SOBRESSEMEADURA DE AVEIA PRETA (AVENA STRIGOSA SCHREB.) SOBRE TIFTON 85 (CYNODON SSP. CV. TIFTON 85)

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Transcrição:

SOBRESSEMEADURA DE AVEIA PRETA (AVENA STRIGOSA SCHREB.) SOBRE TIFTON 85 (CYNODON SSP. CV. TIFTON 85) Autores : Mariele Duarte Anástacio 1, Tuan Henrique Smielevski de Souza 1, Mauricio Duarte Anástacio 2, MIGUELANGELO ZIEGLER ARBOITTE 3. Identificação autores: 1 Acadêmica do Curso de Engenharia Agronômica Campus Santa Rosa do Sul, 2 Colaborador Campus Santa Rosa do Sul, 3 Orientador Campus Santa Rosa do Sul Introdução A intensificação nos sistemas produtivos busca alternativas e estratégias que visem o aumento da produtividade animal em pastagem (QUARESMA et al., 2011, p. 145), que conforme relatado por Oliveira et al., (2015, p. 232) este tipo de produção é mais barata e competitiva, entretanto só é possível com pastagens produtivas em sistemas de produção sustentáveis. Entre as alternativas de pastagens temos as gramíneas forrageiras de clima tropical e subtropical Oliveira et al. (2000, p. 1949), como as do gênero Cynodon, que apresentam alta produtividade e bom valor nutritivo (QUARESMA et al., 2011, p. 145), além de respostas a fertilização, adaptação a diferentes ambientes e da flexibilidade de uso (CÓRDOVA, 2012, p. 129) Dentro do gênero Cynodon, existe várias espécies e cultivares, tais como: coast-cross, grama africana, jiggs, florarkik e os tifton 68 e 85 entre outras. Segundo Jank, Braz e Martuscello (2013, p.117) o tifton 85 é originário do cruzamento da espécie C. nlemfuensis com o C. dactylon. Em experimentos realizados na serra catarinense (CÓRDOVA, 2012, p. 131) e na região noroeste do Rio Grande do Sul (SILVA, 2011, p. 5), regiões caracterizadas pela ocorrência de temperaturas baixas, constataram diminuição na produção de massa do tifton 85. Ressaltando que a região do litoral sul de Santa Catarina, apresenta como características invernos mais amenos em relação aos locais citados acima. A diminuição na produção de massa das pastagens perenes de verão proporciona sérias consequências principalmente aos pequenos produtores, como redução na produtividade de leite, perda de peso ou até mesmo perda de animais durante os períodos de escassez (TAFFAREL et al., 2010, p. 1). Entretanto, as pastagens anuais de outono/inverno como aveia e o azevém são adaptadas às condições climáticas deste período, conseguindo assim ter alta

produtividade e alto valor nutricional, desde que fornecido as condições de fertilidade de solo e bem manejadas. A técnica de consorciamento de espécies perenes de verão e anuais de inverno é boa opção para amenizar os efeitos negativos dessa estação, reduzindo perdas de peso e queda de produção dos animais, evitando a necessidade da utilização de alimentos complementares e possíveis custos com suplemento. O objetivo deste trabalho é avaliar a produção de biomassa (massa verde e massa seca), composição botânica, qualidade nutricional (proteína bruta) da aveia preta (Avena strigosa Schreb) sobressemeada em tifton 85 (Cynodon ssp. Cv. Tifton 85) no período de outono/inverno. Material e Métodos O trabalho foi conduzido nas coordenadas (28º59 06.48 S - 49º33 27.21 O). O local apresenta pluviosidade média anual de 1.301 mm (CLIMATE, 2016). A classificação do clima é cfa segundo Köppen, com temperaturas médias de 19.1 C. O delineamento utilizado foi de blocos ao acaso, composto por dois tratamentos, estes distribuídos em quatro piquetes, formando as repetições. Os tratamentos utilizados foram consorcio de Tifton 85 com aveia (Tifton 85/Aveia) e Tifton 85 solitário (Tifton 85). O solo foi classificado como neossolo quartzarênico, com implantação de tifton 85 em mudas no ano de 2013, assim a área possui histórico de três anos de produção, do montante de 80.000 m² da propriedade utilizou-se apenas 1.725 m². O manejo utilizado no experimento segue o usual pelo produtor, sendo, sistema de pastoreio rotacionado, onde os animais entravam com boa disponibilidade forrageira e saiam, quando a disponibilidade é extremamente baixa. Antes do plantio da aveia preta a área foi rebaixada, através de roçada, sobrando resíduo de 4 cm. Para a implantação, foi utilizado 80 kg de semente por hectare, no sistema de plantio direto, sobre a pastagem de tifton 85. A adubação foi realizada conforme a análise do solo baseada no Manual de Adubação e Calagem dos estados do Rio Grande do Sul e Santa

