AVALIAÇÃO DO RISCO DE INCÊNDIO EM ANGRA DO HEROÍSMO

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7006 Diário da República, 1.ª série N.º de Outubro de 2007

Transcrição:

AVALIAÇÃO DO RISCO DE INCÊNDIO EM ANGRA DO HEROÍSMO Irene Mealha 1, João Paulo Rodrigues 2 & António Leça Coelho 3 1 Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores, Angra do Heroísmo, Portugal Irene.R.Mealha@azores.gov.pt 2 Departamento de Engenharia Civil da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Portugal jpaulocr@dec.uc.pt Resumo 2 Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Lisboa, Portugal alcoelho@lnec.pt Nesta comunicação apresentam-se os resultados dum estudo de risco de incêndio da zona classificada de Angra do Heroísmo, cidade património mundial, cujos edifícios são caracterizados, como na maioria dos centros urbanos antigos, por serem de pequena altura, com uma construção mista de pedra e madeira. Para o efeito, aplicou-se o método de Gretener e o FRAME, tendo-se estudado uma área aproximada de 112 000 m 2. O método de Gretener permitiu uma avaliação expedita do risco de incêndio, no entanto, de forma a obter um valor de risco admissível, no geral, foram necessárias garantir a resistência ao fogo dos elementos de compartimentação, instalação de extintores portáteis e a formação das pessoas. Já pelo FRAME foram necessárias a implementação tanto de medidas activas como passivas para que o factor de risco de incêndio se encontrasse dentro dos limites estipulados. Os resultados dos dois métodos são comparados e a validade de aplicação dos mesmos a zonas urbanas antigas é discutida. Palavras-chave: risco, incêndio, Gretener, FRAME, centro, urbano, antigo.

1 Introdução Os centros urbanos antigos diferem dos actuais pela concepção das aglomerações populacionais e também pelos materiais, pela concepção dos espaços e pelos métodos construtivos adoptados. As ruas são em geral estreitas e tortuosas e de difícil acesso às viaturas de socorro. As paredes de fachada dos edifícios encontram-se face a face com janelas a poucos metros umas das outras. Os edifícios são de construção antiga, com paredes de alvenaria de pedra e estrutura interna de madeira. As bocas-de-incêndio são escassas e por vezes com falta de manutenção. Os edifícios de serviços localizam-se no centro histórico e encerram em si uma elevada carga de incêndio estando mal protegidos, com sistemas de detecção e de extinção inexistentes ou em mau funcionamento. A cidade de Angra do Heroísmo, Património Mundial não foge a esta regra. Uma análise de risco de incêndio duma cidade será desejável de forma a quantificar as zonas mais sensíveis e, consequentemente, com maior necessidade de intervenção. Esta análise permite definir à posterior as medidas de segurança contra incêndio a adoptar para a cidade. 2 Caracterização da Cidade O traçado das ruas da cidade de Angra do Heroísmo remete-nos facilmente para a manutenção de uma estrutura à romana, com decumana rigorosamente definida por o que mais tarde se viria a chamar Rua da Sé, e por um cardo definido este por orientação magnética mais tarde chamado de Rua Direita, tal como referido na proposta a elevação da cidade a Património Mundial, ONU (1983), e como se pode observar na Figura 1. Figura 1 - Rua da Sé e Rua Direita. Os quarteirões da cidade, que ainda conservam uma quantidade apreciável de edifícios de construção tradicional, mantiveram desde a sua criação uma regularidade extremamente marcada, tanto em volumetria como em planta.

