A função logística "Manutenção" em um B Log orgânico de brigada quaternária

Documentos relacionados
Apresentação ao COMDEFESA/FIERGS

MINISTERIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO DIRETORIA DE EDUCAÇAO TECNICA MILITAR (C APERF ESP DO REALENGO/1945)

Ten Cel Alex Alexandre de Mesquita, Exército Brasileiro

Rio 2016: 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromovel) realizou treinamento para emprego durante as Olimpíadas

Medição do Desempenho Organizacional. SPE-3/7ª SCh EME

Exército Brasileiro A simulação como ferramenta no adestramento da tropa 1

MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO 1ª INSPETORIA DE CONTABILIDADE E FINANÇAS DO EXÉRCITO (Sv Fundos Reg / 1ª RM 1934) MAIO/ 2015

QUALIFICAÇÃO MILITAR ST 1º SGT 2º SGT 3º SGT TOTAL INFANTARIA CAVALARIA

OBJETIVO APRESENTAR AS DEMANDAS LOGÍSTICAS DOS PROJETOS ESTRATÉGICOS DO EXÉRCITO NA ÁREA DE GESTÃO DA DIRETORIA DE ABSTECIMENTO.

O Pelotão de Exploradores do Batalhão de Infantaria Blindado como órgão de busca para a inteligência em campanha

Boletim do Exército Nº 43/2007. Brasília - DF, 26 de outubro de MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA-GERAL DO EXÉRCITO

Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil capacita militares e civis

A Logística Militar Terrestre às tropas blindadas de Infantaria no Comando Militar do Sul

Boletim Especial do Exército

A Certiiicação do AgrMec/NRF 12. Reflexões e Lições Aprendidas

Índice: Organização e Caraterização da força Treino Operacional da Recce Coy Missão da Recce Coy Conceito de Emprego

O comando da Companhia Especial de Fronteira: uma visão no C Fron RORAIMA/7º BIS

VISITA DO DIRETOR DA D MAT

DEFESA ANTIAÉREA. Encerramento do Projeto. Conteúdo Nacional C 2. Empregos Gerados. Empresas Envolvidas. Proteção das estruturas estratégicas

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL DEPCT DIREN COSEA COLÉGIO MILITAR DOM PEDRO II

Ano XXI nº 76. NOTIME Noticiário do IME

Rafael de Abreu Faria

Efemérides Sábado, 30 Agosto :09 EFEMÉRIDES

O desenvolvimento da liderança militar na EsAO

OBUSEIRO AUTOPROPULSADO M-109 A3 Maior alcance para a artilharia brasileira

Especial 27 anos da Aviação

A busca de alvos de artilharia de campanha pelo caçador orgânico dos batalhões de infantaria

PREPARAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE ORÇAMENTOS VARIÁVEIS DE DESPESAS. Tiago Pereira

Edição II - Abril/2017 Atualizada. Guia do Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador

O apoio das companhias de engenharia de combate blindadas no aproveitamento do êxito

Indicador(es) Órgão(s) 52 - Ministério da Defesa

S a rg ento, elo funda m enta l entre o C om a ndo e a Tropa

Rio Negro possui o quartel do Exército mais moderno do Brasil

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL DEPCT DIREN COSEA COLÉGIO MILITAR DOM PEDRO II

1.1 Objetivos da Dissertação

Encerramento do Estágio de Artilharia Antiaérea Para Pilotos Militares

PROJETO DE LEI. Dispõe sobre a carreira dos Servidores Militares do Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências.

7ª Companhia de Comunicações

ARTILHARIA DE CAMPANHA NO EXÉRCITO BRASILEIRO EM 2007

INSTRUÇÃO NORMATIVA STJ/GP N. 4 DE 26 DE ABRIL DE 2016.

Considerações sobre a proposta do governo para o PCC (Plano de Classificação de Cargos)

PROJETO BÁSICO - ANEXO I

SETOR CIBERNÉTICO NO EXÉRCITO BRASILEIRO Ricardo Henrique Paulino da Cruz 1. INTRODUÇÃO

Resumo Reforma da Previdência dos Militares PL 1645/2019 Poder Executivo

RIO GRANDE DO NORTE LEI COMPLEMENTAR Nº 514, DE 06 DE JUNHO DE 2014.

