HISTÓRIA DO BRASIL Professor LUCIANO DE PAULA



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Transcrição:

HISTÓRIA DO BRASIL Professor LUCIANO DE PAULA

A expansão Ultramarina Portuguesa dos séculos XV e XVI. PLANISFÉRIO DE 1502 Os mapas eram chamados de Portulanos, pois eram feitos através da observação dos navegadores. A mais antiga carta náutica portuguesa conhecida, mostrando o resultado das viagens de Vasco da Gama à Índia, Colombo à América Central, Gaspar Corte Real à Terra Nova e Pedro Álvares Cabral ao Brasil, com meridiano de Tordesillas assinalado. Biblioteca estense universitária de Modena.

A expansão Ultramarina Portuguesa dos séculos XV e XVI. Os descobrimentos portugueses foram o conjunto de viagens e explorações marítimas realizadas pelos portugueses entre 1415 e 1543 que começaram com a conquista de Ceuta na África. Os descobrimentos resultaram na expansão portuguesa e deram um contribuição essencial para delinear o mapa do mundo, impulsionados pela Reconquista e pela procura de alternativas às rotas do comércio no Mediterrâneo. Com estas descobertas os portugueses iniciaram a Era dos Descobrimentos europeus que durou do século XV até ao XVII e foram responsáveis por importantes avanços da tecnologia e ciência náutica, cartografia e astronomia, desenvolvendo os primeiros navios capazes de navegar em segurança em mar aberto no Atlântico.

A expansão Ultramarina Portuguesa dos séculos XV e XVI. Terminada a Reconquista, o espírito de conquista e Cristianização dos povos muçulmanos subsistia. Os portugueses dirigiram-se então para o Norte de África, de onde tinham vindo os mouros que se haviam estabelecido na Península Ibérica. Avançando progressivamente pelo Atlântico ao longo das costas do continente africano, passaram o Cabo da Boa Esperança e entraram no Oceano Índico movidos pela procura de rotas alternativas ao comércio Mediterrânico. Chegaram à Índia em 1498, simultaneamente exploraram o Atlântico Sul e aportaram nas costas do Brasil em 1500, navegando no extremo da Ásia chegaram à China em 1513 e ao Japão em 1543.

A expansão Ultramarina Portuguesa dos séculos XV e XVI. A conquista de Ceuta em 1415 é geralmente referida como o início dos "descobrimentos Portugueses". Nela participaram todos os infantes de Portugal e entre eles vemos o Infante D. Henrique a partir de então a ser dirigido para impulsionar as primeiras expedições no Atlântico, como investimento do Reino de Portugal através da Templária Ordem de Cristo e do seu próprio patrimônio pessoal. As primeiras navegações estão associadas à sua figura a partir da base que, saindo do porto de Castro Marim que tinha sido a primeira sede da referida ordem militar e da qual ele era o grão-mestre, estabeleceu em Lagos e na Sagres, onde foi acompanhado por um grupo de cartógrafos, astrônomos e pilotos. Além dos interesses materiais, o príncipe ambicionava ao estabelecer uma aliança com o Preste João, um príncipe cristão que governava as terras da Etiópia. Graças a essa aliança, pensava-se recomeçar as Cruzadas, mas numa escala planetária, alcançar o Paraíso (o Éden) do qual esse rei africano era o guardião, e expulsar os muçulmanos da Terra Santa para alcançar a Idade do Ouro e Jerusalém Celeste. Por trás deste movimento, como dirigente governativo, estava o seu irmão Infante D. Pedro, 1. duque de Coimbra assim como um grupo vasto de religiosos cristão e judeus, mercadores e armadores profissionais, interessados e participantes nas navegações, responsáveis por uma série importante de iniciativas a que o navegador aderiu. Entre eles o seu aventureiro sobrinho navegador, Infante D. Fernando, duque de Beja, pai de D. Manuel I, que deu toda a continuidade a esses intentos.

A expansão Ultramarina Portuguesa dos séculos XV e XVI. A Escola de Sagres constitui um dos grandes mitos da história portuguesa, resultante de deficientes interpretações de crônicas antigas. Com base no pressuposto de que o infante D. Henrique convidou um cartógrafo catalão para se colocar ao seu serviço, muitos consideraram a partir logo do século XVI, com Damião de Góis), que teria havido uma escola náutica em Sagres, fundada pelo Infante D. Henrique, por volta de 1417, no Algarve. A escola, centro da arte náutica, teria assim formado grandes descobridores, como Vasco da Gama e Cristóvão Colombo

A expansão Ultramarina Portuguesa dos séculos XV e XVI. A ilha da Madeira - Em 1418, ainda no reinado de D. João I, e sob comando do Infante D. Henrique dá-se o redescobrimento da ilha de Porto Santo por João Gonçalves Zarco e mais tarde da ilha da Madeira por Tristão Vaz Teixeira. Os Açores - Em 1427, dão-se os primeiros contactos com o arquipélago dos Açores por Diogo de Silves. Ainda nesse ano é descoberto o grupo oriental dos Açores, São Miguel e Santa Maria. A costa oeste de África - Mapa da costa oeste africana representando a feitoria da "A mina", séc. XVI Em 1434 Gil Eanes contornou o Cabo Bojador, dissipando o terror que este promontório inspirava. No ano seguinte, navegando com Afonso Gonçalves Baldaia descobriram Angra de Ruivos e este último chegou ao Rio de Ouro, no Saara Ocidental. Entretanto, após a derrota portuguesa de Tânger em 1437, os portugueses adiaram o projeto de conquistar o Norte de África.

A expansão Ultramarina Portuguesa dos séculos XV e XVI. A ligação do Atlântico com o Índico - Em 1487, D. João II envia Afonso de Paiva e Pêro da Covilhã em busca do Preste João e de informações sobre a navegação e comércio no Oceano Índico. Nesse mesmo ano, Bartolomeu Dias, comandando uma expedição com três Caravelas, atinge o Cabo da Boa Esperança. Estabeleciase assim a ligação náutica entre o Atlântico e o Oceano Índico. O projeto para o caminho marítimo para a Índia foi delineado por D. João II como medida de redução dos custos nas trocas comerciais com a Ásia e tentativa de monopolizar o comércio das especiarias. A juntar à cada vez mais sólida presença marítima portuguesa, D. João almejava o domínio das rotas comerciais e expansão do reino de Portugal que já se transformava em Império Porém, o empreendimento não seria realizado durante o seu reinado. Seria o seu sucessor, D. Manuel I que iria designar Vasco da Gama para esta expedição, embora mantendo o plano original.