São rectangulares, com dimensões gerais rondando os 80 45 m e contém entre 20 e 30 edifícios, como descrito em Oliveira et al (1992). Os edifícios têm uma dimensão variável em planta, podendo distinguir-se os edifícios de maior porte dispondo de fachadas com extensões da ordem dos 20 a 25 m e os edifícios de menor porte com fachadas entre os 6 a 12 m. Embora hajam grandes variações no número de dois tipos mais frequentes: edifícios por quarteirão, a média dos de maior porte é de 3 a 5. Na zona histórica da cidade, os arruamentos que delimitam os quarteirões seguem as linhas de nível do terreno numa das direcções e as linhas de maior declive, estas em direcção ao mar, na outra daí resultando que os logradouros no interiorr dos quarteirões estejam desnivelados, com muros de suporte de alvenaria de pedra a separá-los (fig. 2). Figura 2: Mapa de Angra do Heroísmo. Os quarteirões são alongados e têm um grande índice de ocupação, deixando poucos espaços vazios no interior. O traçado estrutural evidencia uma malha bastante regular de paredes resistentes dispostas ortogonalmente. Em planta, verifica-se a continuidade dos alinhamentos das fachadas principal e também de tardoz, bem como das paredes-mestras intermédias. Esta continuidade nem sempre corresponde a uma continuidade estrutural integral, uma vez que em casas do final do século XIX, os vãos de arco foram substituídos por vigas de aço apoiadas em pilares também de aço. Mais recentemente surgiram as aberturas com elementos de betão armado para vencer os vãos. Nas fachadas de tardoz verificam-se normalmente maiores desalinhamentos, devido certamente a alterações sofridas ao longo dos anos.

As construções apresentam no seu conjunto descontinuidades em altura, para além das que se verificam entre edifícios com diferente número de pisos. Os edifícios contíguos estão estruturalmente ligados uns aos outros através de empenas que funcionam como paredes meeiras. Após a análise feita, pode dizer-se de forma sintética que, morfologicamente, a estrutura resistente dos quarteirões se dispõe como uma caixa constituída na periferia pelos edifícios, deixando para o interior pátios que se desenvolvem em vários níveis com muros divisórios. Nas moradias do centro da cidade, os andares superiores, possuindo pésdireitos de 3 a 3,5m, podem ser considerados com a zona de ocupação nobre, vocacionada para a habitação unifamiliar. O rés-do-chão, onde está normalmente estabelecida uma actividade económica, como por exemplo lojas de comércio ou de prestação de serviço, dispõem, regra geral, de um pé-direito baixo, da ordem dos 2,40 m. O acesso aos andares de cima é feito por uma íngreme escadaria a tiro, por vezes clareada por uma janela iluminante, e com degraus muito altos, não seguindo a lei da comodidade. A organização e utilização dos espaços era geralmente a seguinte: a) Rés-do-chão, comportando instalações comerciais ou de serviços, tem normalmente a parte anterior separada dos espaços posteriores por parede mestra, com aberturas muitas vezes em arcada. Na frente funcionam as lojas, na parte de trás, arrumos ou depósitos. A fachada principal é rasgada por um grande número de vãos de portas e janelas, algumas delas dispondo eventualmente de grades. b) 1º Andar, é a zona nobre da casa onde se encontram as salas, a cozinha e os serviços de apoio. A divisão dos espaços é conseguida com paredes em tabique de madeira. A parede mestra interior vem de baixo até à cobertura. Nas casas mais largas existe ainda uma 2ª parede mestra perpendicular à parede mestra transversal, desenvolvendo-se da fachada principal até à de tardoz. A fachada principal dispõe de varandas (janelas ou portas) em sacada com guarda em madeira ou de ferro fundido. A cozinha, situada nas traseiras, tem forno com câmara e chaminé. Com a reconstrução, muitos destes fornos tradicionais foram demolidos. O corredor de distribuição e o espaço para a escada são relativamente pequenos quando comparados com a área total da casa. c) 2º Andar, é a zona dos quartos, acessíveis através de um corredor de distribuição. As paredes divisórias, em tabique de madeira, podem não coincidir com as divisórias do 1º andar, embora, na maioria dos casos, tenha havido essa preocupação.