Í N D I C E. Pag - INTRODUÇÃO CAPÍTULO 1

POLÍTICA DE CONTROLES INTERNOS

Capacidade de Defesa Química do Exército Brasileiro

Nº 40/2014. Brasília-DF, 3 de outubro de DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO 13ª BRIGADA DE INFANTARIA MOTORIZADA (BRIGADA BARÃO DE MELGAÇO)

MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO COMANDO LOGÍSTICO DIRETORIA DE MATERIAL

Brasília - DF, 14 de maio de 2009 (Quinta-feira) Para conhecimento deste Centro e devida execução, publico o seguinte:

DE SUCATA A MONUMENTO A RESTAURAÇÃO DE BLINDADOS M-8

ESCOLA NAVAL DEPARTAMENTO DE ARMAS E ELETRÓNICA

Aviação do Exército Brasileiro terá aeronaves C-23B Sherpa 1

= 2ª PARTE = INSTRUÇÃO (Sem alteração)

OS ARQUIVOS SECRETOS DA GUERRILHA DO ARAGUAIA. Total da documentação: 108 documentos 1197 páginas 2 A PERSEGUIÇÃO

CENTRO DE AVALIAÇÕES DO EXÉRCITO TESTANDO EQUIPAMENTOS PARA A FORÇA DO SÉCULO XXI

As armas apreendidas no Estado do Rio de Janeiro e rastreadas até instituições do Estado

INFORMATIVO nº 1/13 - PROFESIONALISMO Y AMISTAD. 1º semestre de 2013 A MISSÃO DE COOPERAÇÃO

CURRICULUM VITAE. II FORMAÇÃO ACADÉMICA E PROFISSIONAL 1. Cursos de formação académica (Licenciatura/Pós-graduação/Mestrado/Doutoramento)

Introdução. Exército Brasileiro Grandeza e território. C Dout Ex Gestão da doutrina militar terrestre no nível tático

O CURSO DE COMANDANTE DE UNIDADE DE ARTILHARIA NO EXÉRCITO ALEMÃO

ORDEM DE ENSINO Nr 002 DE/CMS/Sec Pscped SEMANAS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO COLÉGIO MILITAR DE SALVADOR

S a rg ento, elo funda m enta l entre o C o m a ndo e a T ro pa

SISTEMA DE PLANEJAMENTO DO EXÉRCITO

Proposta de uma Infantaria Mecanizada para o Exército

Boletim do Exército Nº 2/2015. Brasília, DF, 9 de janeiro de MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA-GERAL DO EXÉRCITO

MINISTÉRIO DA DEFESA COMANDO DA AERONÁUTICA ENSINO MCA 37-2

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

É um conjunto de tarefas afins, reunidas segundo critérios de relacionamento, interdependência ou similaridade.

Exércitos de Brasil e Argentina fortalecem laços com treinamento conjunto

INVESTIMENTO NA INDÚSTRIA

NOTA DE COORDENAÇÃO Nº 13-SI.2/2ª SCh/EME CAPACITAÇÃO EM GESTÃO

Geometria Analítica I

MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO EXÉRCITO (Insp G Ens Ex / 1937)

FICHA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA INVESTIGADOR DO CISDI

Operação de abertura de passagens durante o Exercício no Terreno. (operações ofensivas): um primeiro passo. Carlos Frederico Gomes Cinelli*

ORGANIZAÇÃO ANO INÍCIO 1999 OBSERVAÇÕES

1 bases numéricas. capítulo

ANÁLISE DO POSTO DE TRABALHO DE COLABORADOR DO SETOR DE CONFECÇÕES ESTUDO DE CASO

Boletim do Exército MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA-GERAL DO EXÉRCITO. Brasília-DF, 24 de dezembro de 2015.

PROCESSO DE IMPLATAÇÃO DO QUADRO DE GESTÃO À VISTA: UM ESTUDO DE CASO

DECISÕES E COMPORTAMENTO

DISCIPLINA 06 HISTÓRIA MILITAR

DISCIPLINA 06 HISTÓRIA MILITAR

MINISTÉRIO DA DEFESA COMANDO DA AERONÁUTICA

CAPÍTULO 7 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

SEGURANÇA ALIMENTAR NAS FORÇAS ARMADAS

II MATRIZ DE INFORMAÇÃO E ANÁLISE DA MULHER NO SETOR DEFESA

APÊNDICE 5 COMBATE DE MONTE CASTELO

ESTADO DO PARANÁ POLÍCIA MILITAR ESTADO MAIOR 1ª SEÇÃO. LEI Nº /12/2006 Publicado no Diário Oficial Nº 7375 de 22/12/2006

Exercícios de Caminho Mínimo Enunciados

ANÁLISE E AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE UMA FARMÁCIA HOSPITALAR NO MUNICÍPIO DE TERESINA.

