Síntese da cooperação entre Portugal e Moçambique na área da Justiça
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- Filipe Mascarenhas Nunes
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1 Síntese da cooperação entre Portugal e Moçambique na área da Justiça Outubro de
2 As relações de cooperação entre Portugal e Moçambique na área da Justiça são intensas e decorrem, simultaneamente, nos planos bilateral e multilateral. 1. Cooperação Bilateral Ao nível da cooperação bilateral, o Ministério da Justiça de Portugal tem apoiado, de forma empenhada e contínua, o Ministério homólogo e o sector da Justiça em geral, atentas a língua e a matriz jurídica comum. As grandes linhas da cooperação para desenvolvimento na área da Justiça assentam em quatro pilares, a saber: a. No apoio a reformas legislativas; b. Em assessorias técnico-jurídicas a entidades do Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos; c. Formação de magistrados e de outros parceiros judiciais, bem como de dirigentes, quadros técnicos e administrativos da área da Justiça; d. Na oferta de bibliotecas Jurídicas e equipamentos Reformas Legislativas Entre 2001 e 2004, por solicitação de Moçambique, o Ministério da Justiça de Portugal esteve envolvido na reforma do Código Comercial e do Código de Falências e Recuperação de empresas, através da prestação de assessorias jurídicas Assessorias técnico-jurídicas Legislação Outubro de
3 Assessoria técnico-jurídica permanente por um Juiz Desembargador português, de 2003 a Reinserção Social Em 2010, 2 peritos da Direção-Geral de Reinserção Social (DGRS), prestaram apoio à organização da estrutura do Serviço de Reinserção Social moçambicano; Em 2009, deslocou-se a Maputo uma missão técnica multidisciplinar, constituída por 3 responsáveis da DGRS, a fim de proceder ao diagnóstico dos Serviços de Reinserção Social de Moçambique. Serviços Prisionais Em 2009 e 2010, deslocaram-se a Maputo 2 missões da Direção-Geral de Serviços Prisionais (DGSP), com vista à análise das infraestruturas existentes e identificação das adaptações necessárias para apoio à criação de uma base de dados de informação prisional, nas vertentes identificação pessoal do recluso, situação jurídico-penal e situação prisional. Missão da Direção-Geral da Política de Justiça A convite do Gabinete de Sua Excelência o Ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos de Moçambique, na semana de 20 a 24 de novembro de 2017, deslocou-se a Maputo uma missão da DGPJ, com vista à avaliação da cooperação entre os dois países no setor da Justiça, e à harmonização das ações a inscrever no plano de atividades para Formação Assistência Jurídica Em 2013, outros 30 técnicos superiores de assistência jurídica, beneficiaram de uma formação idêntica à de 2012; Em 2012 foi ministrada a 30 técnicos superiores de assistência jurídica, formação em matéria de formalismos interpessoais e promoção de direitos humanos. Contratos Internacionais Em 2013, 11 juristas moçambicanos beneficiaram de formação em matérias de elaboração e celebração de contratos internacionais, junto do CEJ. Documentação Jurídica Outubro de
4 Em 2017, 2 dirigentes do Departamento de Documentação e Informação (DDI), beneficiaram de formação e troca de experiências junto do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB). Formação de Formadores Em 2009, foi ministrado a oficiais de justiça dos tribunais moçambicanos um Curso de Formação de Formadores, na área do registo criminal. Investigação Criminal Em 2017, no quadro da cooperação com o Centro de Formação Jurídica e Judiciária (CFJJ), um Juiz Desembargador português, levou a efeito em Maputo, uma ação de capacitação de 10 Magistrados Judiciais, 10 Magistrados do Ministério Público e 10 Agentes Policiais e 2 membros da Direção Nacional de Direitos Humanos e Cidadania, em matéria de Investigação Criminal no âmbito da Proteção da Criança. Em 2014, o acima referido Curso sobre