A expansão Ultramarina Portuguesa dos séculos XV e XVI. Esta imagem ilustra a viagem de Vasco da Gama (a preto) bem como as viagens de Pêro da Covilhã (laranja) e Afonso de Paiva (azul). O caminho percorrido antes de se separarem encontra-se a verde.

A expansão Ultramarina Portuguesa dos séculos XV e XVI. A chegada à Índia - Nos anos que se seguiram à assinatura do Tratado de Tordesilhas (1494) Portugal prosseguiu no seu projecto de alcançar a Índia, o que foi finalmente alcançado pela frota de Vasco da Gama, na sua primeira viagem de 1497-1499. Mantendo o plano de D. João II, o rei D. Manuel I mandou aparelhar as naus e escolheu Vasco da Gama, cavaleiro da sua casa, para capitão desta armada. Segundo o plano original, D. João II teria designado seu pai, Estêvão da Gama, para chefiar a armada; mas a esta altura já ambos tinham falecido. A 8 de Junho de 1497 iniciou-se a expedição semi-planetária que terminaria dois anos depois com a entrada da nau Bérrio pelo rio Tejo adentro, trazendo a boa-nova. Neste dia parte do Restelo a armada chefiada por Vasco da Gama. Tratava-se de uma expedição comportando três embarcações. É a partir da viagem de Vasco da Gama que se introduzem as naus. A 20 de Maio de 1498 Vasco da Gama chega a Calecute. Estabelecia-se assim o caminho marítimo para a Índia.

A expansão Ultramarina Portuguesa dos séculos XV e XVI.

A expansão Ultramarina Portuguesa dos séculos XV e XVI. Chegada ao Brasil - Em 1499, após o retorno de Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral foi nomeado capitão-mor da armada que se dirigiria à Índia. A sua missão era a de estabelecer relações diplomáticas e comerciais com o Samorim, promovendo a imagem de Portugal e instalando um entreposto comercial ou feitoria, retornando com o máximo de mercadorias. A sua foi a mais bem equipada armada do século XV, integrada por dez naus e três caravelas, transportando de 1.200 a 1.500 homens, entre funcionários, soldados e religiosos. Era integrada por navegadores experientes, como Bartolomeu Dias e Nicolau Coelho, tendo partido de Lisboa a 9 de março de 1500, após missa solene na ermida do Restelo, à qual compareceu o Rei e toda a Corte. Mas Pedro Álvares Cabral, por alturas de Cabo Verde, desvia-se da rota. Tendo-se afastado da costa africana, a 22 de abril de 1500, após quarenta e três dias de viagem, avistou o Monte Pascoal no litoral sul da Bahia. No dia seguinte, houve o contato inicial com os indígenas. A 24 de abril, seguiu ao longo do litoral para o norte em busca de abrigo, fundeando na atual baía de Santa Cruz Cabrália, nos arredores de Porto Seguro, onde permaneceu até 2 de maio.

A expansão Ultramarina Portuguesa dos séculos XV e XVI. Chegada dos portugueses ao Brasil

O SISTEMA COLONIAL O Período Pré-Colonial A fase do pau-brasil (1500 a 1530) - Neste período não houve a colonização do Brasil, pois os portugueses não se fixaram na terra. Após os primeiros contatos com os indígenas, muito bem relatados na carta de Caminha, os portugueses começaram a explorar o pau-brasil da Mata Atlântica. O pau-brasil tinha um grande valor no mercado europeu, pois sua seiva, de cor avermelhada, era muito utilizada para tingir tecidos. Para executar esta exploração, os portugueses utilizaram o ESCAMBO, ou seja, deram espelhos, apitos, chocalhos e outras bugigangas aos nativos em troca do trabalho (corte do pau-brasil e carregamento até as caravelas).

O SISTEMA COLONIAL O Período Pré-Colonial O escambo foi utilizado durante a colonização do Brasil, uma vez que os índios não conheciam Qualquer forma de dinheiro.

O SISTEMA COLONIAL O sistema colonial português na América A estrutura político-administrativa A estrutura sócio-econômica A escravidão (as formas de dominação econômico-sociais) As formas de atuação do Estado Português na Colônia A ação da Igreja, as invasões estrangeiras A expansão territorial, interiorização e formação das fronteiras, As reformas pombalinas As rebeliões coloniais Os Movimentos e tentativas emancipacionistas

O SISTEMA COLONIAL O Período Pré-Colonial Nestes trinta anos, o Brasil foi atacado pelos holandeses, ingleses e franceses que tinham ficado de fora do Tratado de Tordesilhas (acordo entre Portugal e Espanha que dividiu as terras recém descobertas em 1494). Os corsários ou piratas também saqueavam e contrabandeavam o pau-brasil, provocando pavor no rei de Portugal. O medo da coroa portuguesa era perder o território brasileiro para um outro país. Para tentar evitar estes ataques, Portugal organizou e enviou ao Brasil as Expedições Guarda- Costas, porém com poucos resultados. Os portugueses continuaram a exploração da madeira, construindo as feitorias no litoral que nada mais eram do que armazéns e postos de trocas com os indígenas. No ano de 1530, o rei de Portugal organizou a primeira expedição com objetivos de colonização. Esta foi comandada por Martin Afonso de Souza e tinha como objetivos: povoar o território brasileiro, expulsar os invasores e iniciar o cultivo de cana-deaçúcar no Brasil.

O SISTEMA COLONIAL O chamado Sistema Colonial Tradicional desenvolveuse, na América, entre os séculos XVI e XVIII. Sua formação está intimamente ligada às Grandes Navegações e seu funcionamento obedece aos princípios do Mercantilismo. As práticas mercantilistas, buscava o acúmulo de capitais e as colônias irão contribuir de forma decisiva para este processo. Assim, através da exploração colonial os Estados Metropolitanos se enriquecemcomo também sua burguesia. O Sistema Colonial Tradicional conheceu dois tipos de colônias: a Colônia de Povoamento e a Colônia de Exploração.

