Boletimj. Manual de Procedimentos. Imposto de Renda e Legislação Societária. Tributos e Contribuições Federais. Legislação Falimentar.



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Transcrição:

Boletimj Manual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária Fascículo N o 41/2014 // Tributos e Contribuições Federais IRPJ/CSL Tributação em bases universais - Controladora.... 01 // Legislação Falimentar Encerramento da falência e extinção das obrigações do falido.... 08 // IOB Comenta Registro do Comércio Empresas estão desobrigadas da apresentação de certidões negativas nas Juntas Comerciais.... 09 // IOB Perguntas e Respostas IR Fonte PLR - Tributação de períodos diferentes... 10 IRPJ/CSL Investimento pelo valor de patrimônio líquido - Conceito de mais ou menos-valia.... 10 Parcelamento da MP nº 651/2014 - Quitação antecipada - Requerimento.... 10 Acesse a versão eletrônica deste fascículo em www.iob.com.br/boletimiobeletronico Veja nos Próximos Fascículos a IRPJ/CSL - Tributação em bases universais - Coligadas a IRRF - Operações de empréstimos de ações, títulos e outros valores mobiliários a IRPJ/CSL - Valor justo

2014 by IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE Capa: Marketing IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE Editoração Eletrônica e Revisão: Editorial IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE Telefone: (11) 2188-7900 (São Paulo) 0800-724-7900 (Outras Localidades) Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Imposto de renda e legislação societária : tributação em bases universais : controladoras... -- 10. ed. -- São Paulo : IOB Folhamatic EBS - SAGE, 2014. -- (Coleção manual de procedimentos) ISBN 978-85-379-2265-1 1. Falência - Leis e legislação - Brasil 2. Imposto de renda - Leis e legislação - Brasil 3. Pessoa jurídica - Brasil 4. SIMPLES - Leis e legislação - Brasil I. Série. 14-10063 CDU-34:336.2:347.72(81) Índices para catálogo sistemático: 1. Brasil : Tributação : Empresas : Direito tributário 34:336.2:347.72(81) Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei n o 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998). Impresso no Brasil Printed in Brazil Boletim IOB

Boletimj Manual de Procedimentos a Tributos e Contribuições Federais IRPJ/CSL Tributação em bases universais - Controladora SUMÁRIO 1. Introdução 2. Breve histórico 3. Controladoras 4. Deduções da base de cálculo do IRPJ e da CSL 5. Pagamento do IRPJ e da CSL 1. Introdução A Lei nº 12.973/2014 é resultante da conversão, com emendas, da Medida Provisória nº 627/2013 e alterou, entre outras disposições, a forma de tributação dos lucros auferidos por conta de investimentos realizados no exterior por pessoa jurídica sediada no Brasil. 1.1 Adoção da Lei nº 12.973/2014 no ano- -calendário de 2014 O novo regime tributário instituído pela Lei nº 12.973/2014 começará a vigorar a partir de 1º.01.2015. Porém, a pessoa jurídica poderá optar pela aplicação antecipada das disposições contidas nos arts. 76 a 92 da referida Lei a partir do ano-calendário de 2014, observando-se que, nessa hipótese, a opção será irretratável e acarretará a observância de todas as alterações trazidas pelos dispositivos mencionados a contar de 1º.01.2014. No caso de pessoas jurídicas que exerceram a opção pela aplicação das disposições contidas nos arts. 76 a 92 da Lei nº 12.973/2014, fica afastada a previsão de que: a) os lucros serão considerados disponibilizados para a empresa no Brasil no caso de controlada ou coligada, na data do pagamento ou do A pessoa jurídica controladora domiciliada no Brasil, ou a ela equiparada, deverá fazer o registro em subcontas da conta de Investimentos (Ativo Não Circulante) em controlada direta no exterior, de forma individualizada crédito em conta representativa de obrigação da empresa no exterior; b) os créditos de Imposto de Renda de que trata o art. 26 da Lei nº 9.249/1995, relativos a lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior, somente serão compensados com o Imposto de Renda devido no Brasil se referidos lucros, rendimentos e ganhos de capital forem computados na base de cálculo do imposto, no Brasil, até o final do segundo ano-calendário subsequente ao de sua apuração; e c) para fins da determinação da base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL), nos termos do art. 25 da Lei nº 9.249/1995 e do art. 21 da Medida Provisória nº 2.158-35/2001, os lucros auferidos por controlada ou coligada no exterior serão considerados disponibilizados para a controladora ou coligada no Brasil na data do balanço no qual tiverem sido apurados. A Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) disciplinou por meio da Instrução Normativa RFB nº 1.469/2014, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.484/2014, a aplicação das disposições previstas na Lei nº 12.973/2014, sobretudo em relação à opção pelos efeitos da aplicação das novas regras tributárias em 2014, determinando, em síntese, que: a) a pessoa jurídica poderá optar pela aplicação, para o ano-calendário de 2014, das disposições contidas: a.1) nos arts. 1º e 2º e 4º a 70 da Lei nº 12.973/2014; e a.2) nos arts. 76 a 92 da Lei nº 12.973/2014; Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 41 IR/LS41-01

