INVESTIR NA SAÚDE PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÓMICO DA ÁFRICA FUNDAMENTO A Directora-Geral da OMS estabeleceu em 2000 uma Comissão sobre a Macroeconomia e a Saúde (CMS), composta por economistas de renome e peritos de saúde pública, para estudar as ligações entre um maior investimento na saúde, o desenvolvimento económico e a redução da pobreza. No seu relatório de Dezembro de 2001, os 18 membros da Comissão colocaram a saúde no centro do programa mundial de desenvolvimento. No Anexo deste documento, encontra-se um resumo das principais constatações. Segundo a Comissão, alcançar-se-ão os melhores resultados centrando os esforços na saúde dos mais desfavorecidos e nos países menos desenvolvidos, na África e no mundo em geral. Melhorar a saúde e a esperança de vida das pessoas pobres é um fim em si e um objectivo fundamental do desenvolvimento económico. Por outro lado, é igualmente um meio de ajudar a alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), estabelecidos por dirigentes mundiais em 2000. Na base das constatações dos seis grupos de trabalho e dos 95 estudos por eles elaborados, a Comissão concluiu que um investimento suplementar na saúde da ordem de 66 mil milhões de dólares, por ano, gerará um mínimo de 360 mil milhões anuais, isto é, um retorno 6 vezes superior ao investimento. Cerca de metade destes resultados serão benefícios económicos directos: as populações mais pobres terão uma maior longevidade, desfrutarão de muitos mais dias de boa saúde e, em consequência, terão rendimentos superiores. A outra metade será a consequência dos beneficios económicos indirectos, resultantes desta maior produtividade individual. Um aumento drástico da cobertura de intervenções essenciais de saúde pública eficazes em relação ao custo, graças a um maior investimento na saúde, poderia também salvar 8 milhões de vidas, por ano, até 2010. A fim de mobilizar mais recursos para alargar intervenções essenciais de saúde pública, o relatório da Comissão prevê um nível sem precedentes de parcerias entre os países ricos e pobres, entre organizações de cooperação bilateral e multilateral e outros agentes interessados. PORQUE É AGORA O MOMENTO DE ACTUAR NA ÁFRICA? Pesado fardo de doenças e mortes evitáveis - Actualmente, as epidemias de VIH/SIDA, paludismo e tuberculose estão a agravar-se na África. Milhões de crianças morrem todos os anos de doenças e
outras situações evitáveis agravadas pela malnutrição, e centenas de milhares de mulheres grávidas morrem durante o parto ou de complicações da gravidez. Os 784 milhões de habitantes da África continuam a suportar o fardo maciço de doenças que se podem tratar e evitar e que não só provocam mortes e sofrimento desnecessários, como também bloqueiam o desenvolvimento económico. Em 2000, o VIH/SIDA, a tuberculose, as infecções respiratórias, o paludismo, as doenças diarreicas, o sarampo e as patologias maternas e perinatais representavam cerca de 60% dos 10,7 milhões de óbitos na África. Estas doenças estão enraízadas na pobreza e nos fracos sistemas de saúde. A pobreza aumenta a vulnerabilidade às doenças devido ao limitado acesso a cuidados de saúde, informação, água potavel, saneamento e alimentação adequada. Produtividade afectada - O pesado fardo das doenças e o efeito na produtividade, demografia e educação estão a contribuir para a rápida erosão dos árduos ganhos socioeconómicos da África e são a razão porque alguns países não conseguem escapar à armadilha da pobreza. Por exemplo, na África a sul do Sara calcula-se que as perdas resultantes do VIH/SIDA representam pelo menos 12% do PIB. E, em certas regiões, a elevada prevalência do paludismo está associada a uma redução do crescimento económico de 1% por ano, no mínimo. Níveis baixos das despesas de saúde e iniquidade - Nos países africanos, o nivel das despesas de saúde é muito baixo. Actualmente, 35 dos 46 países da Região Africana despendem em média 12 US$ por pessoa, por ano, e alguns dos países menos desenvolvidos a sul do Sara chegam a afectar apenas 6 US$ por pessoa, por ano, nos respectivos orçamentos nacionais. Os pobres são os que mais sofrem com estes baíxos niveis de financiamento público, pois "sailhes do bolso" uma grande parte dos seus rendimentos. Uma doença grave pode empobrecer uma família durante muitos