Entrevista ao Presidente do Tribunal Administrativo de Moçambique- Juiz- Conselheiro Machatine Paulo Marrengane Munguambe

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Transcrição:

Entrevista ao Presidente do Tribunal Administrativo de Moçambique- Juiz- Conselheiro Machatine Paulo Marrengane Munguambe Panorâmica e apreciação sobre o ambiente institucional do Tribunal Administrativo, os seus desafios bem como partilhar algumas boas práticas; A Constituição da República de Moçambique consagra a existência, na ordem jurídica moçambicana, do Tribunal Administrativo, atribuindo-lhe, como competências gerais, o controlo da legalidade dos actos administrativos e a fiscalização da legalidade das despesas públicas, colocando-o, entretanto, no topo da hierarquia dos tribunais administrativos, fiscais e aduaneiros. Este Tribunal é constituído por três secções (Primeira Secção Secção do Contencioso Administrativo; Segunda Secção Secção do Contencioso Fiscal e Aduaneiro; Terceira Secção Secção das Contas Públicas) e está sediado em Maputo. O Tribunal Administrativo, particularmente no que respeita à Terceira Secção, exerce as funções de um Tribunal de Contas. O Ministério Público é parte integrante das formações de julgamento, quer através de Procuradores-Gerais Adjuntos, quer através do Procurador-Geral da República ou Vice Procurador- Geral da República, nas secções e no Plenário, respectivamente. No que toca à sua jurisdição, cabe ao Tribunal Administrativo a responsabilidade pelo controlo da legalidade administrativa e a fiscalização da legalidade das despesas públicas, em todo o território nacional. 1

Por essa razão, incumbe especificamente ao Tribunal Administrativo assegurar a defesa dos direitos e interesses legalmente protegidos, reprimir a violação da legalidade e dirimir os conflitos de interesses públicas e privados, no âmbito das relações jurídicoadministrativas, relações jurídioco-fiscais, relações jurídico-aduaneiras e, ainda, exercer a fiscalização da legalidade das despesas públicas e julgar as contas dos exactores e tesoureiros da administração pública e de outras entidades que recebem fundos públicos. Cabe igualmente ao Tribunal Administrativo a tarefa de fiscalizar as receitas, despesas e do património público. Trata-se de um tribunal que funciona em plenário, com a presença de metade mais um dos juízes conselheiros em efectividade de funções, por secções e subsecções e, à face da nova legislação recentemente aprovada, funciona com juízes singulares. Para além do seu papel fiscalizador do bem público, o Tribunal Administrativo tem também uma função educadora da sociedade, para que esta possa exercer o controlo social. Relativamente aos desafios enfrentados por esta instituição, importa destacar os trazidos pelas reformas legislativas em curso nos últimos anos, visando a descentralização, a simplificação de procedimentos, a multiplicação de centros de decisão objectivando a melhoria do desempenho do Tribunal, os quais se reflectem na oferta mais ampla de serviços e na maior abrangência da produção da justiça administrativa. Ainda no âmbito dos desafios, encontramos a própria implementação das reformas em curso, a introdução de novas formas de actuação (como são os exemplos da introdução de novas modalidades de auditoria como são os casos das auditorias de desempenho, auditorias ao meio ambiente, entre outras), que seguramente terão reflexos nos processos de recrutamento, 2

colocação e retenção de quadros do Tribunal Administrativo. Outro aspecto a reter, prende-se com os desafios de informatização do Tribunal Administrativo, no quadro da sua modernização, que têm como fim responder, de forma mais célere, à maior demanda por parte dos seus utentes e parceiros institucionais. Quanto às boas práticas, decorrentes das actividades levadas a cabo por esta instituição, particularmente no que respeita à sua condição de órgão externo de controlo financeiro, importa fazer referência à existência, antes de mais, de um Plano Estratégico, onde se encontram plasmadas as linhas de acção e respectivo orçamento, para a prossecução do mandato da Instituição. Complementarmente, pode destacar-se e partilhar como boas práticas, a fixação de metas para julgamentos de contas e auditorias; a publicação das decisões proferidas pelo Tribunal e do Relatório e Parecer sobre a Conta Geral do Estado; a realização da acções de formação e capacitação para os gestores públicos; a formação contínua dos auditores através da realização de acções de capacitação e reciclagem, em especial, a formação dos auditores visando a obtenção de certificados internacionais; a elaboração e publicação de brochuras simplificadas do Relatório e Parecer sobre a Conta Geral do Estado, assim como de outros relatórios com conteúdo de interesse geral, com objectivo de torná-los acessíveis à generalidade dos cidadãos; a elaboração e utilização de manuais de auditorias, que obedecem os padrões internacionais, contudo, ajustados a realidade do País; a implantação do Sector de Controlo e Garantia de Qualidade dos Procedimentos de Auditorias, com objectivo de assegurar que os auditores realizem auditorias obedecendo as normas e padrões aprovados ou aceites; a recepção anual de uma missão de Controlo e Garantia de Qualidade proveniente da AFROSAI-E (Organização Regional), em particular a realização, a 3

