AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS CIRURGIÕES DENTISTAS SOBRE A DESINFECÇÃO DE MOLDES DE HIDROCOLÓIDE IRREVERSÍVEL



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INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE/SOEBRÁS Graziella Xavier Gomes Cangussu AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS CIRURGIÕES DENTISTAS SOBRE A DESINFECÇÃO DE MOLDES DE HIDROCOLÓIDE IRREVERSÍVEL Montes Claros 2011

1 GRAZIELLA XAVIER GOMES CANGUSSU AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS CIRURGIÕES DENTISTAS SOBRE A DESINFECÇÃO DE MOLDES DE HIDROCOLÓIDE IRREVERSÍVEL Monografia apresentada ao Programa de Pós-graduação do Instituto de Ciências da Saúde, FUNORTE/ SOEBRAS, como requisito parcial para título em Especialista em Prótese Dentária. Orientador: Joaquim Andrade Junqueira Fachardo Neto Montes Claros 2011

Dedico o presente trabalho de conclusão de curso ao meu esposo e à minha filha, razão de minha busca pelo saber. 2

3 AGRADECIMENTOS A Deus, que me deu o dom da vida. Aos meus pais, irmãos e demais familiares, pelo carinho e apoio em todos os momentos. Aos professores do curso, pelos ensinamentos.

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5 RESUMO O presente trabalho mostra uma avaliação do conhecimento dos cirurgiões dentistas sobre a desinfecção de moldes de hidrocolóide irreversível, os métodos e técnicas de desinfecção de moldes e se realizam a desinfecção dos moldes. Foram entrevistados 20 cirurgiões dentistas sobre a importância da desinfecção de moldes. A maioria dos participantes da pesquisa foram do sexo feminino (60%), com idade entre 26 a 30 anos e menos de 5 anos de trabalho na área. Quando questionados se acreditam no risco de transmissão de doenças no consultório odontológico, 75% afirmaram acreditar e 25% afirmou não acreditar na possibilidade. As possíveis doenças citadas como risco de contaminação nos consultórios foram: hepatite (19%), candidose (6%), tuberculose (19%), AIDS (24%), Herpes (19%) e pneumonia (13%). Dentre os entrevistados, 20% utilizam como material para moldagem o alginato, 40% utiliza o hidrocolóide reversível, 10% a pasta de oze, 10% silicone e 20% polieter. Conclui-se que grande parte dos cirurgiões dentistas entrevistados não possui muito conhecimento sobre o assunto, sendo necessária realização de treinamentos na área. Palavras-chave: Cirurgiões Dentistas; Desinfecção; Moldagem.

6 ABSTRACT This work shows an evaluation of the knowledge of dentists on the disinfection of alginate molds, methods and techniques for disinfection of molds and held disinfecting molds. 20 dentists were interviewed about the importance of disinfecting molds. Most participants were female (60%), 26 to 30 years old and less than 5 years of work in the area. When asked if they believe the risk of disease transmission in the dental office, said they believed 75% and 25% said they did not believe in the possibility. The diseases cited as possible risk of contamination in the offices were: hepatitis (19%), candidiasis (6%), tuberculosis (19%), AIDS (24%), herpes (19%) and pneumonia (13%). Among the respondents, 20% use as material the alginate molding, 40% use reversible hydrocolloid, 10% of the folder Oze, 10% and 20% silicone polyether. We conclude that most of the dentists interviewed did not have much knowledge about the subject, being necessary to accomplish training in the area. Keywords: Dentists; Disinfection; Molding.

7 LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 Sexo... 20 GRÁFICO 2 Idade... 20 GRÁFICO 3 - Tempo de profissão... 21 GRÁFICO 4 Transmissão de doenças... 21 GRÁFICO 5 Doenças... 22 GRÁFICO 6 - Material de moldagem... 23 GRÁFICO 7 - Moldes no consultório.... 24 GRÁFICO 8 - Desinfecção dos moldes.... 25 GRÁFICO 9 - Substâncias... 25 GRÁFICO 10 - Pacientes com doenças contagiosas.... 26

8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 09 2 PROPOSIÇÃO... 10 3 REVISÃO DE LITERATURA... 11 3.1 O Risco de Infecção... 11 3.2 Os Moldes... 16 3.3 Estratégias da biossegurança... 17 4 METODOLOGIA... 19 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO... 20 6 CONCLUSÃO... 28 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 29 ANEXOS... 33

