00 (quatro bilhões e quinhentos milhões de reais), demonstrando a capacidade de alavancagem do modelo proposto. 14

8. CONCLUSÃO Este Plano Diretor estabelece que a EMBRAPII deve assumir um modelo de atuação especialmente formulado para contribuir com a intensificação do esforço inovador da indústria no país. O modelo deve ser baseado na formação de uma rede de Unidades credenciados, cada um com um foco claro em uma área de competência e um Plano de Ação voltado para atender demandas empresariais por inovação. Este modelo tem como principal valor a eficiência e a velocidade de desenvolvimento de parcerias, obtidos por um sistema que permite flexibilidade de atuação das Unidades EMBRAPII. Outra premissa básica é o foco na demanda do setor empresarial e a gestão e planejamento das instituições de forma a dar maior robustez ao que fazem. A missão fundamental será prospectar novos projetos de pesquisa com empresas, com o compromisso de atingir as metas pactuadas em seus Planos de Ação para o período delimitado. A condução de cada projeto e a sua execução financeira serão de responsabilidade das Unidades EMBRAPII, assegurando maior agilidade às parcerias. A EMBRAPII irá monitorar continuamente, através de sistema de acompanhamento, a contratação de projetos e realizar avaliações, orientações, treinamentos e auditorias nas Unidades EMBRAPII. A expectativa é de que as empresas sejam atraídas pela forte base de conhecimento existente nas instituições credenciadas e pela sua capacidade de gerar soluções tecnológicas, potencializadas pelos mecanismos de eficiência operacional e de compartilhamento de custos e riscos introduzidos pela EMBRAPII. 15