POSIÇÃO DA UGT. Sobre a Proposta de Reforma da Segurança Social apresentada pelo Governo em

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1 POSIÇÃO DA UGT Sobre a Proposta de Reforma da Segurança Social apresentada pelo Governo em I. CONSIDERAÇÕES GERAIS Como já referimos previamente, uma Segurança Social universal e pública é fundamental e inegociável, sendo uma das bases mais determinantes do Modelo Social Europeu, pelo qual nos temos batido e que continuaremos a defender. Esta é uma matéria de extrema importância para todos os trabalhadores os que já estão em situação de reforma e os que ainda permanecem no activo. Para a UGT, esta discussão tem de ter presente a necessária solidariedade inter-geracional para que os custos não se concentrem apenas num determinado grupo etário. Os dados disponibilizados previamente pelo Governo sobre a evolução de receitas e despesas da segurança social, nomeadamente no âmbito do regime contributivo, são preocupantes quanto ao facto de a sustentabilidade financeira da segurança social se encontrar comprometida a médio e longo prazo. De 2000/ as contribuições cresceram apenas 24.9%, enquanto que do lado das despesas, as pensões cresceram 51.9%, as prestações de desemprego 124.5% e as despesas com subsídio de doença 4.2%. É, no entanto fundamental ter presente que o aumento mais intenso das pensões neste período se deveu, em grande parte, ao esforço de recuperação das pensões degradadas e que, por outro lado, o forte agravamento do desemprego teve impactos muito significativos nas despesas da segurança social. Apesar disto, a evolução recente e as perspectivas futuras apontam para a necessidade de se introduzirem alterações, no sentido de assegurar a sustentabilidade a curto, médio e longo prazo. Ainda assim, em 2005 e 2006, estamos perante um sistema que permanece financeiramente equilibrado. 1 Linhas Estratégicas da Reforma da Segurança Social Documento apresentado pelo Governo ( 3 de Maio de 2006)

2 É nesse contexto que continuamos disponíveis para discutir de forma mais aprofundada as Linhas Gerais apresentadas pelo Governo e empenhados numa solução que assegure a sustentabilidade financeira da segurança social a longo prazo, mas que simultaneamente garanta um conjunto de princípios e valores que, para a UGT, são essenciais carácter público e universal, a justiça social e a solidariedade social. Contudo, reafirmamos que tal discussão não pode ser feita num quadro de alarmismos nem de urgência absoluta na implementação de modificações. E que, por outro lado, as reformas têm de ser graduais. Continuamos a defender que as reformas estruturais do Sistema de Segurança Social que vierem a ser adoptadas devem resultar do mais amplo consenso possível em CPCS e assegurar a estabilidade a médio e longo prazo. Em 19 de Junho, o Governo apresentou aos Parceiros Sociais um novo documento sobre as Medidas de Reforma da Segurança Social. Este documento, para além de conter algumas informações adicionais, nomeadamente a apresentação de cenários alternativos, a análise de sensibilidade de alguns agregados e o impacto financeiro das medidas propostas bem como novas matérias - respondendo parcialmente a algumas das propostas e preocupações anteriormente apresentadas pela UGT, nomeadamente a questões que considerávamos omissas ou insuficientemente abordadas concretiza algumas das Linhas Estratégicas anteriormente apresentadas pelo Governo, ainda que, nalguns casos, as propostas permaneçam demasiado genéricas. Numa apreciação geral do documento do Governo, a UGT considera as propostas altamente penalizadoras, quer para os actuais, quer para os novos pensionistas. Tendo presente que o objectivo é o de assegurar a sustentabilidade financeira a médio e longo prazo, será essencial uma avaliação rigorosa dos impactos das medidas propostas, procurando minimizar os impactos negativos sobre as pessoas. É de destacar, ainda, que as medidas propostas pelo Governo, considerando o cenário-base por si fixado, conduzem a um claro superávit no curto, médio e longo prazo (até para além de 2040). Tal significa que a Proposta apresentada tem margens significativas, em especial no curto e médio prazo. 2

3 II. ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA CONTRIBUTIVO 1. Nesta discussão, estamos a tratar do sub-sistema previdencial, ou seja, de um sistema contributivo cujo financiamento é feito pelos trabalhadores e empregadores, sendo por conseguinte um direito destes, sobre o qual o Estado não deve dispor livremente. 2. O sub-sistema previdencial envolve várias eventualidades desemprego; doença; maternidade, paternidade e adopção; acidentes de trabalho e doenças profissionais; invalidez; velhice e morte e, por isso, discutir a sustentabilidade implica ter presente a evolução de cada uma destas eventualidades. O peso destas eventualidades é variável no tempo - como aliás a evolução recente nas despesas com a protecção no desemprego o demonstram, o que impõe uma revisão periódica da desagregação da TSU. 3. Discutir a sustentabilidade implica a separação das despesas, receitas e custos de gestão/funcionamento de cada uma das eventualidades que compõem este sub-sistema previdencial, permitindo uma melhor avaliação da evolução de cada uma destas. Foram recentemente acordadas, entre o Governo e os Parceiros Sociais, alterações ao regime de protecção no desemprego cujo impacto se encontra, em nosso entender, subavaliado, nomeadamente face aos resultados esperados do reforço da empregabilidade e do combate à fraude. 4. Temos igualmente de ter presente que neste subsistema previdencial existem ainda subregimes em função da natureza dos Contribuintes. E, também aqui será necessário conhecer as despesas e receitas de cada um daqueles grupos, mantendo e reforçando a intercomunicabilidade, nomeadamente: Trabalhadores por conta de outrém, com taxa completa; Trabalhadores por conta de outrém, em relação a cada uma das taxas reduzidas; Trabalhadores Independentes; Regimes Especiais Ao nível de cada um daqueles sub-regimes será necessária a disponibilização da informação por eventualidade. 5. Deverão ser assegurados, de forma permanente, o acompanhamento e a avaliação destas matérias em sede de discussão tripartida. Para o efeito, propomos que ocorra trimestralmente uma reunião da Comissão Executiva do Conselho Nacional de Segurança Social. 3