b) as opções pelo novo regime tributário são independentes e deverão ser manifestadas na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), referente aos fatos geradores ocorridos no mês de agosto/2014; c) o caso de início de atividade ou de surgimento de nova pessoa jurídica em razão de fusão ou cisão, no ano-calendário de 2014, as opções pelas novas regras tributárias deverão ser manifestadas na DCTF referente aos fatos geradores ocorridos no 1º mês de atividade, exceto na hipótese de o 1º mês de início de atividade ou de surgimento de nova pessoa jurídica em razão de fusão ou cisão ocorrer no período de janeiro a julho/2014, devendo, nesse caso, as opções serem exercidas na DCTF referente aos fatos geradores ocorridos no mês de agosto/2014; d) as opções serão irretratáveis e acarretarão a observância, a contar de 1º.01.2014, de todas as alterações trazidas: d.1) pelos arts. 1º e 2º e 4º a 70 e dos efeitos produzidos pelas disposições previstas nos incisos I a VI, VIII e X do caput do art. 117 da Lei nº 12.973/2014, no caso da opção prevista no inciso I do caput do art. 1º; e d.2) pelos arts. 76 a 92 e dos efeitos produzidos pelas disposições previstas nos incisos I a VII e IX do caput do art. 117 da Lei nº 12.973/2014, no caso da opção prevista no inciso II do caput do art. 1º. Cumpre mencionar que, na data da adoção inicial, as participações societárias de caráter permanente serão avaliadas de acordo com a Lei nº 6.404/1976. No caso de participação societária avaliada pelo valor de patrimônio líquido, as determinações do desdobramento do custo de aquisição, constantes do art. 20 do Decreto-lei nº 1.598/1977 deverão ser observadas, exceto o 3º do mesmo dispositivo. Observa-se, por fim, que as eventuais diferenças na data da adoção inicial entre o valor da participação societária na contabilidade societária e na Escrituração Contábil para Fins Societários e do Controle Fiscal Contábil de Transição (FCont) não serão adicionadas ou excluídas na determinação do lucro real (Instrução Normativa RFB nº 1.493/2014). 2. Breve histórico A Medida Provisória nº 2.158-35/2001, art. 74, determina que, para efeito da determinação da base de cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da CSL, os lucros auferidos por controlada no exterior serão considerados disponibilizados para a controladora no Brasil na data do balanço no qual tiverem sido apurados. Porém, esse dispositivo foi revogado pela Lei nº 12.973/2014, art. 117, IX, com efeitos a partir de 1º.01.2015 ou a contar de 1º.01.2014 no caso de a pessoa jurídica ser optante pelo novo regime tributário na forma do subtópico 1.1. Notas (1) De acordo com o art. 25, 2º, da Lei nº 9.249/1995, os lucros auferidos no exterior serão computados na determinação do lucro real das pessoas jurídicas correspondente ao balanço levantado em 31 de dezembro de cada ano, sendo que: a) os lucros auferidos por filiais, sucursais ou controladas, no exterior, de pessoas jurídicas domiciliadas no Brasil serão computados na apuração do lucro real com observância do seguinte: a.1) as filiais, sucursais e controladas deverão demonstrar a apuração dos lucros que auferirem em cada um de seus exercícios fiscais, segundo as normas da legislação brasileira; a.2) os lucros a que se refere a letra a.1 serão adicionados ao lucro líquido da matriz ou controladora, na proporção de sua participação acionária, para apuração do lucro real; a.3) se a pessoa jurídica se extinguir no curso do exercício, deverá adicionar ao seu lucro líquido os lucros auferidos por filiais, sucursais ou controladas, até a data do balanço de encerramento; a.4) as demonstrações financeiras das filiais, sucursais e controladas que embasarem as demonstrações em reais deverão ser mantidas no Brasil pelo prazo de 5 anos, conforme previsto no art. 173 da Lei nº 5.172/1966 (Código Tributário Nacional - CTN); b) os lucros a que se refere a letra a serão convertidos em reais pela taxa de câmbio, para venda, do dia das demonstrações financeiras em que tenham sido apurados os lucros da filial, sucursal, controlada ou coligada. (2) Desde 14.05.2014, os lucros são apurados segundo as normas da legislação comercial do país de domicílio (Lei nº 9.249/1995, art. 25, 7º, e Lei nº 12.973/2014, arts. 95 e 119). (Medida Provisória nº 2.158-35/2001, arts. 21 e 74; Lei nº 9.249/1995, art. 25; Lei nº 12.973/2014, arts. 95, 117, IX, e 119) 2.1 Posicionamento do STF Recentemente, foi proferido o acórdão emanado do Supremo Tribunal Federal (STF), em relação à Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn) nº 2.588/2001, em que se questionava a constitucionalidade do art. 74 da Medida Provisória nº 2.158-35/2001, porquanto esse dispositivo legal considerava a disponibilização dos lucros auferidos por controlada ou coligada no exterior à controladora ou coligada no Brasil na data do balanço em que tiverem sido apurados, momento em que os lucros deveriam ser incluídos na base de cálculo do IRPJ e da CSL. Dessa forma, orientada pelos pontos comuns às opiniões majoritárias, a Suprema Corte reconheceu: 41-02 IR/LS Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 41 - Boletim IOB

