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Transcrição:

PARECER ÚNICO SUPRAM-SM PROTOCOLO Nº 0608287/2011 Indexado ao(s) Processo(s) Licenciamento Ambiental Nº 00290/2001/002/2010 LOC DEFERIMENTO Outorga Portaria Nº 01699/2009 CAP. SUBTERRÂNEA DEFERIDA Intervenção Ambiental: Não se aplica Reserva legal: Não se aplica Empreendimento: I. R. INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COURO LTDA. CNPJ: 10.794.871/0001-88 Município: São Sebastião do Paraíso Unidade de Conservação: Não está inserida em UC ou no seu no entorno Bacia Hidrográfica: rio Grande Sub Bacia: Córrego do Bosque Atividades objeto do licenciamento: Código DN 74/04 Descrição C-03-06-9 Fabricação de couro acabado, não associada ao curtimento Classe 3 Medidas mitigadoras: SIM NÃO Medidas compensatórias: SIM NÃO Condicionantes: 01 Automonitoramento: SIM NÃO Responsável Técnico pelo empreendimento: -x- Responsável Técnico pelos Estudos Técnicos apresentados Engenheiro civil Edson Antônio Canoas Registro de classe -x- Registro de classe CREA MG -67527/D Processos no Sistema Integrado de Informações Ambientais - SIAM SITUAÇÃO 00290/2001/001/2001 Licença de Operação Corretiva Concedida Relatório de vistoria/auto de fiscalização: Nº 026/2011 DATA: 09/02/11 Data: 12/08/2011 Equipe Interdisciplinar: Registro de classe Assinatura Josiane de Freitas CRQ 02.301.651 Gizele Lourenço MASP 1197679-2 Adriano Rodrigo de Andrade MASP 1119333-1 Anderson Ramiro de Siqueira OAB MG 89.518 Ciente: Amilton Ferri Vasconcelos Diretor Técnico SUPRAM SM MASP 1.147.646-2 Página: 1/12

1. INTRODUÇÃO A empresa I. R. INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COURO LTDA, localizada na Avenida Arthur Gobbo, 845, Parque Industrial II, em São Sebastião do Paraíso, desenvolve a atividade de fabricação de couro acabado, não associada ao curtimento. O empreendimento iniciou seu processo junto ao órgão ambiental no ano de 2001, onde teve seu processo de Licença de Operação em caráter Corretivo concedido pela CID/COPAM, em 10/09/2002, com condicionantes, válida até 10/09/2010 à Arte Final Ind. e Com. de Couros, antiga razão social da I. R. INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COURO LTDA., para unidade industrial de acabamento industrial de acabamentos de couros wet blue, vindo a perder o prazo para a revalidação da Licença. O empreendimento formalizou novo processo PA COPAM N 00290/2001/002/2010 solicitando Licença de Operação em caráter Corretivo para regularização da atividade de fabricação de couro acabado, não associada ao curtimento. Foi realizada vistoria pelos técnicos da Supram/Sul de Minas, Relatório de Vistoria n.º 026/2011 em 09/02/2011. Foram solicitadas informações complementares ao processo, por meio do OF. SUPRAM SM 146965/201, sendo protocoladas em 19/07/2011 e em 22/07/2011. Os estudos apresentados Relatório de Controle Ambiental RCA e Plano de Controle Ambiental - PCA foram elaborados sob responsabilidade técnica do Engenheiro Civil Edson Antônio Canoas registro no CREA MG 67.527/D, com Anotação de Responsabilidade Técnica n 1-51389989. Ressalta-se que as recomendações técnicas para a implementação das medidas mitigadoras e demais informações técnicas e legais foram apresentadas nos estudos. Quando as mesmas forem sugeridas pela equipe interdisciplinar ficará explicito no parecer: A SUPRAM Sul de Minas recomenda/determina. 2. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL O empreendimento se encontra instalado em zona urbana do município de São Sebastião do Paraíso no Parque Industrial II. A área de entorno do empreendimento é ocupada predominantemente por outras tipologias industriais. Foi apresentada declaração de conformidade com as leis e regulamentos administrativos do município de São Sebastião do Paraíso, para o tipo de atividade desenvolvida e o local de instalação do empreendimento. A Unidade de Conservação mais próxima do empreendimento é a Reserva Biológica Estadual (RBE) denominada Barra, localizada no município de São Sebastião do Paraíso, sendo uma unidade de proteção integral que dista cerca de 7,8 km do seu limite mais próximo, não sendo necessária a apresentação/ solicitação de autorização do órgão gestor, nos termos da Resolução CONAMA N 428/2010. Página: 2/12

2.1. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO A atividade do empreendimento é a fabricação de couro acabado não associada ao curtimento, a partir de wet blue, produzindo couros pintados prontos para utilização em confecções e outros produtos. A área de terreno da empresa é de 13.640,00 m 2 com uma área construída total de 2.880,18 m 2. O empreendimento opera de segunda a sexta-feira, em dois turnos, sendo das 07:00 às 7:00 horas e das 22:00 às 07:00 horas possui cerca de 80 empregados. A capacidade nominal do empreendimento é de 2500 m²/dia. Foram apresentadas as Fichas de Informação de Segurança de Produto Químico FISPQ s dos Insumos e matérias-primas utilizadas na empresa. O processo produtivo consiste no recebimento do couro em estágio de wet blue, com capacidade para processar 8.000 kg/dia de vaquetas. O empreendimento opera com 100% de sua capacidade instalada. O fluxo de produção segue o esquema abaixo: Página: 3/12