4 III. COMENTÁRIOS ÀS PROPOSTAS DO GOVERNO 1. Sustentabilidade Financeira da Segurança Social Cenários do Governo Para efectuar previsões a médio e longo prazo, o Governo construiu cenários de referência com hipóteses de evolução de variáveis como o PIB, a Imigração, a variação do emprego e do desemprego. Construiu o cenário-base, que tinha como hipóteses um crescimento do PIB de 2.0% a partir de 2009 bem como um fluxo migratório constante de 16.6 mil a partir de E foi com base nesse cenário que, numa primeira fase, o Governo efectuou as previsões sobre a Conta da Segurança Social. No nosso 1º contributo, defendemos a apresentação de cenários alternativos que tivessem por base hipótese diferentes, nomeadamente quanto à evolução do PIB. Segundo o cenário-base apresentado pelo Governo, o FEFSS esgotar-se-á aproximadamente em 2015, agravando-se o saldo negativo da Segurança Social ao longo das décadas, passando de 1.5% do PIB em 2020 para 3.5% em Saldo da Segurança Social em % PIB Cenário-Base No presente documento, o Governo efectua análises de sensibilidade ao PIB e à Imigração, ou seja, procurando avaliar os impactos sobre a Segurança Social caso aqueles dois agregados evoluam de forma distinta à implícita no cenário-base. Como é visível no quadro apresentado sobre a análise de sensibilidade ao crescimento económico (integrando três cenários para o crescimento do PIB: 2.0% (cenário-base); 1.5% e 2.5%), o impacto financeiro sobre o FEFSS não é significativo a curto e médio prazo, na medida em que no cenário de crescimento do PIB de 1.5%, o FEFSS se esgota em 2014 e nos cenários de crescimento de 2.0% e 2.5%, este esgota-se em Já no que respeita ao défice da Segurança Social, as variações são importantes consoante o ritmo de crescimento económico considerado, variando entre -2.5% e 4.6% 4

5 Ano Desequilíbrio Défice (% PIB) Cenário Base - 2% ,5-2,4-3,1-3,5 Cenário PIB - 1.5% ,2-3,2-4,1-4,6 Cenário PIB - 2.5% ,3-1,9-2,3-2,5 Também no que se refere à análise de sensibilidade ao cenário demográfico Imigração -, destaca-se que num cenário em que se considerasse um fluxo adicional de trabalhadores por ano face ao cenário-base, o impacto nas receitas da segurança social seria positivo. Ano Desequilíbrio Défice (% PIB) Cenário Base ,5-2,4-3,1-3,5 Cenário Imigração ,4-2,2-2,7-3,2 Em conclusão, a utilização apenas do cenário-base para estimação dos efeitos futuros merecenos reservas, particularmente face à imprevisibilidade de evolução de algumas das variáveis que incorpora. 2. Factor de Sustentabilidade O Governo propõe a introdução de um mecanismo de ajustamento do sistema às consequências do envelhecimento populacional, apresentando um Factor de Sustentabilidade dado pela seguinte fórmula: Pensão x (EMV 2006 / EMV ano i), em que o ano i corresponde ao ano de requerimento da reforma Tal significa que à medida que vai aumentando a esperança de vida aos 65 anos (ou seja, no momento em que se atinge a idade legal de reforma), aumenta o factor de sustentabilidade, reduzindo-se gradualmente o valor da pensão a auferir. Por outras palavras, à medida que aumenta a esperança de vida, o valor da pensão diminui de modo a que, em média, a pessoa independentemente do momento da reforma receba o mesmo montante global. 5

6 Evolução da pensão após aplicação do Factor de Sustentabilidade Anos Esperança de Valor pensão após Redução do valor da vida aos 65 anos aplicação Coeficiente pensão * 17.85* 18.00* 18.15* % 100.0% 99.16% 98.33% 97.52% 96.72% 91.24% 87.19% 84.29% 82.33% % 1.67% 2.48% 3.28% 8.76% 12.81% 15.71% 17.67% *- Estimativas UGT No quadro deste Factor, o Governo apresenta quatro alternativas, cuja escolha caberá ao trabalhador: 1. Redução do valor da pensão, pela aplicação do Factor de Sustentabilidade 2. Desconto para um novo regime complementar público Contas Individuais. 3. Desconto para um regime privado de poupança-reforma. 4. Trabalhar mais algum tempo, após a idade legal de reforma. A UGT constata uma perda significativa no valor das pensões e que os possíveis métodos de compensação do factor de sustentabilidade não têm em conta as longas carreiras contributivas, nomeadamente no que se refere à possibilidade de antecipação da idade de reforma sem penalização. Esta é a medida do Governo com maior impacto no sistema de S.S a médio e longo prazo, pretendendo dar resposta ao problema do envelhecimento sem que haja aumento obrigatório da idade de reforma. Todavia, o principal método de compensação da aplicação daquele Factor de Sustentabilidade implica, na prática, que quem não queira ser penalizado no montante de reforma, terá de trabalhar para além da idade legal de reforma. A UGT propõe nesta matéria: Que haja um período de transição para aplicação do factor de sustentabilidade e, como tal, o ano base não poderá ser o ano 2006; 6