anos, visto que perde rendimentos e bens e terá que endividar-se para pagar as despesas de tratamento. Sistemas de saúde fracos - Existem intervenções de saúde eficazes que podem evitar e controlar as principais doenças infecciosas e estados mórbidos que põem a vida em perigo. No entanto, a introdução destas intervenções, em larga escala, só será possivel resolvendo as principais debilidades do sistema de saúde. Se isto for feito, os serviços e sistemas de saúde funcionarão melhor e permitirão um maior acesso àqueles que mais precisam, isto é, os pobres. Actualmente, calcula-se que o acesso médio das populações africanas aos serviços de saúde é de cerca de 53% e menos de 30% têm acesso a medicamentos essenciais. As populações africanas pobres e marginalizadas têm um acesso limitado a estruturas de saúde, medicamentos essenciais, agentes de saúde e mecanismos de financiamento. O RELATÓRIO DA CMS E A SUA RELEVÂNCIA NA ÁFRICA A situação actual é alarmante, mas propícia a mudança. Há um reconhecimento crescente, por parte da comunidade internacional, de
que a saúde é um elemento importante para o desenvolvimento sustentável e a diminuição da pobreza. Os "olhos e ouvidos" tornaram-se receptivos ao papel crucial que a saúde desempenha na redução da pobreza e no crescimento económico. Os países africanos que encontrem formas de superar os obstáculos e de tornar os investimentos na saúde mais eficazes conseguirão um benefício duplo: uma população mais saudável e mais produtiva, apta a sustentar o crescimento económico e social; uma atracção maior para investimentos futuros por parte de investidores. Na opinião da Comissão, é necessário um aumento maciço do investimento na saúde, de forma a poder multiplicar as intervenções específicas de combate às doenças mais mortais e mais incapacitantes, bem como reforçar os sistemas de prestação de cuidados de saúde às populações, especialmente às mais pobres. Cerca de 50% deste aumento será proveniente da assistência internacional ao desenvolvimento, enquanto os outros 50% serão fornecidos pelos países africanos, graças a uma reorientação das suas prioridades orçamentais e a uma utilização mais eficiente dessas verbas. Custo das intervenções essenciais - Segundo as estimativas da Comissão, as necessidades financeiras mínimas seriam de cerca de 34 US$ por pessoa, por ano, para cobrir um conjunto de intervenções essenciais, incluindo as intervenções necessárias para combater a pandemia da SIDA; uma parte substancial deste montante exigindo financiamento mais por parte do orçamento do que do sector privado. Trata-se de uma verba muito modesta, comparada aos gastos médios de saúde, per capita, nos países mais desenvolvidos, que são superiores a 2.000 US$ por ano. Despesas de saúde adicionais necessárias - Além do custo da multiplicação das intervenções essenciais, o próprio processo de alargamento das operações implicará despesas adicionais. Os países africanos devem resolver estas questões, nomeadamente: superar os problemas estruturais dos seus sistemas de saúde, reforçar as suas instituições e melhorar a gestão dos recursos e a capacidade de absorpção. Eis uma projecção das despesas anuais de saúde necessárias para multiplicar as intervenções prioritárias de saúde, nos países africanos a sul do Sara, de rendimento baixo e médio. Despesas Anuais de Saúde Necessárias (US$ 2002) Total (mil milhões de US$) Ano Base 2002 2007 Estimativa média 2015 Estimativa média Sul do Sara baixo Sul do Sara - médio 8,3 12,6 28,6 16,4 43,7 19,5
Fonte: Relatório CMH, p 171 Mobilização Anual de Recursos Internos (US$ 2002) avaliada em: Total (mil milhões de US$) Ano Base 2002 2007 Estimativa média 2015 Estimativa média Sul do Sara baixo Sul do Sara - médio 7,0 12,5 10,8 16,5 17,5 22,9 Fonte: Relatório CMH, p 171 Aumento de recursos internos para a saúde - Em 2000, os Chefes de Estado dos Países Africanos comprometeram-se, em Abuja, a reservar pelo menos 15% dos respectivos orçamentos anuais para melhoria do sector da saúde. Este compromisso deve ser acompanhado de perto, a fim de assegurar a sua implementação em todos os países signatários. Mas, apesar deste compromisso e de outros eventuais aumentos de recursos internos, continua a existir uma importante lacuna financeira que será necessário preencher. A Comissão calcula: Lacuna Financeira