O SISTEMA COLONIAL Colônia de Povoamento: característica das zonas temperadas da América do Norte e marcada por uma organização econômicosocial que buscava manter semelhanças com suas origens européias: predomínio da pequena propriedade, desenvolvimento do mercado interno, certo desenvolvimento urbano, valorização dos princípios de liberdade ( religiosa, econômica, de imprensa ), utilização do trabalho livre, desenvolvimento industrial e desenvolvimento do comércio externo. Colônia de Exploração: típica das zonas tropicais da América, onde predomina a agricultura tropical escravista e monocultora. Não houve desenvolvimento de núcleos urbanos nem do mercado interno, ficando esta área dependente da Metrópole. A principal característica desta área foi a Plantation- latifúndio, monocultor escravocrata.

O SISTEMA COLONIAL A fase do Açúcar (séculos XVI e XVII ) O açúcar era um produto de muita aceitação na Europa e alcançava um grande valor. Após as experiências positivas de cultivo no Nordeste, já que a cana-de-açúcar se adaptou bem ao clima e ao solo nordestino, começou o plantio em larga escala. Seria uma forma de Portugal lucrar com o comércio do açúcar, além de começar o povoamento do Brasil. A mão-obra-obra escrava, de origem africana, foi utilizada nesta fase

O SISTEMA COLONIAL A Pirâmide Social Colonial A Casa Grande

CAPITANIAS HEREDITÁRIAS A instalação das primeiras capitanias no litoral nordeste brasileiro traz consigo uma consequência trágica: os conflitos com os índios do litoral que - se até então foram aliados de trabalho, neste momento passam a ser um entrave, uma vez que disputavam com os recém chegados o acesso às melhores terras. Destes conflitos entre portugueses e índios o saldo é a mortandade indígena causada por conflitos armados ou por epidemias diversas.

CAPITANIAS HEREDITÁRIAS O FORAL - OBRIGAÇÕES DOS DONATÁRIOS Criar vilas e distribuir terras a quem desejase cultivá-las. Exercer plena autoridade no campo judicial e administrativo, podendo inclusive autorizar pena de morte. Escravizar os índios, obrigando-os a trabalhar na lavoura. Também podiam enviar índios como escravos para Portugal, até o limite de 30 por ano. Receber a vigésima parte dos lucros sobre o comércio do Pau-Brasil. O donatário era obrigado a entregar 10% de todo o lucro sobre os produtos da terra ao rei de Portugal. 1/5 dos metais preciosos encontrados nas terras do donatário deveria ser entregue a coroa portuguesa. O monopólio do Pau-brasil.

CAPITANIAS HEREDITÁRIAS O sistema de capitanias implantado no Brasil não é original. Baseiase em experiências anteriores de concessão de direitos reais à nobreza para engajá-la nos empreendimentos do Estado português nas Índias, na África, nas ilhas do Atlântico e no próprio reino. Nas Cartas de Doação é fixado o caráter perpétuo e hereditário das concessões. Em troca do compromisso com o povoamento, a defesa, o bom aproveitamento das riquezas naturais e a propagação da fé católica em suas terras, o rei atribui aos donatários inúmeros direitos e isenções. Cabe aos donatários distribuir sesmarias - terras incultas ou abandonadas - aos colonos, fundar vilas com as respectivas câmaras municipais e órgãos de justiça, além do direito de aprisionar índios. São também isentos do pagamento de tributos sobre a venda de pau-brasil e de escravos

CAPITANIAS HEREDITÁRIAS Em sua maior parte, as capitanias brasileiras não conseguem desenvolver-se por falta de recursos ou por desinteresse de seus donatários. No final do século XVI, apenas as capitanias de Pernambuco (de Duarte Coelho) e de São Vicente (de Martim Afonso de Souza) alcançam certa prosperidade com o cultivo da cana-de-açúcar. É esse quadro pouco animador que leva a Coroa portuguesa a instituir, em 1548, um governo mais centralizado e capaz de uma ação mais direta - o governo-geral. No século XVII, outras capitanias são criadas para ocupar a Região Norte. Cada vez mais enfraquecidas e progressivamente retomadas pela Coroa, as capitanias são extintas em 1759. Mas deixam sua marca na ocupação do território, sobretudo da faixa litorânea, e na formação política do país. Além de fixar o nome de muitos dos atuais estados brasileiros, as capitanias dão origem a uma estrutura de poder regional que ainda se mantém atuante.

GOVERNADORES GERAIS Criação do sistema Em função do desempenho insatisfatório do sistema de Capitanias Hereditárias, D. João III, rei de Portugal resolveu criar o Governo- Geral no Brasil no ano de 1549. Era uma forma de centralizar o poder na colônia e acabar com a desorganização administrativa. Governadores Gerais Os três governadores gerais do Brasil que mais se destacaram foram Tomé de Souza, Duarte da Costa e Mem de Sá. Resultados Como resultados da implantação deste sistema político-administrativo no Brasil, podemos citar: catequização de indígenas, desenvolvimento agrícola e incentivo à vinda de mão-de-obra escrava africana para as fazendas brasileiras. Este sistema durou até o ano de 1640, quando foi substituído pelo Vice-Reinado

GOVERNADORES GERAIS Os resultados inexpressivos obtidos com o sistema de capitanias hereditárias motivaram a Coroa Portuguesa a tomar uma nova postura em relação à administração colonial. Dessa forma, conforme estabelecido no Regimento de 1548, a Coroa Portuguesa instituiu o cargo de governador-geral para aperfeiçoar os meios de legitimação da autoridade política da Coroa e reforçar os interesses envolvendo o processo colonizador em terras brasileiras. Em meio a esse processo de natureza centralizadora, a capitania da Bahia de Todos os Santos foi escolhida como a primeira sede do governo-geral. Por isso, foi criada em 1549 a cidade de Salvador, considerada a primeira capital do Brasil Colônia. Entre outras diversas funções, o governador-geral deveria resolver as contendas com os índios por meio de guerra ou aliança; criar feiras que possibilitassem o desenvolvimento econômico da colônia e garantir o monopólio real sob a exploração do pau-brasil.

GOVERNADORES GERAIS Além disso, um governador também deveria combater a ação de piratas nas terras coloniais, ampliar a colonização com a criação de novas vilas, construir embarcações e fortes, promover o plantio da cana-de-açúcar, realizar a prospecção de metais preciosos e defender a população colonial. De fato, podemos perceber que as tarefas de um governador-geral eram inúmeras e, por isso, outros cargos administrativos foram criados para auxiliá-lo em tais obrigações. Os cargos que estavam abaixo do governador-geral eram ao todo quatro e correspondiam aos postos de ouvidor-mor, capitão-mor, alcaide-mor e provedor-mor. O capitão teria como função principal cuidar das questões jurídicas no interior da colônia. O capitão tinha importante função de defesa ao ser responsável pelo controle das regiões litorâneas. Nesse mesmo âmbito, o alcaide deveria comandar as tropas encarregadas da defesa. E, por fim, o provedor cuidava das finanças do governo-geral.