7 Que seja valorizado o trabalho mensal não só após os 65 anos, mas também nas situações em que o trabalhador continue a trabalhar após o ano em que se poderia ter reformado antecipadamente sem penalização; No que se refere ao desconto voluntário para o regime complementar público de contas consideramos positiva tal iniciativa, mas há que garantir que esta conta não pode ser alterada futuramente a não ser pelo próprio trabalhador (ver ponto 20). 3. Aceleração dos Mecanismos de Transição Em 2001, com a assinatura do Acordo sobre a Modernização da Protecção Social, uma das preocupações manifestada pela UGT foi a necessidade de assegurar o respeito pelos direitos adquiridos e em formação à data do Acordo. Nesse sentido, foi definido na Lei um período transitório a vigorar de 1/1/2002 a 31/12/2016, em que para a determinação da pensão seriam efectuados três cálculos: usando a fórmula anterior: considerando-se apenas os 10 melhores dos últimos 15 anos; usando a fórmula nova considerando a totalidade da carreira contributiva, com diferenciação da taxa anual de formação da pensão em função do rendimento; usando uma fórmula proporcional, com base nas duas anteriormente referidas. Este cálculo é ponderado em função dos anos de carreira contributiva efectuados ao abrigo de cada regime; ou seja, até Dezembro de 2001 é aplicado o método dos melhores 10 anos a partir de Janeiro de 2002 a nova fórmula, sendo utilizado o que fosse melhor para o trabalhador (na prática, um dos dois primeiros). A partir de 2017, a pensão passaria a ser calculada com base na totalidade da carreira contributiva. O Governo propõe agora uma nova regra para as pensões, considerando que a partir de 2007 deixar-se-á de utilizar a fórmula antiga os melhores 10 dos últimos 15 anos - passando a usar-se exclusivamente a fórmula proporcional nos mesmos modos do previsto actualmente, ou seja, segundo a seguinte fórmula: Pensão = P1 * C1 + P2* C2 C Em que: P, é o montante mensal da pensão estatutária; 7

8 P1, corresponde ao valor da pensão calculado por aplicação da fórmula que considera os melhores 10 dos últimos 15 anos; P2, corresponde ao valor da pensão calculada por aplicação da fórmula que considera toda a carreira contributiva; C é o número de anos civis da carreira contributiva com registo de remunerações para efeitos de taxa de formação de pensão; C1, corresponde ao número de anos civis da carreira contributiva com registo de remunerações cumpridos até 31 de Dezembro de 2001; C2, corresponde ao número de anos civis da carreira contributiva com registo de remunerações cumpridos após 1 de Janeiro de A posição da UGT é a seguinte: a) Não aceitamos a antecipação para 2007, considerando possível alguma antecipação que não penalize quem está próximo da reforma; b) Continuar a ser aplicado o método de toda a carreira contributiva e o método proporcional, utilizando-se o que for mais favorável ao trabalhador; c) Clarificar que os melhores 10 dos últimos 15 anos se reportam sempre ao ano em que for requerida a reforma, ou seja, se esta for requerida em 2015 dever-se-á atender ao período entre ; d) No caso das longas carreiras contributivas (carreiras com mais de 40 anos) não entrarão para efeitos de cálculo da pensão os piores anos da carreira, independentemente de estes terem ocorrido antes ou após A UGT considera importante que o Governo preste informações sobre o perfil dos trabalhadores (valor da pensão e período contributivo) para quem o método mais favorável for, no período de , o da totalidade da carreira contributiva. 4. Um novo indexante para as prestações sociais e nova regra de actualização das pensões Não podemos deixar de ter presente que um dos objectivos da revisão do sistema deverá ser também o de reforçar a protecção social e a justiça social, nomeadamente por via de uma evolução adequada das prestações sociais. O Governo propõe a adopção de um novo referencial para a actualização e cálculo das prestações sociais, desligando-as por conseguinte do salário mínimo legal. Designa-o por Indexante de Apoios sociais- (IAS) e define que este assumirá, à data de entrada em vigor um valor idêntico ao do salário mínimo que será posteriormente sujeito a uma revisão com base numa regra de actualização pré-definida e independente da que venha a ser aplicada ao salário mínimo. 8

9 A UGT considera positiva a criação de um novo Indexante para as prestações, já que há muito vem reivindicando que a indexação actualmente existente, que tinha como objectivo inicial assegurar uma evolução positiva daquelas prestações, não só não assegurou tal objectivo como ainda conduziu a uma evolução insuficiente e insatisfatória do salário mínimo. O Governo propõe uma nova regra de actualização das pensões, de aplicação automática e diferenciando os aumentos salariais em função do valor das pensões e do crescimento do PIB. a) Pensões abaixo do Salário Mínimo As pensões inferiores ao salário mínimo são actualmente fixadas tendo como referência uma percentagem do salário mínimo nacional, em função da duração da carreira contributiva (15 a 40 anos, numa percentagem de 65% a 100%). Nesse sentido, a UGT considera que é essencial: Manter as percentagens actualmente existentes, em relação ao IAS; Que o Indexante de Apoios Sociais (IAS) corresponda ao valor do salário mínimo em E que, nos anos seguintes, o seu valor seja determinado pela actualização das pensões com valor igual ou inferior a 1.5IAS, de acordo com o método fixado na alínea seguinte (alínea b). b) Aumento Anual das Pensões O Governo propõe uma nova regra, ligando o aumento das pensões ao crescimento económico do País, propondo as seguintes regras para a actualização das pensões: Para Pensões com valor inferiores a 1.5 IAS (actualmente ) PIB inferior a 2%: IPC do ano anterior PIB igual ou superior a 2%: IPC do ano anterior pp Para Pensões superiores a 1.5 IAS PIB inferior a 2%: IPC do ano anterior -0.5 pp PIB igual ou superior a 2%: IPC do ano anterior E, para pensões muito elevadas, de valor superior ao salário do Presidente da República, o Governo propõe o congelamento. 9