9 1 INTRODUÇÃO Os profissionais de Odontologia estão sujeitos à contaminação de uma grande variedade de microorganismos que estão presentes no sangue e na saliva dos pacientes. Muitos desses microorganismos podem causar doenças infecciosas, tais como a Pneumonia, Tuberculose, Hepatite B e Síndrome da Imuno-Deficiência Adquirida (AIDS) (SANTOS JUNIOR et al., 2003). Em se tratando de procedimentos protéticos, a infecção cruzada envolve paciente, dentista, atendente e o técnico laboratorial. Em prótese, as substâncias mais usadas na desinfecção de moldes são o gluteraldeído a 2% e o hipoclorito de sódio a 1%. Existem alternativas, menos utilizadas, como a clorexidina a 0,5%, o iodofórmio, o formaldeído, a radiação ultravioleta e fenóis (SANTOS et al., 2005). A contaminação de moldes dentários com variadas quantidades de sangue e saliva é uma ocorrência de rotina no tratamento odontológico e, por isso, esses moldes devem ser considerados como potenciais transmissores dessas e de outras doenças a todo o pessoal que rotineiramente os manipula. Costumeiramente é feito o enxágue dos moldes em água corrente para remover sangue e saliva, mas nenhum método de rotina para esterilização ou desinfecção de moldes dentários tem sido realizado rotineiramente pelos profissionais de odontologia. A desinfecção de moldes passou a se tornar um tópico crítico na consciência profissional, pelo fato de representar importante passo na contaminação microbiana durante os procedimentos odontológicos (PAULA, 2003). Com o aumento do risco de transmissão de doenças infecto-contagiosas de alta morbidade e mortalidade, a adoção de medidas de proteção individual e de controle de infecção cruzada é indispensável no atendimento clínico odontológico. Contudo, os procedimentos de proteção individual para profissional e paciente têm sido negligenciados mesmo em casos de acidentes pérfuro-cortantes. A informação sobre biossegurança e procedimentos de desinfecção e esterilização tem sido transmitida em cursos formais e textos de orientação profissional, mas geralmente não se traduz em conhecimento realmente aprendido e aplicação clínica sistemática (SANTOS et al., 2008).

10 2 PROPOSIÇÃO Avaliar o conhecimento dos cirurgiões dentistas sobre a desinfecção de moldes de hidrocolóide irreversível. Avaliar os métodos e técnicas de desinfecção de moldes. Avaliar se os cirurgiões dentistas conhecem e realizam a desinfecção dos moldes. Alertar os cirurgiões dentistas sobre a necessidade da desinfecção dos moldes de hidrocolóide irreversível.

11 3 REVISÃO DE LITERATURA 3.1 O Risco de Infecção A prática odontológica favorece o contato do cirurgião-dentista e de sua equipe com um grande número de indivíduos potencialmente capazes de transmitir microorganismos patogênicos, representando riscos ocupacionais de natureza biológica (PAULA, 2003). Deter as infecções nos consultórios odontológicos tem sido um dos grandes desafios para dentistas, pesquisadores e imunologistas. Na maioria das vezes, os germes têm driblado as medidas de segurança adotadas na atualidade, colocando em risco profissionais e pacientes. Por outro lado, a falta de cuidado de alguns dentistas em relação à biossegurança tem propiciado a intensificação do ciclo de infecção cruzada (NEVES, 1996). Thomazini (2004) define infecção cruzada como a infecção ocasionada pela transmissão de microrganismos de um paciente a outro indivíduo, geralmente pelo pessoal, ambiente ou fômite. Porém, outros autores (JORGE, 2002; PAULA, 2003), enfatizam que a possibilidade de transmissão de infecções nos serviços de saúde ocorre tanto do paciente para o profissional quanto vice-versa e de paciente para paciente, através de materiais e equipamentos e ainda, de profissional para profissional, através das relações de trabalho. Os profissionais que trabalham em odontologia realizam atividades clínicas, cirúrgicas e ambulatoriais, onde existe um contato direto com o paciente, sendo sua proximidade inevitável para a realização do trabalho. No atendimento a pacientes, o cirurgião-dentista expõe a si, sua equipe e o ambiente do consultório a uma grande variedade de microorganismos e vive o paradoxo de, em suas atividades voltadas para o controle e prevenção de doenças, exporem-se a manifestações patológicas de natureza infecto-contagiosa (JORGE, 2002). Com o crescente número de doenças infecto contagiosas, a necessidade da desinfecção dos moldes tornou-se um procedimento indispensável nos consultórios odontológicos (SOUZA et al., 2004).

12 O aumento do conhecimento sobre as doenças infecciosas e sua transmissão em odontologia provocou impacto crescente sobre as atitudes relativas ao controle de infecção nos consultórios e laboratórios de prótese. As implicações legais do controle de infecção no grupo odontológico requerem que seja dada atenção ao potencial dos meios de transmissão frequentemente ignorados no passado (SANTOS & JORGE, 2001). O conceito divulgado em 1998 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para risco foi reapresentado recentemente no manual da ANVISA, que trata de sua prevenção e controle nos serviços odontológicos: trata-se da probabilidade de ocorrência de um resultado desfavorável, de um dano ou de um fenômeno indesejado (BRASIL, 2006, p.162). Diversos agentes agressivos podem estar presentes nos locais de trabalho, quer se originem nos elementos de seu próprio processo (materiais, equipamentos, instalações, suprimentos e espaços físicos) ou na sua forma de organização (arranjo físico, ritmo e método, postura, jornada e turnos, treinamento, etc.). Desta forma, a prática profissional apresenta, como uma de suas principais características, o risco ocupacional, ou seja, a susceptibilidade de se adquirirem hábitos, posturas e moléstias advindas da profissão (PERNAMBUCO, 2001). Os riscos no ambiente de trabalho podem ser classificados segundo sua natureza e ser representados graficamente através de um mapa de risco, sob diferentes cores. A classificação é preconizada pelo Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), constante na Norma Regulamentadora número 9 (NR-9) do Ministério do Trabalho (BRASIL, 2000). De uma forma ou outra, trabalhadores dos serviços de saúde estão constantemente relacionados com o risco biológico (PAULA, 2003). A cavidade bucal é um ambiente ideal para a transmissão de microorganismos, pela presença de calor, umidade e substrato alimentar. Além do estreito contato profissional-paciente e da realização do trabalho diretamente na cavidade bucal, com potencial de estímulo a sangramento, o risco de infecção cruzada na prática odontológica é aumentado pelo uso de instrumentos rotatórios, aparelhos de ultra-som e seringas tríplices, que podem produzir aerossóis (PERNAMBUCO, 2001). Aerossóis são uma suspensão de micropartículas sólidas ou líquidas, menores que 50 micrômetros, que podem penetrar no organismo pelas vias aéreas

