PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO EMENTA

Documentos relacionados
Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO EMENTA

APELAÇÃO CÍVEL RN ( ). RELATÓRIO

SEGUNDA CÂMARA CÍVEL RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 8785/2004 CLASSE II COMARCA DE SINOP APELANTE: BRASIL TELECOM S. A.

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

EMENTA ACÓRDÃO. Decide a Sexta Turma, por unanimidade, negar provimento à apelação. Sexta Turma do TRF da 1ª Região

<CABBCABCCBBACADDCAABCBABCACCBBACABDAA DDABCAAD>

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO EMENTA

ACÓRDÃO. São Paulo, 19 de janeiro de Elói Estevão Troly Relator Assinatura Eletrônica

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

DE SOUZA PIRES COELHO DA MOTA

Poder Judiciário da União Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO FÓRUM DAS TURMAS RECURSAIS PROF. DOLOR BARREIRA 1ª TURMA RECURSAL DO JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

1 - A inscrição indevida do nome do autor em cadastro de inadimplentes configura dano moral in re

São Paulo, 13 de dezembro de 2017.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 37ª Câmara de Direito Privado

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

: J. S. FAGUNDES CUNHA

Poder Judiciário da União TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS. 3ª Turma Cível. Órgão

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5.ª REGIÃO Gabinete da Desembargadora Federal Margarida Cantarelli

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Superior Tribunal de Justiça

ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº , da Comarca de Cotia, em que é apelante VIAÇÃO MIRACATIBA

Superior Tribunal de Justiça

Inteiro Teor ( )

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores HERALDO DE OLIVEIRA (Presidente), JACOB VALENTE E TASSO DUARTE DE MELO.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

Superior Tribunal de Justiça

Poder Judiciário da União TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

Apelação Cível n , de Tangará Relatora: Desembargadora Maria do Rocio Luz Santa Ritta

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO APELAÇÃO/REMESSA NECESSÁRIA Nº /SP

Ação: Procedimento Ordinário

JOAO CARLOS LOPES SCALZILLI

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO AMAZONAS Gabinete da Desa. Maria das Graças Pessôa Figueiredo

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA AULA N. 07

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

Nesses termos, pede deferimento. Local e data. Advogado... OAB...

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO EMENTA

<CABBCABCCBBACADADAADAACDBBACBCCBCBAAA DDADAAAD> A C Ó R D Ã O

PODER JUDICIÁRIO Mato Grosso do Sul Sidrolândia 2ª Vara Cível

AULA DE APRESENTAÇÃO DO CURSO E INÍCIO DA AULA 01

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

EMENTA. 1. Aplica-se o CDC aos casos de responsabilidade civil do transportador aéreo.

CÍVEL Nº COMARCA DE PORTO ALEGRE A C Ó R D Ã O

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

APELAÇÃO CÍVEL E REEXAME NECESSÁRIO Nº , DE APUCARANA - 1ª VARA CÍVEL E DA FAZENDA PÚBLICA APELANTE : JANAINA CORDEIRO ZANETTI

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO EMENTA

Poder Judiciário da União Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

A C Ó R D Ã O. O julgamento teve a participação dos Desembargadores WALTER BARONE (Presidente sem voto), JONIZE SACCHI DE OLIVEIRA E SALLES VIEIRA.

Superior Tribunal de Justiça

Tribunal Regional Federal da 3ª Região

DANO MORAL. ERRO MÉDICO - AÇÃO JUDICIAL EM FACE DO ESTADO Aula n. 29 Módulo Saúde Pública Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação / Reexame Necessário nº

Superior Tribunal de Justiça

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores DIMAS RUBENS FONSECA (Presidente) e CESAR LUIZ DE ALMEIDA.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO APELAÇÃO CÍVEL Nº /SP

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Superior Tribunal de Justiça

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

RELATÓRIO. TRF/fls. E:\acordaos\ _ doc

TURMA RECURSAL ÚNICA J. S. Fagundes Cunha Presidente Relator

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

APELAÇÃO CÍVEL Nº , DA 9ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 1ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

: : : Órgão Classe N. Processo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO EMENTA

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ERBETTA FILHO (Presidente) e RAUL DE FELICE. São Paulo, 4 de maio de 2017.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores SÁ DUARTE (Presidente sem voto), MARIO A. SILVEIRA E SÁ MOREIRA DE OLIVEIRA.

V O T O D O R E L A T O R

ACÓRDÃO Nº COMARCA DE ALVORADA CALECA MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO E AGROPECUÁRIA LTDA APELANTE LIFE INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA

SENTENÇA. Justiça Gratuita Juiz(a) de Direito: Dr(a). Luiza Barros Rozas

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores MOREIRA VIEGAS (Presidente sem voto), FERNANDA GOMES CAMACHO E A.C.MATHIAS COLTRO.