GOVERNADORES GERAIS Ao longo do século XVI, destacamos as ações tomadas pelos três primeiros Governadores Gerais nomeados por Portugal. O primeiro deles foi Tomé de Souza, que assumiu o posto entre 1549 e 1553. Após pedir sua saída do posto, o governo-geral Tomé de Souza foi assumido por Duarte da Costa, que durante sua administração ocorrida entre 1553 e 1558 enfrentou problemas com as populações nativas (Confederação dos Tamoios) e a invasão dos franceses (França Antártica). Para controlar tais problemas, Duarte da Costa foi substituído pelo governador Mem de Sá, que tomou controle da colônia entre 1558 e 1572. Depois disso, a Coroa Portuguesa tentou viabilizar a administração com a divisão da colônia em dois governos: o governo do Norte, com capital em Salvador; e o governo do Sul, localizado na cidade do Rio de Janeiro. A divisão acabou sendo abolida em 1578 e, até 1808 ano da chegada da família real portuguesa o governo-geral vigorou na administração da colônia.

AS INVASÕES ESTRANGEIRAS

AS INVASÕES ESTRANGEIRAS AS INVASÕES FRANCESAS A primeira expedição francesa foi comandada por Nicolau Durand de Villegaignon que chegou na Baía do Rio de Janeiro em 10 de novembro de 1555. Eles fundaram a França Antártica, que se destinava a receber os "Calvinistas", protestantes religiosos. O povoado serviria de bases para o comércio do pau-brasil e de outros produtos que por ventura encontrasse no país. Villegaignon conquistou a amizade dos índios tamoios, que foram os seus aliados na luta contra os portugueses. O Governador-geral, Duarte da Costa, não conseguiu expulsar os franceses por falta de recursos, somente Mem de Sá, iniciou a luta contra eles, e foram expulsos doze anos depois da invasão, em 1567. No entanto, eles não desistiram. Em 1612, comandados por Daniel de La Touche, invadiram o Maranhão e fundaram a França Equinocial. O forte construído nessa época deu origem à cidade de São Luis, atual capital do Maranhão.

AS INVASÕES ESTRANGEIRAS Em 1624, a chega na Bahia uma esquadra holandesa comandada por Jacob Willekens. O governador da Bahia, Diogo de Mendonça Furtado, foi preso e os holandeses tomaram conta da cidade de Salvador. Em 1625, os moradores de Salvador, com auxilio dos portugueses e dos espanhóis, cercaram a cidade por terra e por mar e expulsaram os holandeses. Entre os anos de 1630 e 1654, o Nordeste brasileiro foi alvo de ataques e fixação de holandeses. Interessados no comércio de açúcar, os holandeses implantaram um governo em nosso território. Sob o comando de Maurício de Nassau, permaneceram lá até serem expulsos em 1654. Nassau desenvolveu diversos trabalhos em Recife, modernizando a cidade.

AS INVASÕES ESTRANGEIRAS SEGUNDA INVASÃO A segunda invasão ocorreu em 1630. O local escolhido foi Pernambuco (Recife e Olinda, por serem áreas canavieiras). A esquadra holandesa, de mais de 50 navios, chegou em Pernambuco com cerca de 8 mil homens, entre marinheiros, trabalhadores e soldados. Os holandeses tomaram conta de Recife e de muitos engenhos da região. O governador de Pernambuco, Matias de Albuquerque, fugiu para o interior e fundou o arraial do bom Jesus, de onde comandava uma luta de emboscadas contra os holandeses. Em 1632, porém, com auxílio do mameluco Domingos Fernandes Calabar, rompem o cerco formado pelos portugueses e, em sucessivas vitórias, dilatam o domínio holandês em solo brasileiro. Em janeiro de 1637, o governo holandês julga seu domínio firmado e escolhe um local onde fundam Recife como sede de seus domínios no Brasil, por ter, nessa localidade, a segurança que não dispunham em Olinda. A Recife holandesa possuía rios e canais muito similares aos que os holandeses estavam acostumados em sua pátria. Olinda situa-se e região montanhosa, muito semelhante as cidades portuguesas. O Conselho dos XIX da Companhia das Índias Ocidentais enviam, então, um príncipe da família reinante, o conde João Maurício de Nassau-Siegen, para ocupar a função de governador-geral do Brasil Holandês.

AS INVASÕES ESTRANGEIRAS Nassau fez um bom governo: Incrementou a economia canavieira: Fundou o jardim botânico e o zoológico Favoreceu a vinda de artistas; Deu liberdade religiosa. Com essas medidas de Nassau, as relações entre holandeses e pernambucanos melhoraram muito. Em 1644, Nassau foi chamado de volta, a partir de então os pernambucanos reiniciaram a luta contra os holandeses. Essa luta ficou conhecida como Insurreição Pernambucana. Em 1654, os holandeses foram definitivamente expulsos do Brasil.

A INFLUÊNCIA DA IGREJA

A INFLUÊNCIA DA IGREJA Os jesuítas faziam parte de uma ordem religiosa católica chamada Companhia de Jesus. Criados com o objetivo de disseminar a fé católica pelo mundo, os padres jesuítas eram subordinados a um regime de privações que os preparavam para viverem em locais distantes e se adaptarem às mais adversas condições. No Brasil, eles chegaram em 1549 com o objetivo de cristianizar as populações indígenas do território colonial.

A INFLUÊNCIA DA IGREJA Incumbidos dessa missão, promoveram a criação das missões, onde organizavam as populações indígenas em torno de um regime que combinava trabalho e religiosidade. Ao submeterem as populações aos conjuntos de valor da Europa, minavam toda a diversidade cultural das populações nativas do território. Além disso, submetiam os mesmos a uma rotina de trabalho que despertava a cobiça dos bandeirantes, que praticavam a venda de escravos indígenas. Ao mesmo tempo em que atuavam junto aos nativos, os jesuítas foram responsáveis pela fundação das primeiras instituições de ensino do Brasil Colonial. Os principais centros de exploração colonial contavam com colégios administrados dentro da colônia. Dessa forma, todo acesso ao conhecimento laico da época era controlado pela Igreja. A ação da Igreja na educação foi de grande importância para compreensão dos traços da nossa cultura: o grande respaldo dado às escolas comandadas por denominações religiosas e a predominância da fé católica em nosso país.

