LUZ E ESPERANÇA, MÚSICA NA TERCEIRA IDADE. RESUMO

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Transcrição:

LUZ E ESPERANÇA, MÚSICA NA TERCEIRA IDADE. RESUMO O projeto Luz e esperança, música na terceira idade foi realizado na Instituição/ Asilo Lar São Vicente de Paulo sendo vinculado à área de Psicologia Institucional que, por sua vez, estabelece uma relação direta com a área da Geriatria/Gerontologia, tendo como ênfase o processo de envelhecimento conjunto aos ciclos do desenvolvimento. O objetivo foi trabalhar com os idosos institucionalizados as suas capacidades cognitivas remanescentes, através da música na terapia, promovendo desta forma uma intervenção na realidade dos mesmos e tendo como busca constante a interação dos moradores no contexto Institucional. Palavras chave: Geriatria/Gerontologia; Envelhecimento; Ciclos de desenvolvimento; Musicoterapia. Introdução: O presente trabalho teve por objetivos específicos trabalhar na Instituição Asilar: Lar São Vicente de Paulo, tendo como premissa as abordagens teóricas: Psicodrama, Desenvolvimento: Ciclos de Vida e alguns tópicos da Musicoterapia, deste modo visando: - Ampliar a percepção do idoso frente ao grupo; - Possibilitar a relação com todos os integrantes em busca de uma identidade e interação grupal; - Estimular a espontaneidade; - Permitir ao idoso que utilize o recurso cognitivo da imaginação recriando e descobrindo através dela novas formas de atuação nas mais diversas situações de sua vida. Fundamentação Teórica: Trabalhamos com alguns recursos da Musicoterapia com o intuito de utilizarmo-nos da música como recurso elaborativo e integrante do funcionamento do indivíduo em seus aspectos biopsicossociais. O presente projeto teve por objetivo enfatizar as seguintes abordagens: o Psicodrama, e na abordagem teórica de Erik Homburger Erikson, em conjunto à utilização de atividades musicais com enfoque terapêutico-musicoterapia na vertente: A Música na Terapia. Define-se musicoterapia: 1/5

[...] é a utilização da música e/ou seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia) por um Musicoterapeuta qualificado, com um cliente ou grupo, num processo para facilitar e promover a comunicação, a relação, a aprendizagem, a mobilização, a expressão, a organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, no sentido de alcançar necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas. A Musicoterapia objetiva desenvolver potenciais e/ou restabelecer funções do indivíduo para que ele/ela possa alcançar uma melhor integração intra e/ou interpessoal e, em conseqüência, uma melhor qualidade de vida, pela prevenção, reabilitação ou tratamento. (FEDERAÇÃO MUNDIAL DE MUSICOTERAPIA, 1996 s.p). No entanto, como a Musicoterapia para acontecer necessita da atuação específica do profissional Musicoterapeuta, caminharemos em nosso Projeto de estágio com a utilização da intervenção chamada: A música na Terapia, a qual tem por definição segundo Bruscia, (1987a) p. 43): a música é usada não somente por suas propriedades curativas, mas também para intensificar os efeitos da relação clienteterapeuta ou de outras modalidades de tratamento (por exemplo, argumentação verbal). A música apresenta uma capacidade de transcender o tempo, de ultrapassar as décadas e séculos como também permanece entre as diferentes culturas e gerações dando sentido a momentos e épocas acompanhando, portanto, o processo do envelhecimento. No processo do envelhecimento é possível observar que o indivíduo sofre múltiplas transformações físicas e mentais, além da rejeição imposta pela sociedade. A utilização da música voltada ao atendimento dos idosos estimula a partir do prazer de cantar, tocar, improvisar, criar e recriar musicalmente o redescobrir junto a estes indivíduos as canções que fizeram parte de suas vidas, abrindo deste modo novos canais de comunicação e desenvolvendo as potencialidades do indivíduo favorecendo a busca de sua identidade. Trabalhar com os recursos da música no contexto Institucional Asilar é mais do que um canal, ou seja, é uma saída para beneficiar a todos e, principalmente a pessoa idosa na recuperação e reabilitação, na prevenção promovendo, portanto, a saúde. Na Musicoterapia com o idoso utilizamos a bagagem musical que o sujeito experimenta no decorrer das etapas da sua vida (infância, adolescência, vida adulta e velhice) assim como também nos ritos de passagem tais como: aniversários, casamentos, nascimentos, mortes, acontecimentos políticos, e outras ocasiões nas quais a música era um veículo de divulgação crítico e caricatural dos anseios da coletividade. (SOUZA et al, 1998, s.p). A memória recente no idoso se encontra prejudicada. Deve-se resgatar então as suas vivências sonoras anteriores, facilitando a abertura dos seus canais de comunicação. (SOUZA et al, 1998 e TOURINHO, 1999, s.p.). Portanto, a idéia central do Projeto: Luz e Esperança, Música na Terceira Idade foi sensibilizar os idosos moradores da Instituição, estimulando-os e utilizando-se para isso dos recursos da música no contexto grupal para a melhora da qualidade de vida. 2/5