d) 3º Andar, é o último andar, em alguns casos, recuado ou amansardados, constitui o sótão ou falsa para arrumos ou quartos. Por vezes o número de quartos é ainda significativo. Relativamente ao edificado no centro histórico da cidade, temos, na maioria, construções cujos elementos principais são a pedra, o betão, o ferro e a madeira. As paredes de empena entre edifícios adjacentes não se estendem acima da cobertura, sendo os elementos estruturais destas essencialmente em madeira. Deste modo, a limitação da propagação de um incêndio pelo exterior, preconizada na legislação de segurança contra incêndio, não está, na maioria dos edifícios, salvaguardada. Por outro lado, e uma vez que a separação entre pisos do mesmo edifício é em soalho de madeira e as paredes divisórias são em tabique, a limitação da propagação de um incêndio, tanto vertical como horizontalmente, uma vez mais, não está assegurada, DL nº220 (2008) e Portaria nº1532 (2008). Os aspectos acima referidos prendem-se com os edifícios habitacionais. No que respeita aos edifícios comerciais e de restauração e bebida, importa salientar que estes têm, regra geral, uma área inferior a 300 m 2. No que se refere ao abastecimento de água para o combate a incêndios, a cidade de Angra do Heroísmo tem uma rede de hidrantes exteriores, mais especificamente de marcos de água, que cobre praticamente todo o centro histórico da cidade, tendo sido recentemente remodelada (fig. 3). Esta rede de hidrantes é provida pelo sistema de abastecimento de águas públicas, o qual é suportado por reservatórios periféricos à cidade. Figura 3: Rede de Hidrantes de Angra do Heroísmo.

Cada reservatório é abastecido por uma conduta dimensionada para um caudal que assegura o consumo diário máximo previsto para esse reservatório. A origem da água que chega a esse reservatório deve possuir disponibilidade suficiente para que fique garantido o abastecimento de forma automática. De acordo com os Bombeiros de Angra do Heroísmo, o caudal tem sido suficiente nas actuações até hoje desenvolvidas, e aproximadamente 90 % dos hidrantes oferecem garantias de funcionamento, enquanto os restantes são mais antigos e não têm sido sujeitos a qualquer tipo de manutenção. O edifício do quartel da corporação de bombeiros da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Angra do Heroísmo (AHBVAH) localiza-se numa zona bastante central da cidade, permitindo uma rápida actuação em caso de sinistro. Paralelamente à localização do quartel, de acordo com os dados fornecidos, a corporação da AHBVAH tem um parque de viaturas relativamente recente e diversificado. 3 Área estudada A zona classificada de Angra do Heroísmo tem uma área aproximada de 1 km 2. Sendo assim, efectuou-se o levantamento de uma parte da cidade, que se considerou representativa, de 112 000 m 2, que engloba cerca de 500 edifícios. O levantamento foi realizado solicitando-se informações edifício a edifício, sendo que alguns deles apresentavam claros indícios de desocupação. Por outro lado, e uma vez que o levantamento foi realizado no horário laboral, os moradores de algumas casas não se encontravam presentes. Noutras situações ainda, os ocupantes não se mostraram disponíveis para fornecer qualquer tipo informação. Nestes casos, consideraram-se as situações mais desfavoráveis (com excepção dos edifícios em ruínas 1 ). No entanto, no geral, as pessoas mostraram-se abertas a prestar as informações do seu conhecimento. As plantas utilizadas foram as cartas aerofotogramétricas, cedidas pela Secretaria Regional da Habitação e Equipamentos, à escala 1:2000, ampliadas para 1:500, pelo que a margem de erro das medidas das dimensões dos edifícios deverá aproximar-se dos 20%. Apesar de não haver uma planta pormenorizada dos edifícios da cidade, e no âmbito do desenvolvimento do Plano de Pormenor da Zona Classificada de Angra do Heroísmo, a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo adjudicou a 1 Nestes casos, os edifícios devolutos apenas entraram nos cálculos para o quarteirão.