10 O Governo propõe que as actualizações passem a vigorar a partir de 01 de Janeiro de cada ano, e não de 01 de Dezembro do ano transacto, como sucede actualmente. A UGT não compreende a afirmação de que os valores propostos pelo Governo têm reduzido significado na redução dos défices globais, visto que conduzem a perdas significativas no crescimento ou manutenção do valor real das pensões. A UGT concorda com a existência de um mecanismo pré-fixado e automático para a actualização das pensões e que o mesmo deixe de estar dependente da conjuntura política. Mas, existe um conjunto de aspectos que importa rever e assegurar: Mais do que a evolução do PIB, interessa atender à evolução das receitas ordinárias da Segurança Social (ligadas aos salários). Até porque consideramos que o critério do Crescimento económico proposto pelo Governo é de difícil aplicação sendo o seu valor desconhecido no momento de actualização das pensões; será que o Governo pretende utilizar as previsões de crescimento do PIB para o ano em questão ou o PIB de anos transactos?; Há que enquadrar no 1º escalão, a regra de actualização para as pensões de valor igual a 1.5 IAS, para as quais existe um vazio na proposta do Governo. A UGT discorda dos valores propostos, os quais conduziriam a uma perda do poder de compra dos pensionistas com pensões superiores a 1.5 IAS, nos anos em que o PIB tenha um crescimento inferior a 2%, sem possibilidade de recuperação mesmo em anos com elevados crescimentos económicos. A UGT propõe: Que o critério para o aumento das pensões possa ser o aumento real das receitas ordinárias do regime contributivo (correspondendo ao aumento real dos salários); Que as regras de actualização de actualização sejam as seguintes: Para Pensões com valor inferiores a 1.5 IAS IPC do ano anterior + taxa de crescimento real das receitas ordinárias, e nunca inferior ao IPC. Para Pensões superiores a 1.5 IAS e até 6 IAS 10

11 IPC do ano anterior +(taxa de crescimento real das receitas ordinárias 0.5pp) Para Pensões superiores a 6 IAS e até ao vencimento líquido do Presidente da República IPC do ano anterior +(taxa de crescimento real das receitas ordinárias 1.0 pp) 5. Congelamento e limitação das pensões mais elevadas O Governo propõe: Que as pensões futuras tenham um valor máximo, na parte do cálculo que respeita aos melhores 10 dos últimos 15 anos; Congelamento nominal para pensões com valores muito elevados, mas sempre em patamares socialmente aceitáveis. A UGT considera que deve haver um valor máximo das pensões assegurado pelo sistema público, mas que há que salvaguardar descontos já efectuados, nomeadamente quando o método de toda a carreira contributiva conduzir a valor superior. No futuro, e para evitar fuga às contribuições nos salários elevados, metade das contribuições destinadas às pensões (do trabalhador e do empregador) correspondentes aos valores acima deste máximo devem reverter para a Segurança Social a título de solidariedade e o remanescente deve poder ser usado pelo trabalhador em fundos de pensões de capitalização pública ou privada. 6. Promoção do Envelhecimento Activo A UGT considera prioritária a promoção do envelhecimento activo, incentivando os trabalhadores a prolongar a sua vida activa, particularmente entre os 50 e os 65 anos e desincentivando todas as práticas de saída forçada do mercado de trabalho. O envelhecimento deve ser articulado com outras politicas que prosseguem objectivos diferentes, que não podem ser confundidos com os do envelhecimento activo e com o qual devem ser devidamente articuladas. É nomeadamente o caso: a) Da reforma flexível, que visa promover a mobilidade do local de trabalho; 11

12 b) Da antecipação resultante do desemprego dos trabalhadores mais idosos, sem perspectivas futuras de emprego; c) Da antecipação resultante de trabalhos especialmente penosos ou de risco bem como de processos de reestruturação. O documento do Governo é totalmente omisso na promoção do envelhecimento activo, salvo em medidas penalizadoras do regime de flexibilização da idade de reforma ou do regime de pré-reforma. Para além das medidas já acordadas em sede de revisão do subsídio de desemprego e das observações que seguidamente se apresentarão sobre os dois regimes especiais, a UGT propõe, nomeadamente: - O acesso privilegiado à formação profissional de trabalhadores com mais de 45 anos, com qualificações em risco de obsolescência; - A discussão de outras medidas no quadro das políticas activas de emprego e formação; - A possibilidade de os trabalhadores que permaneçam a trabalhar após a idade de acesso à reforma sem penalização e não idade legal de reforma e com vista a beneficiar as longas carreiras contributivas (ver à frente), poderem ver considerados os melhores 10 dos últimos 15 anos nesta data, com as actualizações dos salários previstos na lei (de modo a não serem prejudicados no valor futuro da pensão resultante de reduções de salário ligadas ou não a redução de horário). Relativamente à flexibilização da idade de reforma, a UGT considera que tal regime visa aumentar a mobilidade, facilitando a gestão individual da carreira profissional, devendo ter como base a neutralidade financeira da segurança social e evitar a saída precoce do mercado de trabalho. Contudo, manifestamos, desde logo, as nossas profundas reservas quanto ao coeficiente actuarial proposto. Face à proposta do Governo, a UGT: Aceita a diferenciação das condições de acesso à pensão antecipada antes e depois dos 60 anos; 12