A INFLUÊNCIA DA IGREJA Além de contar com o apoio financeiro da Igreja, os jesuítas também utilizavam da mão-de-obra indígena no desenvolvimento de atividades agrícolas. Isso fez com que a Companhia de Jesus acumulasse um expressivo montante de bens no Brasil. Fazendas de gado, olarias e engenhos eram administradas pela ordem. Ao longo da colonização, os conflitos com os bandeirantes e a posterior redefinição das diretrizes coloniais portuguesas deram fim à presença dos jesuítas no Brasil.

A INFLUÊNCIA DA IGREJA No ano de 1750, um acordo estabelecido entre Portugal e Espanha, dava direito de posse aos portugueses sobre o aldeamento jesuíta de Sete Povos das Missões. Nesse mesmo tratado ficava acordado que os jesuítas deveriam ceder as terras à administração colonial portuguesa e as populações indígenas deveriam se transferir para o Vice-Reinado do Rio Prata. Os índios resistiram à ocupação, pois não queriam integrar a força de trabalho da colonização espanhola; e os jesuítas não admitiam perder as terras por eles cultivadas.

A INFLUÊNCIA DA IGREJA O conflito de interesses abriu espaço para o início das Guerras Guaraníticas. Os espanhóis e portugueses, contando com melhores condições, venceram os índios e jesuítas no conflito que se deflagrou entre 1754 e 1760. Depois do incidente o ministro português Marques de Pombal ordenou a saída dos jesuítas do Brasil. Tal ação fazia parte de um conjunto de medidas que visavam ampliar o controle da Coroa Portuguesa sob suas posses.

A expansão do território brasileiro A partir do século XVI, por conta das frentes de penetração (Entradas e Bandeiras) e da União Ibérica (1580-1640), o Meridiano de Tordesilhas (1494) que partilhava o mundo entre Portugal e Espanha com a benção do espanhol Alexandre VI (Bula Inter Coetera), caduca. Após a restauração da soberania lusa, emergem na América Latina conflitos entre portugueses e espanhóis na região do Rio da Prata, e no Amapá com os franceses que buscavam ocupar toda a margem esquerda do Rio Amazonas.

A expansão do território brasileiro

A expansão do território brasileiro A expansão da pecuária, a exploração das drogas do sertão, as missões jesuíticas e as bandeiras foram fatores que impulsionaram a colonização portuguesa para o interior, ultrapassando os limites de Tordesilhas. A expansão da pecuária promoveu a ocupação do interior do Nordeste. Martim Afonso trouxe as primeiras cabeças de gado para a região de São Vicente, e Tomé de Sousa, primeiro governador-geral, introduziu rebanhos no Nordeste. O gado foi criado inicialmente próximo à região canavieira da Bahia e de Pernambuco.

A expansão do território brasileiro Com o crescimento dos rebanhos, novas áreas iam sendo alcançadas. Da Bahia, o gado atingiu o interior, até o vale do Rio São Francisco. Seguindo o curso do rio, chegou às regiões que correspondem aos atuais Estados do Piauí, do Maranhão e do Ceará. A pecuária pernambucana estendeu-se por grande parte do território dos atuais Estados da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceara. Os colonos portugueses e as missões jesuíticas ocuparam grande parte da região amazônica, incorporando aos domínios de Portugal uma vasta área que, pelo Tratado de Tordesilhas, pertencia à Espanha. Os colonos dedicaram-se à exploração das chamadas drogas do sertão, que eram produtos naturais colhidos na floresta (cacau, anil-bravo, cravo, baunilha, castanha-do-pará, ervas medicinais e aromáticas). Também fizeram o apresamento de indígenas, usados na extração dos produtos ou vendidos para o Maranhão, onde havia se instalado a agroindústria do açúcar.

A expansão do território brasileiro As missões religiosas eram aldeamentos indígenas chefiados pelos padres jesuítas. Nelas os nativos recebiam formação religiosa cristã e aprendiam a trabalhar de acordo com a disciplina dos brancos. A região que corresponde ao Rio Grande do Sul pertencia à Espanha, mas Portugal foi ocupando-a com a criação de gado, as missões jesuíticas e a fundação de uma colônia, que recebeu o nome de Colônia do Sacramento. No desbravamento do interior do Brasil também se destacaram as bandeiras. A maioria delas partiu da capitania de São Vicente, mais particularmente da cidade de São Paulo. Essas expedições armadas tiveram como objetivo inicial o apresamento de indígenas para o escravismo e, posteriormente, dedicaram-se a procura do ouro. Partindo em várias direções, as bandeiras chegaram ao Sul, Norte e Centro-Oeste do Brasil.

A expansão do território brasileiro A fundação pelos portugueses (1680) da Colônia do Santíssimo Sacramento (atualmente terras uruguaias) tem como contrapartida espanhola a fundação jesuítica dos Sete Povos das Missões (1687) e a ocupação da Colônia do Sacramento.A tentativa de amenizar os conflitos na América do Sul dão origem ao Tratado de Utrecht (1713), onde a França reconhece, no extremo Norte, o Oiapoque como limite entre a Guiana e o Brasil. No Sul os espanhóis devolvem a Colônia do Sacramento aos portugueses (1715).

A expansão do território brasileiro Mas nem sempre a diplomacia consegue eliminar as disputas das populações locais e a latência das tensões, apesar da importância do Tratado de Madri (1750), onde Alexandre de Gusmão garantiu para Portugal, pelo princípio do usucapião (Uti Possidetes - a posse pelo uso), a legalização das incorporações territoriais lusobrasileiras, definindo o atual contorno do Brasil. Por este tratado, foi assegurada à Espanha a posse da Colônia do Sacramento, tendo sido garantida para os portugueses os Sete Povos das Missões. A permanência dos conflitos na Região Platina, levam a alterações em 1761 do Tratado de Madri, com a assinatura do Tratado de Santo Idelfonso, cujos limites nunca foram demarcados, arrastando-se até 1801 (após a Guerra Ibérica entre Portugal e Espanha), quando o Tratado de Badajós incorpora definitivamente os Sete Povos das Missões à Portugal.

