Abordagem Diagnóstica da Fibromialgia

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Transcrição:

NÚMERO: 017/2016 DATA: 27/12/2016 ATUALIZAÇÃO: 13/07/2017 ASSUNTO: PALAVRAS-CHAVE: PARA: CONTACTOS: Abordagem Diagnóstica da Fibromialgia NORMA Fibromialgia, diagnóstico, índice de dor generalizada e pontuação de gravidade de sintomas, Questionário de Impacte da Fibromialgia Revisto (FIQR) versão portuguesa Médicos do Sistema de Saúde Departamento da Qualidade na Saúde (dqs@dgs.min-saude.pt) Nos termos da alínea a) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 14/2012, de 26 de janeiro, por proposta conjunta do Departamento da Qualidade na Saúde e da Ordem dos Médicos, ouvida a Administração Central do Sistema de Saúde, IP, a Direção-Geral da Saúde emite a seguinte: NORMA 1. O diagnóstico da fibromialgia deve ser confirmado por (Nível de Evidência 5, Grau de Recomendação D) 1,2,3 : a) Presença de sintomas como fadiga, acordar cansado, dor generalizada e alterações cognitivas, durante um período superior ou igual a 3 meses; b) Resultado superior ou igual a 13 pontos do instrumento de diagnóstico da fibromialgia, obtido através dos seguintes parâmetros (Anexo I): i. Índice de dor generalizada (widespread pain índex) 7 e com pontuação da gravidade dos sintomas (symptom severity score) 5; ou ii. Índice de dor generalizada (widespread pain Índex) 3 e 6, com pontuação da gravidade dos sintomas (symptom severity score) 9 e com presença de dor abdominal e/ou com depressão e/ou cefaleia, nos últimos 6 meses. 2. As pessoas com outras condições patológicas, que explicam inteiramente a sintomatologia descrita no número anterior, não devem ser diagnosticados com fibromialgia (Nível de Evidência 5, Grau de Recomendação D) 1,2,3. Norma nº 017/2016 de 27/12/2016 atualizada a 13/07/2017 1/17

3. Para o diagnóstico diferencial devem ser prescritos os seguintes meios complementares de diagnóstico (Nível de Evidência 5, Grau de Recomendação D) 4,5 : a) Hemograma completo; b) Velocidade de sedimentação (VS); c) Doseamento de Proteína C reativa (PCR); d) Hormona estimulante da tiroide (Thyroid-Stimulating Hormone TSH); e) Creatinina fosfoquinase (CPK); f) Cálcio sérico. 4. No âmbito do diagnóstico diferencial e/ou avaliação complementar, a prescrição de outros meios complementares de diagnóstico, para além dos indicados nos termos do ponto 3 da presente Norma, deve ser devidamente fundamentada no processo clínico, de acordo com a avaliação clínica da pessoa (Nível de Evidência 5, Grau de Recomendação D) 1,5. 5. Confirmado o diagnóstico de fibromialgia e antes do início da abordagem terapêutica, deve ser efetuada a avaliação inicial, através do Questionário de Impacte da Fibromialgia Revisto (FIQR), versão portuguesa para monitorização e controlo, referente à autoavaliação dos últimos sete dias (Anexo II e Anexo III) (Nível de Evidência 1, Grau de Recomendação A) 6,7. 6. A pessoa e/ou o representante legal devem ser informados e esclarecidos da situação clínica, dos critérios de dagnóstico e da importância da avaliação inicial do impacte da fibromialgia. 7. A presente Norma revoga a Circular Informativa N.º 45/DGCG. 8. Qualquer exceção à Norma é fundamentada clinicamente, com registo no processo clínico. Norma nº 017/2016 de 27/12/2016 atualizada a 13/07/2017 2/17