um gabinete a elaboração do mesmo. Esse plano inclui o levantamento arquitectónico da cidade, organizado numa base de dados cuja plataforma utilizada é o Access (fig. 4). Figura 4: Base de Dados do Plano de Salvaguarda 4 Método de Gretener 4.1 Bases do métodoo O método de Gretener foi seleccionado para efectuar a avaliação do risco de incêndio na cidade de Angra do Heroísmo. De forma a obter um valor de segurança contra incêndio (γ ), o valor do risco de incêndio efectivo (R) tem de ser comparado com o risco de incêndio admissível (Ru), pelo que o edifício em estudo terá condições de segurança contra incêndio satisfatórias caso o valor de γ seja superior ou igual à

unidade, de acordo com a metodologia descrita, Lemos e Neves (1991). Ou seja: Ru γ = 1 (1) R A quantificação da possibilidade de ocorrência de um incêndio é estimada pelo perigo de activação A. Sendo assim, o risco de incêndio efectivo é obtido pela multiplicação do factor de exposição ao perigo B pelo perigo de activação A: R = B. A (2) O valor obtido para o risco de incêndio efectivo será comparado com o risco de incêndio admissível (Ru). Este, por sua vez, é obtido fixando um valor máximo admissível, o risco normal, corrigido por um factor que introduz a perigosidade para os ocupantes do edifício. Os parâmetros considerados para o cálculo do factor de exposição dividemse em perigos potenciais e medidas de protecção, em que os primeiros intervêm num incêndio favorecendo-o e os segundos dificultando-o. Sendo assim, o factor de exposição é obtido pelo quociente entre o produto dos factores de perigos potenciais (P) e o produto das medidas de protecção. Os factores de perigo potencial considerados são a carga de incêndio mobiliária (q), a combustibilidade (c), o perigo de fumo (r), o perigo de corrosão (k), a carga de incêndio imobiliária (i), o nível do andar (e) e a amplidão de superfície (g). Por sua vez, as medidas de protecção dividem-se em normais (N), especiais (S) e construtivas (F). Deste modo, o factor de exposição ao fogo (B) pode ser obtido por: q. c. r. k. i. e. g P B = = (3) N. S. F N. S. F A aplicação do método pressupõe que medidas de segurança gerais, tais como distâncias a edifícios vizinhos, vias de acesso para viaturas de socorro, caminhos de evacuação, iluminação e sinalização de segurança e prescrições relativas às instalações técnicas, estão devidamente implementadas. O valor representativo do grau de probabilidade do incêndio obtém-se multiplicando o factor de exposição do perigo por um valor característico da avaliação do grau de probabilidade do incêndio. Os factores que permitem calcular o valor da segurança contra incêndio por este método foram estimados de acordo com os dados obtidos no levantamento acima mencionado.

4.2 Resultados Para efeitos de desenvolvimento dos cálculos do factor de risco através da metodologia acima descrita, elaborou-se uma folha de cálculo, cujos resultados permitem emanar as seguintes conclusões: As construções tradicionais, ou seja, com paredes de pedra e separações dos pisos e cobertura em madeira, até dois pisos (R/C e 1º andar), com utilizações correntes, como habitação, comércio e restauração, apresentam um factor de segurança contra incêndio aceitável (superior a 1), mesmo sem a introdução de medidas de protecção. Os edifícios de construção em betão, como no caso dos tradicionais, com as utilizações correntes e apenas com as medidas construtivas, obtêm um valor para o factor de segurança contra incêndios dentro dos limites. Os prédios com elementos estruturais e cobertura em madeira, até 3 pisos, com os tipos de utilizações acima mencionadas continuam a deter um valor do factor de segurança contra incêndios superior a 1. Se introduzirmos extintores de incêndio portáteis e sistemas automáticos de detecção de incêndios, tanto os edifícios tradicionais com três pisos, assim como os de betão com quatro pisos, apresentam uma segurança contra incêndios admissível. Relativamente aos quarteirões, dificilmente serão atingidos valores de segurança contra incêndio aceitáveis apenas com medidas de protecção. No que se refere aos quarteirões, importa salientar que os valores obtidos para o factor de segurança são muito inferiores ao valor admissível, uma vez que se considera a área total destes, excluindo os logradouros. Esta premissa para o desenvolvimento dos cálculos, implica que o factor de área assuma um valor elevado, semelhante a uma situação de um armazém de grandes dimensões. Ora este facto, não é totalmente representativo da realidade, uma vez que as paredes dos edifícios, tanto os de construção tradicional como os de betão, possuem uma resistência ao fogo, no mínimo, REI 30. No entanto, a propagação de um incêndio entre edifícios de um quarteirão é marcadamente viável tanto pelas coberturas em madeira como pelas empenas de edifícios com alturas distintas e ainda entre edifícios em confronto, pelos vãos, através da radiação emitida.