13 e ocular. Podem permanecer flutuando por longo período de tempo e dispersar um vasto número de microrganismos no ambiente, atingindo longas distâncias, colocando toda a área de operação e a equipe como potencialmente contaminadas (HARREL & MOLINARI, 2004). Estas superfícies, as mãos e o instrumental contaminados representam nichos ou reservatórios que favorecem a infecção cruzada (THOMAZINI, 2004). Harrel & Molinari (2004) ressaltam que as menores partículas existentes no aerossol, com 0,5 a 10 μm de diâmetro são as que apresentam maior potencial para transmitir infecções, por conseguirem penetrar e se instalar nas pequenas passagens dos pulmões. Contudo, estes autores afirmam que as gotículas com mais de 50 μm de diâmetro podem carregar Mycobacterium tuberculosis eliminados pela tosse ou por disseminação a partir do campo operatório. Por não serem capazes de flutuar por longo tempo, estas assentam no ambiente, mas, à medida que evaporam, reduzem seu tamanho, podendo voltar a circular no ar como partículas de poeira, o que representa um crescente risco de infecção, particularmente devido ao ressurgimento da tuberculose no panorama epidemiológico mundial. Jorge (1998) afirma que o próprio dentista pode lançar partículas de saliva contaminada sobre o paciente, ao falar próximo a este, durante o atendimento e ainda, que os cabelos da equipe odontológica podem conter inúmeros microorganismos, representando importante fonte de infecção. Em odontologia, utilizam-se instrumentos de naturezas diversas, como curetas, fórceps e peças de mão, que podem ser veículos de contaminação, por haver o contato constante entre instrumentais e pacientes (STEFANI et al., 2004). A prática odontológica também envolve a ocorrência de acidentes, assim considerados os eventos súbitos e inesperados que interferem nas condições normais de operação e que podem resultar em danos ao trabalhador, à propriedade ou ao meio ambiente (BRASIL, 2005). Acidentes com instrumental ou material perfurocortante, contaminado com sangue ou outros fluidos orgânicos, acarretam riscos para os profissionais de saúde, segundo alguns critérios de gravidade, tais como a profundidade da lesão, a exposição de grandes áreas cutâneo-mucosas e/ou contato prolongado com o material biológico (PERNAMBUCO, 2001). Apresentam-se ainda como vetores de contaminação as linhas de água que abastecem as peças de mão, como aparelhos de alta rotação e seringas (THOMAZINI, 2004).

14 Segundo Russo et al. (2000), estes equipamentos podem aspirar saliva e sangue por mecanismo de refluxo, no momento final de sua utilização na boca de um paciente e transmitir microorganismos para o próximo. Chibebe et al. (2002) avaliaram a qualidade da água coletada de seringas tríplices em 40 consultórios de Taubaté, São Paulo e mostraram que 72,5% dos consultórios apresentavam água contaminada, segundo os parâmetros preconizados pela American Dental Association (ADA), que preconizam menos de 200UFC/mL (unidades formadoras de colônias/mililitro) de bactérias aeróbias na seringa tríplice. Antes da coleta das amostras foi realizado a desinfecção da superfície da seringa tríplice com algodão estéril embebido em álcool 70% e o jato de água foi desprezado durante os primeiros 30 segundos de acionamento da seringa. Os autores apontaram que o uso de reservatórios fixos ao equipamento contribui para a estagnação da água e formação de biofilme altamente contaminado, ao contrário do uso de reservatórios de garrafas plásticas, que são removíveis e, inclusive, descartáveis. De acordo com Pernambuco (2001), as vias de transmissão de microrganismos ou formas de contágio na clínica odontológica podem ser assim agrupadas: contato direto com lesões infectadas ou com respingos de sangue ou saliva diretamente sobre a pele ou mucosa; transmissão indireta através de instrumentos e equipamentos contaminados; inalação e absorção dos microrganismos veiculados através do ar, em decorrência da produção de aerossóis contaminados de sangue e saliva infectados, pela tosse, espirro e fala ou por perdigotos de secreções nasofaringeanas. Entretanto, o risco de infecção cruzada não se encerra com a finalização do atendimento aos pacientes. Permanece a questão dos resíduos produzidos nos serviços de saúde, tais como gaze, agulhas, fios de sutura, dentre outros materiais contaminados, sendo alguns perfurocortantes. O gerenciamento inadequado destes resíduos pode originar vários danos, destacando-se a ocorrência de acidentes de trabalho envolvendo profissionais da saúde, da limpeza pública e catadores, além da propagação de doenças para a população em geral, por contato direto ou indireto, através de vetores (GARCIA & ZANETTI-RAMOS, 2004). A presença de fontes de microrganismos e das formas de contaminação, ao lado da patogenicidade dos microrganismos veiculados, são as variáveis que