breve trecho, de uma avaliação de desempenho da instituição, sobretudo enquanto Tribunal de Contas, nos moldes do SAI/PMF, sob a supervisão da INTOSAI, Organização Internacional das Instituiçoes Superiores de Controlo. Trata-se de uma avaliação modelo; a elaboração e utilização da matriz de risco para a selecção de entidades a auditar, e a elaboração da matriz de competência na fase de planificação das auditorias; a realização periódica de acções de controlo a todos os níveis, com incidência para os órgãos da administração local do Estado, aumentando a cultura de prestação de contas; a concepção de um sistema fluente de comunicação entre os órgãos de controlo internos e externo; a interligação do sistema informatizado de gestão financeira do Estado com os modelos de prestação de contas pelas entidades públicas ao Tribunal Administrativo e a introdução de mecanismos de reforço do espírito de equipa através da realização de sessões de team building. 1. Breve opinião sobre a sua participação no Seminário de Alto Nível sobre a Supervisão do Orçamento Legislativo & Controlo Externo das Finanças Públicas nos PALOP e Timor Leste, e como julga este tipo de actividades transversais previstas no quadro do Pro PALOP TL ISC podem fortalecer a cooperação interinstitucional, a cooperação Sul-Sul e aprendizagem entre pares dos países PALOP e Timor Leste. Avalio como positiva a nossa participação no referido seminário, porquanto as instituições supremas de controlo e os Parlamentos dos PALOP e Timor Leste puderam trocar experiências atinentes ao seu papel na fiscalização orçamental, nomeadamente as boas práticas, disseminando, desse modo, conhecimentos. O evento permitiu, desde logo, a partilha de preocupações e expectativas de ambos os lados, em sede do mesmo objecto. As actividades transversais inscritas no Projecto 4

PALOP e TL representam uma oportunidade para o fortalecimento da cooperação interinstitucional na medida em que abrem boas perspectivas de existência de projectos comuns assentes em boas práticas e experiências das ISC envolvidas, no quadro do desenvolvimento da Cooperação Sul-Sul. No mais, temos como certo que as experiências das ISC, bem conseguidas, servirão de fonte de inspiração para as demais ISC dos PALOP e TL. Importa salientar, a este propósito, a oportunidade que se abre às ISC dos PALOP e TL, em face do apoio que a União Europeia, na qualidade de financiador, e o PNUD, na qualidade de gestor, prestam ao desenvolvimento das nossas instituições, sendo que, para o caso vertente de Moçambique, tudo será feito para dele tirar o máximo proveito. 2. No contexto da cooperação entre os países PALOP- TL, o que representa este projeto para o Moçambique e mais especificamente para o Tribunal Administrativo. O Projecto PALOP-TL representa, para Moçambique e em particular para o Tribunal Administrativo, a possibilidade para o reforço das competências técnicas e funcionais das nossas instituições, bem assim, para o fortalecimento dos laços histórico-culturais que nos unem, os quais certamente concorrem para a aproximação e, acima de tudo, para maior comunicabilidade entre nós. É pertinente sublinhar que o Projecto PALOP-TL contribui para a busca de sustentabilidade da ISC de Moçambique, vis-à-vis, o cumprimento da sua missão de fiscalizador do uso dos dinheiros públicos. Em síntese, o Projecto contribui no processo da edificação do Estado de Direito Democrático em Moçambique. 5

Obrigado! Maputo, 13 de Abril de 2015. 6