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS. Número do processo: /001(1) Relator: MARCELO RODRIGUES. Relator do Acordão: MARCELO RODRIGUES

R E L A T Ó R I O O EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL LÁZARO

RIO GRANDE ENERGIA S A

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA DANO MORAL E O ERRO MÉDICO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores SIMÕES DE VERGUEIRO (Presidente) e MIGUEL PETRONI NETO.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA RESPONSABILIDADE CIVIL MÉDICO- HOSPITALAR E O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ANDRADE NETO (Presidente sem voto), LINO MACHADO E CARLOS RUSSO.

Reis Friede Relator. TRF2 Fls 356

Vistos. Foi indeferido o pedido de tutela de urgência (fls. 130/133). Citada, a requerida não apresentou resposta (fls. 139/140). Esse é o relatório.

SKY BRASIL SERVICOS LTDA

Transcrição:

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO RELATORA : CONSUELO YOSHIDA APELADO(A) MARIA CANDIDA BRAGA E SILVA (= ou > de 60 : anos) ADVOGADO SP209610 CLAUDIO RENATO MOLICA : MALACARNE e outro D.E. Publicado em 09/03/2015 EMENTA ADMINISTRATIVO. CANCELAMENTO DE TÍTULO DE ELEITOR. ERRO DA ADMINISTRAÇÃO. DANOS MORAIS. CABIMENTO. REPARAÇÃO. PROPORCIONALIDADE. 1. Ao comparecer à sua sessão eleitoral, a autora foi informada acerca da inclusão de seu nome na lista de impedidos, o que gerou a impossibilidade de participar da votação. 2. Assim, procurou o Cartório Eleitoral para regularização de sua situação, recebendo como resposta a certidão do Juízo da 272ª Zona Eleitoral do Estado de São Paulo (fl. 10), em que foi atestado que o cancelamento ocorreu por equívoco, encontrando se a autora em situação regular perante a Justiça Eleitoral. 3. Tal cancelamento foi efetuado erroneamente, conforme comprovado nos autos (fl. 10), ensejando o dever de indenizar por danos morais, uma vez que esta se viu impedida de exercer o direito ao voto nas eleições que ocorreram naquela época. 4. A simples impossibilidade de votar já configura o alegado dano moral, visto que evidente o impedimento ao exercício de direito por parte da autora. Destarte, não sendo necessária a comprovação de situação vexatória ou eventuais abalos à saúde da parte. 5. A reparação do dano moral não pode ser irrisória nem exorbitante, devendo ser fixada em patamar razoável. 6. O montante fixado em sentença guarda consonância com a jurisprudência pátria que tem estabelecido valores razoáveis fixação das indenizações por dano moral, pois não representa quantia desprezível e tem o caráter de reprimir a prática da conduta danosa, não sendo valor irrisório e nem abusivo, a ponto de ensejar enriquecimento ilícito do autor. 7. Apelação improvida. ACÓRDÃO Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia Sexta Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, por unanimidade, negar provimento à apelação, nos termos do relatório e voto que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. data:text/html;charset=utf 8,%3Ccenter%20style%3D%22color%3A%20rgb(0%2C%200%2C%200)%3B%20font family%3a%20'times%20new%20ro 1/5

São Paulo, 26 de fevereiro de 2015. Documento eletrônico assinado digitalmente conforme MP nº 2.200 2/2001 de 24/08/2001, que instituiu a Infra estrutura de Chaves Públicas Brasileira ICP Brasil, por: Signatário (a): CONSUELO YATSUDA MOROMIZATO YOSHIDA:10040 Nº de Série do Certificado: 184B8983BD7264E5 Data e Hora: 27/02/2015 16:10:01 RELATORA : CONSUELO YOSHIDA APELADO(A) : MARIA CANDIDA BRAGA E SILVA (= ou > de 60 anos) ADVOGADO : SP209610 CLAUDIO RENATO MOLICA MALACARNE e outro VOTO A EXCELENTÍSSIMA SENHORA DESEMBARGADORA FEDERAL CONSUELO YOSHIDA (RELATORA): Ao comparecer à sua sessão eleitoral, a autora foi informada acerca da inclusão de seu nome na lista de impedidos, o que gerou a impossibilidade de participar da votação. Assim, procurou o Cartório Eleitoral para regularização de sua situação, recebendo como resposta a certidão do Juízo da 272ª Zona Eleitoral do Estado de São Paulo (fl. 10), em que foi atestado que o cancelamento ocorreu por equívoco, encontrando se a autora em situação regular perante a Justiça Eleitoral. Ademais, a própria União traz em sua contestação informações acerca do indevido cancelamento do título eleitoral da autora, relatando que o extenso trabalho de revisão dos cadastros eleitorais acabou por gerar equívoco na inclusão da autora na lista de impedidos (fls. 20/25). Para o deslinde da presente questão, transcrevo o teor dos seguintes preceitos legais: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moral idade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:... 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Art. 159 do CC de 1916. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano. data:text/html;charset=utf 8,%3Ccenter%20style%3D%22color%3A%20rgb(0%2C%200%2C%200)%3B%20font family%3a%20'times%20new%20ro 2/5