a) a inaplicabilidade do art. 74 da Medida Provisória nº 2.158-35/2001 às empresas nacionais coligadas a pessoas jurídicas sediadas em países sem tributação favorecida, ou que não sejam paraísos fiscais ; b) a aplicabilidade do art. 74 da Medida Provisória nº 2.158-35/2001 às empresas nacionais controladoras de pessoas jurídicas sediadas em países de tributação favorecida, ou desprovidos de controles societários e fiscais adequados ( paraísos fiscais, assim definidos em lei); c) a inconstitucionalidade do art. 74, parágrafo único, da Medida Provisória nº 2.158-35/2001, de modo que o texto impugnado não pode ser aplicado em relação aos lucros apurados até 31.12.2001. Notas (1) Consideram-se paraísos fiscais os países ou dependências que não tributam a renda ou que a tributam à alíquota inferior a 20% ou, ainda, cuja legislação interna não permita acesso a informações relativas à composição societária de pessoas jurídicas ou à sua titularidade as seguintes jurisdições: Andorra, Anguilla, Antígua e Barbuda, Antilhas Holandesas, Aruba, Ilhas Ascensão, Comunidade das Bahamas, Bahrein, Barbados, Belize, Ilhas Bermudas, Brunei, Campione D Itália, Ilhas do Canal (Alderney, Guernsey, Jersey e Sark), Ilhas Cayman, Chipre, Cingapura, Ilhas Cook, República da Costa Rica, Djibouti, Dominica, Emirados Árabes Unidos, Gibraltar, Granada, Hong Kong, Kiribati, Lebuan, Líbano, Libéria, Liechtenstein, Macau, Ilha da Madeira, Maldivas, Ilha de Man, Ilhas Marshall, Ilhas Maurício, Mônaco, Ilhas Montserrat, Nauru, Ilha Niue, Ilha Norfolk, Panamá, Ilha Pitcairn, Polinésia Francesa, Ilha Queshm, Samoa Americana, Samoa Ocidental, San Marino, Ilhas de Santa Helena, Santa Lúcia, Federação de São Cristóvão e Nevis, Ilha de São Pedro e Miguelão, São Vicente e Granadinas, Seychelles, Ilhas Solomon, St. Kitts e Nevis, Suazilândia, Sultanato de Omã, Tonga,Tristão da Cunha, Ilhas Turks e Caicos, Vanuatu, Ilhas Virgens Americanas, Ilhas Virgens Britânicas (Lei nº 9.430/1996, arts. 24 e 24-A; Instrução Normativa RFB nº 1.037/2010, art. 1º). (2) Até 31.12.2013, a Suíça integrava a relação dos paraísos fiscais. Porém, desde 1º.01.2014, com referência à Suíça, os regimes fiscais privilegiados aplicáveis às pessoas jurídicas constituídas sob a forma de holding company, domiciliary company, auxiliary company, mixed company e administrative company cujo tratamento tributário resulte em incidência de Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), de forma combinada, inferior a 20%, segundo a legislação federal, cantonal e municipal, assim como o regime aplicável a outras formas legais de constituição de pessoas jurídicas, mediante rulings emitidos por autoridades tributárias, que resulte em incidência de IRPJ, de forma combinada, inferior a 20%, segundo a legislação federal, cantonal e municipal (Instrução Normativa RFB nº 1.037/2010, art. 2º; Instrução Normativa RFB nº 1.474/2014). 3. Controladoras 3.1 Evidenciação do resultado contábil em subcontas vinculadas à conta de investimentos A pessoa jurídica controladora domiciliada no Brasil ou a ela equiparada (veja as notas a seguir) deverá fazer o registro em subcontas da conta de Investimentos (Ativo Não Circulante) em controlada direta no exterior, de forma individualizada, o resultado contábil na variação do valor do investimento equivalente aos lucros ou prejuízos auferidos pela própria controlada direta e suas controladas, direta ou indiretamente, no Brasil ou no exterior, relativamente ao ano-calendário em que foram apurados em balanço, observada a proporção de sua participação em cada controlada, direta ou indireta. Vale mencionar que, nos resultados das controladas diretas ou indiretas, não deverão constar os resultados auferidos por outra pessoa jurídica sobre a qual a pessoa jurídica controladora domiciliada no Brasil mantenha o controle direto ou indireto. Notas (1) Equipara-se à condição de controladora a pessoa jurídica domiciliada no Brasil que detenha participação em coligada no exterior e que, em conjunto com pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no Brasil ou no exterior, consideradas a ela vinculadas, possua mais de 50% do capital votante da coligada no exterior (Lei nº 12.973/2014, art. 83). (2) Consideram-se vinculadas à pessoa jurídica domiciliada no Brasil (Lei nº 12.973/2014, art. 83, parágrafo único; Lei nº 6.404/1976, art. 243, 1º e 2º, com a redação dada pela Lei nº 11.941/2009): a) a pessoa física ou jurídica cuja participação societária no seu capital social a caracterize como sua controladora, direta ou indireta, ou seja: a.1) são coligadas as sociedades nas quais a investidora tenha influência significativa: a.1.1) considera-se influência significativa, quando a investidora detém ou exerce o poder de participar nas decisões das políticas financeira ou operacional da investida, sem controlá-la; a.1.2) será presumida influência significativa quando a investidora for titular de 20% ou mais do capital votante da investida, sem controlá-la; a.2) a controlada, assim considerada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores; b) a pessoa jurídica que seja caracterizada como sua controlada, direta ou indireta, ou coligada, na forma definida nas letras a.1 e a.2 ; c) a pessoa jurídica quando esta e a empresa domiciliada no Brasil estiverem sob controle societário ou administrativo comum ou quando pelo menos 10% do capital social de cada uma pertencer à mesma pessoa física ou jurídica; d) a pessoa física ou jurídica que seja sua associada, na forma de consórcio ou condomínio, conforme definido na legislação brasileira, em qualquer empreendimento; e) a pessoa física que for parente ou afim até o terceiro grau, cônjuge ou companheiro de qualquer de seus conselheiros, administradores, sócios ou acionista controlador em participação direta ou indireta; e f) a pessoa jurídica residente ou domiciliada em país com tributação favorecida ou beneficiária de regime fiscal privilegiado, conforme dispõem os arts. 24 e 24-A da Lei nº 9.430/1996, desde que não comprove que seus controladores não estejam enquadrados nas letras a a e. 3.2 Conversão em reais da variação do valor do investimento equivalente ao lucro ou prejuízo auferido no exterior A variação do valor do investimento equivalente ao lucro ou prejuízo auferido no exterior será convertida em reais, para efeito da apuração da base de cálculo do IRPJ e da CSL, com base na taxa de câmbio da Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 41 IR/LS41-03