13 Considera que devem ser introduzidos mecanismos susceptíveis de pôr termo às situações de fraude legal que têm vindo a ocorrer, em que um trabalhador requer a reforma e permanece no mesmo posto de trabalho, auferindo muitas das vezes, um salário inferior; Considera essencial a disponibilização dos cálculos actuariais que estiveram na base na determinação do factor de penalização das pensões aquando da adopção do regime da reforma flexível e actualmente. Com efeito, não compreendemos a grande divergência existente entre os coeficientes anteriores fixados em 4.5%, tendo o Governo afirmado que o mesmo assegurava a neutralidade financeira e os actuais coeficientes propostos para o mesmo efeito 7.5% para pensões antes dos 60 anos e 7% para pensões após os 60 anos. O impacto que resultaria da aplicação dos coeficientes propostos é excessivamente penalizador. É de ter também em conta que nem sempre a antecipação resulta efectivamente de uma decisão voluntária do trabalhador; No que se refere à bonificação concedida à permanência no mercado de trabalho, após a idade legal de reforma, concordando com a diferenciação segundo a duração da carreira, entende, a UGT, que para as carreiras inferiores a 40 anos, esta só possa ser concedida após cumprido o período de garantia. Considera-se positivo que o critério usado, para efeitos de contabilização do tempo adicional de trabalho, passe a ser o mês em vez do ano. Os incentivos concedidos para a permanência após os 65 anos são incompreensíveis: 1% para trabalhadores com carreira contributiva completa e de 2.33% a 2.65% para carreiras incompletas. De lembrar que o sistema ganha mais de 5% por cada ano a mais (trabalha, não recebe e continua a descontar), num efeito inverso ao aumento da esperança de vida. No que respeita ao regime da Pré-Reforma, cumpre antes de mais referir que deve resultar claro as alterações que vierem a ser introduzidas não poderão abranger os beneficiários que já se encontram actualmente nesta situação. Importa ainda ter presente que as taxas contributivas devem ter em conta as observações tecidas em ponto específico a respeito da TSU, nomeadamente no que respeita à sua discriminação. 7. Incentivos à natalidade A UGT considera muito importante as medidas que possam vir a ser tomadas para incentivar a natalidade. Tal passa por uma politica integrada da família e da conciliação entre a vida 13

14 profissional e a vida familiar, tendo presente questões como a conciliação de horários, a possibilidade de acesso temporário ao trabalho a tempo parcial, creches, pré-escola, entre outras. O Governo propõe bonificar a concessão do subsídio de maternidade a partir do 2º filho; reforçar a lógica da diferenciação do abono de família com uma majoração de 10% no valor desta prestação a partir do 2º filho e diferenciar a TSU para trabalhadores até 35 anos em função do número de filhos. Relativamente ao proposto pelo Governo, a UGT apoia a majoração de 10% no valor do abono de família a partir do 2º filho bem como a revisão do regime da maternidade e paternidade com vista a uma mais efectiva partilha de responsabilidades. Contudo, entendemos ser de rejeitar a diferenciação que se pretende introduzir na TSU, a qual traduz uma clara discriminação negativa para os jovens bem como uma inversão do princípio da solidariedade e da diferenciação positiva para quem tem mais baixos rendimentos, situação esta inaceitável para a UGT. Por último, refira-se ainda que, nesta sede entendemos ser essencial: - O alargamento da rede de creches e do ensino pré-escolar, assegurando uma melhor cobertura a nível nacional. Nesse âmbito assumem especial relevância as redes ligadas às empresas, permitindo a conciliação com os horários de trabalho e a custos reduzidos; - A conciliação dos horários de trabalho por via da negociação colectiva; - Facilitar o acesso ao trabalho a tempo parcial ligado ao apoio à criança, assegurando-se uma efectiva reversibilidade do mesmo; - Atribuição de apoios financeiros a famílias de baixos rendimentos para a frequência de creches e pré-escola, favorecendo especialmente as situações em que os progenitores tenham um trabalho a tempo inteiro. 8. Reforço da protecção garantida às pessoas com deficiência combinado com a implementação do principio da diferenciação positiva Para a UGT é muito importante a adopção de medidas que visem a protecção de pessoas portadoras deficientes e a sua integração na sociedade. Importante é ainda a diferenciação positiva nesta sede bem como a valorização da reabilitação e da reinserção profissional destes cidadãos. 14

15 Não obstante, revela-se-nos essencial fazer, por um lado, a avaliação dos custos da implementação das medidas enunciadas e, por outro, a determinação clara das regras de financiamento das mesmas. Chamamos a atenção para o facto de a generalidade destas medidas, pela sua natureza não deverem ser suportadas pela Segurança Social, mas sim por via do Orçamento de Estado. É fundamental que a implementação das medidas propostas seja articulada com medidas activas de emprego e formação quer na Administração Publica quer no Sector Privado. 9. Reforço da protecção às famílias monoparentais Sendo esta uma realidade cada vez mais presente na sociedade moderna, a UGT apoia a adopção de medidas que visem quer a conciliação da vida familiar com a profissional quer o reforço da protecção das famílias monoparentais no que respeita à vulnerabilidade económica que estas possam apresentar. Concordando com a medida proposta, esta parece-nos insuficiente. 10. Reforço da protecção na invalidez Nesta sede cumpre desde já referir que a UGT apoia quer a adopção de medidas de reinserção no mercado de trabalho de portadores de incapacidades, quer o incentivo à acumulação de pensões de invalidez com os rendimentos de trabalho. Mais se apoia a modelação das prestações tendo em conta o grau de incapacidade, bem como a ligação a estabelecer entre a actividade profissional e o conceito de incapacidade. Positivo parece-nos igualmente o aumento progressivo do valor da pensão mínima de invalidez nas situações de incapacidade de segundo grau, com vista a que em 2016 se atinja o correspondente a 40 anos de carreira contributiva (solidariedade nacional), entendendo, contudo, que deveria haver também melhoria para as pensões com valores superiores às pensões mínimas. A UGT reclama, nesta área: a) A revisão da lista das doenças profissionais, tendo em especial atenção a recomendação europeia sobre doenças profissionais de 2003; 15