9. O algoritmo clínico Dor Generalizada Avaliação Clínica Diagnóstico diferencial com prescrição de hemograma, VS, PCR, TSH,CPK, cálcio sérico** Avaliação da pontuação do Índice de dor generalizada e da gravidade de sintomas Avaliação da presença de sintomas* por um período igual ou superior a 3 meses FIBROMIALGIA Avaliação inicial, através do Questionário de Impacte da Fibromialgia Revisto (FIQR) para monitorização e controlo Abordagem Terapêutica *Fadiga, acordar cansado, dor generalizada e cognitivos ** Prescrição de outros meios complementares de diagnóstico devidamente fundamentado no processo clínico, de acordo com a avaliação clínica da pessoa Norma nº 017/2016 de 27/12/2016 atualizada a 13/07/2017 3/17

10. O instrumento de auditoria clínica Unidade: Data: / / Instrumento de Auditoria Clínica Norma " Abordagem Diagnóstica da Fibromialgia Equipa auditora: 1: Consentimento Informado Critérios Sim Não N/A Existe evidência de que a pessoa e/ou representante legal são informados e esclarecidos acerca da situação clínica, dos critérios de diagnóstico e da importância da avaliação inicial do impacte da fibromialgia Subtotal 0 0 0 ÍNDICE CONFORMIDADE % 2: Avaliação Clínica e Diagnóstico Critérios Sim Não N/A Existe evidência de que na pessoa o diagnóstico é confirmado por: sintomas como fadiga, acordar cansado, dor generalizada e alterações cognitivas, durante um período superior ou igual a 3 meses e do resultado superior ou igual a 13 pontos do instrumento de diagnóstico da fibromialgia, obtido através dos seguintes parâmetros (Anexo I): índice de dor generalizada (widespread pain índex) 7 e com pontuação da gravidade dos sintomas (symptom severity score ) 5; ou índice de dor generalizada (Widespread pain Índex) 3 e 6; com pontuação da gravidade dos sintomas (Symptom severity score) 9 e com presença de dor abdominal e/ou com depressão e/ou cefaleia nos últimos seis meses Existe evidência de que na pessoa com outras condições patológicas, que explicam inteiramente a sintomatologia descrita no número anterior, não são diagnosticados com fibromialgia Existe evidência de que para o diagnóstico diferencial são prescritos os seguintes meios complementares de diagnóstico: hemograma completo; velocidade de sedimentação (VS); PCR; d) Hormona estimulante da tiroide (Thyroid-Stimulating Hormone TSH); creatinina fosfoquinase (CPK); cálcio sérico Existe evidência de que na pessoa, no âmbito do diagnóstico diferencial e/ou avaliação complementar, para além dos indicados nos termos do ponto 3 da presente Norma, a prescrição de outros meios complementares de diagnóstico, é devidamente fundamentada no processo clínico, de acordo com a avaliação clínica Subtotal 0 0 0 ÍNDICE CONFORMIDADE % 3: Avaliação Inicial para Monitorização e Controlo Critérios Sim Não N/A Existe evidência de que na pessoa confirmado o diagnóstico de fibromialgia e antes do início da abordagem terapêutica é efetuada a avaliação inicial através do Questionário de Impacte da Fibromialgia Revisto (FIQR), versão portuguesa para monitorização e controlo referente à autoavaliação dos últimos sete dias Subtotal 0 0 0 ÍNDICE CONFORMIDADE % Total de respostas SIM Avaliação de cada padrão: x = x 100= (IQ) de..% Total de respostas aplicáveis EVIDÊNCIA /FONTE EVIDÊNCIA /FONTE EVIDÊNCIA /FONTE Norma nº 017/2016 de 27/12/2016 atualizada a 13/07/2017 4/17

11. O conteúdo da presente Norma foi validado cientificamente pela Comissão Científica de Boas Práticas clínicas e será atualizada sempre que a evidência científica assim o determine. 12. O texto de apoio seguinte orienta e fundamenta a implementação da presente Norma. Francisco George Diretor-Geral da Saúde Norma nº 017/2016 de 27/12/2016 atualizada a 13/07/2017 5/17