moeda do país de origem fixada para venda, pelo Banco Central do Brasil (Bacen), correspondente à data do levantamento de balanço da controlada direta ou indireta. Caso a moeda do país de origem do tributo não tenha cotação no Brasil, o seu valor será convertido em dólares dos Estados Unidos da América (EUA) e, em seguida, em reais. 3.3 Tributação em bases universais das pessoas jurídicas O art. 77 da Lei nº 12.973/2014 dispõe sobre os procedimentos a serem adotados para efeito da tributação em bases universais, que, em linhas gerais, se assemelha ao cálculo da equivalência patrimonial. 3.3.1 Resultado positivo A parcela do ajuste do valor do investimento em controlada, direta ou indireta, domiciliada no exterior equivalente aos lucros por ela auferidos antes do IRPJ, excetuando a variação cambial, deverá ser computada na determinação do lucro real e na base de cálculo da CSL da pessoa jurídica controladora domiciliada no Brasil. Salienta-se que a referida parcela do ajuste compreende apenas os lucros auferidos no período, não alcançando as demais parcelas que influenciaram o patrimônio líquido (PL) da controlada, direta ou indireta, domiciliada no exterior. Nota A parcela do lucro auferido no exterior, por controlada, direta ou indireta, ou coligada, correspondente às atividades de afretamento por tempo ou casco nu, arrendamento mercantil operacional, aluguel, empréstimo de bens ou prestação de serviços diretamente relacionados à prospecção e exploração de petróleo e gás, em território brasileiro, não será computada na determinação do lucro real e na base de cálculo da CSL da pessoa jurídica controladora domiciliada no Brasil, observado o disposto no 1º do art. 91 da Lei nº 12.708/2012. Ressalta-se que esse dispositivo se aplica: a) somente nos casos de controlada, direta ou indireta, ou coligada no exterior de pessoa jurídica brasileira: a.1) detentora de concessão ou autorização nos termos da Lei nº 9.478/1997, ou sob o regime de partilha de produção de que trata a Lei nº 12.351/2010, ou sob o regime de cessão onerosa previsto na Lei nº 12.276/2010; a.2) contratada pela pessoa jurídica de que trata a letra a.1 ; b) inclusive nos casos de coligada de controlada direta ou indireta de pessoa jurídica brasileira. 3.3.2 Resultado negativo O prejuízo acumulado da controlada, direta ou indireta, domiciliada no exterior referente aos anos-calendário anteriores à produção de efeitos da Lei nº 12.973/2014 (veja o tópico 1) poderá ser compensado com os lucros futuros da mesma pessoa jurídica no exterior que lhes deu origem, desde que os estoques de prejuízos sejam informados na forma e prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB (Lei nº 12.973/2014, art. 77, 2º). 3.3.3 Consolidação no balanço Até o ano-calendário de 2022, parcela do ajuste do valor do investimento em controlada, direta ou indireta, domiciliada no exterior equivalente aos lucros ou prejuízos poderão ser consideradas de forma consolidada na determinação do lucro real e da base de cálculo da CSL da controladora no Brasil, excepcionadas as parcelas referentes às pessoas jurídicas investidas que se encontrem em pelo menos uma das seguintes situações: a) estejam situadas em país com o qual o Brasil não mantenha tratado ou ato com cláusula específica para troca de informações para fins tributários (veja a nota 1); b) estejam localizadas em país ou dependência com tributação favorecida; c) sejam beneficiárias de regime fiscal privilegiado; d) estejam submetidas a regime de subtributação; e) sejam controladas, direta ou indiretamente, por pessoa jurídica submetida a tratamento tributário previsto nas letras b a d ; ou f) tenham renda ativa própria inferior a 80% da renda total (veja as notas 2 e 3, nos termos definidos no art. 84 da Lei nº 12.973/2014. A consolidação deverá conter a demonstração individualizada em subcontas e a demonstração das rendas ativas e passivas na forma e prazo estabelecidos pela RFB. Notas (1) Na ausência da condição da letra a desse subtópico, a consolidação será admitida se a controladora no Brasil disponibilizar a contabilidade societária em meio digital e a documentação de suporte da escrituração, na forma e prazo a serem estabelecidos pela RFB, mantidas as demais condições. (2) Considera-se renda ativa própria aquela obtida diretamente pela pessoa jurídica mediante a exploração de atividade econômica própria, excluídas as receitas decorrentes de royalties, juros, dividendos, participações societárias, aluguéis, ganhos de capital, salvo na alienação de participações societárias ou ativos de caráter permanente adquiridos há mais de 2 anos, aplicações financeiras e intermediação financeira. Também podem ser considerados como renda ativa própria os valores 41-04 IR/LS Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 41 - Boletim IOB