Catarina (2004, p. 157). Utilizando como adubação de base, colocada juntamente com a semente, na máquina de plantio direto, 40,41 kg/ha de P (fosforo) na forma de Superfosfato Triplo; 20,17 kg/ha de K (Potássio) na forma de Cloreto de Potássio; 48,46 kg/ha de N (nitrogênio) na forma de uréia. Para a adubação de cobertura, após o primeiro pastejo, foi colocado na área a lanço, 20,45 kg/ha de N, na forma de uréia. Durante o experimento os animais pastejaram na área, foram determinadas 8 áreas de exclusão de aproximadamente 1m², com o auxílio de 2 fios eletrificados. Estas áreas utilizadas posteriormente para avaliar a produção de biomassa de forragem verde (MV), de forragem seca (MS), os teores de proteína bruta (PB) e a composição botânica. Dentro das áreas de exclusão ao pastejo efetuaram-se os cortes das pastagens, para realizar as análises. Foram realizadas duas avaliações (cortes), a primeira avaliação no dia 10 de agosto de 2015 e a segunda no dia 16 de outubro de 2015. Os animais entravam para o pastejo, quando a aveia atingia aproximadamente 30 cm, um dia após o corte das pastagens e saiam quando o resíduo chegava a 4 cm, seguindo o manejo já utilizado pelo produtor. Após a coleta, as amostras foram acondicionadas em saco de papel kraft, identificadas e encaminhadas ao laboratório de bromatologia do IFC Campus Santa Rosa do Sul, posteriormente pesadas em balança com precisão de 0,1g para a determinação da produção de MV. Em seguida, as amostras foram submetidas a secagem em estufa de ar forçado em temperatura de 55º C por 72 horas de acordo com o método proposto por Silva e Queiroz (2009, p. 23), sendo pesadas novamente para determinação do teor da MS. A composição botânica foi realizada logo após a secagem e pesagens das amostras, e em seguida foram trituradas em moinho tipo Willey até a granulometria de 1 mm, e acondicionadas em frascos de vidro identificados. As análises PB foram realizadas de acordo com Silva e Queiroz (2006, p. 65)

Os dados foram submetidos a análise de variância, teste f com nível de significância de 10%. Todas as análises foram realizadas com o auxílio do programa estatístico ASSISTAT, sendo descritas pelo seguinte modelo matemático Yijk = µ+t i +P j +(T*P) ij +ε Nij Em que: Yijk = variáveis dependentes; µ = média das observações; T i =efeito dos tratamentos de ordem i, onde 1= Tifton/aveia e 2 Tifton; P j = efeito dos períodos de ordem j, onde 1= primeiro período de avaliação e 2 =segundo período de avaliação; (T*P) ij = interação entre tratamento de ordem ie o período de ordem jε Nij = Erro residual, assumindo distribuição normal, com média igual a zero e variância δ O trabalho foi conduzido nas coordenadas (28º59 06.48 S - 49º33 27.21 O). O local apresenta pluviosidade média anual de 1.301 mm(climate, 2016). A classificação do clima é cfa segundo Köppen, com temperaturas médias de 19.1 C. O delineamento utilizado foi de blocos ao acaso, composto por dois tratamentos, estes distribuídos em quatro piquetes, formando as repetições. Os tratamentos utilizados foram consorcio de Tifton 85 com aveia (Tifton 85/Aveia) e Tifton 85 solitário (Tifton 85). O solo foi classificado como neossolo quartzarênico, com implantação de tifton 85 em mudas no ano de 2013, assim a área possui histórico de três anos de produção, do montante de 80.000 m² da propriedade utilizou-se apenas 1.725 m². O manejo utilizado no experimento segue o usual pelo produtor, sendo, sistema de pastoreio rotacionado, onde os animais entravam com boa disponibilidade forrageira e saiam, quando a disponibilidade é extremamente baixa. Antes do plantio da aveia preta a área foi rebaixada, através de roçada, sobrando resíduo de 4 cm. Para a implantação, foi utilizado 80 kg de semente por hectare, no sistema de plantio direto, sobre a pastagem de tifton 85. A adubação foi realizada conforme a análise do solo baseada no Manual de Adubação e Calagem dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (2004, p. 157). Utilizando como adubação de base, colocada juntamente com a semente, na máquina de plantio direto, 40,41 kg/ha de P (fosforo) na forma de Superfosfato Triplo;