Anual Líquida (em US$ 2002) Total (mil milhões de US$) Sul do Sara baixo Sul do Sara - médio 2007 Estimativa média 17,8 0,9 2015 Estimativa média 26,2 1,3 Fonte: Relatório da CMS, pág.173. A análise foi efectuada numa base específica a cada país. Os países cujos recursos internos são superiores às despesas de saúde necessárias, foram considerados como tendo uma lacuna financeira líquida de 0. Se as despesas de saúde necessárias são superiores aos recursos internos, a diferença foi considerada como uma lacuna financeira líquida para o país. Maior financiamento dos doadores - Para preencher esta lacuna, será necessário o financiamento por parte dos doadores e a Comissão recomenda um aumento do nível actual de subsídios de cerca de 6 mil milhões de US$ anuais, para programas a nível nacional, para 27 mil milhões até 2007 e, em seguida, 38 mil milhões até 2015. Este financiamento deverá ser separado de outros financiamentos por parte dos doadores, uma vez que também é necessária uma maior assistência noutros sectores afins, como a água, o saneamento e a educação. Os países africanos deverão apelar nos foros internacionais para que uma boa parte dos subsídios seja destinada à Região Africana.
Multiplicar as intervenções e reforçar os sistemas de prestação de cuidados - Na opinião da Comissão, é possível alargar as intervenções e reforçar os sistemas de prestação destes cuidados, sobretudo nos centros e postos de saúde ou através dos serviços móveis - Contacto Directo com os Utentes (CDU), nos países africanos de rendimento baixo e médio. O sector público, porém, não poderá suportar este fardo sozinho. A Comissão propõe que este sistema (CDU) envolva uma parcería entre prestadores de cuidados de saúde estatais e não-estatais, sob financiamento do Estado. O sistema ajudará a alargar a cobertura e o acesso a serviços essenciais, especialmente às pessoas mais desfavorecidas. Investimento em meios de interesse geral - A Comissão propõe um maior investimento em meios de interesse geral, tais como melhores sistemas de vigilância e resposta, bem como pesquisa e desenvolvimento em tecnologias para as doenças que afectam sobretudo as populações pobres. Actualmente, quase 90% dos gastos mundiais em investigação sobre saúde visam 10% das doenças que mais preocupam as nações desenvolvidas (o fosso 90/10). É essencial um maior investimento em pesquisa e desenvolvimento, por parte dos países africanos e da comunidade internacional, a fim de melhorar as intervenções, as políticas de saúde e a prestação de serviços na África. Acesso a medicamentos essenciais - A Comissão apela à criação de um novo mecanismo de acesso a medicamentos "imprescindíveis", prevendo preços mais baixos para os mercados africanos mais carentes, bem como um licenciamento alargado aos produtores de genéricos que demonstrem poder produzir medicamentos de alta qualidade, a preços muito mais baixos. Necessidade de investimento intersectorial - Deverá igualmente estimular-se o investimento noutros sectores ( educação, água, saneamento, agricultura, etc.), dado que tais intervenções têm um grande impacto na saúde. Actualmente, 47% da população da Região Africana não tem acesso a saneamento adequado, 40% a água de boa qualidade, cerca de 40% dos adultos são analfabetos e a média de inscrição no ensino secundário é de 21%. Os países africanos e a comunidade internacional deverão trabalhar em conjunto para construir coligações intersectoriais fortes com objectivos comuns. Mecanismos inovadores de financiamento - A fim de incrementar o financiamento por parte dos doadores, a Comissão sugere a criação de novos mecanismos, tais como o Fundo Mundial para o Combate à Sida, à Tuberculose e ao Paludismo (GFATM), a Aliança Mundial para as Vacinas e a Vacinação (GAVI) e outros organismos semelhantes, que ajudem a canalizar fundos. Para apoiar iniciativas nacionais de redução da pobreza, mecanismos eficazes como o Documento Estratégico para Redução da Pobreza (PRSP), constituem abordagens prometedoras para enquadrar as relações entre os países e os doadores. Introdução à macroeconomia e actividades de saúde - Devido à grande variedade de infra-estruturas e condições nos diferentes países africanos, o relatório da Comissão enumera apenas um conjunto de recomendações e não um quadro rígido para a sua implementação.