15 levam à contaminação e à infecção, das quais todos devem estar conscientes (THOMAZINI, 2004). Segundo Paula (2003), o risco associado a um evento perigoso, como a exposição a agentes agressivos, pode ser avaliado a partir da frequência de exposição e da consequência do evento. Na avaliação de risco biológico, quatro critérios fundamentais devem ser considerados, incluindo: a capacidade patogênica do agente, o modo de transmissão e condições relativas ao hospedeiro e agente, a disponibilidade de medidas de prevenção eficazes e a disponibilidade de tratamento eficaz. A patogenicidade expressa à possibilidade de uma contaminação gerar uma infecção, sendo diretamente proporcional ao número de microrganismos contaminantes vezes a sua virulência e inversamente proporcional à resistência do hospedeiro. Por sua vez, a virulência é definida como o conjunto de recursos que os microrganismos possuem para causar dano ao hospedeiro, instalando-se, sobrevivendo e, finalmente, multiplicando-se (THOMAZINI, 2004). O tempo de sobrevivência dos microorganismos no ar depende de suas características e das condições ambientais. Os esporos são relativamente resistentes, enquanto as células vegetativas são eliminadas mais rapidamente (GUIMARÃES JÚNIOR, 2001). A microbiologia é uma ciência cujo objetivo prático é o controle de microorganismos, valendo-se das limitações da capacidade de sobrevivência dos mesmos para prevenir a infecção e transmissão de doenças. O conhecimento e a aplicação dos métodos usados para destruir, remover ou excluir microorganismos com potencial patogênico são fundamentais para realizar adequadamente a prática da odontologia (JORGE, 1998). Ao lado do desenvolvimento de estratégias voltadas para o controle dos microorganismos patogênicos, a imunologia fornece subsídios para o desenvolvimento de resistência por parte de seus possíveis hospedeiros, podendo afetar o risco de que desenvolvam infecções e suas consequências. A imunização passiva ou humoral refere-se a um estado de resistência que pode ser atingido naturalmente, em consequência de uma infecção prévia, com ou sem manifestação clínica. Por outro lado, a imunização ativa pode ser induzida artificialmente, mediante a inoculação, através da vacinação, de frações ou produtos do agente infeccioso, ou do próprio agente, morto ou atenuado, o que provoca estimulação

16 antigênica do sistema imunológico, com o desenvolvimento de uma resposta humoral (produção de anticorpos) e celular (BRASIL, 2005). A imunização ativa, mais duradoura que a passiva, complementa a adoção de barreiras de proteção pessoal ou individual na redução do risco biológico associado ao exercício da odontologia (STEFANI et al., 2004). Portanto, para evitar que isto ocorra, o dentista deve seguir a um programa efetivo de normas de assepsia como: avaliação e proteção ao paciente; proteção pessoal; esterilização e desinfecção química; assepsia de equipamentos; lixo adequado para material contaminado e assepsia dos materiais enviados ao laboratório (NEVES, 1996). Todo molde deve ser lavado em água corrente, para remover a saliva e o sangue, desinfetado e vazado com gesso logo em seguida; assim, os modelos de gesso podem ser transferidos para o laboratório. Tal procedimento resulta na eliminação ou redução da distorção e numa diminuição substancial do risco de infecção cruzada (BERGMAN, 1989). O procedimento de desinfecção deve ser rápido, a fim de prevenir alterações dimensionais (SOUZA et al., 2004). 3.2 Os Moldes A obtenção de modelos como meio auxiliar de diagnóstico, planejamento e tratamento em Prótese Dentária exige do profissional muita atenção, já que os modelos devem reproduzir com exatidão os tecidos moldados e apresentar acuidade dimensional. Tais aspetos merecem atenção especial quando se utiliza o hidrocolóide irreversível (alginato) como material de moldagem, desde a manipulação, armazenamento e desinfecção do molde até o vazamento do gesso. Além dos cuidados que se deve ter com o molde, o gesso também merece atenção especial, principalmente no que diz respeito à sua manipulação, proporção água/pó e seu armazenamento durante a presa (SOUZA et al., 2004).

