COMENTÁRIOS UGT. Relatório sobre a Sustentabilidade da Segurança Social - Síntese

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Transcrição:

COMENTÁRIOS UGT Relatório sobre a Sustentabilidade da Segurança Social - Síntese No âmbito do acordado em sede de Concertação Social, o Governo comprometeu-se a enviar aos Parceiros Sociais um relatório sobre a sustentabilidade da segurança social. O Governo apresentou um Relatório (síntese), como Anexo à Proposta de Orçamento do Estado 2006. O documento que nos foi remetido é uma síntese do referido Relatório. Aguardamos a disponibilização do Relatório para nos pronunciarmos de forma mais consistente sobre o seu conteúdo, os cenários apresentados e as opções de medidas e políticas. Do que nos é dado conhecer através desta síntese, considera-se insuficiente a abordagem feita neste Relatório. Para a UGT, a discussão sobre a sustentabilidade da Segurança Social deve ser feita num quadro mais amplo que integre não apenas esta abordagem financeira mas também os impactos em termos de justiça social e de melhoria dos níveis de protecção social. A UGT não pode aceitar que a análise seja feita numa perspectiva meramente económica e desligada de objectivos de política social que necessariamente lhes deverão estar inerentes. Discutir sustentabilidade da segurança social implica discutir formas (ou modelos alternativos) de financiamento da segurança social dado que o financiamento actual recai no factor trabalho, sendo penalizador para o emprego ao sobrecarregar as empresas de maior intensidade mão-deobra. Implica também discutir medidas e mecanismos alternativos e seus impactos, quer em termos financeiros, quer de bem-estar e de protecção social. Importa olhar para as despesas e para as receitas. E, do lado das receitas, importa que: a) O Estado cumpra atempadamente as suas obrigações relativamente à acção social e aos regimes fracamente contributivos ou não contributivos; b) Se promova a evolução do emprego, fortemente condicionada pelas políticas económicas, e onde a imigração terá um contributo importante;

c) A evasão contributiva seja duramente combatida. d) Seja estimulada a componente da capitalização, obviamente sem pôr em causa a trave mestra do sistema o regime de repartição. Tal é possível com o reforço do Fundo de Estabilização sendo para tal essencial que se cumpra os dispositivos da Lei de Bases - e dos Fundos de Pensões; e) Se promovam os regimes complementares, especialmente no âmbito da negociação colectiva. Para se assegurar uma adequada participação dos Parceiros Sociais nesta discussão, importa conhecer com maior detalhe a evolução (passada e perspectivada) das receitas e despesas por regime e sub-regime da Segurança. Importa igualmente ter informação mais detalhada sobre as características dos beneficiários (carreiras, salários, pensões médias, etc) dos trabalhadores dependentes e dos trabalhadores independentes. Espera-se que o Relatório contenha tais informações. A Síntese que nos foi enviada integra duas vertentes: a apresentação de cenários de longo prazo e a identificação de medidas com impacto na sustentabilidade de longo prazo, centrandose especialmente no Subsistema Previdencial. O Relatório visa essencialmente apresentar a situação financeira no longo prazo, tendo em vista, conforme previsto na LBSS, a adequação das fontes de financiamento aos diversos subsistemas que compõem o Sistema Público de Segurança Social. No entanto, são avançadas algumas medidas/alternativas de medidas com o objectivo de assegurar a sustentabilidade a longo prazo sem, no entanto, se procurarem desde logo, ajustamentos quanto às fontes de financiamento. OS CENÁRIOS DE BASE O Relatório destaca as principais diferenças demográficas e económicas na base dos cenário de 2002 (que esteve na base das alterações introduzidas à Lei de Bases da Segurança Social) e do actual cenário de 2004, diferenças estas com impactos importantes na situação financeira da segurança social e que, no entender do Governo, justificam esta nova discussão. De entre estas diferenças destacam-se:

- em termos demográficos: uma dinâmica de envelhecimento e um decréscimo da população residente mais acentuados, com fortes impactos no Índice de dependência dos idosos; - em termos macroeconómicos: na Base 2004, foi feita uma reavaliação em baixa do PIB e dos salários bem como um forte aumento da taxa de desemprego. Ainda que o relatório refira a forte incerteza destas variáveis, é com preocupação que para o período 2010-2050, o crescimento do PIB passe de uma média de 3.0% para 2.0%(com dois cenários alternativos 1.2% numa perspectiva mais conservadora e 2.4% numa perspectiva mais ambiciosa), que o crescimento da produtividade do trabalho diminua de 2.8% para 2.1%, que o crescimento real dos salários diminua de 2.8% para 2.1% e que a taxa de desemprego passe de 4.0% para 5.5%. (Note-se, ainda no entanto, que no cenário macroeconómico para 2006 não se usaram as previsões OE, mas sim PEC 2005-2009). De facto, admitir uma revisão em baixa para aquele período significa falta de ambição e de determinação para inverter um ciclo negativo que a economia portuguesa tem atravessado nos últimos anos. Compreendemos a necessidade de recalcular a evolução e os impactos sobre o cenário de 2002 resultantes de um mais prolongado período de desaceleração económica nesta década. (até 2009-2010). Contudo, preocupa-nos a revisão em baixa dos cenários para 2010-2050 que revela uma falta de ambição e que tem necessariamente impactos negativos e profundos sobre as contas da segurança social estimadas para aquele período. PROJECÇÕES DA CONTA DA SEGURANÇA SOCIAL No que respeita as projecções da Conta da Segurança Social, é referido no relatório que a concretizarem-se aqueles pressupostos económicos e demográficos: - seria necessário recorrer ao FEFSS já em 2007 e que o mesmo se esgotaria em 2014 2015 conforme cenário/ variantes utilizadas; - que o défice efectivo do subsistema previdencial seria já de 1.5% a 2.3% do PIB em 2020, atingindo os 3.3 a 5.6% em 2050. Contudo, entendemos que o Relatório tem algumas imprecisões. De facto, na página 9, o quadro apresenta dados sobre o défice do sistema previdencial na Base 2004 e nas duas