Assim, convidam-se os países a elaborar as suas próprias e mais apropriadas estratégias de saúde, no âmbito da Macroeconomia e Saúde. ACOMPANHAMENTO DA SITUAÇÃO O relatório da CMS e alguns documentos ligados à Macroeconomia e Saúde foram distribuídos na Região em 2002 e 2003. A Sede Regional Africana da OMS tem organizado "workshops" e participado em reuniões na Região, onde o relatório da CMS e as suas conclusões foram debatidos. Também em 2002, realizou-se em Genebra uma reunião consultiva de âmbito mundial sobre "Respostas dos Países ao Relatório da CMS ", a fim de examinar o que poderia ser feito para incrementar os investimentos, com vista a alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio no campo da saúde, e quais as medidas que os países deveriam tomar para avançar rapidamente nesse sentido. Participaram nesta reunião diversos ministros e altos representantes dos ministérios da Saúde, Finanças e Planeamento de 20 países, entre os quais Gana, Moçambique, Senegal, Tanzânia e Uganda. No Gana, no seguimento desta reunião, o Ministro do Planeamento Económico e Cooperação Regional organizou uma reunião com os ministros da Saúde, Finanças, Administração Interna e Desenvolvimento Rural, bem como algumas agências internacionais, para analisar as conclusões e recomendações do relatório. Após esta reunião, o Presidente lançou em Novembro de 2002 a Iniciativa Nacional sobre Macroeconomia e Saúde, tendo em vista dar orientações para os planos de alargamento das intervenções prioritárias, promover mais investimentos nacionais e internacionais e efectuar uma análise da situação sanitária e económica. A Comissão do Gana vai analisar os seguintes temas: Despesas de Saúde, Seguros de Saúde, Questões de Saúde nas Estratégias de Redução da Pobreza, Saneamento do Meio e Gestão dos Lixos, Água e Saneamento Rural e Urbano, Mobilização de Recursos para Alargar as Intervenções de Saúde. A Comissão do Gana está actualmente a elaborar um plano de investimentos para facilitar a revisão e acelerar a implementação da componente "Saúde" das Estratégias de Redução da Pobreza. Em 2002, a Etiópia manifestou igualmente interesse nas conclusões do relatório da CMS e elaborou um Plano de Acção sobre a Macroeconomia e a Saúde para os primeiros 6 meses de 2003. As autoridades mostraram interesse na abordagem de acompanhamento da CMS e decidiram criar um Grupo Técnico Multissectorial sobre Macroeconomia e Saúde sob a direcção do Ministério da Saúde e da Comissão Central de Orientação. Este grupo dará apoio a actividades ligadas à estratégia de redução da pobreza. As actividades de acompanhamento da CMS concentrar-se-ão inicialmente na criação de capacidades, apoio institucional e mobilização de investimentos nacionais e internacionais em saúde. POTENCIAL PARA FAZER A DIFERENÇA NO INTERFACE ENTRE A
MACROECONOMIA E A SAÚDE O relatório da CMS é um catalisador. Mostra que a redução da pobreza e as estratégias para o desenvolvimento sustentável deverão prever um aumento do investimento em saúde e uma melhor eficácia das despesas de saúde. Oferece uma perspectiva que poderá ser desenvolvida e utilizada de forma mais prática e pormenorizada pelos países. Isto é a base do trabalho de acompanhamento da CMS, enquanto os países analisam as suas próprias questões e estabelecem opções para aumentar o investimento na saúde, a fim de obter resultados mais equitativos e uma melhor saúde para as suas populações. A fim de se proteger contra a actual erosão (devido a VIH/SIDA, tuberculose e paludismo) dos progressos alcançados no campo da saúde nos anos 60, 70 e 80, pelos países da África a sul do Sara, há uma necessidade premente de implementar as principais recomendações da Comissão, alargando