17 3.3 Estratégias da biossegurança Pelas características e pela magnitude dos efeitos adversos que os riscos biológicos ocasionam no organismo das pessoas que estão direta ou indiretamente relacionados com ele, é de grande importância manter um controle estrito para evitar a contaminação entre as distintas partes que participam nas atividades (PAULA, 2003). Neste panorama, a preocupação com o controle de infecção já se tornara igualmente presente no âmbito das clínicas ambulatoriais, assim definidos os estabelecimentos dedicados a prestar assistência a uma determinada clientela, sem regime de internação. Segundo a natureza dos procedimentos que realizam, estas clínicas estão sujeitas à infecção ambulatorial, inclusive na prestação de serviços odontológicos (EDUARDO, 1998). Para Jorge (2002), as infecções que podem ocorrer no consultório odontológico são em tudo semelhantes às infecções hospitalares. As precauções-padrão são um conjunto de normas ou rotinas de biossegurança indicadas como medidas universais para reduzir o risco ocupacional e a transmissão de agentes infecciosos nos serviços de saúde (BRASIL, 2000). Fundamentam-se em investigações epidemiológicas e são suportadas por legislação específica, devendo ser adotadas indistintamente, no atendimento a todo e qualquer paciente (JORGE, 2002), independente de diagnóstico confirmado ou presumido de doença infecciosa transmissível no indivíduo-fonte (BRASIL, 2006), em todos os tipos de tratamento odontológico e para todos os instrumentos e equipamentos (RUSSO et al., 2000). Recomenda-se a substituição da denominação inicial medidas de precaução universal pelo termo precauções-padrão (KOHN et al., 2004). Em seu estudo a respeito das representações sociais dos dentistas quanto ao atendimento de pacientes com AIDS, Santos et al. (2008) enfatizam que constitui erro a adoção, pelo dentista, de procedimentos diferenciados ou especiais. Pernambuco (2001) afirma que o dentista deve considerar cada paciente como potencialmente de risco, podendo ser portador de doença infecto-contagiosa não identificável, mesmo através do levantamento de seu histórico médico e de testes laboratoriais.

18 Garbin et al. (2004) ressaltam não ser permitido aos profissionais de saúde negar atendimento a pacientes portadores de doenças, sendo sua responsabilidade atuar de forma a impedir sua transmissão. Acima de tudo, as precauções-padrão e os protocolos de controle de infecção protegem, além do profissional, todos os usuários de seus serviços. Na prática odontológica, o controle de infecção deve obedecer a quatro princípios básicos (BRASIL, 2000): Princípio 1: os profissionais devem tomar medidas para proteger a sua saúde e a de sua equipe; Princípio 2: os profissionais devem evitar contato direto com matéria orgânica; Princípio 3: os profissionais devem limitar a propagação de microorganismos; Princípio 4: os profissionais devem tornar seguro o uso de artigos, peças anatômicas e superfícies.

19 4 METODOLOGIA A pesquisa possui de caráter qualitativo, descritivo e exploratório. O procedimento técnico adotado foi o questionário, que foi aplicado a 20 cirurgiões dentistas estudantes de Pós-graduação em Prótese Dentária do Instituto de Ciências da Saúde, FUNORTE / SOEBRAS, de Montes Claros, MG. O questionário tinha 24 questões, sendo 23 de múltipla escolha e uma questão aberta (ANEXO 1) e solicitou informações sobre o tipo de material de moldagem usado, uso de luvas, material empregado para a construção do modelo, substâncias utilizadas para desinfecção dos moldes, modelos e próteses, bem como a marca comercial do agente químico, o método e o tempo de aplicação dos mesmos e a identificação do tipo de doença infectocontagiosa durante o atendimento, dentre outras questões descritas a seguir. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística descritiva.

20 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os gráficos abaixo se referem à análise do questionário aplicado a 20 profissionais da odontologia. Alguns profissionais deixaram questões sem responder. Dentre os participantes da pesquisa, 40% são do sexo masculino e 60% do sexo feminino (GRÁFICO 1). Sexo dos participantes 60% 40% Masculino Feminino GRÁFICO 1 - Sexo Fonte: Dados da pesquisa. O gráfico 2 abaixo mostra que 10% dos entrevistados possuem idade entre 20 a 25 anos, 40% de 26 a 30 anos, 30% de 31 a 35 anos e 20% com idade acima de 35 anos. Idade 30% 20% 10% 40% 20 a 25 26 a 30 31 a 35 35 acima GRÁFICO 2 - Idade Fonte: Dados da pesquisa

21 Com relação ao tempo de profissão, 50% possui menos de 5 anos de trabalho na área, 40% de 6 a 10 anos e 10% acima de 10 anos (GRÁFICO 3). Tempo de profissão 10% 40% 50% 0 a 5 6 a 10 10 acima GRÁFICO 3 - Tempo de profissão Fonte: Dados da pesquisa Quando questionados se acreditam no risco de transmissão de doenças no consultório odontológico, 75% afirmou acreditar e 25% afirmou não acreditar (GRÁFICO 4). Transmissão de doenças 25% sim não 75% GRÁFICO 4 Transmissão de doenças Fonte: Dados da pesquisa. As possíveis doenças citadas como risco de contaminação nos consultórios foram: hepatite (19%), candidose (6%), tuberculose (19%), AIDS (24%), Herpes (19%) e pneumonia (13%), conforme mostrado no gráfico 5. No período de 1980 a 1999 foram registrados, na Secretaria de Vigilância Epidemiológica, 135 casos de Cirurgiões-dentistas com AIDS no Estado de São