Investigação de Crimes de Rapto, ministrado em Maputo por 3 inspetores da Unidade Nacional Contra o Terrorismo da Polícia Judiciária portuguesa e por um Magistrado do Ministério Público e Assessor da PGR de Moçambique, registou também a presença de 10 funcionários da PIC; Em 2011, 3 formadores da Polícia Judiciária portuguesa, ministraram a 25 elementos da congénere moçambicana, a exercerem funções de chefia e assessoria, um curso de formação especializada na área do crime organizado (corrupção, criminalidade económica, tráfico de pessoas, armas e estupefacientes) e atualização de conceitos básicos de investigação criminal; Em 2009, foi ministrado a quadros da Polícia de Investigação Criminal (PIC) um curso sobre técnicas de investigação criminal. Justiça Constitucional Em 2016, 14 juristas moçambicanos que se deslocaram a Portugal para a frequência do Curso de Formação em Legística, participaram junto do CEJ numa Formação em matéria de Justiça Constitucional; Em 2015, os mesmos juristas moçambicanos que se deslocaram a Portugal para a frequência do Curso de Formação em Legística, participaram junto do CEJ numa Formação em matéria de Justiça Constitucional. Outubro de
5 Legística A DGPJ com o apoio da Assembleia da República e do Centro Jurídico da Presidência do Conselho de Ministros tem levado a efeito em Lisboa um Curso de formação em Legística, em que têm participado um número muito significativo de juristas moçambicanos, a saber: em 2016, 14 juristas de diferentes entidades da área da Justiça; em 2015, 14 juristas de diferentes entidades do Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, nomeadamente da Inspeção-Geral da Justiça e Assuntos Constitucionais e Religiosos, do Instituto de Patrocínio e Assistência Jurídica (IPAJ) e da Direção Nacional dos Assuntos Jurídicos e Constitucionais (DNAJC); em 2014, 8 juristas da Presidência da República, Direção Provincial de Justiça, Direção Nacional de Assistência Jurídica e Legislação (DNAJL) e do Instituto Nacional da Marinha (INAMAR); em 2013, 9 juristas da DNAJL e dos Ministérios da Justiça e da Saúde; em 2012, 12 técnicos da Presidência da República e dos Ministérios das Finanças e da Justiça. Em 2010, um docente da Faculdade de Direito de Lisboa, ministrou em Maputo uma formação em legística, dirigida a funcionários do Ministério da Justiça e a juristas de outros ministérios. Magistrados Em 2018, no quadro da cooperação entre o Ministério da Justiça de Portugal e o Tribunal Supremo de Moçambique, realizou-se em Lisboa uma ação de capacitação em matéria de Tramitação de Recursos, que contou com a presença de dezoito Juízes Desembargadores moçambicanos. A presente ação de capacitação no domínio da tipologia e tramitação de recursos decorreu no Conselho Superior da Magistratura, no Tribunal da Relação de Lisboa e no Tribunal de Sintra, tendo este último apresentado, nomeadamente, o Portal Citius. Em 2014, um Curso sobre Investigação de Crimes de Rapto, ministrado em Maputo por 3 inspetores da Unidade Nacional Contra o Terrorismo da Polícia Judiciária portuguesa e ainda por 1 magistrado do Ministério Público e assessor da PGR de Moçambique, contou com a presença de 11 magistrados do Ministério Público; Outubro de
6 Em 2014, 4 Juízes Conselheiros do Tribunal Supremo de Moçambique em conjunto com os seus homólogos portugueses, no Supremo Tribunal de Justiça, atualizaram e aprofundaram conhecimentos e trocaram experiências, em particular sobre matérias de recursos, gestão processual, avaliação dos juízes e direito judiciário; Em 2014, realizou-se uma visita de estudo do Sr. Procurador-Geral Adjunto e de uma Técnica Superior de Administração da Justiça de Moçambique, junto do Tribunal de Contas, com vista à atualização e ao aprofundamento de conhecimentos, em especial nas áreas do controlo externo das contas públicas e atuação do Ministério Público; Em 2014, uma delegação do Conselho Superior da Magistratura Judicial