16 b) Modificar o sistema de qualificação, notificação e registo de doenças profissionais com a finalidade de fazer aparecer as doenças ocultas e evitar subdeclaração das mesmas. 11. Pensões de Sobrevivência O Governo propõe aqui uma clara alteração do conceito de pensão de sobrevivência que deixa de ser um direito do cônjuge sobrevivo para se tornar numa prestação dependente da condição de recursos. A UGT manifesta reservas sendo necessário conhecer melhor os limites da proposta do Governo, incluindo os valores das pensões de alimentos garantidas a ex-conjuges, que são definidas casuisticamente pelos Tribunais. Note-se ainda que este regime se aplica não só a cônjuges mas também a ex-conjuges com direito a pensão de alimentos bem como a pessoa que vivia há mais de 2 anos em situação análoga à dos cônjuges. A UGT apoia totalmente o reforço do apoio aos descendentes em particular vulnerabilidade. 12. Revisão da Protecção de Desemprego Reclama-se a rápida implementação das medidas acordadas em sede de CPCS sobre a alteração do regime da protecção no desemprego, o que exige a célere adopção de instrumentos legislativos bem como dotar os Centros de Emprego de meios e capacidades para executar o novo regime. Parece-nos que o impacto para a sustentabilidade da Segurança Social está claramente minimizado no documento do Governo atendendo ao impacto positivo esperado de diversas medidas especialmente das relacionadas com o reforço da empregabilidade e com o combate à fraude. 13. Adequação das Fontes de Financiamento Como já referimos em parecer anterior, a sustentabilidade da Segurança Social promove-se pelo controlo da evolução das despesas, mas também pela evolução das receitas. E esta matéria está profundamente interligada ao combate à evasão e fraude contributiva, ao combate ao trabalho ilegal e à economia clandestina. A diversificação das fontes de financiamento e a sua adequação são princípios essenciais que a UGT apoia, devendo no entanto a discussão ter também presente o contexto de integração económica actual e os impactos de certas medidas em domínios como o emprego ou a competitividade das empresas. 16

17 Manifestamos a nossa preocupação por os custos não virem claramente discriminados nas contas da Segurança Social, tornando assim impossível o controlo da medida. Daí a importância da proposta apresentada pela UGT no ponto relativo à separação do regime contributivo e à discriminação necessária para as contas. Nesse sentido, registam-se positivamente as medidas propostas quanto ao financiamento dos encargos familiares e das prestações sociais ser assegurado com recurso progressivo ao Orçamento de Estado, atingindo os 100% a partir de Neste quadro, é fundamental que estejam incluídos também os complementos sociais existentes em muitas pensões. As Transferências do Orçamento do Estado serão um ponto central desta discussão, sendo necessária uma medida estrutural, que responda às questões de médio e longo prazo. Neste domínio, a UGT considera positivas muitas das medidas propostas, existindo um conjunto prioritário de medidas que importa implementar ou intensificar, nomeadamente: As prestações sociais associadas à condição de recursos como o subsídio social de desemprego, o abono de família e os complementos sociais às pensões - não devem ser suportadas pelas receitas do regime contributivo, mas sim por transferência do Orçamento do Estado; Promover a revisão do regime de contribuições do trabalho independente, tendo no entanto presente que existe um número muito significativo de trabalhadores independentes que, na realidade, são trabalhadores por conta de outrém; Revisão do financiamento das taxas sociais reduzidas, entendendo-se que os custos com os mecanismos de isenção ou redução da TSU que continuarem a justificar-se devem ser financiados pelo Orçamento do Estado; No que se refere às políticas activas de emprego e formação financiadas pela Segurança Social considera-se fundamental proceder a uma análise dos custos e da relevância das medidas e à recentragem destas em públicos especialmente desfavorecidos com o objectivo de facilitar a sua reintegração no mercado de emprego; Rever as bases de incidência das contribuições para a segurança social, aproximandoas mais dos novos modelos de retribuição em prática na generalidade das empresas; Intensificar o combate à fraude e evasão contributiva, atribuindo especial atenção a empresas que registem atrasos nos pagamentos à segurança social avançando nomeadamente com mecanismos de alerta informáticos, à semelhança do que ocorre 17

18 no plano fiscal. Importa igualmente intervir nas situações de empresas devedoras que encerram a actividade para reabrir posteriormente como uma nova empresa mas com os mesmos trabalhadores, mantendo a dívida existente. A UGT concorda com a proposta de que a contrapartida pública nacional do FSE seja assumida pela tutela das intervenções operacionais, mas manifesta a sua clara preocupação com o que se possa vir a passar em termos de Ministério do Trabalho e, nomeadamente, para a possibilidade de empurrar tais custos para o Orçamento do IEFP, financiado por descontos dos trabalhadores e empregadores (em igual percentagem). 14. Código Contributivo da Segurança Social Concordamos com a aprovação de um Código Contributivo que tenha em especial atenção o alargamento da base de incidência contributiva, mas suscita-nos algumas reservas a rapidez com que o Governo o pretende adoptar, particularmente porque o Governo pretende igualmente incluir a revisão das taxas contributivas reduzidas (e não apenas princípios gerais de enquadramento). No que se refere ao alargamento da base de incidência contributiva, a enumeração de novas parcelas de remuneração é, em geral, positiva. Contudo, levanta dúvidas: Por não incluir múltiplas formas de remuneração como as participações no capital ou seguros de vida facultativos; Pela não separação entre regimes obrigatórios decorrentes da Lei e da Negociação Colectiva e regimes livres para seguros de vida e regimes complementares da Segurança Social; Por tratar igualmente todas as antecipações incluindo as que resultem de resgate por razões de mobilidade profissional, de despedimento individual ou colectivo. 15. Taxas Contributivas Reduzidas No âmbito do Acordo sobre Protecção Social, de 2001, o Governo assumiu o compromisso de elaborar e divulgar um estudo sobre os regimes das taxas sociais reduzidas, que hoje são mais de 30. A UGT reclama a entrega desse estudo. No quadro desta discussão a UGT defende: 18