TEXTO DE APOIO Conceito, definições e orientações A. A tabela de evidência utilizada é a de Oxford Center of Evidence Based Medicine (Oxford Center of Evidence Based Medicine (Levels of Evidence, March 2009) 8. B. Devem ser incluídas na presente Norma as pessoas com a situação clínica referenciada no n.º M79.7 da Classificação Internacional de Doenças ICD- 10 MC 9. C. O Revised Fibromyalgia Impact Questionaire (FIQR) que foi validado para a população ortuguesa 6,7 para avaliar diferentes domínios da fibromialgia, a função, o impacte global da fibromialgia e os sintomas comuns da fibromialgia, num período de tempo específico (últimos sete dias) 7. D. O Revised Fibromyalgia Impact Questionaire (FIQR), designado na presente Norma por Questionário de Impacte da Fibromialgia Revisto (FIQR) é constituído por 21 itens, 9 para a função, 2 para o impacte global e 10 para os sintomas, classificados numa escala numérica de 11 pontos, variando de 0 a 10, sendo 10 o maior nível de gravidade ("pior") 7. A pontuação para cada domínio é calculada somando as pontuações dos itens correspondentes e dividindo-a por 3 (para a função), 1 (para o impacte global) e 2 (para os sintomas). Os intervalos da pontuação para os domínios de função, impacte e sintomas são 0-30, 0-20 e 0-50, respetivamente 7. A pontuação total, que varia entre 0 e 100, é obtido através da pontuação somada dos três domínios, com pontuação mais elevadas refletindo um maior impacte global da fibromialgia na vida da pessoa 7. Fundamentação A. O diagnóstico de fibromialgia deve ser estabelecido com base em parâmetros clínicos, nomeadamente na presença de dor crónica generalizada, fadiga, distúrbio do sono, disfunção cognitiva e distúrbio do humor 2. B. A taxa de prevalência específica da síndrome fibromiálgica é de 1,7% (1.1% a 2.1%) do total das doenças reumáticas em Portugal 10. Norma nº 017/2016 de 27/12/2016 atualizada a 13/07/2017 6/17

C. A maioria das pessoas com fibromialgia é do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 43 e os 60 anos 11. D. O diagnóstico da síndrome fibromiálgica deve ser efetuada de acordo com os critérios validados pelo American College of Rheumatology (1990 e subsequentes revisões) 1,2,5 e/ou das sociedades canadianas de dor e reumatologia (Nível de Evidência 5, Grau de Recomendação D) 1,2,5 E. Não existindo atualmente critérios de inclusão de diagnóstico em Portugal, consideram-se os descritos pelo American College of Rheumatology em 1990 e subsequentes revisões, assim como os considerados nas Normas alemãs, canadianas e israelistas 5,12-15. F. O FIQ-P foi revisto em 2009, dando origem ao Revised Fibromyalgia Impact Questionaire (FIQR) validado para a população portuguesa e que constitui o instrumento a ser utilizado, a nível nacional, nos termos da presente Norma 7. Avaliação A. A avaliação da implementação da presente Norma é contínua, executada a nível local, regional e nacional, através de processos de auditoria interna e externa. B. A parametrização dos sistemas de informação para a monitorização e avaliação da implementação e impacte da presente Norma é da responsabilidade das administrações regionais de saúde e das direções dos hospitais. C. A efetividade da implementação da presente Norma nos cuidados de saúde primários e nos cuidados hospitalares e a emissão de diretivas e instruções para o seu cumprimento é da responsabilidade dos conselhos clínicos dos agrupamentos de centros de saúde e das direções clínicas dos hospitais. D. A implementação da presente Norma pode ser monitorizada e avaliada através dos seguintes indicadores: 1) Taxa de prevalência de pessoas, por sexo, com o diagnóstico de fibromialgia nos termos da presente Norma: Norma nº 017/2016 de 27/12/2016 atualizada a 13/07/2017 7/17