consideravelmente as intervenções essenciais de saúde pública. Para tal, será necessário, entre outras coisas: Criar um consenso e divulgar as conclusões e recomendações da CMS a nível nacional. Criar mecanismos institucionais apropriados para facilitar a implementação das recomendações da CMS a nível nacional. Empreender análises da situação sanitária nacional, políticas nacionais de saúde, resultados alcançados pelo sistema de saúde, contas do sistema de saúde (análise das despesas de saúde), bem como dos indicadores macroeconómicos (incluindo pobreza), a fim de facilitar a elaboração de uma estratégia sólida para alargar as intervenções de saúde. Elaborar um plano de investimento multissectorial e plurianual para alargar a cobertura de intervenções de saúde pública essenciais e de boa qualidade Mobilizar, de uma forma activa, os recursos necessários de fontes internas e externas. Estabelecer mecanismos para monitorizar, avaliar e informar sobre a utilização de todos os investimentos na saúde. C O N C L U S Ã O O momento político é oportuno e o mundo está receptivo; é agora o momento de agir, tanto na África como nos países desenvolvidos e em desenvolvimento do mundo inteiro. O investimento na saúde é crucial, não só para evitar óbitos e incapacidades, como também para criar um melhor futuro socioeconómico para todos.
ANEXO Principais conclusões do relatório da CMS: 1. Um pequeno número de doenças e estados de saúde é responsável pelo défice de saúde: VIH/SIDA, tuberculose, paludismo, doenças infecciosas da infância (muitas delas evitáveis pela vacinação), patalogias maternas e perinatais, carências de micronutrientes e doenças ligadas ao tabagismo. 2. Existem intervenções de saúde eficazes para evitar ou curar as doenças que mais vítimas provocam. 3. A pandemia do VIH/SIDA é uma catástrofe única e sem precedentes, nas suas dimensões humanas e implicações para o desenvolvimento económico, especialmente na África a sul do Sara mais afectada por ela. 4. O investimento na saúde da reprodução, incluindo no planeamento familiar, é essencial. 5. Pelo menos 8 milhões de vidas podem ser salvas anualmente até 2010, alargando as intervenções de saúde e pondo-as em prática, no mundo inteiro. 6. O nível dos gastos na saúde nos países em desenvolvimento é muito inferior ao necessário para fazer face aos desafios de saúde que enfrentam. 7. As suas necessidades mínimas de financiamento são cerca de 30-40 US$, por pessoa, por ano, para cobrir as intervenções essenciais, incluindo as intervenções necessárias para combater a pandemia da SIDA. 8. Os países em desenvolvimento podem incrementar os recursos internos que mobilizam para o sector da saúde e utilizá-los de forma mais eficaz. As verbas orçamentais para a saúde podem ser aumentadas de 1% do PIB até 2007 e, em seguida, de 2% até 2015. 9. Mesmo com uma maior mobilização de recursos, o nível de financiamento necessário fica muito acima das possibilidades financeiras de muitos países africanos de baixo rendimento. Será necessário um financiamento por parte dos doadores para colmatar essa lacuna. 10. A assistência financeira dos doadores deverá aumentar dos actuais 6 mil milhões de US$ por ano para 27 mil milhões até 2007 e, em seguida, 38 mil milhões até 2015. 11. Este maior investimento deverá destinar-se ao alargamento de intervenções específicas do sector de saúde e à superação de obstáculos no sistema. 12. É necessário um maior investimento em meios de interesse geral, tendo em vista a saúde das pessoas mais pobres do mundo. 13. Deverá assegurar-se o acesso dos países pobres a medicamentos essenciais, através de uma acção coordenada entre a indústria farmacêutica, os países de rendimento baixo e a comunidade internacional.