Anexo L (MODELOS DE DOCUMENTOS REFERENTES AO PREPARO) à Diretriz de Preparação Específica de Tropa para Missão de Paz

SISTEMA DE ARQUIVOS DO ESTADO. Implantação da Instrução Normativa nº. 01, de 12/02/2008.

Fuzileiros Navais brasileiros ajudam a Colômbia na desminagem humanitária

Visto. Ch Gab. AGENDA DO DECEx. 36ª Semana 31 de Agosto a 04 de Setembro de 2009

MORTEIRO PESADO 120mm RAIADO MADE IN BRAZIL

Boletim do Exército MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA-GERAL DO EXÉRCITO. Brasília-DF, 28 de abril de 2017.

Transcrição:

47 A função logística "Manutenção" em um B Log orgânico de brigada Sidney Marinho Lima * Resumo O Batalhão Logístico tem por missão proporcionar apoio logístico a todos os elementos orgânicos da brigada e da base divisionária da Divisão de Exército (DE). Cada DE e Brigada (Bda) possui um B Log 100% móvel para proporcionar o apoio logístico. Neste sentido, este trabalho tem por objetivo verificar quais as mudanças que poderiam ser implementadas no desenvolvimento da função logística, manutenção, de um B Log orgânico de brigada. Para tanto, este artigo foi calcado em pesquisa documental. A pesquisa analisou os dados referentes ao efetivo de pessoal previsto em Quadro de Cargos (QC) para a Companhia Logística de Manutenção (Cia Log Mnt) de B Log de brigada blindada (Bda Bld) ternária e as mudanças previstas para as unidades de combate e apoio ao combate numa brigada, de acordo com o Plano Básico de Estruturação do Exército, procurando-se levantar as mudanças a serem implementadas na Cia Log Mnt de um B Log de Bda Bld. A investigação teve, ainda, como fontes escritas, manuais, instruções normativas, normas e quadro de cargos. O resultado final da análise de tudo o que foi pesquisado indica um aumento de no efetivo total da Cia Log Mnt de um B Log de Bda, distribuído irregularmente entre os Pelotões (Pel) e Seções (Seç) desta. O aumento de volume de material nas unidades de combate e de apoio ao combate gera um aumento do volume de trabalho para o B Log. O aumento de volume de trabalho na Unidade (U) da Bda requer um aumento de efetivo na Cia Log Mnt, o qual pode ser calculado por meio de índice de produtividade. Os resultados obtidos nesta pesquisa geraram recomendações para estudos, visando a possibilitar reajustes no QC da Cia Log Mnt do B Log de Bda. Palavras-chave: Função Logística Manutenção. Brigada Quaternária. Volume de Trabalho. Índice de Produtividade. Introdução O batalhão logístico está organizado para apoiar os elementos orgânicos de uma divisão de exército (base divisionária) ou de uma brigada. Portanto, uma mudança nestes elementos pode determinar um reajustamento na capacidade de apoio do batalhão logístico (BRASIL, 2004a). O Plano Básico de Estruturação do Exército prevê a transformação das brigadas blindadas ternárias em s, acrescentando-lhes mais uma unidade de combate (BIB ou RCC) e aumentando as Unidades já existentes em mais uma SU, de modo que as * O Cap Sidney Marinho Lima se formou na AMAN em 1997 e se graduou Mestre em Operações Militares pela EsAO em 2005. Unidades sejam também s. Também prevê aumento nas Unidades de apoio ao combate. Com isso aumentar-se-á o volume de material na brigada e conseqüentemente o volume de trabalho no B Log. No que tange à função logística manutenção, também o volume de trabalho na Cia Log Mnt sofrerá alterações. As subunidades do B Log poderão ter sua organização alterada em função da missão, da situação, das necessidades, das disponibilidades e dos diversos tipos de Bda (BRASIL, 2004a, p. 1-1). De acordo com o Plano Básico de Estruturação do Exército" (BRASIL, 2004b), cuja execução teve início no ano de 20, ocorrerá a transferência de várias unidades e a adoção de uma organização na 5a Brigada de Cavalaria Blindada (5a Bda C Bld) e na 6a Brigada de Infantaria Blindada (6a Bda Inf Rio de Janeiro, v. 3, n. 1/2, p. 47-55, 1./2. sem. 2006