Assim, e pelo acima exposto, conclui-se que o factor de segurança contra incêndios obtido para os quarteirões não reflecte a situação real. De acordo com os resultados obtidos para os edifícios estudados, elaborou-se na (fig. uma carta de risco, apresentada 5). Figura 5 - Carta de Risco de Incêndio para a Zona Classificada. As áreas a verde representam zonas nas quais, em média, os edifícios estudados apresentaram um valor de risco de incêndio superior a 1; as amarelas, valores superiores a 0,80 e as vermelhas inferiores a 0,80. O critério baseia-se no facto de se considerar que para os edifícios cujos valores de segurança contra incêndio obtidos são superiores a 0,80, com medidas simples, tais como a instalação de extintores de incêndio portáteis e a instrução e sensibilização das pessoas, é possível promover um risco de incêndio admissível pelo método de Gretener. Alguns edifícios, dadas as suas dimensões ou cargas de incêndio, ou ainda quando um conjunto de edifícios, mesmo que se enquadrassem numa área amarela ou verde, apresentam um valor de segurança contra incêndio significativamente inferior a 0,8, foram representados na carta de incêndio. As áreas da zona classificada que não foram abrangidas pelo presente estudo foram qualificadas de acordo com o conhecimento de edifícios com características construtivas ou cargas de incêndio semelhantes aos obtidos para os edifícios da área em estudo. Da análise da carta de risco, é possível verificar que, maioritariamente, os edifícios encontram-se na escala amarela. Sendo assim, a grande maioria dos edifícios da zona classificada, com medidas relativamente simples, como acima referidas, comoo a instalação de extintores e formação das pessoas, poderão atingir valores de segurança contra incêndio acima da unidade.

No entanto, para os edifícios que apresentam valores de segurança contra incêndio na zona vermelha, ou seja, abaixo de 0,80, as intervenções terão, necessariamente, de ser mais profundas. As conclusões acima emanadas não invalidam que cada edifício deverá ser sujeito a uma avaliação específica, para efeitos de estudo das intervenções apropriadas para cada caso. No que se refere ao risco de incêndio no conjunto das edificações, é preciso não esquecer que a propagação de incêndio pelas fachadas e/ou paredes de empena é o risco mais acentuado, pelo que a protecção das coberturas, paredes de empena e vãos confrontantes é primordial. Na sequência das conclusões emanadas da aplicação do método de Gretener, um dos aspectos a concretizar será a compartimentação, tanto entre pisos como das coberturas. No Plano Piloto de Luta Contra Incêndios e Segurança de Guimarães, desenvolvido por Figueiredo, são sugeridas duas soluções de melhoramento de comportamento dos pavimentos que podem ser também aplicadas em Angra do Heroísmo: 1ª Solução: 1. Soalho com espessura mínima de 3 cm, de madeira não resinosa e massa volúmica não inferior a 6 kn/m 3 ; 2. Isolamento térmico (lã de rocha com espessura não inferior a 5 cm); 3. Vigas de madeira, dimensionadas com espessura superior à que seria necessária. 2ª Solução: 1. Placa de base gesso com espessura não inferior a 1 cm; 2. Isolamento térmico (lã de rocha com espessura não inferior a 5 cm); 3. Vigas de madeira, dimensionadas com espessura superior à que seria necessária; 4. Soalho com espessura mínima de 3 cm, de madeira não resinosa e massa volúmica não inferior a 6 kn/m 3. Relativamente às estruturas metálicas, estas deverão ser protegidas de forma a cumprirem com as classes de resistência ao fogo requeridas na legislação, podendo passar por soluções semelhantes às acima apresentadas, nomeadamente, protecção através de placas de base gesso, argamassa projectada, pintura intumescente, entre outras.