19 a) A análise da pertinência económica e social das situações de redução e isenção de taxas que muitas vezes acabam por se traduzir em redução de direitos, tendo em vista a redução do numero de regimes; b) Atendendo aos objectivos destas reduções e isenções, caberá ao Orçamento do Estado suportar os custos daquelas medidas na Segurança Social; c) A revisão periódica da desagregação da TSU em função das diferentes eventualidades para assegurar uma mais adequada resposta às evoluções conjunturais (veja-se o caso do subsidio de desemprego), aliás em cumprimento do estabelecido no DL 200/99, de 8 de Junho, que prevê uma revisão quinquenal da taxa desagregada com base em estudos actuariais a desenvolver para o efeito. 16. Regime dos Trabalhadores Independentes A UGT manifesta a discordância com o proposto, na medida em que, na prática, é mantida a situação actual. A UGT reclama: a) A melhoria da protecção social de muitos trabalhadores independentes que efectivamente vivem e dependem em exclusivo do seu trabalho; b) Que se assegure o equilíbrio financeiro deste regime, o que exige como já referimos uma clara separação das contas. A UGT desenvolverá esta questão, que considera fundamental, no Ponto IV. 17. Combate à Fraude e à evasão contributiva e Contra-ordenações Para a UGT, o combate à fraude e evasão contributiva é um domínio importante no âmbito da discussão sobre a sustentabilidade da segurança social. Registamos os progressos alcançados nos primeiros meses do ano em resultado da intensificação do combate à evasão contributiva, tendo-se conseguido recuperar montantes significativos de dívidas existentes. Importa ter presente que este é um domínio que integra duas dimensões distintas: a primeira, ligada a uma cobrança mais eficiente das contribuições e à redução da dívida e uma segunda, directamente relacionada com o combate a situações ilegais e à economia clandestina, e sobre as quais importa actuar. 19

20 Retomando aqui algumas das observações já apresentadas no 1º contributo, a UGT considera essencial: Combate aos falsos recibos independentes, questão que importa discutir não apenas do ponto de vista laboral, mas também em sede de segurança social que é penalizada perdendo verbas importantes, desviadas nomeadamente para o IVA. Nesse sentido, justificar-se-ia nomeadamente a elaboração de um plano específico por parte da Segurança Social, atendendo especialmente a sectores/ actividades com maior incidência (nem sempre justificável) de trabalho independente; Reforço dos serviços inspectivos da segurança social; Reforço da articulação entre serviços da segurança social e serviços fiscais, quer no que se refere ao cruzamento de informações, quer de acções inspectivas, tendo em vista detectar situações de fraude e evasão contributiva e combater a economia clandestina, trazendo novos contribuintes para os sistema; Revisão do quadro sancionatório (sobre trabalhadores e empresas) para que se torne mais efectivo e desincentivador de situações de incumprimento. Face ao que anteriormente foi dito, a apreciação das propostas do Governo no ponto Estabilização das receitas do sistema através do reforço ao combate à evasão e cobrança da dívida à Segurança Social, merece a nossa concordância geral. 18. Monitorização das Declarações O sistema deverá também detectar e intervir nas situações em que vários trabalhadores se transfiram de uma empresa que encerrou para uma empresa totalmente nova, defraudando a Segurança Social e o conjunto de credores daquela (ver ponto 3.13.). 19. Modelo de Gestão da Dívida e da Conta Corrente A UGT concorda na generalidade com as medidas propostas nestas matérias que visam a introdução de mecanismos mais céleres e automáticos na gestão da divida, bem como de procedimentos para reforço da eficácia do cruzamento de dados com outras entidades para detecção de situações de incumprimento. 20. Regimes Complementares de Base Profissional e Regime Complementar Público O Regime de Capitalização tem tido, no nosso País, desenvolvimentos muito fracos. A UGT considera que é desejável estimular e reforçar a vertente capitalização, avançando-se para um 20

21 sistema misto em que é necessário encontrar a boa dosagem entre a repartição e a capitalização, sem por em causa obviamente a primeira, e assegurando-se a coesão nacional e um adequado nível de pensões para todos. Considera-se que o mesmo será possível com o reforço do FEFSS - Fundo de Estabilização Financeiro da Segurança Social - mas, também, com o reforço dos Mecanismos Complementares de Pensões. Para a UGT, o incentivo ao reforço de mecanismos complementares por via da negociação colectiva é uma matéria central nesta discussão. Assim, para a UGT é fundamental: Reforço do FEFSS, nomeadamente, e tal como decorre da lei, por via das receitas de alienação de património e dos ganhos resultantes de aplicações financeiras ou ainda de transferências de trabalhadores de outros sistemas. Espera-se igualmente que a retoma do crescimento económico venha permitir as transferências da parcela das quotizações dos TCO ( 2 a 4 pontos percentuais) previstas na Lei, e que nos últimos anos, não têm sido asseguradas. Incentivar os mecanismos complementares o Revisão dos incentivos e benefícios fiscais (IRS, IRC e outros), diferenciando positivamente os mecanismos resultantes da negociação colectiva. Não nos parece suficiente a reintrodução dos benefícios fiscais aos PPR, que não é sequer o instrumento mais adequado para incentivar a poupança junto de todos os trabalhadores e para garantir a justiça social necessária. o Assegurar a participação dos sindicatos nos Fundos de Pensões constituídos por via da negociação colectiva. Nesse sentido, a UGT reafirma a necessidade de urgentemente se proceder à revisão do Decreto-Lei nº 12/2006, de 28 de Janeiro, assegurando tal participação. o Regista-se positivamente a proposta do Governo de constituir Contas Individuais no âmbito no regime complementar público, com vista a atenuar ou cancelar o efeito financeiro da aplicação do Factor de Sustentabilidade por via de descontos voluntários por parte dos trabalhadores. Importa, no entanto, assegurar condições para que o trabalhador que assim o deseje contribua acima do estritamente necessário para compensar a redução da pensão, constituindo-se portanto esta conta individual como um PPR de base pública; 21