recebidos a título de dividendos ou a receita decorrente de participações societárias relativos a investimentos efetuados até 31.12.2013 em pessoa jurídica cuja receita ativa própria seja igual ou superior a 80%. Ressalta- -se que os juros, aplicações financeiras e intermediação financeira não se aplicam às instituições financeiras reconhecidas e autorizadas a funcionar pela autoridade monetária do país em que estejam situadas (Lei nº 12.973/2014, art. 84, I, 1º e 2º). (3) Considera-se renda total o somatório das receitas operacionais e não operacionais, conforme definido na legislação comercial do país de domicílio da investida (Lei nº 12.973/2014, art. 84, II). 3.3.4 Adição do resultado positivo O resultado positivo da consolidação deverá ser adicionado ao lucro líquido relativo ao balanço de 31 de dezembro do ano-calendário em que os lucros tenham sido apurados pelas empresas domiciliadas no exterior para fins de determinação do lucro real e da base de cálculo da CSL da pessoa jurídica controladora domiciliada no Brasil. lucro real e da base de cálculo da CSL da pessoa jurídica controladora domiciliada no Brasil, nas seguintes formas: a) se positiva, deverá ser adicionada ao lucro líquido relativo ao balanço de 31 de dezembro do ano-calendário em que os lucros tenham sido apurados pela empresa domiciliada no exterior; e b) se negativa, poderá ser compensada com lucros futuros da mesma pessoa jurídica no exterior que lhes deu origem, desde que os estoques de prejuízos sejam informados na forma e prazo estabelecidos pela RFB. Nota O disposto no subtópico 3.3 aplica-se à coligada equiparada à controladora (veja nota 1 do subtópico 3.1 - Lei nº 12.973/2014, art. 80) 3.3.5 Dever de informação à RFB do resultado negativo e compensação com lucros futuros No caso de resultado negativo da consolidação, a controladora domiciliada no Brasil deverá informar à RFB as parcelas negativas utilizadas na consolidação, no momento da apuração, na forma e prazo por ela estabelecidos. Após os ajustes decorrentes das parcelas negativas, nos prejuízos acumulados, o saldo remanescente de prejuízo de cada pessoa jurídica poderá ser utilizado na compensação com lucros futuros das mesmas pessoas jurídicas no exterior que lhes deram origem, desde que os estoques de prejuízos sejam informados na forma e prazo estabelecidos pela RFB. Nota O prejuízo auferido no exterior por controlada de que trata a nota do subtópico 3.3.1 não poderá ser utilizado na consolidação. 3.3.6 Opção irretratável A opção pela consolidação dos resultados é irretratável para o ano-calendário correspondente. 3.3.7 Ausência de consolidação Quando não houver consolidação, a parcela do ajuste do valor do investimento em controlada, direta ou indireta, domiciliada no exterior equivalente aos lucros ou prejuízos por ela auferidos deverá ser considerada de forma individualizada na determinação do 4. Deduções da base de cálculo do IRPJ e da CSL 4.1 Controladora no Brasil Para fins de apuração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL) devida pela controladora no Brasil, poderá ser deduzida da parcela do lucro da pessoa jurídica controlada, direta ou indireta, domiciliada no exterior, a parcela do lucro oriunda de participações destas em pessoas jurídicas controladas ou coligadas domiciliadas no Brasil. 4.1.1 Preços de transferência Poderão ser deduzidos do lucro real e da base de cálculo da CSL os valores referentes às adições, espontaneamente efetuadas, decorrentes da aplicação das regras de preços de transferência, previstas nos arts. 18 a 22 da Lei nº 9.430/1996, e das regras previstas nos arts. 24 a 26 da Lei nº 12.249/2010, desde que os lucros auferidos no exterior tenham sido considerados na respectiva base de cálculo do IRPJ e da CSL da pessoa jurídica controladora domiciliada no Brasil ou a ela equiparada, e cujo IRPJ e CSL correspondentes, em qualquer das hipóteses, tenham sido recolhidos, observando-se que a dedução: a) deve referir-se a operações efetuadas com a respectiva controlada, direta ou indireta, da qual o lucro seja proveniente; b) deve ser proporcional à participação na controlada no exterior; Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 41 IR/LS41-05

c) deve estar limitada ao valor do lucro auferido pela controlada no exterior; e d) deve ser limitada ao imposto devido no Brasil em razão dos ajustes previstos anteriormente. O disposto neste subtópico aplica-se à hipótese em que se verifique o descumprimento de, pelo menos, uma das condições previstas no caput do art. 81 da Lei nº 12.973/2014, o resultado na coligada domiciliada no exterior equivalente aos lucros ou prejuízos por ela apurados deverá ser computado na determinação do lucro real e na base de cálculo da CSL da pessoa jurídica investidora domiciliada no Brasil. Dessa forma, se positivo, deverá ser adicionado ao lucro líquido relativo ao balanço de 31 de dezembro do ano-calendário em que os lucros tenham sido apurados pela empresa domiciliada no exterior; se negativo, poderá ser compensado com lucros futuros da mesma pessoa jurídica no exterior que lhes deu origem, desde que os estoques de prejuízos sejam informados na forma e prazo estabelecidos pela RFB. 4.1.2 Compensação de Imposto de Renda pago no exterior A pessoa jurídica poderá deduzir, na proporção de sua participação, o Imposto de Renda pago no exterior pela controlada direta ou indireta, incidente sobre as parcelas positivas computadas na determinação do lucro real da controladora no Brasil, até o limite dos tributos sobre a renda incidentes no Brasil sobre as referidas parcelas. No caso de consolidação, deverá ser considerado para efeito da dedução o Imposto sobre a Renda pago pelas pessoas jurídicas cujos resultados positivos tiverem sido consolidados. Porém, no caso de