VIII - DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS GERAIS DAS ARMADURAS

Documentos relacionados
ES-010. Técnicas de armar as estruturas de concreto. Introdução e Armaduras Passivas. Prof. João Carlos Della Bella Prof. Túlio N.

EXEMPLO N O 155 ESTRUTURA: Viga pré-moldada em concreto protendido. FALHA DE EXECUÇÃO: Grande parte da alma da viga ficou sem concreto.

10 - DISPOSIÇÃO DA ARMADURA

Viga Parede Notas de aula Parte 4

FORMAÇÃO DE PROJETISTA CONCRETO ARMADO. ÊNFASE: Detalhamento de Estruturas

ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO EXERCÍCIOS PARA A TERCEIRA PROVA PARCIAL

Tecnologia da Construção I ARMADURAS. Conceitos. Função da Armadura 03/04/2017. Docente: Thalita Lima

DIMENSIONAMENTO DAS ARMADURAS LONGITUDINAIS DE VIGAS T

ATUALIZAÇÃO EM SISTEMAS ESTRUTURAIS

4 Exemplos de Validação e Análise de Resultados

Reforço com concreto e adição de armaduras

TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES CÁLCULO ESTRUTURAL AULA 07

Estruturas de concreto Armado I. Aula II Pré-Dimensionamento

INTRODUÇÃO AO CONCRETO ARMADO

Controle de fissuração: exemplos práticos

CONSTRUÇÕES EM CONCRETO ARMADO

Posição da Marquise ao ser concretada. Armadura dobrada. Armadura de flexão com detalhe errado. Fissura. Escoramento. Zona morta Tração.

QUALIDADE DA ESTRUTURA CONFORMIDADE DO PROJETO DURABILIDADE DAS ESTRUTURAS CRITÉRIOS DE PROJETO VISANDO A DURABILIDADE

Concreto Armado. Conteúdo. Bibliografias e Materiais de Estudo. Avaliações 8/8/2016

Tecnologia da Construção Civil - I Estruturas de concreto. Roberto dos Santos Monteiro

ESTRUTURAS ESPECIAIS. Dimensionamento de Escadas

Estruturas de concreto Armado II. Aula II Flexão Simples Seção Retangular

Tabela 1.1 FLEXÃO SIMPLES EM SEÇÃO RETANGULAR - ARMADURA SIMPLES

ENG 2004 Estruturas de concreto armado I

Estruturas de Concreto Armado

Definição. Composto por uma combinação de cimento, areia, pedra e água, podendo ou não ter aditivos. Elementos que compõem o concreto:

CÁLCULO DE VIGAS. - alvenaria de tijolos cerâmicos furados: γ a = 13 kn/m 3 ; - alvenaria de tijolos cerâmicos maciços: γ a = 18 kn/m 3.

Aços Longos. Telas Soldadas Nervuradas

Telas Soldadas Nervuradas Belgo

ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO

ES013. Exemplo de de um Projeto Completo de de um de deconcreto Armado

ENG 2004 Estruturas de concreto armado I

Estruturas de concreto Armado II. Aula IV Flexão Simples Equações de Equilíbrio da Seção

Reforço com concreto e adição de armaduras

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL CENTRO TECNOLÓGICO

ECC 1008 ESTRUTURAS DE CONCRETO. (Continuação) Prof. Gerson Moacyr Sisniegas Alva

d- (0,5 ponto) Estabelecer o arranjo da armadura na seção transversal, indicando o estribo e seu espaçamento longitudinal. N d =1050 kn , donde

3 Programa Experimental

Material Específico Engenharia Civil Consolidado - 2º semestre de 2016 e 1º semestre de CQA/UNIP

4.14 Simbologia específica

Critérios. Critérios Gerais. Gerais

Professor Assistente do Departamento de Engenharia de Estruturas e Geotécnica da Escola Politécnica da USP.

O concreto armado é uma associação de concreto e aço que tem por finalidade aproveitar vantajosamente as qualidades desses dois materiais.