48 Bld), passando esta e suas unidades de combate a serem do tipo IV. Com isso a brigada ficará com dois Batalhões de Infantaria Blindados (BIB) e dois Regimentos de Carros de Combate (RCC), a quatro subunidades (SU) operacionais cada um. No sentido de diminuir futuros problemas logísticos no apoio de manutenção às operações de uma brigada, devem ser desenvolvidos estudos que permitam levantar possíveis mudanças que se façam necessárias. Quais os reflexos para a função logística, manutenção, desenvolvida por um B Log em apoio a uma brigada? A presente pesquisa tem como objetivo geral verificar quais as mudanças que poderiam ser implementadas no desenvolvimento da função logística, manutenção, de um B Log orgânico de brigada. A fim de viabilizar a consecução do objetivo geral da pesquisa, foram formulados os objetivos específicos abaixo relacionados que permitem o encadeamento lógico do raciocínio descritivo a ser apresentado neste trabalho: a) qual é a definição da função logística manutenção? b) como se organiza e qual é a missão de um B Log? c) como estão organizadas as brigadas blindadas ternárias e quais as mudanças que ocorrerão com a adoção da estrutura? d) qual seria o aumento de volume de trabalho para uma Cia Log Mnt de um B Log de Bda, em relação a uma Cia Log Mnt de B Log de Bda ternária? e) quais instrumentos podem auxiliar na quantificação do aumento em pessoal na Cia Log Mnt de B Log de Bda? f) quais os acréscimos em pessoal que devem ser feitos à Cia Log Mnt, para atender à demanda de manutenção de uma Bda? Segundo os objetivos do Sistema Logístico (BRASIL, 20, p. 3-2) são prever, prover e manter os meios em recursos humanos, recursos materiais e serviços, desempenhando todas as funções logísticas necessárias, de acordo com a situação vigente (paz, crise ou guerra) e definir as necessidades logísticas para fins de mobilização. A adequação deste sistema ao Plano Básico de Estruturação do Exército torna-se de vital importância para o sucesso deste último, visto que o sucesso do combate está intimamente relacionado com a preparação e a continuidade propiciada pelos elementos de apoio logístico, que por sua vez devem possuir uma estrutura adequada para de-senvolver suas funções logísticas. O presente estudo pretende ampliar os conhecimentos acerca do desenvolvimento do apoio logístico por parte do B Log. Partindo-se da necessidade de adequação da logística à evolução da estrutura do Exército, seria de grande auxílio e importância o estudo da função logística manutenção de um batalhão logístico que apóia uma brigada de estrutura. Os resultados poderão indicar quais os ajustes que poderão ser feitos na estrutura atual do 4 B Log e do 5 B Log e fornecer subsídios, por meio da apresentação de uma visão do futuro, para a minimização dos problemas logísticos que se apresentarão desta mudança estrutural. Pretende-se alcançar resultados que possam contribuir na elaboração do novo QC, além de auxiliar no planejamento das atividades de manutenção dos B Log integrantes de uma brigada. A seguir serão apresentados: na seção 2 a metodologia utilizada para coletar e analisar dados; na seção 3 serão apresentados os resultados da pesquisa procurando abordar os conceitos relativos à organização da brigada, o aumento do volume de trabalho para o B Log que essa nova organização impõe, o novo índice de produtividade que seria desejável para as diversas equipes de manutenção do B Log, fazendo com que este continue prestando apoio logístico normalmente, e o percentual de aumento de efetivo em toda a Cia Log Mnt decorrente dos novos índices de produtividade; na seção 4 os resultados da investigação serão discutidos, verificando em que medida a criação da brigada influencia a organização em pessoal da Cia Log Mnt do B Log; e por fim, na seção 5 serão apresentadas as principais conclusões acerca da pesquisa realizada. 2 Metodologia Para a generalização dos resultados foi utilizado o método indutivo, com o estudo do QC da Cia Log Mnt de B Log de Bda Inf Bld ternária, por meio do método estudo de caso, estabelecendo relações entre o índice de produtividade atual dessa SU e o índice Rio de Janeiro, v. 3, n. 1/2, p. 47-55, 1J2. sem. 2006