não haver consolidação, a dedução será efetuada de forma individualizada por controlada, direta ou indireta. Ressalta-se que o valor do tributo pago no exterior a ser deduzido não poderá exceder o montante do Imposto de Renda e adicional, devidos no Brasil, sobre o valor das parcelas positivas dos resultados, incluído na apuração do lucro real. Nota Considera-se Imposto sobre a Renda o tributo que incida sobre lucros, independentemente da denominação oficial adotada, do fato de ser este de competência de Unidade da Federação do país de origem e de o pagamento ser exigido em dinheiro ou outros bens, desde que comprovado por documento oficial emitido pela administração tributária estrangeira, inclusive quanto ao imposto retido na fonte sobre o lucro distribuído para a controladora brasileira (Lei nº 12.973/2014, art. 87, 1º). 4.1.3 Compensação de saldo excedente de tributo pago no exterior O saldo do tributo pago no exterior que exceder o valor passível de dedução do valor do Imposto de Renda e adicional devidos no Brasil poderá ser deduzido do valor da CSL, devida em virtude da adição à sua base de cálculo das parcelas positivas dos resultados oriundos do exterior, até o valor devido em decorrência dessa adição. 4.1.4 Conversão em reais O tributo pago no exterior a ser deduzido será convertido em reais, tomando-se por base a taxa de câmbio da moeda do país de origem fixada para venda pelo Banco Central do Brasil (Bacen), correspondente à data do balanço apurado ou na data da disponibilização. Caso a moeda do país de origem do tributo não tenha cotação no Brasil, o seu valor será convertido em dólares dos Estados Unidos da América (EUA) e, em seguida, em reais. 4.1.5 Tributação dos lucros da controlada no exterior em momento posterior à tributação da controladora no Brasil Na hipótese de os lucros da controlada, direta ou indireta, virem a ser tributados no exterior em momento posterior àquele em que tiverem sido tributados pela controladora domiciliada no Brasil, a dedução deverá ser efetuada no balanço correspondente ao ano-calendário em que ocorrer a tributação, ou em ano-calendário posterior, e deverá respeitar os limites previstos nos subtópicos 4.1.2 e 4.1.3. 4.1.6 Documento do Imposto de Renda reconhecido pelo órgão arrecadador e pelo consulado da embaixada brasileira Para fins de dedução, o documento relativo ao Imposto de Renda pago no exterior deverá ser reconhecido pelo respectivo órgão arrecadador e pelo Consulado da Embaixada Brasileira no país em que for devido o imposto. 4.1.7 Dedução do crédito presumido Até o ano-calendário de 2022, a controladora no Brasil poderá deduzir até 9%, a título de crédito 41-06 IR/LS Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 41 - Boletim IOB

presumido sobre a renda incidente sobre a parcela positiva computada no lucro real, observados o disposto no 2º do art. 87 e as condições previstas nos incisos I e IV do art. 91 da Lei nº 12.973/2014, relativo a investimento em pessoas jurídicas no exterior que realizem as atividades de fabricação de bebidas, de fabricação de produtos alimentícios e de construção de edifícios e de obras de infraestrutura. Vale mencionar que o Poder Executivo poderá, desde que não resulte em prejuízo aos investimentos no País, ampliar o rol de atividades com investimento em pessoas jurídicas no exterior. 4.1.8 IRRF A matriz e a pessoa jurídica controladora domiciliada no Brasil ou a ela equiparada poderão considerar como imposto pago, para fins da dedução, o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), na proporção de sua participação, decorrente de rendimentos recebidos pela filial, sucursal ou controlada domiciliada no exterior, o que somente será permitido se for reconhecida a receita total auferida pela filial, sucursal ou controlada, com a inclusão do imposto retido, e está limitado ao valor que o país de domicílio do beneficiário do rendimento permite que seja aproveitado na apuração do imposto devido da controlada (Lei nº 12.973/2014, art. 89). 5. Pagamento do IRPJ e da CSL 5.1 Diferimento do imposto e da contribuição À opção da pessoa jurídica, o IRPJ e a CSL devidos decorrentes do resultado considerado na apuração da pessoa jurídica domiciliada no Brasil poderão ser pagos na proporção dos lucros distribuídos nos anos subsequentes ao encerramento do período de apuração a que corresponder, observado o 8º ano subsequente ao período de apuração para a distribuição do saldo remanescente dos lucros ainda não oferecidos à tributação, assim como a distribuição mínima de 12,50% no 1º ano subsequente. O valor do pagamento, a partir do 2º ano subsequente, será acrescido de juros calculados com base na taxa London Interbank Offered Rate (Libor), para depósitos em dólares dos Estados Unidos da América (EUA) pelo prazo de 12 meses, referente ao último dia útil do mês civil imediatamente anterior ao vencimento, acrescida da variação cambial dessa moeda, definida pelo Banco Central do Brasil (Bacen), pro rata tempore, acumulados anualmente, calculados na forma definida em ato do Poder Executivo, sendo os juros dedutíveis na apuração do lucro real e da base de cálculo da CSL. 5.2 Confissão de dívida A opção, na forma mencionada, aplica-se, exclusivamente, ao valor informado pela pessoa jurídica domiciliada no Brasil em declaração que represente confissão de dívida e constituição do crédito tributário, relativa ao período de apuração dos resultados no exterior, na forma estabelecida pela RFB. 5.3 Fusão, cisão, incorporação