12 - AVALIAÇÕES. Fernando Musso Junior Estruturas de Concreto Armado 290

TÍTULO: ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA EM VIGA DE CONCRETO ARMADO CLASSE I E II

ESTUDO DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO SUBMETIDAS À FLEXÃO COM DIFERENTES COMPRIMENTOS DE TRASPASSE NA ARMADURA PRINCIPAL

Estrutura Concreto Armado. Tecnologia das Construções Profª Bárbara Silvéria

SÃO PAULO RIO DE JANEIRO REGULAMENTO PARA CONSTRUÇÕES EM CONCRETO ARMADO

SECC SISTEMAS ESTRUTURAIS CONCEITO PARA CÁLCULO Fernando de Moraes Mihalik

Ligações entre elementos prémoldados. Prof. Arthur Medeiros

Figura 1: Corte e planta da estrutura, seção transversal da viga e da laje da marquise

PRESCRIÇÕES DA NBR 6118

3 Programa Experimental

ENGENHARIA DE FORTIFICAÇÃO E CONSTRUÇÃO CADERNO DE QUESTÕES 2015/2016

Estrutura Concreto Armado. Tecnologia das Construções Profª Bárbara Silvéria

Técnico em Edificações Cálculo Estrutural Aula 05

Prof. Marcos Valin Jr. Prof. Marcos Valin Jr. Dosagem CONCRETO. Prof. Marcos Valin Jr. 1

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Estruturas e Fundações ES-012. Estruturas Pré-moldadas de Concreto

Orçamento de Obras. Aula 05 Levantamento de Quantitativo e Composição de Custo Unitário de Estrutura de Concreto

9.) Força Cortante e Torção Concomitantes - ELU

Introdução. Byl Farney Jr. Engenheiro Civil. Boa leitura!

Estruturas. Exercícios

PAREDES. Prof. Amison de Santana Silva

Aços Longos. Telas Soldadas Nervuradas

4 Ensaios Principais: Descrição e Apresentação dos Resultados

CAPÍTULO 4: CISALHAMENTO

Módulo 1: Conceitos e fundamentos para conservação de estruturas Aula 4 Fundamentos da tecnologia do concreto aplicados à conservação das estruturas

Profa. Fabiana L. Oliveira

Durabilidade : A A definição desta classe de agressividade ambien estrutural, pois influenciará nos valores mínimo respeitados, no valor mínimo do cob

Concreto Protendido. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA PROTENSÃO Prof. Letícia R. Batista Rosas

LAJES COGUMELO e LAJES LISAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESCOLA POLITÉCNICA DEPARTAMENTO DE EXPRESSÃO GRÁFICA

MODOS DE RUÍNA EM VIGA (COLAPSO)

TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES CÁLCULO ESTRUTURAL AULA 10

Ligações por meio de consolos de concreto

Concreto Protendido. MATERIAIS Prof. Letícia R. Batista Rosas

A Nova NBR Preparo, Controle e Recebimento de Concreto, com Foco na Durabilidade

Flexão. Introdução flexão. Roteiro de operações por vão. Flexão positiva. Flexão negativa

Concreto Protendido. SISTEMAS DE APLICAÇÃO DA PROTENSÃO Prof. Letícia R. Batista Rosas

3 PROGRAMA EXPERIMENTAL

Concreto Protendido. MATERIAIS Prof. MSc. Letícia R. Batista Rosas

SUBSTITUIÇÃO TOTAL DO AÇO, USANDO BAMBU COMO ARMADURA DE COMBATE A FLEXÃO EM VIGAS DE CONCRETO.