a) Numerador: Número de pessoas com o diagnóstico de fibromialgia nos termos da presente Norma; b) Denominador: População inscrita na unidade. 2) Taxa de incidência de pessoas, por sexo, com o diagnóstico de fibromialgia nos termos da presente Norma: a) Numerador: Número de novas pessoas com o diagnóstico de fibromialgia nos termos da presente Norma,durante o ano; b) Denominador: População inscrita na unidade. 3) Proporção de pessoas com diagnóstico confirmado de fibromialgia e com avaliação inicial, através do Questionário de Impacte da Fibromialgia Revisto (FIQR), antes do início da abordagem terapêutica: a) Numerador: Número de pessoas com diagnóstico confirmado de fibromialgia e com avaliação inicial, através do Questionário de Impacte da Fibromialgia Revisto (FIQR), antes do início da abordagem terapêutica, no período considerado; b) Denominador: Número de pessoas com diagnóstico confirmado de fibromialgia, no mesmo período. Comité Científico A. A presente Norma foi elaborada no âmbito do Departamento da Qualidade na Saúde da Direção- Geral da Saúde e do Conselho para Auditoria e Qualidade da Ordem dos Médicos, através dos seus colégios de especialidade, ao abrigo do protocolo existente entre a Direção-Geral da Saúde e a Ordem dos Médicos. B. A elaboração da proposta da presente Norma foi efetuada por António Marinho (coordenação científica), Ana Cristina Campar Almeida, Ana Cristina Sousa, António Pedro Pinto Cantista, Filipe José Ribeiro Antunes, Margarida Sara Mendes Moreira, Maria Inês Cunha, Maria Margarida Silva Branco, Rosário Abrunhosa, Vera Las e Celina Morais. Norma nº 017/2016 de 27/12/2016 atualizada a 13/07/2017 8/17

C. Todos os peritos envolvidos na elaboração da presente Norma cumpriram o determinado pelo Decreto-Lei n.º 14/2014 de 22 de janeiro, no que se refere à declaração de inexistência de incompatibilidades. D. A avaliação científica do conteúdo final da presente Norma foi efetuada no âmbito do Departamento da Qualidade na Saúde. Coordenação executiva A coordenação executiva da atual versão da presente Norma foi assegurada por Cristina Martins d Arrábida. Coordenação técnica A coordenação tecnica da atual versão da presente Norma foi assegurada por Cristina Ribeiro Gomes. Comissão Científica para as Boas Práticas Clínicas Pelo Despacho n.º 8468/2015, do Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, de 23 de maio, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 149, de 3 de agosto de 2015, a Comissão Científica para as Boas Práticas Clínicas tem como missão a validação científica do conteúdo das Normas de Orientação Clínica emitidas pela Direção-Geral da Saúde. Nesta Comissão, a representação do Departamento da Qualidade na Saúde é assegurada por Carlos Santos Moreira. Referências Bibliográficas e Bibliografia 1. Hauser W, Wolfe, F. Diagnosis and diagnostic tests for fibromyalgia (syndrome).reumatismo. 2012 Sep 28;64(4):194-205. doi: 10.4081/reumatismo.2012.194. 2. Eich W et al. Definition, classification, clinical diagnosis and prognosis.fibromylagia Syndrome. English Version of "Das Fibromyalgiesyndrom. Definition, classification, clinical diagnosis and prognosis. AWMF. Register Nr 041/004. English Version) (American College of Reumathologie. Fibromyalgia., Acedido a 3 Norma nº 017/2016 de 27/12/2016 atualizada a 13/07/2017 9/17