49 desejável obtido por meio do aumento de volume de trabalho oriundo de uma Bda Bld. Para tal, realizou-se uma pesquisa documental de livros, manuais, normas, instruções normativas e do (QC) do B Log de Bda Inf Bld. sentadas as alterações no nível batalhão na cor vermelha. As alterações no nível subunidade estão representadas por numeração na cor vermelha ao lado direito do símbolo das unidades às quais estas SU pertencem. A fim de melhor descrever os resultados, apresentaremos o Organograma 1 que exemplifica a constituição da Bda Bld. Nele estão repre- Fazendo-se a comparação da estrutura de uma Bda ternária com a nova estrutura, observamse os seguintes acréscimos descritos no Quadro 1: 1 A 4 Esqd CC; 2 Ativada em caso de operações; 3 A 4 Cia Fuz Bld; 4 A 4 Cia E Cmb Bld; 5 A 4 Bia 105 AP Organograma 1: Organograma da Bda Bld Unidade BIB Constituição na Bda Inf Bid BIB a Cia Fuz Bld Constituição na Bda C Bld BIB a 04 Cia Fuz Bid Constituição na BdaBld BIB a 04 Cia Fuz Bld Acréscimo na Bda Inf Bld Acréscimo na Bda C Bld Cia Fuz Bld 04 Cia Fuz bld RCC RCC a 04 Esqd CC RCC a Esqd CC RCC a 04 Esqd CC 04 Esqd CC Esqd CC GAC AP Bia 105 AP Bia 105 AP 04 Bia 105 AP Bia 105 AP Bia 105 AP Cia E Cmb Bld Cia E Cmb Bld Cia E Crab Bid Cia E Cmb Bid Cia E Cmb Bid BEC Cmb a 04 Cia E Cmb Bld ACRÉSCIMO DE SU PERTENCENTES A U DE COMBATE ACRÉSCIMO DE SU PERTENCENTES A U DE AP AO COMBATE TOTAL DE ACRÉSCIMO 06 SU 06 SU 04 SU 04 SU 10 SU 10 SU Quadro 1: Quadro comparativo entre Bda Bld ternária e Rio de Janeiro, v. 3, n. 1/2, p. 47-55, 1J2. sem. 2006

50 O Quadro 2 apresenta a distribuição do material de uma Bda Inf Bld ternária. Quantidade existente nas U Cmb Quantidade total existente na Bda Percentual existente nas U Cmb Percentual existente nas demais unidades 70 235 30% 70% 162 181 90% 10% Armamento Leve 1232 4056 30% 70% Armamento Pesado 108 181 60% 40% Material Viaturas sobre rodas Viaturas Blindadas Quadro 2: Distribuição de material entre U Cmb e demais U da Bda Inf Bld Ternária Para facilitar os cálculos, pode-se adaptar o quadro 2 transformando-se as porcentagens nele contidas em variáveis, conforme será visto abaixo no Quadro 3. Material Viaturas sobre rodas Viaturas Blindadas Qnt Qnt Existente nas Existente na U Cmb da Bda Bda ternária ternária (A) (B) 0,3Q1 Ql Q2 Armamento Leve Q3 Armamento Pesado Q4 Qnt Existente nas Nova Qnt nas U demais U da Bda Cmb da Bda ternária (C) (B+60%B) = (D) 0,7Q1 0,48Q1 Nova Qnt nas demais U Bda (C+33%C)=(E) 0,93Q1 0,9Q2 0,1Q1 1,44Q2 0,13Q2 0,3Q3 0,7Q3 0,48Q3 0,93Q3 0,6Q4 0,4Q4 0,96Q4 0,53Q4 Quadro 3: Cálculo do aumento de material nas U da Bda Portanto, para se saber, por exemplo, de quanto foi o aumento do volume de viaturas blindadas nas unidades de combate de brigada, basta- se subtrair B de D. Tabela 1: Determinação do volume de trabalho da Cia Log Mnt em apoio às U Cmb Bda ternária Rio de Janeiro, v. 3, n. 1/2, p. 47-55, 1./2. sem. 2006

51 Tabela 2: Determinação do volume de trabalho da Cia Log Mnt em apoio às U Cmb Bda 0,19P1 0,11P4 As porcentagens referentes às perdas constantes das tabelas acima foram retirados da nota de aula Estimativa Logística, da EsAO. Da análise das Tabelas 1 a 4, chega-se à determinação dos volumes de trabalho para a Cia Log Mnt em uma Bda ternária e. Calculando-se estes volumes, tem-se: Viaturas sobre rodas: O volume de trabalho no Pelotão Leve de Manutenção (Pel L Mnt) será de 0,08P1 (30%F) na Bda ternária e 0,13P1(30%G) na Bda. Rio de Janeiro, v. 3, n. 1/2, p. 47-55, 1./2. sem. 2006