Administrativa de Moçambique (CSMJA), constituída por um juiz e pela Chefe do Departamento de Recursos Humanos, efetuou uma visita de estudo a Portugal que se consubstanciou no intercâmbio de experiências e no aprofundamento de conhecimentos sobre o funcionamento e composição do Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais (CSTAF), em especial da atividade de gestão dos magistrados, em áreas relacionadas com inspeções judiciais e avaliação de desempenho; Em 2013, 10 juízes e funcionários de justiça dos Tribunais Aduaneiros de Moçambique participaram numa conferência sobre Gestão Processual, que teve lugar no CEJ, em Lisboa, durante o mês junho, inserida no Plano de Formação Contínua 2012/2013; Em 2013, 21 juízes dos Tribunais Administrativos, Fiscais e Aduaneiros Provinciais de Moçambique, efetuaram uma visita de estudo em matéria de fundamentação de sentenças e atos processuais, junto do Supremo Tribunal Administrativo; Em 2013, 8 juízes dos Tribunais Administrativos e Fiscais de Moçambique frequentaram no CEJ, um Curso de Direito Fiscal - A Tributação das Industrias de Mineração, Petrolífera e de Gás Natural; Em 2013, 4 subprocuradores-gerais adjuntos de moçambique estagiaram junto do Supremo Tribunal de Justiça em matéria de Recursos no âmbito da Jurisdição Cível, Laboral e Criminal; Em 2012, 17 juízes dos Tribunais Administrativos e Fiscais de Moçambique frequentaram ações de formação na área do Direito Administrativo e do Direito Fiscal, inseridas no Plano de Formação Contínua do CEJ, a solicitação do Conselho Superior da Magistratura Judicial Administrativa (CSMJA) de Moçambique; Outubro de
7 Em 2012, 12 assessores dos juízes conselheiros do Tribunal Administrativo de Moçambique, estagiaram junto do Supremo Tribunal Administrativo e do Tribunal de Contas, em matéria de administração, finanças, planificação, cooperação, recursos humanos e formação, contencioso administrativo, contencioso fiscal e aduaneiro e contencioso financeiro; Em 2012, 19 magistrados dos Tribunais Administrativos de I Instância, realizaram uma visita de estudo aos tribunais centrais administrativos e de círculo, em matéria de julgamento de processos e sua tramitação; Em 2012, deslocaram-se a Portugal 4 Juízes Conselheiros para uma visita de trabalho ao Tribunal de Contas, centrada em matéria de julgamento de processos e sua tramitação; Em 2012, 3 subprocuradores-gerais adjuntos da PGR de Moçambique estagiaram junto do Ministério Público Português, com incidência nas áreas Criminal, Cível, Laboral e Menores; Em 2012, uma delegação de 5 pessoas chefiada pelo Secretário-Geral do Tribunal Administrativo de Moçambique efetuou uma visita de estudo ao Tribunal de Contas e ao Supremo Tribunal Administrativo, centrada em matérias de Gestão; Em 2011, deslocaram-se a Portugal 4 Juízes Presidentes de Tribunais Administrativos de Moçambique no quadro de uma visita de trabalho ao Tribunal de Contas e ao Supremo Tribunal Administrativo; Em 2011, estagiaram junto dos Tribunais Centrais Administrativos e de Círculo portugueses, 5 juízes dos Tribunais Administrativos Provinciais moçambicanos; Em 2011, 8 docentes do CEJ levaram a efeito ações de formação em Direito Civil e Processual Civil, Direito da Família e das Crianças, Direito Penal e Processual Penal, e Direito do Trabalho e Processual do Trabalho, destinadas a 33 magistrados (Juízes Desembargadores e Subprocuradores Gerais Adjuntos) e, ainda, uma ação de Formação de Formadores em matéria de Fundamentação de Sentenças; Entre 2011 e 1984, frequentaram o Curso Normal de Formação de Magistrados (formação inicial) 94 auditores moçambicanos, representando 21,27% do total dos formandos dos PALOP e de Timor-Leste formados no Centro de Estudos Judiciários (CEJ), em Lisboa. Tendo presentes as recomendações dirigidas a Portugal efetuadas no âmbito de uma avaliação do Comité de Apoio ao Outubro de