Art. 186 do CC. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 927 do CC. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará lo. Para a caracterização da responsabilidade objetiva do agente público, ensejadora da indenização por dano moral e patrimonial, é essencial a ocorrência de três fatores: o dano, a ação do agente e o nexo causal. Ao que consta, o dano sofrido pela autora encontra se atrelado ao cancelamento de seu título de eleitor pelo equívoco cometido no recadastramento de eleitores. Tal cancelamento foi efetuado erroneamente, conforme comprovado nos autos (fl. 10), ensejando o dever de indenizar por danos morais, uma vez que esta se viu impedida de exercer o direito ao voto nas eleições que ocorreram naquela época. A simples impossibilidade de votar já configura o alegado dano moral, visto que evidente o impedimento ao exercício de direito por parte da autora. Destarte, não sendo necessária a comprovação de situação vexatória ou eventuais abalos à saúde da parte. Presentes, assim, o ato causador, o dano e o nexo causal, fica evidenciada a responsabilidade da ré para arcar com a indenização ao autor. Nesse sentido tem se manifestado a jurisprudência, consoante os seguintes julgados: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO ESTADO DIREITO AO VOTO IMPEDIMENTO DANO MORAL PRESUMIDO INDENIZAÇÃO RAZOABILIDADE JUROS DE MORA ART. 1º F DA LEI Nº 9494/97 (REDAÇÃO DA LEI Nº 11.960/09) INCIDÊNCIA. 1. A responsabilidade objetiva pressupõe a responsabilidade do Estado pelo comportamento dos seus agentes que, agindo nessa qualidade, causem prejuízos a terceiros. Impõe, tão somente, a demonstração do dano e do nexo causal, mostrando se prescindível a demonstração de culpa, a teor do art. 37, 6º, da Constituição Federal. 2. Os elementos de prova produzidos nos autos indicam que o motivo da suspensão do título eleitoral do autor (art. 14, 2º, da Constituição Federal) não mais subsistia quando das eleições de outubro de 2002. 3. A concretização dos direitos e garantias fundamentais está umbilicalmente relacionada ao livre exercício dos direitos políticos. Muita embora nossa ordem constitucional preveja hipóteses de participação popular direta (plebiscito, referendo e iniciativa popular), a implementação de políticas públicas, bem assim a edição de atos normativos, opera se de forma indireta, ou seja, por intermédio de representantes eleitos. dano s morais presumidos 4. Por atender à dupla finalidade de compensar o lesado e desestimular o ofensor, bem como aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, o valor da indenização fixado pela sentença (R$ 1.000,00) não merece reforma. 5. Considerada a natureza instrumental dos juros de mora, as alterações do art. 1º F da Lei 9.494/97, introduzidas pela Lei nº 11.960/09, têm aplicação imediata aos processos em curso, tendo em vista o princípio tempus regit actum. Precedente do C. STJ. 6. Apelação parcialmente provida. (TRF 3, Sexta Turma, AC 00095503720034036000, Des. Rel. Mairan Maia, e DJF 3 12/04/2012) PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. INTERESSE RECURSAL. TÍTULO DE ELEITOR. CANCELAMENTO POR ÓBITO. CONDUTA, DANO E NEXO CAUSAL PRESENTES. INDENIZAÇÃO FIXADA EM VALOR RAZOÁVEL. 1. No caso, denota se o interesse recursal da parte autora, na medida que pleiteou na inicial o pagamento de indenização por dano moral a ser fixado em 1.000 (um mil) salários mínimos vigentes à época de seu efetivo pagamento, sendo lhe, entretanto, concedido uma indenização no importe de R$ 6.000,00 (seis mil reais), pela r. sentença data:text/html;charset=utf 8,%3Ccenter%20style%3D%22color%3A%20rgb(0%2C%200%2C%200)%3B%20font family%3a%20'times%20new%20ro 3/5