52 O volume de trabalho no Pelotão Pesado de Manutenção (Pel P Mnt) será de 0,08P1(30%F) + 0,19P1(30%H) = 0,27P1 na Bda ternária e 0,13P1(30%G) + 0,25P1(30%I) = 0,38P1 na Bda. Viaturas blindadas, materiais de comunicações e instrumentos ópticos: O volume de trabalho no Pel L Mnt será de 0,24P2(30%F) na Bda ternária e 0,39P2(30%G) na Bda. O volume de trabalho no Pel P Mnt será de 0,24P2(30%F) + 0,P1(30%H) = 0,27P2 na Bda ternária e 0,39P2(30 % G) + 0,04P2(30 % I) = 0,43P2 na Bda. Armamento leve: O volume de trabalho no Pel L Mnt será de 0,08P3(30%F) na Bda ternária e 0,13P3(30%G) na Bda. O volume de trabalho no Pel P Mnt será de 0,08P3(30 %F) + 0,19P3(30 %H) = 0,27P3 na Bda ternária e 0,13P3(30%G) + 0,25P3(30%I) = 0,38P3 na Bda. Armamento pesado: brigada ternária para um determinado serviço e B' é backlog de brigada para o mesmo serviço. Logo: V V' D.i D.i' Simplificando: V.i'=V'.i, onde V' e i' são, respectivamente, o volume de trabalho e o índice de produtividade na Bda. Buscando-se determinar o índice de produtividade dos elementos de manutenção da brigada em função do índice dos elementos da brigada ternária, dentro dos diversos tipos de materiais, tem-se: Viaturas sobre rodas No Pel L Mnt:0,08P1.i'=0,13P1.i >>> i' = 1,6i No Pel P Mnt:0,27P1i'=0,38P1.i >>> i'=1 4i, Viaturas blindadas, material de comunicações e instrumentos ópticos No Pel L Mnt: 0,24P2.i'=0,39P2.i >>> i' = 1.6i No Pel P Mnt: 0,27P2i'=0,43P2.i >>> i'=1 6i Armamento leve No Pel L Mnt: 0,08P3.i'=0,13P3.i >>> i' = 1.6i O volume de trabalho no Pel L Mnt será de 0,16P4(30%F) na Bda ternária e 0,26P4(30%G) na Bda. No Pel P Mnt: 0,27P3i'=0,38P3.i >>>i'=1 4i O volume de trabalho no Pel P Mnt será de 0,16P4(30%F) + 0,11P4(30%H) = 0,27P4 na Bda ternária e 0,26P4(30%G) + 0,14P4(30%I) = 0,40P4 na Bda. Dos conceitos de Backlog, tem-se a seguinte fórmula: No Pel L Mnt: 0,16P4.i'=0,26P4.i >>> i' = 1.6i B= V D.i Onde B é o backlog, V é o volume de trabalho, D é o tempo disponível e i é o índice de produtividade da Eqp Mnt que realiza o Sv. Deseja-se que na mudança da estrutura ternária para o B Log continue executando suas missões no mesmo prazo (backlog), tendo o mesmo tempo disponível. Vê-se então que na fórmula acima B e D seriam invariáveis, variando-se somente V e i. Logo, tem-se que: B=B', onde B é o backlog de Armamento pesado No Pel P Mnt: 0,27P4i'=0,40P4.i >>> i'=1 5i De posse dos novos índices de produtividade para cada tipo de material, calculou-se de quanto deveria ser o índice total de cada equipe responsável por determinado tipo de trabalho. De acordo com este novo índice total, acrescentou-se à equipe mais militares segundo o I Prod individual (Sgt c/ CAS:1,00, Sgt s/cas:0,75 e Cb/Sd:0,50) até se atingir o novo índice desejável para equipe. Algumas equipes ou seções não sofreram modificações, tendo em vista sua missão ter permanecido inalterada com a reestruturação da Bda Bld. Os quadros 4 a 9 mostram o resultado de todos estes cálculos, trazendo uma comparação entre o efetivo previsto atualmente e o novo efetivo proposto. Rio de Janeiro, v. 3, n. 1/2, p. 47-55, 1í2. sem. 2006