e extinção da pessoa jurídica No caso de fusão, cisão, incorporação, encerramento de atividade ou liquidação da pessoa jurídica domiciliada no Brasil, o pagamento do tributo deverá ser feito até a data do evento ou da extinção da pessoa jurídica, conforme o caso. 5.4 Requisitos A opção pelo pagamento do IRPJ e da CSL na forma mencionada no tópico 5 poderá ser realizada somente em relação à parcela dos lucros decorrentes dos resultados considerados na apuração da pessoa jurídica domiciliada no Brasil de controlada, direta ou indireta, no exterior: a) não sujeita a regime de subtributação; b) não localizada em país ou dependência com tributação favorecida; c) não beneficiária de regime fiscal privilegiado; d) não controlada, direta ou indiretamente, por pessoa jurídica submetida ao tratamento tributário previsto nas letras b e c ; e e) que tenha renda ativa própria igual ou superior a 80% da sua renda total. No caso de infração a esses requisitos, será aplicada multa isolada de 75% sobre o valor do tributo declarado. 5.5 Filial ou sucursal no exterior Aplica-se o disposto nos tópicos 3 a 5 ao resultado obtido por filial ou sucursal no exterior. N Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 41 IR/LS41-07

a Legislação Falimentar Encerramento da falência e extinção das obrigações do falido SUMÁRIO 1. Introdução 2. Prestação de contas do administrador judicial 3. Relatório final da falência 4. Prescrição das obrigações do falido 5. Extinção das obrigações 1. INTRODUÇÃO O encerramento do processo de falência e a extinção das obrigações do falido encontram-se disciplinados na Lei de Falências (Lei nº 11.101/2005), arts. 154 a 160, conforme focalizado neste trabalho. 2. PRESTAÇÃO DE CONTAS DO ADMINISTRADOR JUDICIAL De acordo com o art. 154 do vigente diploma falimentar, concluída a realização de todo o ativo do falido e distribuído o produto entre os credores, o administrador judicial deve apresentar suas contas ao juiz no prazo de 30 dias, observando-se que: a) as contas, acompanhadas dos documentos comprobatórios, devem ser prestadas em autos apartados que, ao final, serão apensados aos autos da falência; b) o juiz ordenará a publicação de aviso de que as contas foram entregues e se encontram à disposição dos interessados, os quais poderão impugná-las no prazo de 10 dias; c) decorrido o prazo do aviso e realizadas as diligências necessárias à apuração dos fatos, o juiz intimará o Ministério Público para manifestar-se no prazo de 5 dias. Findo esse prazo, o administrador judicial deverá ser ouvido se houver impugnação ou parecer contrário do Ministério Público; d) o juiz julgará as contas por sentença quando cumpridas as providências mencionadas nas letras b e c deste tópico. A sentença que rejeitar as contas do administrador judicial fixará suas responsabilidades, poderá determinar a indisponibilidade ou o sequestro de bens e servirá como título executivo para indenização da massa. Dessa sentença caberá apelação. 3. RELATÓRIO FINAL DA FALÊNCIA Julgadas as contas do administrador judicial, ele deverá apresentar o relatório final da falência no prazo de 10 dias, indicando (Lei nº 11.101/2005, art. 155): a) o valor do ativo e o do produto de sua realização; b) o valor do passivo e o valor dos pagamentos feitos aos credores; c) a especificação justificada das responsabilidades com as quais continuará o falido. Apresentado o relatório final, o juiz encerrará a falência por sentença. A sentença de encerramento deve ser publicada por edital e dela cabe apelação (Lei nº 11.101/2005, art. 156). 4. PRESCRIÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DO FALIDO O art. 157 prevê que o prazo prescricional relativo às obrigações do falido recomeça a correr a partir do dia em que transitar em julgado a sentença do encerramento da falência. 5. EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES Nos termos do art. 158 da vigente lei falimentar, extinguem as obrigações do falido: a) o pagamento de todos os créditos; b) o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% dos créditos quirografários; Notas (1) É facultado ao falido o depósito da quantia necessária para atingir a porcentagem citada na letra b deste tópico se, para tanto, não bastar a integral liquidação do ativo. (2) Na antiga Lei de Falências (Decreto-lei nº 7.661/1945, art. 135, II), exigia-se o pagamento de mais de 40% dos valores devidos aos credores quirografários. c) o decurso do prazo de 5 anos, contado do encerramento da falência, se o falido não tiver sido condenado por prática de crime previsto na Lei de Falências; d) o decurso do prazo de 10 anos, contado do encerramento da falência, se o falido tiver sido condenado por prática de crime previsto na Lei de Falências. 41-08 IR/LS Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 41 - Boletim IOB