de outubro 2015 em http://www.rheumatology.org/i-am-a/patient-caregiver/diseases- Conditions/Fibromyalgia) 3. Bennett, RM et al. Criteria for the diagnosis of fibromyalgia: validation of the modified 2010 preliminary American College of Rheumatology criteria and the development of alternative criteria., Arthritis Care Res (Hoboken). 2014 Sep;66(9):1364-73. doi: 10.1002/acr.22301.): 4. Häuser Winfried et al. Fibromyalgia Syndrome. Classification, Diagnosis, and Treatment. Dtsch Arztebl Int., 2009 Jun; 106(23): 383 391). 5. Fitzcharles, Mary-Anne et al. 2012 Canadian Guidelines for the diagnosis and management of fibromyalgia syndrome: Executive summary. Pain Res Manag., 2013 May-Jun; 18(3): 119 126), (Bundesärztekammer (BÄK), Kassenärztliche Bundesvereinigung (KBV), Arbeitsgemeinschaft der Wissenschaftlichen Medizinischen Fachgesellschaften (AWMF) Program for national disease management guidelines. Report of Methods. 2010;(4) http://www.versorgungsleit). 6. Bennett Robert M et al. The Revised Fibromyalgia Impact Questionaire (FIQR): validation and psychometric properties. Arthritis Research & Therapy 2009,11:R120. 7. Costa C et al. The Revised Fibromyalgia Impact Questionaire (FIQR). Psychometric properties of the Revised Fibromyalgia Impact Questionnaire (FIQR) a contribution to the Portuguese validation of the scale. ACTA REUMATOL PORT. 2016;41:240-250. 8. Organização Mundial de Saúde. Classificação Internacional de Doenças, 10ª Revisão, Modificação Clínica (CID-X-MC). Organização Mundial de Saúde. 10ª Revisão da ICD-X-MC. 9. Oxford Center of Evidence Based Medicine. Levels of evidence). Disponível em http://www.cebm.net/ocebm-levels-of-evidence/. 10. Branco, J. C. et al. Prevalence of rheumatic and musculoskeletal diseases and their impact on healthrelated quality of life, physical function and mental health in Portugal: results from EpiReumaPt a national health survey. RMD Open. 2016; 2(1): e000166. Published online 2016 Jan 19. doi: 10.1136/rmdopen- 2015-000166. Norma nº 017/2016 de 27/12/2016 atualizada a 13/07/2017 10/17

11. Ramos R J. Epidemiological characteristics of patients evaluated with fibromyalgia in the Assessment of Disability Unit of Madrid. Semergen. 2016 Feb 5. pii: S1138-3593(15)00442-6. 12. (Bundesärztekammer (BÄK), Kassenärztliche Bundesvereinigung (KBV), Arbeitsgemeinschaft der Wissenschaftlichen Medizinischen Fachgesellschaften (AWMF) Program for national disease management guidelines. Report of Methods. 2010;(4) http://www.versorgungsleit). 13. Ablin J et al. Treatment of Fibromyalgia Syndrome: Recommendations of Recent Evidence-Based Interdisciplinary Guidelines with Special Emphasis on Complementary and Alternative Therapies. Evid Based Complement Alternat Med., 2013: 485272. doi: 10.1155/2013/485272). 14. Wolfe F at al. The American College of Rheumatology 1990 Criteria for the Classification of Fibromyalgia. Report of the Multicenter Criteria Committee. Arthritis Rheum.1990 Feb;33(2):160-72. 15. Wolfe F at al. The American College of Rheumatology Preliminary Diagnostic Criteria for Fibromyalgia and Measurement of Symptom Severity. Arthritis Care & Research. Volume 62, Issue 5, pages 600 610, May 2010 DOI:10.1002/acr.20140. Norma nº 017/2016 de 27/12/2016 atualizada a 13/07/2017 11/17

ANEXOS Anexo I Instrumento de diagnóstico de fibromialgia Critérios de diagnóstico de fibromialgia Critério Uma pessoa satisfaz os critérios de diagnóstico para a fibromialgia quando estão reunidas as seguintes 3 condições: 1) Índice de dor generalizada (WPI) 7 e escala de gravidade dos sintomas (SS) com uma pontuação 5 ou WPI 3-6 e pontuação na escala de SS 9; 2) Os sintomas estiveram presentes a um nível semelhante durante, pelo menos 3 meses; 3) A pessoa não tem uma doença que de outra forma justifique a dor. Escalas 1) WPI: observe o número de áreas em que a pessoa teve dor ao longo da última semana. Em quantas áreas teve a pessoa dor? A pontuação será entre 0 e 19. Área Direita Área Esquerda Área Sim Não Área Sim Não Mandíbula direita Mandíbula esquerda Ombro Direito Ombro Esquerdo Braço Direito Braço Esquerdo Antebraço Direito Antebraço Esquerdo Anca Direito Anca Esquerdo Coxa Direita Coxa esquerda Perna Direita Perna Esquerda Região Dorsal Região cervical Região Lombar Região Torácica Região Abdominal 2) Pontuação na escala de SS: Fadiga Waking unrefreshed (acordar cansado) Sintomas cognitivos Para cada um dos 3 sintomas acima, indicar o nível de gravidade durante a semana passada utilizando a seguinte escala: 0 = Sem gravidade. 1 = Gravidade ligeira: geralmente leve ou intermitente. 2 = Gravidade Moderada: problemas consideráveis, muitas vezes presentes e/ou em um nível moderado. 3 = Gravidade severa: persistentes, contínua, perturbadora da vida diária. Norma nº 017/2016 de 27/12/2016 atualizada a 13/07/2017 12/17