DIMENSIONAMENTO 7 DA ARMADURA TRANSVERSAL

BOAS PRÁTICAS DE PROJETOS DE LAJES PLANAS

Produtos para Construção Civil

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL. Profª Aline Cristina Souza dos Santos

M E M O R I A L T É C N I C O D E S C R I T I V O : E S T R U T U R A E M C O N C R E T O A R M A D O

3. Descrição dos Testes Experimentais

ESTRUTURAS DE CONCRETO PROTENDIDO

ANÁLISE EXPERIMENTAL DA INFLUENCIA DA ARMADURA DE PELE NO COMBATE AO CISALHAMENTO EM VIGAS DE CONCRETO ARMADO

Problema resolvido 4.2

USP UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO IEE INSTITUTO DE ELETROTÉCNICA E ENERGIA LABORATÓRIO MODELO E SEDE DO CENDAT REVISÃO 00 06/09/2013

Com o uso das rotinas de verificação de equilíbrio da seção sujeita aos esforços, obtêm-se as áreas de aço necessárias.

Curso: Superior de Tecnologia em Controle de Obras - Disciplina: Concreto e Argamassa - Professor: Marcos Valin Jr Aluno: - Turma: 2841.

CAPÍTULO I SISTEMAS ESTRUTURAIS

TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES CÁLCULO ESTRUTURAL AULA 08

SUMÁRio ,. PARTE - CONCEITOS BÁSICOS SOBRE CISALHAMENTO. CAPíTULO 1 TENSÕES DE CISAlHAMENTO NA FlEXÃO EM REGIME ELÁSTICO 12

Transcrição:

VIII - DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS GERAIS DAS ARMADURAS 1- ARMADURA DE PELE (item 18.3.5) Quando a altura útil da viga ultrapassar 60cm e o aço da armadura de tração for CA-50 ou CA-60, deve dispor-se longitudinalmente e próxima a cada face lateral da viga, na zona tracionada, uma armadura de pele. Esta armadura, de aço com resistência igual ou superior à do aço da armadura de tração, deve ter, em cada face, seção transversal igual a 0,05% de b w h. O afastamento entre as barras não deve ultrapassar d/3 e 20cm e a barra mais próxima da armadura de tração deve desta distar mais de 6cm e menos de 20cm. pele = 0,0005bh em cada face Tal armadura deve estar composta por barras de boa aderência. 2 AMADURA DE SUSPENSÃO - NORMA Nas proximidades das cargas concentradas transmitidas à peça em estudo por vigas que nelas se apoiem lateralmente ou fiquem nelas penduradas, deverá ser colocada uma armadura adequada de suspensão. No caso de apoios indiretos, para haver o equilíbrio de esforços internos da viga suporte, deve-se colocar no cruzamento das duas vigas uma armadura de suspensão, que funciona como um tirante interno, que levanta a força aplicada pela viga suportada na parte inferior da viga suporte até a parte superior da mesma. A armadura de suspensão deve envolver a armadura longitudinal da viga suporte. s susp 1,4 R fyd A = R: reação da viga suportada Pode-se reduzir o valor da reação quando as faces superiores das duas vigas estiverem no mesmo nível. uspensão pode ser feita através do prolongamento da armadura longitudinal da viga suportada ou por estribos complementares colocados preferencialmente no cruzamento das duas vigas. Estes estribos complementares devem envolver as armaduras longitudinais (superiores e inferiores) das duas vigas.

Armadura longitudinal Estribos complementares 3 -AFASTAMENTOS MÍNIMOS DAS BARRAS (item 18.3.2.2) Tendo em vista a necessidade de que o concreto envolva completamente a armadura e que não se apresentem falhas de concretagem, é preciso que haja pelo menos um espaçamento mínimo entre as barras da armadura dado por: a h φ 2 cm 1,2 d ag a v φ 2 cm 0,6 d d ag diâmetro do agregado: 1,25/1,9/2,5/3,0 cm ag Para permitir a passagem do vibrador, deve-se ter uma largura livre de: a = d vibrador + 1cm d vibrador diâmetro do vibrador: 35/50/75/100 mm 4 - PROTEÇÃO DAS ARMADURAS - COBRIMENTO C (item 6.4) A camada de cobrimento deve proteger TODAS as barras da armadura, inclusive as de estribos, barras de armaduras secundárias e mesmo de armaduras construtivas. 6.4.1. A agressividade do meio ambiente está relacionada às ações físicas e químicas que atuam sobre as estruturas de concreto. 6.4.2 Nos projetos de estruturas correntes, a agressividade ambiental deve ser classificada de acordo com a Tabela 6.1 Classe de agressividade ambiental I Agressividade Fraca Classificação geral do tipo de ambiente para efeito de projeto Rural Submersa Risco de deterioração da estrutura Insignificante II Moderada Urbana Pequeno III IV Forte Muito forte Marinha Industrial Industrial Respingos da maré Grande Elevado