22 Paulo, sendo 126 homens e 9 mulheres e, entre estes, ocorreram 89 óbitos (PAULA, 2003). Está comprovado que alguns microorganismos sobrevivem fora da cavidade oral, num período que varia de minutos a semanas. O vírus do herpes simples no sangue, em uma peça de roupa, pode sobreviver por 3 horas; o da hepatite B, uma semana e o bacilo da tuberculose sobrevive semanas numa superfície absorvível (GUIMARÃES JÚNIOR, 2001). Doenças 19% 13% 19% 6% hepatite Candidose tuberculose 24% 19% AIDS Herpes pneumonia GRÁFICO 5 - Doenças Fonte: Dados da pesquisa. A prática odontológica favorece o contato do cirurgião-dentista e de sua equipe com um grande número de indivíduos potencialmente capazes de transmitir microorganismos patogênicos, representando riscos ocupacionais de natureza biológica (PAULA, 2003). Os profissionais que trabalham em odontologia realizam atividades clínicas, cirúrgicas e ambulatoriais, onde existe um contato direto com o paciente, sendo sua proximidade inevitável para a realização do trabalho. No atendimento a pacientes, o cirurgião-dentista expõe a si, sua equipe e o ambiente do consultório a uma grande variedade de microorganismos e vive o paradoxo de, em suas atividades voltadas para o controle e prevenção de doenças, expor-se a manifestações patológicas de natureza infecto-contagiosa, tais como hepatite, herpes e AIDS, dentre muitas outras, constituindo-se em grupo de risco para diversas doenças (SANTORO, 2004).

23 Jorge (1998) ressalta que o próprio dentista pode lançar partículas de saliva contaminada sobre o paciente, ao falar próximo a este, durante o atendimento e ainda, que os cabelos da equipe odontológica podem conter inúmeros microorganismos, representando importante fonte de infecção. Dentre os entrevistados, 20% utilizam como material para moldagem o alginato, 40% utiliza o hidrocolóide reversível, 10% a pasta de oze, 10% silicone e 20% polieter, mostrado no gráfico 6. Material Moldagem 10% 20% 20% alginato hid. Reversível pasta de oze 10% 40% silicone polieter GRÁFICO 6 - Material de moldagem Fonte: Dados da pesquisa. Os profissionais foram questionados se protegem as mãos com luvas ao manusear produtos químicos e todos afirmaram usar. Apesar do alto risco existente na prática odontológica em adquirir e/ou transmitir doenças infecciosas, existem meios capazes de controlar a transmissão de microrganismos patogênicos, tais como o uso de equipamentos de proteção individual e a adoção de procedimentos de desinfecção e esterilização dos equipamentos e instrumentais utilizados (THOMAZINI, 2004). Dentre os entrevistados, 60% vazam os moldes no consultório e 40% no laboratório (GRÁFICO 7).

24 Moldes no consultório 40% 60% sim não GRÁFICO 7 - Moldes no consultório. Fonte: Dados da pesquisa. Questionados se fazem a desinfecção dos moldes, 50% afirmaram fazer e 50% não fazer (GRÁFICO 8). Em estudo realizado por Scaranelo et al. (2003), para a obtenção dos modelos, 82,24% dos entrevistados afirmaram que vazam os moldes no consultório, enquanto 17,76% costumam enviar para o laboratório de prótese, sendo que neste, 5,66% são preparados pelo técnico responsável, 8,49% pelo auxiliar de laboratório e 3,78% disseram que por ambos, porém 82,07% não sabem quem o faz, o que vem a justificar que a desinfecção tenha que ser realizada pelo próprio profissional, dados semelhantes aos encontrados por Pavarina et al. (1996). A recomendação de Mathias et al. (1998) para moldes e próteses é a limpeza destes materiais em água corrente, para a remoção de resíduos de sangue, saliva e matéria orgânica, seguida pela desinfecção apropriada, utilizando métodos tanto por aerossol quanto por imersão, sempre com um tempo de 10 minutos e usando substâncias desinfetantes como glutaraldeído a 2% e hipoclorito de sódio a 1%, na maioria das situações, e em outras o uso de soluções à base de PVPI a 1% e fenol sintético.

25 Desinfecção de Moldes 50% 50% sim não GRÁFICO 8 - Desinfecção dos moldes. Fonte: Dados da pesquisa. Questionados sobre que substâncias utilizam para desinfecção dos moldes, 50% afirmaram usar água, 20% produtos químicos e 30% não usar nenhuma substância (GRÁFICO 9). Substancias Desinfecção dos Moldes 20% 50% 30% nenhuma agua produtos quimicos GRÁFICO 9 - Substâncias Fonte: Dados da pesquisa. Gallito et al. (2000) realizaram uma pesquisa com Cirurgiões-dentistas da Faculdade de Odontologia da UERJ e ABO do Rio de Janeiro (110 entrevistados), mostrando que 40% deles executavam algum tipo de desinfecção contra 60%. Demonstraram também que, de modo geral, uma parcela significativa de Cirurgiõesdentistas está longe de aplicá-la de forma sistemática.