A administração colonial Administração Colonial Para melhor organizar a colônia, o rei resolveu dividir o Brasil em Capitanias Hereditárias. O território foi dividido em faixas de terras que foram doadas aos donatários. Estes podiam explorar os recursos da terra, porém ficavam encarregados de povoar, proteger e estabelecer o cultivo da cana-de-açúcar. No geral, o sistema de Capitanias Hereditárias fracassou, em função da grande distância da Metrópole, da falta de recursos e dos ataques de indígenas e piratas. As capitanias de São Vicente e Pernambuco foram as únicas que apresentaram resultados satisfatórios, graças aos investimentos do rei e de empresários. Após a tentativa fracassada de estabelecer as Capitanias Hereditárias, a coroa portuguesa estabeleceu no Brasil o Governo-Geral. Era uma forma de centralizar e ter mais controle da colônia. O primeiro governador-geral foi Tomé de Souza, que recebeu do rei a missão de combater os indígenas rebeldes, aumentar a produção agrícola no Brasil, defender o território e procurar jazidas de ouro e prata. Também existiam as Câmaras Municipais que eram órgãos políticos compostos pelos "homens-bons". Estes eram os ricos proprietários que definiam os rumos políticos das vilas e cidades. O povo não podia participar da vida pública nesta fase. A capital do Brasil neste período foi Salvador, pois a região Nordeste era a mais desenvolvida e rica do país.

A administração colonial Quanto à mão-de-obra necessária para o empreendimento, contava-se com os indígenas e principalmente com os negros africanos que Portugal há muito escravizava. A instalação da empresa açucareira no Brasil exigia a aplicação de imensos capitais para a compra de escravos, o plantio da cana-deaçúcar e a instalação dos Engenhos, onde se moía a cana e se fabricava o açúcar. Além disso, o transporte e a distribuição do produto para a Europa, a parte mais lucrativa do empreendimento, era uma tarefa gigantesca, para a qual Portugal não tinha recursos suficientes. Os portugueses associaram-se, então, aos holandeses que, em troca do financiamento para a instalação da empresa açucareira na colônia, ficariam com o direito de comercialização do produto final, o açúcar, na Europa. Dessa forma, foi a Holanda que financiou a instalação dos engenhos no Brasil. Na colônia, organizou-se a produção açucareira, sujeita às exigências metropolitanas de produção de riquezas, num processo de dependência denominado pacto colonial.

A administração colonial A economia colonial A base da economia colonial era o Engenho de Açucar. O senhor de engenho era um fazendeiro proprietário da unidade de produção de açúcar. Utilizava a mão-de-obra africana escrava e tinha como objetivo principal a venda do açúcar para o mercado europeu. Além do açúcar destacou-se também a produção de tabaco e algodão. As plantações ocorriam no sistema de plantation, ou seja, eram grandes fazendas produtoras de um único produto, utilizando mão-de-obra escrava e visando o comércio exterior. O PACTO COLONIAL imposto por Portugal estabelecia que o Brasil só podia fazer comércio com a metrópole.

SOCIEDADE COLONIAL A sociedade Colonial A sociedade no período do açúcar era marcada pela grande diferenciação social. No topo da sociedade, com poderes políticos e econômicos, estavam os senhores de engenho. Abaixo, aparecia uma camada média formada por trabalhadores livres e funcionários públicos. E na base da sociedade estavam os escravos de origem africana. Era uma sociedade patriarcal, pois o senhor de engenho exercia um grande poder social. As mulheres tinham poucos poderes e nenhuma participação política, deviam apenas cuidar do lar e dos filhos. A casa-grande era a residência da família do senhor de engenho. Nela moravam, além da família, alguns agregados. O conforto da casa-grande contrastava com a miséria e péssimas condições de higiene das senzalas (habitações dos escravos).

SOCIEDADE COLONIAL Quanto à mão-de-obra necessária para o empreendimento, contava-se com os indígenas e principalmente com os negros africanos que Portugal há muito escravizava. A instalação da empresa açucareira no Brasil exigia a aplicação de imensos capitais para a compra de escravos, o plantio da cana-deaçúcar e a instalação dos Engenhos, onde se moía a cana e se fabricava o açúcar. Além disso, o transporte e a distribuição do produto para a Europa, a parte mais lucrativa do empreendimento, era uma tarefa gigantesca, para a qual Portugal não tinha recursos suficientes. Os portugueses associaram-se, então, aos holandeses que, em troca do financiamento para a instalação da empresa açucareira na colônia, ficariam com o direito de comercialização do produto final, o açúcar, na Europa. Dessa forma, foi a Holanda que financiou a instalação dos engenhos no Brasil. Na colônia, organizou-se a produção açucareira, sujeita às exigências metropolitanas de produção de riquezas, num processo de dependência denominado pacto colonial.

SOCIEDADE COLONIAL Latifúndio, monocultura e escravidão Toda a vida colonial girava em torno das relações econômicas com a Europa: buscava-se produzir o que interessava à metrópole nas maiores quantidades possíveis e pelo menor custo. Assim, o cultivo da cana-de-açúcar desenvolveu-se em grandes propriedades, chamadas latifúndios, originadas das sesmarias distribuídas pelos donatários e Governadores Gerais.

SOCIEDADE COLONIAL Contando com o solo argiloso comum no litoral e nas margens dos rios, o Nordeste transformou-se no principal pólo açucareiro do Brasil, tendo à frente as regiões de Pernambuco e Bahia. Nos grandes engenhos só se plantava cana-de-açúcar, usando-se mão-de-obra escrava, o que caracterizava como monocultores e escravistas. No latifúndio, conhecido como engenho, somente uma pequena parte das terras destinava-se ao cultivo de itens agrícolas para subsistência, como mandioca, milho, feijão, etc. Constituindo por extensas áreas desmatadas de florestas, seguidas de plantações de cana, o engenho tinha como núcleo central a casa-grande, onde residia o proprietário e sua família e concentrava-se toda a administração. Próximo a ela, ficava a capela e, mais distante, situava-se a senzala, um grande barracão miserável onde se alojavam os escravos. Alguns engenhos maiores chegaram a possuir centenas de escravos, que viviam amontoados na senzala. O engenho propriamente dito, onde se frabricava o açúcar, era composto pela moenda, a casa das caldeiras e a casa de purgar. Na moenda, a cana era esmagada, extraindo-se o caldo; na casa das caldeiras, esse caldo era engrossado ao fogo em grandes tachos; finalmente, na casa de purgar, o melaço de cana era colocado em fôrmas de barro para secar e alcançar o "ponto de açúcar".