53 Gp Efetivo no B Log Bda ternária Efetivo no B Log Bda Cmdo 1ª Seç L Mnt 2ª Seç L Mnt 3ª Seç L Mnt 4ª Seç L Mnt 00 5ª Seç L Mnt 71 113' Quadro 4: Comparação do efetivo do Pel L Mnt Bda ternária e por Seç L Mnt Gp Cmdo Armt MM Rep Mat Com Elt Rep Mat Int Frmt Sv Itm Efetivo no B Log Bda ternária 09 06 08 05 06 73 Efetivo no B log 08 10 18 38 13 26 09 13 08 04 26 09 111 08 14 26 50 Quadro 6: Comparação do Ef do Pel Ap Bda ternária e por grupo Fonte: o autor Gp Chefia Mat Pes Efetivo no Blog Efetivo no B Log Bda Ternária Bda 11 04 06 16 24 Quadro 7: Comparação do Ef da Seç Cmdo Bda ternária e por grupo Será visto nos quadros 8 e 9 a consolidação de todo o efetivo proposto para uma Cia Log Mnt/ B Log de Bda, por fração e por posto ou graduação. Será considerado ainda que tanto a Cia de B Log de Bda ternária quanto a de terão o Seç/Pel Cmdo Seç Cmdo Pel L Mnt Pel P Mnt Pel Ap Efetivo no B Log Bda Ternária 16 71 73 38 200 Efetivo no B Log Bda Aumento Porcentual 24 113 111 50 300 0% 59,05% 52,15% 31,58% Quadro 8: Comparação do Ef da Cia Log Mnt Bda ternária e por grupo Bda Quadro 5: Comparação dos efetivos do Pel P Mnt na Bda ternária e na proposta de Bda por grupo Efetivo no Blog Bda Efetivo no B Log Gp Ternária Bda Cmdo GRPC Sup Ev Comando formado por 1(um) Capitão e 1 (um) Sd motorista e radioperador (Motr e Radiop). Seç/Pel Cap 1º Ten 2º Ten ST 1º Sgt 2º Sgt 3º Sgt Cb Sd Efetivo no B Log Bda Ternária 04 12 53 10 70 46 200 Efetivo no B Log Bda Aumento Porcentual 05 18 82 15 105 70 300 00% 00% 25% 00% 54,72% 52,% Quadro 9: Comparação do Ef da Cia Log Mnt ternária e por posto/graduação 3 Discutindo os resultados Pode-se observar nos quadros 4 a 9 que o maior aumento de efetivo proposto foi no Pel L Mnt (cerca de 60%). Tal aumento se deve ao fato de que as U Cmb serão as que mais sofrerão acréscimos na reestruturação das Bda Bld. E como para cada U Cmb é prevista uma Seção Leve de Manutenção (Seç L Mnt) e só os trabalhos que excedem à capacidade da Seç L são evacuados para o Pel P Mnt, é natural que o efetivo do Pel L Mnt sofra uma maior alteração. Cabe ressaltar que com a criação de mais uma U Cmb, há a necessidade de se criar também mais uma Seç L Mnt para lhe prestar apoio. O menor aumento de efetivo foi observado no Pelotão de Apoio (Pel Ap), devido à existência do GRCP, que exerce função de controle e não está diretamente envolvido na execução dos trabalhos. No somatório geral do efetivo, observou-se que para apoiar uma Bda Bld que tenha o aumento de material previsto neste trabalho seria necessário aumentar o efetivo da Cia Log Mnt em (de 200 para 300 militares). Cabe Rio de Janeiro, v. 3, n. 1/2, p. 47-55, 1./2. sem. 2006

54 ressaltar que, de acordo com o quadro 1, as U Cmb sofreram um aumento de 60% (de 10 SU no total passou-se para 16) em sua estrutura de material e pessoal e as U Ap Cmb (Eng e Art) sofreram um aumento de 100% (de 04 SU para 08 SU). Tal estudo considerou ainda que as U não citadas (Com, Art AAé, Cia Cmdo, etc) sofreriam um aumento de 33%. 4 Conclusão A presente investigação teve por finalidade verificar as mudanças que poderiam ser implementadas no desenvolvimento da função logística manutenção de um B Log orgânico de brigada. A fim de viabilizar a consecução do objetivo geral da pesquisa, foi realizada uma pesquisa bibliográfica e documental, com o objetivo de identificar que as mudanças ocorreriam na adoção da Bda Bld de estrutura, em que proporção seria o aumento de volume de trabalho na Cia Log Mnt e como se iria calcular o aumento de efetivo para atender ao aumento do volume de trabalho. De acordo com os cálculos baseados nos conceitos de backlog e de índice de produtividade, chegou-se à proposta de um aumento de no efetivo total da Cia Log Mnt, distribuído irregularmente entre seus Pel e Seç. Todos os cálculos foram baseados em alguns pressupostos descritos ao longo do trabalho, tendo em vista que até o seu término ainda não havia uma estrutura definitiva da Brigada Blindada. Tal fato, porém, não invalida esta pesquisa, visto que ela aponta um caminho que pode ser percorrido quando da consolidação da reestruturação em estudo. Neste sentido, recomenda-se que, quando da realização de estudos no QC da Cia Log Mnt do B Log de Bda, seja procurada a adequação do efetivo desta às reais necessidades de apoio das Unidades da Brigada, com especial atenção para a quantidade de material de emprego militar existente, possibilitando um desenvolvimento eficiente da função logística manutenção. Concluindo este trabalho, cabe ressaltar que a utilização do índice de produtividade foi apenas um caminho traçado para se chegar a uma possível solução do problema, o que não inviabiliza que outros estudos possam ser realizados neste sentido, de modo que, abordando o problema através de um enfoque diferente se possa, da mesma forma, solucioná-lo. The consequences for the logistic function, maintenance, developed for a B Log in support to a quaternary brigade Abstract The Logistic Bataillon has for mission to provide to logistic support to all the organic elements of the brigade and the divisional base of the one Division. Each division and brigade possess a Logistic Bataillon 100% furniture to provide the logistic support" (BRAZIL, 2004, p.2-1). In this direction, this work has for objective to verify which the changes that could be implemented in the development of the logistic function, maintenance, of a organic Logistic Bataillon of quaternary brigade. For in such a way, this work of course conclusion was developed of April of 2004 the August of 2005, by means of documentary bibliographical research and. The research analyzed the referring data to the cash of staff foreseen in into organization for the Logistic Company's Maintenance de Logistic Bataillon of armored brigade ternary and the changes foreseen for the units of combat and support to the combat, in a quaternary brigade, in accordance with the Basic Plan of Estruturação of the Army, looking itself to raise the changes to be implemented in the Logistic Company's Maintenance of a Logistic Bataillon armour brigade. The inquiry had, still, as sources written, manual, normative instructions, norms and picture of positions. The final result of the analysis of everything what it was searched indicates an increase of in the total cash of the Logistic Company's Maintenance of Logistic Bataillon quaternary brigade, distributed irregularally between the Platoon and Seccion of this. The increase of volume of material in the units of combat and support to the combat generates an increase of the volume of work for the Logistic Bataillon. The increase of volume of work in the unit of the brigade requires an increase of cash in the Logistic Company's Maintenace, which can be calculated by means of productivity index. The results gotten in this Rio de Janeiro, v. 3, n. 1/2, p. 47-55, 1./2. sem. 2006