5.1 Declaração de extinção A teor do art. 159, configurada qualquer das hipóteses mencionadas nas letras a a d do tópico 5, o falido poderá requerer, ao juízo da falência, que suas obrigações sejam declaradas extintas por sentença, observando-se que: a) o requerimento será autuado à parte, com os respectivos documentos, e publicado por edital no órgão oficial e em jornal de grande circulação; b) no prazo de 30 dias, contado da publicação do edital, qualquer credor pode opor-se ao pedido do falido; c) findo o prazo, o juiz, em 5 dias, proferirá sentença e, se o requerimento for anterior ao encerramento da falência, declarará extintas as obrigações na sentença de encerramento; d) a sentença que declarar extintas as obrigações (da qual cabe apelação) será comunicada a todas as pessoas e entidades informadas da decretação da falência; e) após o trânsito em julgado, os autos serão apensados aos da falência. Nota Verificada a prescrição ou extintas as obrigações, o sócio de responsabilidade ilimitada também poderá requerer que seja declarada por sentença a extinção de suas obrigações na falência (Lei nº 11.101/2005, art. 160). N a IOB Comenta Registro do Comércio Empresas estão desobrigadas da apresentação de certidões negativas nas Juntas Comerciais Com a finalidade de simplificar o registro nas Juntas Comerciais, a Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE), por meio do Departamento de Registro Empresarial e Integração (Drei), publicou no DOU 1 do dia 11.09.2014 as Instruções Normativas Drei nºs 25 e 26/2014, que vieram facilitar, sobremaneira, a abertura e o fechamento de empresas no País. A novidade é que passa a ser dispensada a obrigação da apresentação nas Juntas Comerciais das certidões negativas de débitos tributários, trabalhistas e previdenciários, para abertura e fechamento de empresas. Com isso, as empresas poderão solicitar a baixa de seus registros e inscrições imediatamente após o encerramento das suas operações e, caso sejam identificados débitos tributários nas empresas encerradas, os sócios serão responsabilizados, assim como já é previsto pela regra atual. Essa nova determinação teve por base a Lei Complementar nº 147/2014, publicada no DOU 1 de 08.08.2014, que afastou a exigência de certidões, acrescentando o art. 7º-A à Lei nº 11.598/2007, conforme segue: Art. 7º-A. O registro dos atos constitutivos, de suas alterações e extinções (baixas), referentes a empresários e pessoas jurídicas em qualquer órgão dos 3 (três) âmbitos de governo, ocorrerá independentemente da regularidade de obrigações tributárias, previdenciárias ou trabalhistas, principais ou acessórias, do empresário, da sociedade, dos sócios, dos administradores ou de empresas de que participem, sem prejuízo das responsabilidades do empresário, dos titulares, dos sócios ou dos administradores por tais obrigações, apuradas antes ou após o ato de extinção. 1º A baixa referida no caput deste artigo não impede que, posteriormente, sejam lançados ou cobrados impostos, contribuições e respectivas penalidades, decorrentes da simples falta de recolhimento ou da prática comprovada e apurada em processo administrativo ou judicial de outras irregularidades praticadas pelos empresários ou por seus titulares, sócios ou administradores. 2º A solicitação de baixa na hipótese prevista no caput deste artigo importa responsabilidade solidária dos titulares, dos sócios e dos administradores do período de ocorrência dos respectivos fatos geradores. Outra novidade é a não obrigatoriedade das certidões também nas operações de extinção, redução de capital, cisão total ou parcial, incorporação, fusão, transformação, transferência do controle de cotas e desmembramento. Cabe observar que, antes dessa norma, a dispensa de certidões para baixa de empresas só era possível com a garantia de 1 ano após o prazo de inatividade. (Lei Complementar nº 147/2014; Instrução Normativa Drei nº 25/2014; Instrução Normativa DREI nº 26/2014) N Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 41 IR/LS41-09

a IOB Perguntas e Respostas IR Fonte PLR - Tributação de períodos diferentes 1) Como calcular o Imposto de Renda na Fonte sobre a participação nos lucros ou resultados (PLR) na hipótese de haver mais de um pagamento no mesmo ano, ainda que se trate de resultados apurados pela empresa em períodos diferentes? Havendo mais de um pagamento a título de PLR no mesmo ano-calendário, ainda que se trate de resultados apurados pela empresa em períodos diferentes, o Imposto de Renda na Fonte deverá ser recalculado, com base no total da participação recebida no referido ano-calendário, utilizando-se a tabela anual, deduzido-se do imposto assim apurado o valor retido anteriormente. (Solução de Consulta Cosit nº 229/2014) IRPJ/CSL Investimento pelo valor de patrimônio líquido - Conceito de mais ou menos-valia 2) Qual é o valor da mais ou menos-valia na hipótese de investimento pelo valor de patrimônio líquido? A mais ou menos-valia corresponde à diferença entre o valor justo dos ativos líquidos da investida, na proporção da porcentagem da participação adquirida, e o valor de patrimônio líquido na época da aquisição. (Decreto-lei nº 1.598/1977, art. 20, II, alterado pela Lei nº 12.973/2014, art. 2º) Parcelamento da MP nº 651/2014 - Quitação antecipada - Requerimento 3) Quando deve ser apresentado o requerimento de quitação antecipada dos saldos parcelados, com a utilização de prejuízo fiscal e base negativa da CSL, de que trata o parcelamento do art. 33 da Medida Provisória nº 651/2014? Os saldos dos parcelamentos junto à Procuradoria- Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) que contiverem débitos de natureza tributária vencidos até 31 de dezembro de 2013 poderão, excepcionalmente, ter a sua quitação antecipada. A quitação será formalizada mediante apresentação do requerimento de quitação antecipada, até o dia 28.11.2014, na unidade de atendimento integrado da RFB e da PGFN do domicílio tributário do contribuinte. (Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 15/2014, arts. 1º e 4º; Medida Provisória nº 651/2014, art. 33) 41-10 IR/LS Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 41 - Boletim IOB