26 Independentemente do material e da solução desinfetante a serem utilizados, os moldes devem ser lavados em água corrente após serem retirados da boca, para a eliminação de resíduos de sangue, saliva, microorganismos e matéria orgânica e para que a solução possa agir, alguns recomendam limpeza com solução de água gessada. Depois, os moldes serão imersos em uma solução desinfetante apropriada, aguardar-se-á alguns minutos, em seguida serão novamente lavados em água corrente para remoção do excesso de solução desinfetante e só então o gesso será vertido para o seu interior (SCARANELO et al., 2003). Nenhum dos profissionais entrevistados faz a desinfecção dos moldes de gesso. Quando questionados se já atenderam ou se atendem atualmente a pacientes com doenças infecto-contagiosas, 75% afirmaram que sim e 25% que não (GRÁFICO 10). Pacientes com doenças contagiosas 25% sim não 75% GRÁFICO 10 - Pacientes com doenças contagiosas. Fonte: Dados da pesquisa. Sempre é interessante conhecer quais materiais de moldagem os profissionais têm utilizado, visto que as variações de composição, textura e lisura de superfície afetariam a capacidade destes materiais em absorver ou adsorver os microorganismos, além de influírem no seu potencial de transmissão (SCARANELO et al., 2003). Nas duas últimas décadas, as doenças infecto-contagiosas retomaram importância como problema de saúde pública. O surgimento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) nos anos 80, o recrudescimento associado das

27 taxas de adoecimento e mortalidade por tuberculose e a disseminação da hepatite B em nível mundial contrapuseram-se aos avanços nas áreas da microbiologia, imunologia e epidemiologia (GARBIN et al., 2004), trazendo muitos desdobramentos para as áreas da saúde e educação. Cirurgiões-dentistas, técnicos em prótese dentária e auxiliares odontológicos constituem grupos de risco frente a um grande número de vírus, bactérias e fungos patogênicos. AIDS, hepatites, herpes, gripes e tuberculose são doenças infectocontagiosas que podem ser transmitidas em consultórios. O risco de transmissão dessas doenças tem direcionado atenção às técnicas de desinfecção e esterilização praticadas no consultório odontológico (SCARANELO et al., 2003). Nos serviços de saúde, profissionais estão continuamente expostos a riscos biológicos. Em odontologia, vários fatores favorecem a infecção cruzada, como a manipulação de secreções orgânicas, a dispersão de aerossóis para o meio, o risco de acidentes com instrumental perfurocortante e a produção de lixo contaminado. Desde o início dos anos 90, vêm sendo estabelecidas recomendações e normatizações por parte de órgãos responsáveis pela saúde do trabalhador e pela saúde coletiva, incluindo um conjunto de medidas, denominadas precauçõespadrão, que devem ser observadas para garantir a qualidade do serviço, no que se refere ao controle de infecção (GARBIN et al., 2004). Essa preocupação se comprova quando se verifica o aumento do número de profissionais vacinados contra a hepatite B. Segundo Cleveland et al. (1996) nos USA, de 22%, em 1983, passou para 85%, em 1992, o número de profissionais vacinados contra a hepatite B, havendo redução de 14% para 9% no número de profissionais infectados. Rezende & Lorenzato (2000) informaram em sua pesquisa que 90,6% dos profissionais entrevistados foram imunizados contra a hepatite B numa campanha feita pelo CRO-SP em 1995. Agora, o próprio CRO-SP nos informou que nesta campanha de 2002, um total de 70 mil doses de vacinas (hepatite B, dupla adulto e tríplice), nesta fase inicial, foram aplicadas, enquanto na de 1995, um total de 43,1 mil profissionais foram imunizados, significando que se espera um aumento substancial na proporção de imunização, demonstrando plena mente a conscientização da população envolvida.

28 6 CONCLUSÃO A maioria dos participantes da pesquisa foi do sexo feminino (60%), com idade entre 26 a 30 anos e menos de 5 anos de trabalho na área. Quando questionados se acreditam no risco de transmissão de doenças no consultório odontológico, 75% afirmaram acreditar e 25% afirmaram não acreditar. As possíveis doenças citadas como risco de contaminação nos consultórios foram: hepatite (19%), candidose (6%), tuberculose (19%), AIDS (24%), Herpes (19%) e pneumonia (13%). Dentre os entrevistados, 20% utilizam como material para moldagem o alginato, 40% utiliza o hidrocolóide reversível, 10% a pasta de oze, 10% silicone e 20% polieter. Pôde-se observar o alto índice de desinformação e falta de conscientização dos profissionais entrevistados, já que os moldes são veículos de infecção cruzada e, uma vez que estes não podem ser esterilizados, deve-se desinfetá-los com métodos apropriados. Faz-se importante uma reformulação nos conceitos de controle de infecção em odontologia. Os profissionais têm que ter consciência das vantagens da realização de procedimentos sob condições seguras de trabalho, aumentando um pouco a complexidade no atendimento diário do paciente, onde este se sentirá mais seguro em relação ao tratamento no que se diz respeito a contágio de doenças no consultório do cirurgião dentista. Com a evolução de técnicas novas de controle de infecção, se faz necessária uma atualização continuada do cirurgião dentista perante os conhecimentos de biossegurança. Há necessidade de condutas no ambiente de trabalho, para se conseguir um controle efetivo de biossegurança

