PERÍCIA BIOPSICOSSOCIAL OU COMPLEXA
Orientação Wladimir Novaes Martinez Coordenação Dirce Namie Kosugi Coautores Alexsandro Menezes Farineli Claudio José Vistue Rios Dirce Namie Kosugi Ivani Contini Bramante Kyu Soon Lee Marco Aurélio Serau Junior Rodrigo Moreira Sodero Victório Wladimir Novaes Martinez PERÍCIA BIOPSICOSSOCIAL OU COMPLEXA
EDITORA LTDA. Todos os direitos reservados Rua Jaguaribe, 571 CEP 01224-003 São Paulo, SP Brasil Fone (11) 2167-1151 www.ltr.com.br Abril, 2017 Versão impressa LTr 5713.8 ISBN 978-85-361-9098-3 Versão digital LTr 9133.6 ISBN 978-85-361-9213-0 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Perícia biopsicossocial ou complexa / orientação Wladimir Novaes Martinez ; coordenação Dirce Namie Kosugi. 1. ed. São Paulo : LTr, 2017. Vários autores. Bibliografia 1. Auxílio-doença 2. Benefícios (Direito previdenciário) 3. Laudos periciais 4. Perícia médica biopsicossocial 5. Serviço social I. Martinez, Wladimir Novaes II. Kosugi, Dirce Namie. 16-00032 CDU-34:368.415 Índice para catálogo sistemático: 1. Perícias médicas : Auxílio-doença : Benefícios previdenciários : Direito previdenciário 34:368.415
SUMÁRIO INTRODUÇÃO...7 Wladimir Novaes Martinez AUXÍLIO DOENÇA e CIF CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADES...9 Alexsandro Menezes Farineli PERÍCIA MÉDICA BIOPSICOSSOCIAL (COMPLEXA)...19 Cláudio José Vistue Rios A PERÍCIA MÉDICA BIOPSICOSSOCIAL OU COMPLEXA BREVE ANÁLISE...32 Dirce Namie Kosugi DETERMINANTES SOCIAIS DA INCAPACIDADE NO DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL...38 Ivani Contini Bramante INCAPACIDADE BIOPSICOSSOCIAL...53 Kyu Soon Lee PERÍCIA BIOPSICOSSOCIAL: MUDANÇA PARADIGMÁTICA...64 Marco Aurélio Serau Junior AUXÍLIO-DOENÇA PARENTAL: INCAPACIDADE BIOPSICOSSOCIAL...71 Rodrigo Moreira Sodero Victório PERÍCIA MÉDICA BIOPSICOSSOCIAL...77 Wladimir Novaes Martinez
Introdução A ideia básica dos textos enveredou pelo caminho técnico e jurídico de propiciar uma ampliação dos conceitos de doença, enfermidade e incapacidade à vista dos impedimentos sociais. Para tanto, praticamente todas as prestações que pressupõem a análise biopsicossocial foram consideradas, esmiuçadas e trazidas à luz para uma correta compreensão desse novo instituto técnico, principalmente o auxílio-doença, o benefício da LOAS (Lei n. 8742/93) e a aposentadoria das pessoas portadoras de deficiência (Lei Complementar n. 142/13). Ainda que bastante sintético o texto, a sua leitura propicia uma visão geral da previdência social, suas principais prestações, em particular as não programadas, que são aquelas que dizem respeito ao foco especial da exposição. Foi dada notória ênfase ao Serviço Social, tão esquecido pelos comentaristas e seus vínculos com esse tipo de procedimento. As questões vernaculares indispensáveis à compreensão da matéria enriqueceram o trabalho, tornando-o útil para os neófitos do Direito Previdenciário. Os estudiosos, em sua maioria, partiram das Declarações Internacionais relativas ao assunto, com destaque às provindas da OMS. Foi visível a preocupação com a doutrina nacional e internacional, ilustrando cientificamente os encaminhamentos elaborados. Importa salientar o bom conceito de saúde exposto, não foi olvidado e ressaltado à altura das necessidades dos polos da relação previdenciária fática e jurídica. Os leitores desta obra terão oportunidade de examinar uma a uma, a redação das Súmulas TNU ns. 22, 29, 47, 72. 77, 78, 79 e 80, todas elas sopesadas em particular. Observa-se aguda profundidade técnica dos itens não previdenciários propriamente ditos, sem os preciosismos desnecessários com os desdobramentos da biopsicossociologia, poucas vezes encontrada em bons livros. Sem deixar margem à dúvida, consagra-se a relevante perícia do INSS como pressuposto da concessão do benefício. Foi importante o registro do texto legal orientador das observações, como comentado pelos autores. A apreciação administrativa e judicial foi objeto de justa apreciação consentânea com a distinção. Um dos trabalhos enfoca o auxílio-doença parental, instituto técnico destinado a preocupar o legislador, a administração, a perícia médica e os interessados. A síntese das conclusões revelou-se magnífica contribuição doutrinária. Estão de parabéns os membros do GEP WNM por mais esta obra de pesquisa sob tema tão relevante, e à LTr por divulgá-la. Wladimir Novaes Martinez