recorrida. 2. O dano sofrido pela autora encontra se atrelado ao cancelamento de seu título de eleitor pela "FASE 019", ou seja, falecimento do titular, situação que lhe ocasionou problemas momentâneos de saúde, assim como lhe impediu de exercer seu direito de votar nas eleições. 3. O cancelamento da inscrição eleitoral da autora foi efetuado erroneamente, conforme reconhecido pelo próprio órgão eleitoral (documentos acostados aos autos). 4. Presentes o ato causador, o dano e o nexo causal, fica evidenciada a responsabilidade da ré para arcar com a indenização à autora. 5. O montante requerido pela autora, em seu recurso, não guarda consonância com a jurisprudência pátria que tem estabelecido valores bem mais comedidos na fixação das indenizações por dano moral. Apesar dos dissabores causados à autora, inexiste justificativa para o arbitramento de montante astronômico, mormente porque não restaram evidenciadas outras consequências advindas nem quaisquer restrições relacionadas à sua vida pessoal ou profissional. 6. Da mesma forma, considerando as peculiaridades do caso concreto, não há razão que justifique a redução do valor da indenização. 7. Destarte, deve ser mantido o valor fixado na r. sentença a título de indenização por dano s morais, pois não representa quantia desprezível e tem o caráter de reprimir a prática da conduta dano sa, não sendo valor irrisório e nem abusivo, a ponto de ensejar enriquecimento ilícito da autora. 8. Apelações e remessa oficial, tida por interposta, improvidas. (TRF 3, Sexta Turma, AC 00032845020024036103, Des. Rel., DJU 24/05/2013). A reparação do dano moral não pode irrisória nem exorbitante, devendo ser fixado em patamar razoável. A quantificação do dano deve pautar se segundo a avaliação dos seguintes quesitos: a) condição social do ofensor e do ofendido; b) viabilidade econômica do ofensor e do ofendido: a indenização não pode ter valoração tamanha, que inviabilize as atividades da ré, nem ser minguada a ponto de banalizar a ocorrência, sem reprimir a repetição de condutas semelhantes; o montante deve minimizar a dor da ofensa sofrida, mas não pode representar vantagem ou prêmio sobre o fato, que configure enriquecimento sem causa da parte; c) grau de culpa d) gravidade do dano e) reincidência. Vê se que o montante fixado em sentença guarda consonância com a jurisprudência pátria que tem estabelecido valores razoáveis fixação das indenizações por dano moral, pois não representa quantia desprezível e tem o caráter de reprimir a prática da conduta danosa, não sendo valor irrisório e nem abusivo, a ponto de ensejar enriquecimento ilícito do autor. Em face de todo o exposto, nego provimento à apelação. É como voto. Documento eletrônico assinado digitalmente conforme MP nº 2.200 2/2001 de 24/08/2001, que instituiu a Infra estrutura de Chaves Públicas Brasileira ICP Brasil, por: Signatário (a): CONSUELO YATSUDA MOROMIZATO YOSHIDA:10040 data:text/html;charset=utf 8,%3Ccenter%20style%3D%22color%3A%20rgb(0%2C%200%2C%200)%3B%20font family%3a%20'times%20new%20ro 4/5

Nº de Série do Certificado: 184B8983BD7264E5 Data e Hora: 27/02/2015 16:10:04 RELATORA : CONSUELO YOSHIDA APELADO(A) : MARIA CANDIDA BRAGA E SILVA (= ou > de 60 anos) ADVOGADO : SP209610 CLAUDIO RENATO MOLICA MALACARNE e outro RELATÓRIO A EXCELENTÍSSIMA SENHORA DESEMBARGADORA FEDERAL CONSUELO YOSHIDA (RELATORA): Trata se de apelação, em sede de ação ordinária em que se objetiva a condenação da União ao ressarcimento em danos morais decorrentes da suspensão do título de eleitor do autor. Não houve produção de prova testemunhal ou pericial ao longo do curso do processo. O r. Juízo a quo julgou procedente o pedido, condenando a União ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), com atualização monetária a partir da data do evento lesivo, conforme o Provimento nº. 26 da E. CFJ da 3ª Região, bem como ao pagamento dos honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor atualizado da condenação. Apelou a União Federal aduzindo, em suas razões, a inexistência de comprovação quanto o nexo causal entre a conduta da Administração e os danos alegados pela autora, não restando caracterizado o dano moral. Sem contrarrazões, subiram os autos a este Tribunal. Submeto o feito ao revisor, na forma regimental. É o relatório. data:text/html;charset=utf 8,%3Ccenter%20style%3D%22color%3A%20rgb(0%2C%200%2C%200)%3B%20font family%3a%20'times%20new%20ro 5/5