20,17 kg/ha de K (Potássio) na forma de Cloreto de Potássio; 48,46 kg/ha de N (nitrogênio) na forma de uréia. Para a adubação de cobertura, após o primeiro pastejo, foi colocado na área a lanço, 20,45 kg/ha de N, na forma de uréia. Durante o experimento os animais pastejaram na área, foram determinadas 8 áreas de exclusão de aproximadamente 1m², com o auxílio de 2 fios eletrificados. Estas áreas utilizadas posteriormente para avaliar a produção de biomassa de forragem verde (MV), de forragem seca (MS), os teores de proteína bruta (PB) e a composição botânica. Dentro das áreas de exclusão ao pastejo efetuaram-se os cortes das pastagens, para realizar as análises. Foram realizadas duas avaliações (cortes), a primeira avaliação no dia 10 de agosto de 2015 e a segunda no dia 16 de outubro de 2015. Os animais entravam para o pastejo, quando a aveia atingia aproximadamente 30 cm, um dia após o corte das pastagens e saiam quando o resíduo chegava a 4 cm, seguindo o manejo já utilizado pelo produtor. Após a coleta, as amostras foram acondicionadas em saco de papel kraft, identificadas e encaminhadas ao laboratório de bromatologia do IFC Campus Santa Rosa do Sul, posteriormente pesadas em balança com precisão de 0,1g para a determinação da produção de MV. Em seguida, as amostras foram submetidas a secagem em estufa de ar forçado em temperatura de 55º C por 72 horas de acordo com o método proposto por Silva e Queiroz (2009, p. 23), sendo pesadas novamente para determinação do teor da MS. A composição botânica foi realizada logo após a secagem e pesagens das amostras, e em seguida foram trituradas em moinho tipo Willey até a granulometria de 1 mm, e acondicionadas em frascos de vidro identificados. As análises PB foram realizadas de acordo com Silva e Queiroz (2006, p. 65) Os dados foram submetidos a análise de variância, teste f com nível de significância de 10%. Todas as análises foram realizadas com o auxílio do programa estatístico ASSISTAT, sendo descritas pelo seguinte modelo matemático Yijk = µ+t i +P j +(T*P) ij +ε Nij Em que: Yijk = variáveis dependentes;

µ = média das observações; T i =efeito dos tratamentos de ordem i, onde 1= Tifton/aveia e 2 Tifton; P j = efeito dos períodos de ordem j, onde 1= primeiro período de avaliação e 2 =segundo período de avaliação; (T*P) ij = interação entre tratamento de ordem e o período de ordem jε Nij = Erro residual, assumindo distribuição normal, com média igual a zero e variância δ Resultados e discussão A representação da composição botânica das pastagens esta descrita na (Tabela 1), sendo observado no consórcio Tifton/aveia, que a aveia na primeira avaliação, participou com 50,47% da composição botânica da pastagem, enquanto que o Tifton participou com 39,67%. Na segunda avaliação ocorreu a inversão na participação desses componentes botânicos, onde a aveia representou 27,20% da pastagem e o tifton 58,23%. Tabela 1 - Percentual da composição botânica do consórcio Tifton/Aveia e Tifton, conforme os períodos de avaliação. Avaliação 1 Avaliação 2 Componentes Tifton/Aveia Tifton Tifton/Aveia Tifton Aveia, % 50,47 0,00 27,20 0,00 Tifton, % 39,67 76,07 58,23 82,42 Material Senescente, % 8,17 20,14 11,41 13,69 Invasoras, % 0,89 3,79 0,49 3,89 Outras gramíneas, % 0,80 0,00 2,67 0,00 O que influenciou a participação das forragens nos períodos estudados é o seu ciclo. A aveia por ser uma cultura anual de clima temperado, apresenta rápido desenvolvimento inicial, decrescendo à medida que o ciclo vai evoluindo da fase vegetativa para a fase reprodutiva e posteriormente até atingir a senescência. A aveia assim como as demais forrageiras de clima temperado, são plantas que apresentam melhor crescimento em temperatura entre 20 a 25ºC (SÁ, 1995, p. 4). Essas forrageiras podem ser cultivadas em regiões com clima mais quente, desde que o inverno apresente temperaturas amenas, como no caso da região sul do Brasil. No tratamento com tifton 85 solitário se observa o aparecimento de material senescente com participação de 20,14 e 13,69% no período da primeira e da segunda avaliação. Mesmo sendo um ano atípico as condições no período hibernal não foram