55 research had generated recommendations for studies, having aimed at to make possible readjustments in the organization of the Logistic Company's Maintenance of the Logistic Bataillon quaternary brigade. Keywords: Logistic function Maintenance. Quaternary brigade. Volume of Work. Index of Productivity. Referências BRASIL. Exército. Plano Básico de Estruturação do Exército (PBEEx) 2005/2008. Brasília, DF, 2004a.. Portaria n 125-EME, de 7 de dezembro de 2004. Aprova a Diretriz para transferência da estrutura de manutenção das viaturas blindadas. Boletim do Exército, Brasília, DF, n. 50, p. 9, 10 dez. 2004b.. Portaria n 631-EME, de 24 de setembro de 2004. Reorganiza a 6a Brigada de Infantaria Blindada e dá outras providências. Boletim do Exército, Brasília, DF, n. 40, p. 21, 1 out. 2004c.. Estado-Maior. C 100-10: logística militar terrestre. 2. ed. Brasília, DF, 20.. C 29-20: batalhão logístico (anteprojeto). Brasília, DF, 2004d..0 29-3: apoio logístico na divisão de exército/brigada. 2. ed. Brasília, DF, 20. BUBLITZ, Juliana. Santa Cruz terá unidade de ponta. Zero Hora Digital, 28 nov. 20. Disponível em: <http://www.defesanet.com.br/noticia/ebestrutura/>. Acesso em: 24 jun. 2004. CARVALHO, César Arthur Lermen. A adequação das tropas blindadas brasileiras ao combate moderno. 1999. 25 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Altos Estudos Militares) Escola de Comando e Estado Maior do Exército, Rio de Janeiro, 1999. CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO (Brasil). Plano Básico de Estruturação do Exército. Informe do CCOMSEX, Brasília, DF, 3 dez. 20. Disponível em: <http://www.defesanet.com.br/ noticia/ebestrutura3/>. Acesso em: 24 jun. 2004. COMANDANTE do Exército profere palestra em Porto Alegre (RS). Correio Militar do Sul, Porto Alegre, out. 20. Disponível em: <http://www.defesanet.com.br/noticia/ebestrutura1/>. Acesso em: 24 jun. 2004. MUDANÇAS no Exército já têm um calendário. Diário de Santa Maria, Santa Maria, 2 dez. 20. Disponível em: <http://www.defesanet.com.br/noticia/ebestrutura2/>. Acesso em: 24 jun. 2004. TREZZI, Humberto. RS deve ganhar 800 militares. Zero Hora Digital, 28 nov. 20. Disponível em: <http:/ /www.defesanet.com.br/noticia/ebestrutura/>. Acesso em: 24 jun. 2004. Rio de Janeiro, v. 3, n. 1/2, p. 47-55, 1./2. sem. 2006