22 o Tendo em conta que a individualização e a portabilidade são questões essenciais na discussão sobre os Fundos de Pensões complementares, especialmente num contexto marcado por uma crescente mobilidade profissional, aquelas devem ser devidamente asseguradas na esfera dos fundos privados, quer se tratem de iniciativa individual, quer colectiva. 21. Participação dos Parceiros Sociais A UGT regista a intenção do Governo em activar até ao final de 2006 um conjunto de estruturas tripartidas como o CNSS e os Conselhos Consultivos de Organismos Nacionais, que não têm funcionado adequadamente. Lamentamos que não se clarifiquem quais os organismos objecto de participação e se analisem as razões de não cumprimento dos compromissos assumidos. Registamos, no entanto, com preocupação os sucessivos atrasos na entrada em funcionamento destes órgãos, a maioria dos quais acordados em 2001, pelo que exigimos o rápido cumprimento do Acordo sobre a Modernização da Protecção Social. IV. MATÉRIAS OMISSAS E A DESENVOLVER 1. As longas carreiras contributivas A UGT considera esta questão como fundamental. A questão das longas carreiras contributivas, especialmente da sua diferenciação, é uma matéria que deve ser abordada de forma transversal em muitas das linhas presentes na Proposta do Governo, situação que não se encontra, em nosso entender, devidamente salvaguardada. Para a UGT, seria essencial: a) Que a Lei previsse a possibilidade de o trabalhador com longa carreira contributiva poder optar por uma reforma antecipada sem factor de penalização ou por uma valorização da pensão em função da carreira, actualmente possível apenas para os trabalhadores que se mantenham a trabalhar após a idade legal de reforma, ou seja, após os 65 anos. 22

23 Tal deverá poder ser utilizado, quer para minimizar o impacto negativo do Factor de Sustentabilidade, quer o impacto negativo da antecipação do final do regime de transição (actualmente previsto para 2017); b) O factor de incentivo à permanência no trabalho terá que ter em conta que esta tem, para a Segurança Social, não só um efeito completamente inverso ao aumento da esperança de vida, como ainda o trabalhador continua a contribuir para a Segurança Social; c) Desenvolver instrumentos que permitam efectivamente cumular trabalho a tempo parcial e pensão de velhice; d) A consideração de carreiras intermitentes, em que o trabalho é muitas vezes inferior a 1 ano e em que tem de ser tida em conta a possibilidade de acumular anos completos, quando se considera toda a carreira contributiva; e) A questão em geral da contagem dos descontos para carreiras com mais de 40 anos, no método de toda a carreira contributiva. 2. Trabalhadores Independentes A existência de um regime específico de Contribuições para os trabalhadores independentes, mas de um único regime de formação da pensão (idêntico entre TCO e TI) há muito que exige uma alteração. Note-se que, como suprareferimos, um número muito expressivo de trabalhadores independentes são na realidade trabalhadores por conta de outrém, nomeadamente face a critérios como cumprimento de horários, subordinação jurídica, dependência económica, entre outros. Para além das observações efectuadas anteriormente sobre o trabalho independente, e no âmbito da revisão deste regime, a UGT considera necessário: a) Pôr cobro ao incentivo ao trabalho independente em virtude de não existir contribuição patronal, penalizando os trabalhadores no que respeita, não só ao montante das pensões, como também à não cobertura de determinadas eventualidades; b) A contribuição para a segurança social deverá passar a ser feita com base no rendimento real do trabalhador e não resultar de uma opção por um qualquer escalão como hoje sucede. Nesse sentido, a contribuição deverá ser efectuada com base no valor declarado como rendimento do trabalho em sede de IRS. Importa, no entanto, articular tais mecanismos com a 23

24 revisão das obrigações fiscais que actualmente incidem sobre estes trabalhadores, nomeadamente em sede de IVA; A UGT considera fundamental a clarificação da Conta dos trabalhadores independentes, o que implica a separação total dos regimes e das contas dos trabalhadores por conta de outrém e dos trabalhadores independentes, sem prejuízo da mobilidade do trabalhador entre as duas situações. 3. Regime dos Bancários Continuamos a defender que é essencial dar cumprimento ao Acordo de 2001 no que se refere à portabilidade e garantia das pensões dos trabalhadores do sector bancário e de uma integração no sistema público de segurança social, na base de uma negociação tripartida, no respeito pelas convenções colectivas do sector. 4. Carreiras de desgaste rápido ou especialmente penosas É evidente que, nestes casos, é de exigir a articulação da idade legal da reforma e ter presente a real esperança de vida destes trabalhadores. Há também que ter presente que, nestas situações, há que rever os descontos efectuados pelos trabalhadores, quer pelos empregadores. Esta é uma matéria que importa discutir. 5. Obrigações Administrativas da Segurança Social Para a UGT, a melhoria do funcionamento da máquina da Segurança Social é já hoje uma necessidade sentida a vários níveis e que tende a aumentar na sequência das alterações que se pretendem instituir. Nesse quadro, revela-se necessário: a) Criar condições para melhorar o acesso à informação, seja a nível individual, seja a nível colectivo. Por exemplo, a introdução de elementos como o Factor de Sustentabilidade e a constituição de Contas Individuais exigirão que os Serviços sejam capazes de dar resposta atempada e rigorosa às necessidades de informação dos trabalhadores; b) Promover acções de formação profissional dos trabalhadores para que os mesmos tenham as competências necessárias para o desempenho das suas funções, atendendo às alterações do Sistema; 24

25 c) Promover, com a maior rapidez possível, o tratamento informático das carreiras contributivas anteriores a 1983 de modo a que, no cálculo das pensões, sejam considerados os salários efectivamente auferidos pelos trabalhadores e não os ganhos médios definidos por Portaria; d) Promover uma maior celeridade no tratamento e processamento dos pedidos dos contribuintes, reduzindo o período de espera na atribuição das prestações e pensões. 6. Acompanhamento da Reforma A implementação das alterações que vierem a ocorrer bem como a avaliação do seu impacto na Segurança Social deverão ser objecto de acompanhamento permanente dos Parceiros Sociais, devendo a Comissão Executiva do CNSS órgão de carácter tripartido - reunir trimestralmente para o efeito. Secretariado Nacional da UGT 23/06/2006 Nota Final: A UGT reserva-se o direito de apresentar um aditamento a este contributo, até ao dia 29 de Junho, data limite para entrega dos Pareceres. 25

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