ideais para o perfeito desenvolvimento do Tifton, o que aumentou a participação de material senescente. Na tabela 2, estão descritos os percentuais de proteína bruta, verificados nos tratamentos e nos períodos de avaliação não ocorrendo interação (P>0,10). Sendo que as médias observadas foram de 11,64 e 10,07% nos tratamentos Tifton/aveia e Tifton, respectivamente. Tabela 2 - Percentagem de Proteína Bruta no Consórcio Tifton/Aveia e Tifton, conforme os períodos de avaliação. Tratamentos Avaliação 1 Avaliação 2 Média Tifton/Aveia % 12,30 10,98 11,64 Tifton % 10,03 10,10 10,07 Média 11,16 10,54 Apesar de não apresentarem interação entre os tratamentos e os períodos, o nível protéico da pastagem apresentou elevado valor, sendo o mais alto na primeira avaliação no tratamento Tifton/Aveia com valor de 12,30% PB caracterizado pela participação da aveia em relação ao tratamento não consorciado e ao segundo período onde a participação da aveia decaiu (Tabela 1). A produção de matéria verde apresentou interação entre os tratamentos e os períodos de avaliação (P<0,10), (Tabela 3) onde o primeiro período do tratamento Tifton/Aveia, se sobressaiu aos demais, com produção de 19.097 kg/ha. Tabela 3 - Produção de Massa Verde (Kg/ha) no consórcio de Tifton/Aveia e Tifton, conforme os períodos de avaliação. Tratamentos Avaliação 1 Avaliação 2 Média Aveia/Tifton 19.097a 9.142b 14.119,50a Tifton 8.077b 7.822b 7.949,50b Média 13.587A 8.482B Médias seguidas pelas letras minúsculas e letras maiúsculas diferiram (P< 0,10). Evidenciando, a importância da participação da introdução da cultura da aveia, sobressemeada sob a cultura do tifton, para proporcionar maior oferta forrageira durante o inverno. Onde apesar das condições climáticas da região, de baixa ocorrência de geaas, essa cultura tem seu crescimento influenciado pelas horas de luminosidade, o que não ocorre com a aveia que apresenta características de crescimento em fotoperíodo negativo.

A produção de massa seca entre os tratamentos apresentou diferença (P<0,10), onde o consorcio Tifton/Aveia produziu em média 4.309,75 kg/ha de matéria seca, enquanto que o Tifton não consorciado, a produção foi de 2.912,70 kg/ha. Tabela 4 - Produção de Massa Seca (kg/ha) no consórcio de Tifton/Aveia e Tifton, conforme os períodos de avaliação. Tratamentos Avaliação 1 Avaliação 2 Média Tifton + Aveia 4.956,40 3.663,10 4.309,75ª Tifton 2.713,00 3.112,40 2.912,70B Média 3.834,70 3.387,75 Médias seguidas pelas letras minúsculas e letras maiúsculas diferiram (P< 0,10). Para Ost et al (2010, p. 3) ocorreu um incremento significativo na quantidade de matéria seca com consorciado tifton 85 com aveia, corroborarem com os dados encontrados neste trabalho, entretanto segundo Gomes et al. (2015, p. 123), trabalhando com a consorciação de espécies hibernais com tifton 85, verificaram que a consorciação não aumentou a quantidade de matéria seca por área, entretanto desta forma demonstrando a importância do consórcio de forrageiras de clima temperado com forrageiras de clima tropical para suprir o déficit forrageiro no período de inverno, beneficiando a produção animal. Conclusão O cultivo do tifton 85 consorciado com aveia preta proporcionou maior produção de matéria verde e matéria seca por hectare. Fica evidenciado a importância da introdução de forrageiras de clima temperado sobressemeada em forragem de clima tropical a fim de melhorar a condição alimentar dos bovinos em épocas hibernais. Referências CLIMATE. Clima:Araranguá. Disponível em: <http://pt.climatedata.org/location/43885/> Acessado em: 11 de julho de 2016. COMISSÃO DE QUÍMICA E FERTILIDADE DE SOLO. Manual de adubação e de calagem para os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Sociedade Brasileira de Ciências do Solo. 10 ed. Porto Alegre 2004. CÓRDOVA, Ulisses de Arruda. Produção de leite á base de pasto em Santa Catarina. Florianópolis. Epagri. 2012.

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