29 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERGMAN, B. Disinfection of prosthodontic impression materials: a literature review. Int J Prosthodont. Philadelphia, v.2, n.6, p.537-542, nov./dec. 1989. Disponível em: http://podae.forp.usp.br/index.php?option=com_content&task=view&id=182&itemid= 64. Acesso em: 15 jan. 2011. BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Coordenação Nacional de DST e AIDS. Controle de infecções e a prática odontológica em tempos de AIDS: manual de condutas Brasília. Ministério da Saúde, 2000. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_condutas_ hepatite_hiv.pdf. Acesso em: 15 jan. 2011. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Serviços Odontológicos: prevenção e controle de riscos. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/manual_odonto.pdf. Acesso em: 15 jan. 2011. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma regulamentadora (NR) 32 - Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde. Portaria MTE n.º 485, de 11 de Novembro de 2005. DOU, Brasília, DF, 16/11/05 Seção 1. Disponível em: www.mte.gov.br/empregador/segsau/legislacao/normas/download/nr32.pdf. Acesso em: 15 jan. 2011. CLEVELAND, J.L.; SIEW, C.; LOCKWOOD, S.A.; GRUNINGER, S.E.; GOOCH, B.F.; SHAPIRO, C.N. Hepatitis B vaccination and infection among U. S. dentists, 1983-1992. J Am Dent Assoc 1996; 127(9):1385-90. CHIBEBE, P.C. A.; UENO, M.; PALLOSET, D. Biossegurança: avaliação da contaminação da água de equipamentos odontológicos. Disponível em: www.unitau.br/prppg/publica/biocienc/downloads/biosseguranca-n1-2002.pdf. Acesso em: 20 mar. 2011. EDUARDO, M. B. de P. Vigilância Sanitária. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 1998. GALLITO, M.A.; ALVES, W.V.; MIRANDA, M.S. A desinfecção de moldes e modelos na clínica odontológica. Pesq Odontol Bras. Rio de Janeiro, v.122, n.5, p.51-54, 2000. Disponível em: http://oa.1000grad.com/index.php/prosthodontics_pcl/article/ view/306/284. Acesso em: 20 mar. 2011.

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33 ANEXOS ANEXO I - QUESTIONARIO AOS CIRURGIOES-DENTISTAS 01- Sexo/Gênero a. Masculino b. Feminino 02- Sua idade está entre: a. 20 a 25 anos b. 26 a 30 anos c. 31 a 35 anos d. 36 a 40 anos e. Acima de 40 anos 03- Há quanto tempo você exerce a profissão? a. 0 a 5 anos b. 6 a 10anos c. 11 a 15 anos d. 15 a 20 anos e. Há mais de 20 anos 04- Você acredita na possibilidade de transmissão de doença através dos materiais que circulam entre o consultório odontológico e o laboratório de prótese? a. Não b. Sim 05- Na sua opinião, quais das doenças abaixo relacionadas, podem ser transmitidas? a. Hepatites b. Candidose c. Tuberculose d. AIDS e. Herpes f. Pneumonia g. Outras: 06- Quais os tipos de material de moldagem que tem usado? ( ) alginato ( ) hid. Reversível ( ) godiva ( ) pasta de oze ( ) silicona ( ) poliéter ( ) mercaptana 07- Costuma manipular esses materiais com as mãos protegidas por luvas? ( ) sim ( ) não 08- Costuma vazar os moldes no consultório? ( ) sim ( ) não 09- Caso negativo, responda quem o faz por você. ( ) auxiliar odontológico ( ) laboratório de prótese 10- Se no laboratório de prótese, quem vaza o molde? ( ) técnico responsável ( ) auxiliar de laboratório ( ) ambos ( ) não sei 11- Qual o material empregado na construção do modelo? ( ) gesso ( ) metalização outros: 12- Costuma desinfetar os moldes? ( ) sim ( ) não

34 13- Quais as substâncias usadas para desinfetar os moldes? ( ) nenhuma ( ) lavar com água ( ) agente químico 14- Se usa desinfetar os moldes com agente químico, indique qual utiliza. ( ) glutaraldeído ( ) clorhexidina ( ) hipoclorito de sódio ( ) comp. fenólicos ( ) óxi. etileno ( ) álcool a 70% 15- Costuma desinfetar os modelos de gesso? ( ) sim ( ) não 16- Costuma desinfetar as próteses? ( ) sim ( ) não 17- Indique qual a marca comercial do agente químico desinfetante utilizado: 18- Qual o método de desinfecção utilizado? ( ) imersão ( ) aerossol (spray) outras: 19- No caso de o método ser por imersão, qual o tempo que o deixa imerso (em minutos)? ( ) 5 ( ) 10 ( ) 30 ( ) 60 ( ) mais de 60 minutos 20- No caso de o método ser por aerossol, qual o tempo que o aplica (em minutos)? ( ) 5 ( ) 10 ( ) 30 ( ) 60 ( ) mais de 60 minutos 21- Costuma lavar os moldes, antes de desinfetar, em água corrente? ( ) sim ( ) não 22- Costuma lavar os moldes, depois de desinfetar, em água corrente? ( ) sim ( ) não 23- Já atendeu a pacientes portadores de doenças infectocontagiosas? ( ) AIDS ( ) hepatite B ( ) herpes simples Outras: 24- Qual o tipo de especialidade que exerce? ( ) Clínico Geral ( ) Dentística ( ) Odontopediatria ( ) Reabilitação Oral ( ) Periodontia ( ) Endodontia ( ) Ortodontia ( ) Implantodontia ( ) Cirurgia Oral ( ) Prótese ( ) Bucomaxilofacial