Ao nível da cobertura, e no caso de edifícios com a mesma altura, a protecção desejável seria a elevação de guardas corta-fogo, 1m acima da cobertura, com as mesmas características das paredes de compartimentação do último piso. No entanto como acima referido, esta medida não pode ser executada por questões relacionadas com a classificação da cidade, Decreto Legislativo Regional n.º 15/2004/A. Assim sendo, a solução poderia, mais uma vez, passar pela protecção como sugerida para os tectos, ou mesmo, ainda mais aconselhado, delimitar uma faixa de 4 m desde o limite do edifício adjacente com características E30 ou E60, consoante o caso. Outro aspecto que se prende com a propagação de um possível incêndio pela cobertura, devido à carga de incêndio existente nos sótãos, exige a limpeza destes. Este último ponto torna-se mais evidente nas casas sem ocupação. No que concerne às acessibilidades das forças de intervenção, também se colocam grandes limitações. Assim, deverão ser realizados estudos de forma a identificar os arruamentos acessíveis às viaturas dos bombeiros e aqueles que não o são e definir itinerários de circulação e locais de estacionamento das auto-bombas em caso de sinistro. No que respeita aos hidrantes exteriores, apesar de se verificar que se encontram, na sua maioria, em bom estado de conservação, a instalação de uma rede mais densa em locais estratégicos seria um aumento considerável da segurança contra incêndio, na perspectiva do seu combate, dado que os auto tanque pesados não acedem às vias mais estreitas da cidade. A viatura que permite uma aproximação aos edifícios é um pronto-socorro ligeiro, que apenas tem uma reserva de 500 litros de água. Deste modo, para além de um aumento do número de marcos de água nas zonas da cidade onde a malha urbana é mais densa, a reserva de água dos depósitos periféricos da cidade deveriam permitir dispor de uma reserva exclusiva para o combate a incêndios que permita fazer face a um eventual sinistro de maiores dimensões. Outro aspecto a ser considerado é o trânsito do centro da cidade. Porque, apesar da localização do quartel dos bombeiros ser central, o tempo de chegada a determinados locais da zona antiga poderá ser superior ao estimado pela distância a percorrer. Esta limitação poderá ser colmatada, ou pelo menos, significativamente melhorada, com uma actuação efectiva da Polícia de Segurança Pública. Ou seja, concretamente e pelo acima exposto podemos concluir que, de forma a permitir uma intervenção efectiva dos bombeiros, deverá ser elaborado um Plano Especial de Intervenção em caso de sinistros na Cidade.

5 FRAME 5.1 Bases do método O FRAME foi desenvolvido por Eric De Smet, tendo por base o método de Gretener, dados estatísticos, fórmulas empíricas e experiência profissional de várias entidades ligadas à segurança contra incêndio. Essencialmente, parte da hipótese que, num edifício com a protecção adequada, verifica-se um equilíbrio entre o risco e essa protecção, podendo ser calculados valores representativos para os factores de perigo e para as medidas de protecção disponíveis. Por este método, o risco para o edifício e seu conteúdo (R), para os ocupantes (R 1 ) e para a actividade (R 2 ) calculam-se a partir das seguintes fórmulas: P R = A W N S F (4) P1 R1 = (5) A N U 1 P2 R2 = (6) A W N S Y 2 Em que P, P 1 e P 2 são o risco potencial para o edifício e seu conteúdo, para os ocupantes e para a actividade, respectivamente; A, A 1 e A 2 são os níveis de aceitabilidade para o edifício e seu conteúdo, para os ocupantes e para a actividade, respectivamente; W o factor de abastecimento de água; N o factor de protecção normal; S o factor de protecção especial; F o factor de resistência ao fogo; U o factor de evacuação e Y o factor de salvados. Para cada compartimento de incêndio devidamente protegido, os valores de R, R 1 e R 2 deverão ser menores ou iguais a 1. 5.2 Resultados Os edifícios de maior porte com construção tradicional colocam maiores reservas no que concerne a aplicação de medidas preventivas, pelo que estes foram objecto de estudo por este método. Sendo assim, seleccionaram-se 14 edifícios para o efeito. À semelhança do caso do método de Gretener também para este caso optouse por elaborar uma folha de cálculo para fazer as várias simulações para as