AUXÍLIO-DOENÇA e CIF CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADES Alexsandro Menezes Farineli Advogado; Presidente da Comissão Previdenciária da OAB subseção de São Miguel Paulista; Presidente da Comissão de Apoio e Relacionamento ao Associado do IAPE; GEP WNM Membro fundador/conselheiro; Autor de livros previdenciários. MODELO BIOPSICOSSOCIAL: o melhor modelo conceitual de incapacidade, portanto, será aquele que sintetiza o que existe de verdadeiro nos modelos médicos e social, sem incorrer no erro de reduzir a noção global e complexa de incapacidade apenas a um dos seus aspectos, que designamos de modelo biopsicossocial. Fundamentos para a perícia médica judicial previdenciária, p. 165, Curso de Perícia Judicial Previdenciária, 2ª edição, Alteridade Editora. DOUTRINA AUXÍLIO-DOENÇA Quadro resumo Fato gerador Estar incapacitado para o exercício das atividades habituais por mais de 15 dias. Deve-se levar em consideração a formação humana educacional, debilidade funcional e aspectos sociais no momento do requerimento do benefício por incapacidade Carência 12 meses. Cabe dispensa. Renda mensal 91% Contrato de trabalho Qualidade de segurado Estabilidade no emprego. Avaliação psicossocial Suspenso durante manutenção do benefício. Exige no início da incapacidade. Não. Sim. Ver limitação do artigo 29, 10 da lei 8213/91 Salvo convenção coletiva. Análise do segurado com relação a parte interna (existência ou não de debilidade funcional) e aspectos sociais existentes no momento da perícia médica previdenciária. DA PREVISÃO CONSTITUCIONAL DO AUXÍLIO-DOENÇA Devemos destacar que a Previdência Social, ganhou grande notoriedade com um capítulo próprio previsto na Constituição Federal, tornando-se um dos grandes
10 Alexsandro Menezes Farineli objetos de estudo desta década, justamente após a criação dos Juizados Especiais Federais, que trouxe o processo previdenciário para mais próximo dos jurisdicionados. Assim, temas como cobertura financeira e social para períodos de enfermidades, que impossibilitem o exercício de atividade econômica, é um dos grandes objetos de estudo desta área vinculada ao direito público. Devemos ressaltar que o risco doença, se encontra hoje previsto em nível constitucional, conforme redação do inciso I, do artigo 201 da Carta Magna. Entretanto, esta doença somente ganhará relevância para o Direito Previdenciário, quando causar a incapacidade para o trabalho do segurado. O benefício de auxílio-doença se encontra previsto na Lei n. 8.213/91, a partir do artigo 59 e seguintes. Devemos ressaltar que este benefício é uma das espécies dos quais decorrem da incapacidade para o trabalho, bem como a aposentadoria por invalidez e o auxílio-acidente. Em muito se tem discutido a finalidade deste benefício, uma vez que, a ideia do público em geral é a de que basta estar doente para fazer jus ao seu recebimento, entretanto, não fora com este intuito que o mesmo fora criado. A real finalidade da criação deste benefício é a de amparar o segurado durante o período que este for acometido por uma incapacidade total e temporária de exercer as suas funções habituais. E, depois deste período de recuperação, retornará ao mercado de trabalho, desenvolvendo as suas funções habituais ou se qualificando para o exercício de outra atividade. TEMOS COMO REQUISITO DO AUXÍLIO-DOENÇA Desta forma, os requisitos necessários para a concessão do benefício de auxílio-doença são: a) qualidade de segurado; b) cumprimento do período de carência, salvo as exceções previstas em lei, que discorreremos ao final; e c) incapacidade total e temporária para o exercício de suas atividades habituais ou para o seu trabalho. O CONCEITO DE INCAPACIDADE E DE INVALIDEZ SEGUNDO O MANUAL DE PERÍCIA MÉDICA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL O conceito de incapacidade para fins de concessão de benefício previdenciário se encontra devidamente previsto e conceituado pela própria Previdência Social. 4.1 Incapacidade laborativa é a impossibilidade de desempenho das funções específicas de uma atividade ou ocupação, em consequência de alterações morfopsicofisiológicas provocadas por doença ou acidente. 4.1.1 O risco de vida, para si ou para terceiros, ou de agravamento, que a permanência em atividade possa acarretar, será implicitamente incluído no conceito de incapacidade, desde que palpável e indiscutível.