Considerando os sintomas somáticos em geral, indicar se a pessoa tem: * 0 = Sem sintomas 1 = Alguns sintomas 2 = Um número moderado de sintomas 3 = Uma grande quantidade de sintomas A pontuação na escala de SS é a soma da gravidade dos 3 sintomas (fadiga, waking unrefreshed - acordar cansado, sintomas cognitivos) mais o índice de gravidade dos sintomas somáticos em geral. A pontuação final é entre 0 e 13. * Sintomas somáticos a considerar: dor muscular, síndrome do intestino irritável, fadiga/cansaço, pensar ou relembrar problemas, fraqueza muscular, cefaleia, dor/cãibras no abdómen, dormência/formigueiro, tonturas, insónias, depressão, obstipação, dor no abdómen superior, náuseas, nervosismo, dor no peito, visão turva, febre, diarreia, boca seca, prurido, pieira, fenómeno de Raynaud, urticária/vergões, zumbido nos ouvidos, vómitos, azia, úlceras orais, perda/mudança de paladar, convulsões, olhos secos, dispneia, perda de apetite, erupção cutânea, fotossensibilidade, dificuldades de audição, hematomas com facilidade, queda de cabelo, micção frequente, dor ao urinar e espasmos da bexiga 15. Norma nº 017/2016 de 27/12/2016 atualizada a 13/07/2017 13/17

Anexo II Questionário de Avaliação do Impacte da Fibromialgia Revisto (FIQR), versão portuguesa O Questionário de Impacte da Fibromialgia Revisto (FIQR) avalia os diferentes domínios da fibromialgia, a função, o impacte global da fibromialgia e os sintomas comuns da fibromialgia, num período de tempo específico (últimos sete dias) 7. O questionário é constituído por 21 itens, 9 para a função, 2 para o impacte global e 10 para os sintomas, classificados numa escala numérica de 11 pontos, variando de 0 a 10, sendo 10 o maior nível de gravidade ("pior") 7. A pontuação para cada domínio é calculada somando as pontuações dos itens correspondentes e dividindo-a por 3 (para a função), 1 (para o impacte global) e 2 (para ossintomas). Os intervalos da pontuação para os domínios de função, impacte e sintomas são 0-30, 0-20 e 0-50, respetivamente 7. A pontuação total, que varia entre 0 e 100, é obtido através da pontuação somada dos três domínios, com pontuação mais elevadas refletindo um maior impacte global da fibromialgia na vida da pessoa 7. Norma nº 017/2016 de 27/12/2016 atualizada a 13/07/2017 14/17

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Anexo III Avaliação inicial para monitorização Tabela 1 - Registo da monitorização do Questionário de Impacte da Fibromialgia Revisto (FIQR) versão portuguesa (FIQR) Questionário de impacte da fibromialgia revisto (FIQR) Domínios ITEM Pontuação Data a Função 1 a 9 0 a 10/3* Impacte global 10 a 11 0 a 10/1** Sintomas comuns 12 a 21 0 a10/2*** Pontuação total 0 a 100**** Legenda * 0-30 **0-20 ***0-50 ****Pontuação total é a pontuação somada dos 3 domínios Pontuação Data Pontuação Data a Avaliação inicial antes da abordagem terapêutica. Norma nº 017/2016 de 27/12/2016 atualizada a 13/07/2017 17/17