SOCIEDADE COLONIAL Senhores e escravos Durante o ciclo da cana-de-açúcar, a sociedade colonial se definia a partir da casa-grande e da senzala. Formando o poderoso grupo socio-econômico da colônia, havia os brancos colonizadores, donos dos engenhos, que habitavam as casas-grandes. O poder dessa aristocracia canavieira ia além de suas terras, expandindo-se pelas vilas, dominando as Câmeras Municipais e a vida colonial.

SOCIEDADE COLONIAL A autoridade do senhor de casa-grande era absoluta: em família a obediência lhe era incondicional e o respeito como chefe superior, indiscutível, estando as mulheres submetidas a um papel subordinado, complementar. A sociedade açucareira teve, assim, um caráter explicitamente patriarcal. Os escravos, considerados simples mercadorias, formavam a base econômica dessa sociedade indígena e, principalmente, negros africanos eram responsáveis pela quase totalidade dos trabalhos braçais executados na colônia, constituindo "as mãos e pés do senhor". Os escravos, em sua maioria, trabalhavam de sol a sol na lavoura e na produção de açúcar, vigiados por um feitor, sofrendo constantes castigos físicos. Alguns exerciam trabalhos domésticos na casa-grande como cozinheiras, arrumadeiras, amas de crianças, moleques de recados, etc. Formando uma pequena parcela da população, havia os homens livres, plantadores de cana com poucos recursos, que não possuíam instalações para produzir o açúcar (engenhos), sendo obrigados a vender a cana a um senhor de engenho. A essa camada intermediária pertenciam também os feitores, capatazes, comerciantes, artesãos, padres, militares e funcionários públicos,moradores das poucas vilas e cidades da época.

SOCIEDADE COLONIAL Atividades complementares da economia açucareira Embora a economia do período colonial tenha se baseado num único produto, que concentrava quase completamente o interesse e as atividades de toda a colônia, havia algumas atividades secundárias, realizadas para complementar as necessidades da população. Sendo assim, havia, dentro do próprio engenho, uma paquena produção de aguardente e rapadura, utilizada no consumo interno da colônia e também no escambo de escravos africanos. Ao mesmo tempo, iniciou-se a criação do gado que se desenvolveu no Nordeste, próximo aos engenhos, penetrando depois no interior. Sendo uma atividade complementar, importância comercial da criação de gado era muito menor que a da produção de açúcar. Entretanto, além de servir para mover as moendas e transportar o açúcar, o gado era fonte de alimentação e fornecia o couro que era usado na confecção de roupas, calçados, móveis e outros utensílios. Na criação de gado, quase não havia escravos, predominando o trabalho livre, principalmente dos indígenas.

SOCIEDADE COLONIAL O gado era criado de forma extensiva, ou seja, solto nas terras, sempre à procura de melhores pastagens. Dessa forma, o gado penetrou no interior, alcançado, já no século XVII, o Maranhão e o Ceará, ao norte, e, mais ao sul, as margens do rio São Francisco. Originaram-se, assim, diversas fazendas no interior, o que acabou levando ao desbravamento da atual região Nordeste. Além da criação e gado, havia o cultivo de alguns produtos agrícolas complementares, como a mandioca que constituía a base da alimentação da população colonial, principalmente dos escravos. O fumo ou tabaco era produzido principalmente para ser trocado por negros escravos na costa africana, onde era muito valorizado. Sua produção desenvolveu-se mais na Bahia e em Alagoas. Já o cultivo de algodão desenvolveu-se mais no Maranhão e visava apenas à produção de tecidos rústicos usados na confecção das roupas dos escravos, já que, para os senhores de engenho e suas famílias, as vestimentas vinham da Europa.

Atividades complementares

Atividades complementares As primeiras atividades complementares implementadas na colônia foram o cultivo da mandioca e atividades pecuaristas. A mandioca era um item alimentar primordial entre os colonos, principalmente os escravos. Sua importância era tamanha que a Coroa Portuguesa chegou a exigir que parte das terras dos senhores de engenho fosse destinada a esse tipo de cultura. Muitos deles não aceitavam perder recursos e mão-de-obra nesse tipo de atividade, tendo em vista os melhores lucros obtidos na exploração açucareira.

Atividades complementares A pecuária típica nas regiões nordeste e sul trouxeram o surgimento de outras classes sociais e a ampliação dos territórios coloniais. No nordeste, o gado era criado em regiões fora das áreas de plantação açucareira. Criado de forma livre, o gado avançou em regiões do Maranhão, Ceará e ao longo do Rio São Francisco. No sul, as pradarias gaúchas também propiciaram o desenvolvimento da atividade pecuarista, que atingiu seu auge com o comércio do charque destinado às regiões mineradoras.

Atividades complementares Além de abastecer as populações coloniais, a pecuária também representou um peculiar instrumento de mobilidade social. Ao contar com brancos não-proprietários de terras, mestiços e mulatos a pecuária remunerava-os com parte dos restos das tropas de gado. De tal maneira podiam usufruir de uma melhor condição financeira. Na região do Recôncavo Baiano, o fumo era plantado por pequenos lavradores que comercializavam a produção obtida com a metrópole portuguesa. Tal atividade era de suma importância na realização do escambo entre as tribos africanas que aprisionavam os escravos a serem comercializados no Brasil. A produção de aguardente e rapadura foram outras duas atividades que também se desenvolveram com esse mesmo intuito.

As reformas Pombalinas Durante a segunda metade do século XVIII, a Coroa Portuguesa sofreu a influência dos princípios iluministas com a chegada de Sebastião José de Carvalho aos quadros ministeriais do governo de Dom José I. Mais conhecido como Marquês de Pombal, este super-ministro teve como grande preocupação modernizar a administração pública de seu país e ampliar ao máximo os lucros provenientes da exploração colonial, principalmente em relação à colônia brasileira.

As reformas Pombalinas Esse tipo de tendência favorável a reformas administrativas e ao fortalecimento do Estado monárquico compunha uma tendência política da época conhecida como despotismo esclarecido. A chegada do esclarecido Marquês de Pombal pode ser compreendida como uma conseqüência dos problemas econômicos vividos por Portugal na época. Nessa época, os portugueses sofriam com a dependência econômica em relação à Inglaterra, a perda de áreas coloniais e a queda da exploração aurífera no Brasil.