soluções estudadas. Com a introdução dos dados na folha de cálculo, obtiveram-se riscos para o edifício e seu conteúdo, para os ocupantes e para a actividade superiores a 1, pelo que a sua segurança contra riscos de incêndio era insatisfatória. As alterações a introduzir de forma a obter um risco aceitável para os três critérios foram as seguintes, para a generalidade dos edifícios: Verificações periódicas das instalações eléctricas; Elaboração e divulgação do plano de emergência; Instalação de meios de primeira intervenção; Instalação de um sistema automático de detecção de incêndios; Formação básica no treino de manuseamento dos meios de primeira intervenção. 6 Conclusões Da análise dos resultados obtidos pelo método de Gretener, considera-se que a introdução no Regulamento Municipal das medidas de compartimentação propostas e instalação de extintores portáteis nas áreas habitacionais permitiria elevar significativamente o factor de segurança contra incêndio para valores próximos da unidade. No entanto, e analisando os resultados obtidos pelos dois métodos mencionados, a formação e sensibilização dos moradores da zona classificada será essencial de forma a adquirirem conhecimentos suficientes para que reconheçam que actuações simples promovem uma elevação da protecção da sua vida e dos seus, bem como do seu património. As acções de sensibilização e formação têm, necessariamente, de passar pelo Serviço Municipal de Protecção Civil. Já para os edifícios de médio porte analisados pelo FRAME, será necessária a instalação de um sistema automático de detecção de incêndios para se atingirem valores do risco de incêndio dentro dos limites. Salienta-se que, para os edifícios com um valor de risco de incêndio muito afastado dos valores admissíveis deverão ser realizados estudos aprofundados das medidas adequadas a implementar. A intervenção dos bombeiros será infrutífera se o agente extintor primordial não estiver disponível, pelo que o aumento do número de marcos de incêndio nas áreas mais densas e a garantia de uma reserva de água para o combate a incêndios é primordial.

A elaboração de Planos de Intervenção Especiais será também fundamental para o estabelecimento de vias de acesso, controlo de tráfego e estabelecimento de procedimentos de intervenção. Estas ferramentas passam necessariamente pelo Serviço Municipal de Protecção Civil. Referências: Organization des Nations Unies pour l Éducation, la Science et la Culture, (1983), Proposition d Inscrition sur la Liste du Patrimoine Mondial soumise par le Portugal, Paris. Oliveira, C. S., Lucas, A. R. A. & Guedes J. H. C., (1992), 10 Anos Após o Sismo dos Açores de 1 de Janeiro de 1980 Aspectos Técnico-Científicos, Volumes 1 e 2, Secretaria Regional da Habitação e Obras e Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Lisboa. Decreto-Lei nº220/2008, Regime jurídico da segurança contra incêndios em edifícios, Diário da República, Lisboa. Portaria nº1532/2008, Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndios em Edifícios, Diário da República, Lisboa. Figueiredo, M. C. L., Guimarães - Plano Piloto de Luta Contra Incêndios e Segurança, Câmara Municipal de Guimarães. Lemos, A. M. F. T. & Neves, I. C., (1991), Avaliação do Risco de Incêndio Método de Cálculo, Gabinete de Apoio da Universidade Técnica de Lisboa. Decreto Legislativo Regional n.º 15/2004/A, Regime de protecção e valorização do património cultural da zona classificada da cidade de Angra do Heroísmo, Diário da República I Série-A n.º 82, pp. 2169-2179.