8 Desenvolvimento (CAD) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), o ano de 2011 foi o último a ter magistrados dos PALOP a frequentarem o Curso inicial do CEJ, tendo-se dado início à execução de ações de formação, nomeadamente em Maputo, no Centro de Formação Jurídica e Judiciária (CFJJ); Em 2010, 2 peritos da Polícia Judiciária ministrarem em Maputo uma formação sobre Metodologias de Investigação Criminal, destinada a 18 magistrados do Ministério Público; Em maio de 2006, 2 inspetores da Polícia Judiciária ministraram um curso de formação para magistrados do Ministério Público em áreas de investigação criminal. Medicina Legal e Forense Em 2013, 1 médico moçambicano frequentou o mestrado de Genética Forense no INMLCF, com vista a apoiar a criação de um laboratório nesta área em Moçambique; Uma delegação de peritos médicos e de juristas de Moçambique visitou em outubro a Sede e Delegação do Centro do INMLCF, tendo sido analisado e discutido a colaboração que este Instituto iria prestar no contexto da reorganização e modernização dos serviços médico-legais moçambicanos, bem como na formação e treino de peritos médico-legais. Oficiais de Justiça Em 2012, 4 formadores da Direção-Geral da Administração da Justiça (DGAJ) ministraram formação destinada a 25 oficiais de justiça, em matéria de formalismos interpessoais, processo civil, custas processuais, registo criminal e cooperação judiciária internacional. Registos e Notariado Em 2017, deslocou-se Portugal para troca de experiências em matéria de Registos e Notariado, junto do IRN e do IGFEJ, uma missão constituída pelo Diretor Nacional dos Registos e Notariado, e pelas Diretora Nacional da Direção Nacional de Recursos Humanos, Diretora Nacional da Direção de Planificação e Cooperação, bem como pela Chefe do Departamento de Assuntos Jurídicos e Constitucionais; Em 2011, 7 técnicos da Direção Nacional dos Registos e Notariado de Moçambique deslocaram-se a Portugal para, junto do Instituto dos Registos e Notariado (IRN), efetuarem um estudo comparado em matéria de registo civil, predial e comercial; Outubro de
9 Em 2009, o IRN ministrou em Maputo um Curso de Formação para Inspetores dos Registos. Reinserção Social e Serviços Prisionais Em 2010, realizou-se uma ação de formação em Maputo destinada a 70 futuros guardas prisionais, em matéria de segurança em meio prisional, comportamento em meio prisional e tratamento penitenciário. Ainda nesse ano, também teve lugar na capital de Moçambique uma ação de formação para técnicos, diretores de estabelecimentos prisionais, chefes de vigilância e dirigentes do Serviço Nacional das Prisões; Entre setembro de 2009 e março de 2010, 4 guardas prisionais moçambicanos integraram o Curso de Formação Inicial do Corpo da Guarda Prisional dos Serviços Prisionais portugueses Bibliotecas Jurídicas Oferta regular de bibliotecas jurídicas ao Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, à Direção Nacional dos Assuntos Jurídicos e Constitucionais (DNJAC), ao Instituto de Patrocínio e Assistência Jurídica (IPAJ), ao Centro de Formação Jurídica e Judiciária (CFJJ), ao Tribunal Supremo, à Procuradoria-Geral da República, ao Tribunal Judicial da Provincial de Sofala, bem como a outras entidades. 2. Cooperação Multilateral Ao nível da cooperação multilateral, o Ministério da Justiça de Moçambique tem participado ativamente em todas as reuniões da Conferência de Ministros da Justiça da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CMJPOLP). Moçambique é ainda parte das três convenções emanadas deste fórum e respeitantes ao espaço lusófono, a saber: (i) a Convenção de Extradição, (ii) a Convenção de Auxílio Judiciário Mútuo em Matéria Penal e (iii) a Convenção sobre a Transferência de Pessoas Condenadas. Moçambique apoiou também a criação, em 2005, da Rede de Cooperação Judiciária Internacional dos Países de Língua Oficial Portuguesa (Rede Lusófona) - Judiciaria-da-CPLP. Outubro de
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