As reformas Pombalinas Buscando ampliar os lucros retirados da exploração colonial em terras brasileiras, Pombal resolveu instituir a cobrança anual de 1500 quilos de ouro. Além disso, ele resolveu tirar algumas atribuições do Conselho Ultramarino e acabou com as capitanias hereditárias que seriam, a partir de então, diretamente pelo governo português. Outra importante medida foi a criação de várias companhias de comércio incumbidas de dar maior fluxo às transações comerciais entre a colônia e a metrópole. No plano interno, Marquês de Pombal instituiu uma reforma que desagradou muitos daqueles que viviam das regalias oferecidas pela Coroa Portuguesa. O chamado Erário Régio tinha como papel controlar os gastos do corpo de funcionários reais e, principalmente, reduzir os seus gastos. Outra importante medida foi incentivar o desenvolvimento de uma indústria nacional com pretensões de diminuir a dependência econômica do país.

As reformas Pombalinas Outra importante medida trazida com a administração de Pombal foi a expulsão dos jesuítas do Brasil. Essa medida foi tomada com o objetivo de dar fim às contendas envolvendo os colonos e os jesuítas. O conflito se desenvolveu em torno da questão da exploração da mão-de-obra indígena. A falta de escravos negros fazia com que muitos colonos quisessem apresar e escravizar as populações indígenas. Os jesuítas se opunham a tal prática, muitas vezes apoiando os índios contra os colonos. Vendo os prejuízos trazidos com essa situação, Pombal expulsou os jesuítas e instituiu o fim da escravidão indígena. As terras que foram tomadas dos integrantes da Ordem de Jesus foram utilizadas como zonas de exploração econômica através da venda em leilão ou da doação das mesmas para outros colonos. Com relação aos índios, Pombal pretendia utilizá-los como força de trabalho na colonização de outras terras do território.

As reformas Pombalinas Mesmo pretendendo trazer diversas melhorias para a Coroa, Pombal não conseguiu manter-se no cargo após a morte de Dom José I, em 1777. Seus opositores o acusaram de autoritarismo e de trair os interesses do governo português. Com a saída de Pombal do governo, as transformações sugeridas pelo ministro esclarecido encerraram um período de mudanças que poderiam amenizar o atraso econômico dos portugueses.

Rebeliões Coloniais e tentativas emancipacionistas.

Rebeliões Coloniais e tentativas Entrincheiramento de Iguape Guerra dos Emboabas Guerra de Iguape Guerra dos Mascates Guerras Guaraníticas Revolta de Felipe dos Santos Revolta de Beckman Inconfidência Mineira Conjuração Baiana emancipacionistas.

HISTÓRIA DO BRASIL Professor LUCIANO DE PAULA

A expansão territorial Durante o século XVI, a colonização portuguesa no Brasil limitava-se ao litoral brasileiro, região onde se concentrava os engenhos para a produção do açúcar, e onde se realizava a extração do pau-brasil. No século XVII tem início o processo de expansão territorial, ou seja, a interiorização da colonização. Contribuíram para este processo a pecuária, o bandeirantismo, a União Ibérica, as missões jesuíticas e a mineração.

A expansão territorial PECUÁRIA Atividade econômica inicialmente ligada à atividade açucareira, o gado expandiu-se em direção ao sertão nordestino- dada a necessidade de pastagens. Deve-se recordar que a pecuária era uma atividade complementar e essencial por ser fonte de alimentação, força motriz, meio de transporte. O gado também era usado para a confecção de calçados, roupas, móveis e outros utensílios. A pecuária efetiva a ocupação do Vale do rio São Francisco - o rio dos currais - e o sertão nordestino.

A expansão territorial Com a descoberta do ouro, a região de Minas Gerais passa a conhecer a criação de gado, para abastecer a enorme concentração populacional. Na parte sul da colônia, o Rio Grande do Sul, tem a pecuária desenvolvida, tendo como principal mercado a região mineradora. A mão-de-obra da pecuária, como já dissemos, era predominante livre -a figura do vaqueiro e do tropeiro. No entanto, na região das minas os rebanhos não eram criados de foram extensiva, ou seja, soltos nos pastos. Nesta região o gado vivia cercado, sendo utilizada a mão-de-obra escrava. Desta forma, a pecuária favoreceu a ocupação do interior brasileiro e foi uma importante atividade de integração econômica, ao interligar as diversas regiões.

OS BANDEIRANTES A expansão territorial Fenômeno vinculado a região de São Vicente, onde, diferentemente das áreas coloniais nordestina, praticava-se uma economia de subsistência. São Vicente era uma área de muita miséria e pobreza. A expansão dos bandeirantes foi motivada pela necessidade de procurar riquezas no interior, tais como metais preciosos e mão-deobra indígena. A partir de São Vicente, os colonos iniciam a ocupação do interior do planalto paulista, sendo esta ocupação marcada pela predominância de atividades econômicas de subsistência. A expansão patrocinada pelos bandeirantes pode ser observada nos chamados "ciclos".

A expansão territorial O ciclo de apresamento indígena Em virtude da pobreza na região e dado o alto preço do escravo africano, foram organizadas expedições para obtenção de mão-de-obra escrava indígena, visando atender as necessidades da pequena lavoura paulista e também vendê-la para regiões próximas. Com a ocupação dos holandeses no nordeste brasileiro, a prática de apresamento indígena aumenta. Isto em virtude da ocupação da região fornecedora de negros -Angola -pelos mesmos holandeses. A dificuldade de se conseguir mão-deobra africana, leva os grandes proprietários da Bahia a optar pela mão-deobra escrava indígena. Após o fim do domínio espanhol, o tráfico negreiro com a África é normalizado e a atividade de apresamento entra em decadência.

A expansão territorial O ciclo de apresamento indígena Ao longo deste ciclo, houve um intenso choque do bandeirantes com os jesuítas, que tinham por missão a catequização indígena. Os bandeirantes tinham por alvos preferenciais as missões jesuíticas. O bandeirante Manuel Preto foi o responsável pela destruição das missões jesuíticas de Guairá, onde 60.000 indígenas foram aprisionados.

A expansão territorial O ciclo do sertanismo de contrato Bandeirantes eram contratados para recapturar negros foragidos e que viviam em Quilombos. Destaque para a expedição do bandeirante Domingos Jorge Velho, que destruiu o Quilombo de Palmares. As bandeiras contribuíram, de forma significativa, para a ocupação e povoamento do interior do Brasil. Porém, foram responsáveis pela dizimação de muitos grupos indígenas.