Metodologia: Foram realizados nove encontros, aos sábados pela manhã, com duração de quatro horas por encontro, totalizando uma carga horária de 36h na Instituição: Asilo Lar São Vicente de Paulo. Utilizou-se a abordagem psicodramática para a realização das intervenções das atividades juntos aos idosos, bem como, dos elementos da música como: ritmo, melodia, som e harmonia para compor a grade de atividades. A música trabalhada no projeto buscou estimular no idoso suas capacidades físicas, mentais, cognitivas e sociais a partir de um processo terapêutico baseado no canal sonoro musical e na criatividade, através de atividades que requereram que o grupo pudesse vivenciar nas experiências coletivas que tiveram como tônica a atividade como a canção marca do grupo, confecção de instrumentos de percussão, desenho livre com fundo musical, repertório musical, dinâmica dos nomes, identidade, audição musical, percepção sonora e rítmica, evocação musical. Os recursos utilizados para o desenvolvimento das atividades foram: CD do repertório sonoro colhido, instrumentos de áudio visual, instrumentos de percussão, colagens, revistas, cartazes para as suas respectivas confecções, e afins. Resultados e Discussão: Com o desenvolvimento do estágio de Estágio de Núcleo Básico III pôde-se perceber que os relatos dos pacientes demonstraram um progresso significativo, podendo-se relacionar à teoria aprendida. De acordo com o relato da paciente Srª. A. É um prazer grande ter vocês aqui, vocês não sabem como a gente fica esperando durante a semana vocês virem (sic). Com esse relato percebeu-se a formação de vínculo com o grupo e com os estagiários, pois atualmente os pacientes apresentam boa interação entre si, o que amplia a possibilidade ao melhor desempenho nas atividades propostas. Ao conceituar vínculo como coloca a citação: vínculo afetivo é a atração que um indivíduo sente por um outro ( BOWLBY, 2001 p. 96). A vinculação afetiva é o resultado do comportamento social de cada indivíduo de uma espécie, diferindo conforme o outro indivíduo de sua espécie com quem ele esteja tratando; isso implica, é claro, uma aptidão para reconhecer indivíduos. Enquanto que cada membro de um par vinculado tende a manter-se na proximidade do outro e a suscitar, no outro, o comportamento de manutenção da proximidade, os indivíduos que não estão assim vinculados, freqüentemente um deles resiste vigorosamente a qualquer abordagem que o outro possa tentar. São exemplos disso as atitudes dos pais diante da aproximação de filhotes que não são os seus, e as atitudes de um macho ante a aproximação de um outro macho. (BOWLBY, 2001 p. 97). Em concordância com o que foi citado é possível compreender que o vínculo afetivo estabeleceu-se entre estagiários e participantes, devido o grupo de idosos ter reconhecido os estagiários enquanto sujeitos de modificações das suas subjetividades, bem como, que o processo de vinculação se dá em nível de interação entre indivíduos. Trabalhou-se a estimulação das capacidades cognitivas remanescentes dos idosos, nas atividades: rítmica e dinâmica do passa instrumento, onde o idoso Srº J. 3/5

relatou: Cantava a música no rádio quando era novo (sic), estimulando-se assim as funções da memória e da criatividade. No desenvolvimento da atividade do desenho livre pôde-se perceber a estimulação do processo criativo e espontâneo com o relato da Srª. A. É o arco-íris, o sol e a graminha. Olha eu escrevi o arco-íris porque eu gosto muito de vê-lo, quando ele sai e aqui é tão difícil de sair, depois que sai o arco-íris, sai o sol (sic). Através dos relatos colhidos no decorrer do estágio de Estágio de Núcleo Básico III pôde-se observar que a música e as atividades propostas com os seus determinados objetivos conseguiram estimular os idosos, bem como, melhorar sua qualidade de vida enquanto institucionalizados; a formação de vínculo com o grupo, a estimulação das capacidades cognitivas remanescentes, a estimulação do processo criativo e espontâneo, a coesão grupal e integração junto aos estagiários, o êxito na aplicabilidade das técnicas utilizadas e a assiduidade grupal foram resultados experenciados no processo de formação do grupo, o qual apresentou bom entrosamento, tanto em função de terem uma convivência prévia, como no engendrar do desenvolvimento das atividades propostas pela equipe do Estágio de Núcleo Básico III. Um dos recursos de maior importância utilizados foram os elementos da música como sendo instrumentos de sensibilização produzindo aos integrantes uma apropriação das vivências grupais indo ao encontro das relações interpessoais no contexto institucional mobilizando a busca de sua identidade resultando em maior interação grupal. Uma vez institucionalizados os idosos necessitam do acompanhamento da psicologia, a qual corrobora para a manutenção e melhora da qualidade de vida dos mesmos no contexto institucional. De acordo com Bleger: A Psicologia Institucional abarca, então, o conjunto de organismos de existência física concreta, que têm certo grau de permanência em algum campo ou setor específico da atividade ou vida humana, para estudar neles todos os fenômenos humanos que se dão em relação com a estrutura, a dinâmica, funções e objetivos da instituição. (BLEGER, 1984 p. 37). Portanto, o trabalho dos estagiários da psicologia no Lar São Vicente de Paulo abarcou o estudo dos fenômenos humanos em todas as suas dimensões: estrutura, dinâmica, funções e objetivos referentes à instituição, no entanto, seu foco principal manteve-se relacionado ao setor específico das atividades e relações interpessoais. Referências: ALBINATI, G. 311 Jogos e brincadeiras um recurso em musicoterapia. BLEGER, J. Psico-higiene e psicologia institucional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1984. BOWLBY, J. Formação e rompimento dos laços afetivos. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 4/5

ERIKSON, E. H. O ciclo de vida completo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. FEDERAÇÃO MUNDIAL DE MUSICOTERAPIA. São Paulo, 1996. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/musicoterapia. Acesso em: 20out. 2010. JUNIOR, A. S. Jogos para terapia, treinamento e educação. Curitiba: Imprensa Universitária, 1982. MORENO, J.L. Psicodrama. Tradução: Álvaro Cabral. São Paulo: Cultrix, 1975. YOZO, R. Y. K. 100 Jogos para grupos. 6 ed. São Paulo: Ágora, 1996. 5/5