variantes apresentadas. Contudo, o défice de 1.8% em 2015 (Base 2004) reporta-se não ao sistema previdencial, mas ao défice efectivo do regime contributivo que inclui para além do regime previdencial, ainda a Protecção à Família e Políticas Activas de Emprego, sendo o financiamento destas duas últimas suportado não apenas pelas contribuições sociais, mas também pela consignação de receitas fiscais e por transferências do Orçamento do Estado. Seria essencial dispormos de informação mais detalhada sobre as 3 componentes do regime contributivo, nomeadamente a parte de despesas a serem suportadas pela Protecção à Família e Políticas Activas de Emprego. MEDIDAS ESTUDADAS PARA O REFORÇO DA SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA Neste ponto, o Relatório equacionou os efeitos de medidas já implementadas, do aumento da idade legal de reforma, da introdução de tectos contributivos e de alterações na transição para a nova forma de cálculo das pensões. Os efeitos analisados reportam-se apenas aos impactos financeiros sobre a segurança social, não existindo qualquer avaliação do impacto sobre os beneficiários e de justiça social. Como já foi referido, não houve qualquer medida na área da diversificação das fontes de financiamento. Também as políticas e medidas que poderiam favorecer a nossa taxa de natalidade não foram minimamente equacionadas neste Relatório. 1. Promoção do envelhecimento activo O regime de antecipação da idade de reforma (DL9/99) foi suspenso por se considerar que o mesmo já não assegurava a neutralidade em termos de custos para a segurança social. Para assegurar tal neutralidade, o relatório conclui pela necessidade de agravamento do factor de penalização de 4.5% para: 6.5% - para acesso à pensão antes dos 60 anos para quem acumula 30 anos de carreira aos 55 anos de idade, admitindo a redução de 1 ano de penalização por cada 3 anos de carreira acima dos 30; 6% - para acesso à pensão depois dos 60 anos para quem acumula 30 anos de carreira aos 55 anos de idade, admitindo a redução de 1 ano de penalização por cada 3 anos de carreira acima dos 30; 5.4% - para acesso à pensão aos 60 anos de idade para quem acumula 35 anos de carreira, com redução de 1 ano de penalização por cada 3 anos de carreira acima dos 35 anos.

Ou seja, integra não apenas os anos de antecipação, mas também a carreira contributiva. 2. Aumento da base de incidência contributiva dos Trabalhadores Independentes A elevação de 1 para 1.5 vezes do salário mínimo como base de contribuição para os independentes, permitirá uma receita adicional de 115 milhões de euros em 2006. o Governo considera esta alteração como um passo intermédio. A UGT considera fundamental e urgente criar condições que assegurem que a declaração de rendimentos se faça tendo por base rendimentos reais e não escalões obrigatórios para todos, sob pena de penalizar os trabalhadores de baixos rendimentos, especialmente daqueles independentes cujos rendimentos reais se situam muito próximo do Salário mínimo. 3. Combate à fraude e evasão contributiva No Relatório estimam-se ganhos de cerca de 150 milhões de euros em 2005 (notícias da comunicação social apontam já para os 173 milhões. Esta é uma área prioritária. 4. Alteração da Idade de Reforma O relatório apresenta os impactos positivos sobre as contas da segurança social resultantes de um aumento da idade legal da reforma para os 66 anos em 2020 e para os 67 anos e 2030. A UGT manifesta-se desde já contra a subida da idade legal de reforma, considerando que esta não é a via adequada pelos impactos negativos sobre o bem-estar das pessoas e sobre o próprio mercado de emprego. 5. Introdução de tectos contributivos Foram usados dois limiares 5 e 12 salários mínimos para o estabelecimento de tectos contributivos. O relatório conclui que o plafonamento contribuirá para um significativo aumento da dívida e para o agravamento da sustentabilidade financeira do sistema.

6. Transição para a nova fórmula de cálculo das pensões Neste ponto são avançadas três hipóteses: a) Aplicação imediata, em 2006, das fórmulas de cálculo da pensão, com base na média ponderada dos períodos contributivos antes e depois de 2002, eliminando portanto, de imediato a cláusula de salvaguarda; b) Um cenário idêntico ao da a), considerando, novas taxas de formação de pensão por referência a novos limiares do SMN (até 1.1 2.1%, até 8 2.05%, superiores a 8 SMN 2%); c) Manutenção da actual clausula de salvaguarda até 2011, aplicando-se posteriormente o cálculo da pensão apenas com base na média ponderada antes e depois de 2002; Obviamente que o cenário mais favorável em termos de sustentabilidade da segurança social, será a hipótese b) que conjuga aplicação imediata da nova fórmula de cálculo com novas taxas de formação de pensão. 26.10.2005