7.4.2 Na falta de testes e devido à existência de uma forte correspondência entre a relação água/cimento, a resistência à compressão do concreto e sua durabilidade, permite-se adotar os requisitos mínimos expressos na tabela 7.1. Tabela 7.1 Concreto Relação água/cimento em massa Classe de concreto Tipo Classe de agressividade (tabela 6.1) I II III IV CA 0,65 0,60 0,55 0,45 CP 0,60 0,55 0,50 0,45 CA C20 C25 C30 C40 (ABNT NBR 8953) CP C25 C30 C35 C40 7.4.4 Não é permitido o uso de aditivos que contenham cloreto. 7.4.7.2 Para garantir o cobrimento mínimo (Cmin) o projeto e a execução devem considerar o cobrimento nominal (Cnom), que é o cobrimento mínimo acrescido da tolerância de execução ( c) Tabela 7.2 apresenta os valores dos cobrimentos nominais para c = 10 mm. 7.4.7.4 Quando houver um adequado controle de qualidade e rígidos limites de tolerância da variabilidade das medidas durante a execução pode ser adotado o valor c = 5mm, mas a exigência de controle rigoroso deve ser explicitada nos desenhos do projeto. Permite-se então, a redução dos cobrimentos nominais prescritos na tabela 7.2 em 5mm. 7.4.7.5 Os cobrimentos nominais e mínimos estão sempre referidos à superfície da armadura externa, em geral à face externa do estribo. O cobrimento nominal de uma determinada barra deve ser: a) c nom Φ barra; b c nom Φ fiexe = Φn =Φ n; d) c nom 0,5 Φ bainha. 7.4.7.6 A dimensão máxima do agregado graúdo utilizado no concreto não pode superar em 20% a espessura nominal do cobrimento. d max 1,2 c nom Tipo de estrutura Concreto armado Concreto protendido Componente ou elemento Classe de agressividade ambiental (cobrimento nominal em mm) I II III IV Laje 20 25 35 45 Pilar 25 30 40 50 Todos 30 35 45 55 5 - ARMADURA DE MONTAGEM (AMARRAÇÃO) Quando não houver armaduras necessárias ao equilíbrio, deve-se colocar barras longitudinais adicionais nas arestas dos estribos para permitir a amarração dos mesmos. O diâmetro destas barras deve ser maior ou igual ao diâmetro do estribo. montagem (X) (M) (M) (M)

6 - DOBRAMENTOS Na confecção das armaduras, muitas vezes se faz necessário a realização de diferentes tipos de dobramento das barras de aço. Tais dobramentos devem ser feitos com raios de curvatura que respeitem as características do aço empregado; isto é, sem que ocorra fissuração do aço do lado tracionado da barra. Também, devem evitar o fendilhamento do concreto no plano de dobramento da armdura, já que as curvaturas das barras de aço introduzem tensões radiais de compressão no concreto. GANCHOS, ESTRIBOS E DOBRAS Diâmetro interno de curvatura TIPO BITOLA CA-50 CA-60 estribos φ 6,3 3φ 3φ ganchos, dobras e estribos φ < 20 φ 20 5φ 8φ 6φ - BARRAS TRACIONADAS - Diâmetro interno de dobramento CA-50 CA-60 15φ 20φ 7 - COMPRIMENTOS DAS BARRAS DOBRADAS (l 2 - l 1 ) acréscimo de comprimento para 2 ganchos l 90 comprimento do dobramento a 90 0 Bitola (l 2 - l 1 ) cm l 90 (cm) 5 10 6 6,3 12 8 8 15 10 10 19 12 12,5 23 15 16 30 19

20 45 26 22,2 50 29 25 56 33