2.2. INTERVENÇÃO AMBIENTAL Esta Licença Ambiental não autoriza nenhuma supressão de vegetação arbórea nativa ou plantada. 2.2.1 RESERVA LEGAL O empreendimento se encontra em zona urbana do município de São Sebastião do Paraíso, não sendo exigido averbação de Reserva Legal. 2.2.2 INTERVENÇÃO EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE Esta Licença Ambiental não autoriza nenhuma intervenção em área de preservação permanente. 2.3. UTILIZAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS A água utilizada no empreendimento é fornecida por captação subterrânea em poço tubular devidamente outorgado, conforme Portaria nº 01699/2009 de 06/07/2009, válida até 06/07/2014, com vazão de 14,15 m 3 /hora e tempo de bombeamento de 7 horas/dia, totalizando uma vazão diária de 99,05 m 3. O poço tubular possui hidrômetro. Foi apresentado balanço hídrico do empreendimento, com a finalidade do consumo de água de cada setor, com consumo máximo total de 99,05 m 3 /dia utilizado no processo produtivo, geração de vapor e consumo humano. Foi solicitada a Retificação da Portaria em 09/08/2011 para a nova razão social do empreendimento. Esta foi deferida e enviada para publicação. 3. IMPACTOS IDENTIFICADOS 3.1 Efluentes líquidos industriais e esgoto sanitários Os efluentes líquidos industriais são gerados no processo de enxugamento de wet blue, neutralização, lavagem, recurtimento, tingimento e engraxe. A contribuição do efluente sanitário é de 6,4 m 3 /dia gerados por 80 empregados, conforme norma ABNT/NBR 7229/1993. O efluente sanitário gerado na ocasião da vistoria era destinado para fossas sépticas seguida de sumidouro. O lançamento de efluentes líquidos industriais e esgoto sanitário sem prévio tratamento geram a contaminação dos cursos d água por produtos químicos orgânicos e inorgânicos, proliferação de doenças, mortandade de peixes e outros graves problemas ambientais. Página: 4/12

3.2 Resíduos Sólidos São gerados resíduos de material de escritório, papel, papelão e plástico provenientes do descarte de embalagens de insumos utilizados no processo (tambores, galões e baldes) lodo biológico da ETE, cinzas da caldeira, serragem da rebaixadeira, pó da lixadeira e aparas de couro. O armazenamento inadequado de resíduos sólidos pode gerar a contaminação do solo, água superficial e subterrânea, interferência na flora e fauna e emissão de gases de efeito estufa. 3.3 Emissões Atmosféricas Algumas emissões atmosféricas detectadas no empreendimento são de gases e material particulado, resultante da queima de lenha na caldeira. A falta de um bom controle operacional da caldeira pode liberar na atmosfera, grandes quantidades de gás carbônico e material particulado. Materiais particulados como o pó de lixamento de couros para remoção de defeitos, que são contaminados com cromo. Névoa de tinta gerada na pintura de couros à pistola pneumática, que possuem compostos orgânicos voláteis e Materiais particulados. 3.4 Ruídos O empreendedor apresentou laudo de emissão de ruídos para verificar se os níveis de ruído do empreendimento estão dentro do estabelecido pela Lei n 10.100/1990 e NBR 10151 da ABNT. Este laudo contemplou oito pontos no entorno do empreendimento no período diurno e noturno realizado em 12/05/2011. 4. MEDIDAS MITIGADORAS 4.1 Efluentes líquidos industriais e esgoto sanitários Tratamento de efluentes Os efluentes líquidos industriais são encaminhados à Estação de Tratamento de Efluentes composta por: Caixa de gordura Peneira Auto Limpante 0,5 mm; tanques de equalização; Calha Parshall; tanque de aeração; decantador secundário Calha Parshall; Página: 5/12

Foi constatado em vistoria vazamento de efluente industrial sem tratamento proveniente do tanque de equalização, escoando no solo do empreendimento. Será lavrado auto de infração por poluição ambiental. Foi apresentado Relatório Fotográfico comprovando a reforma e adequação realizada no tanque de equalização. Foram apresentados laudos de análise do efluente líquido industrial bruto e tratado dos dois últimos seis meses (janeiro a junho/2011) para os parâmetros: DBO, DQO, óleos e graxas, ph, sólidos sedimentáveis, sólidos em suspensão, temperatura, detergentes sulfetos, cromo trivalente e cromo hexavalente. Somente o parâmetro óleos e graxas apresentou desconformidade nos meses de janeiro a maio/2011 com valor acima do permitido pela DN COPAM/CERH N 01/2008. Já no mês de junho todos os parâmetros atenderam os limites previstos na referida legislação. No período mencionado, inclusive com eficiência de remoção de DQO de 79,60 % e DBO 84,20 %, valores superiores ao estabelecido pela legislação DBO em no mínimo 75% e média anual igual ou superior a 85% para os demais sistemas, DQO em no mínimo 70% e média anual igual ou superior a 75% para os demais sistemas. Foi apresentada Declaração da Prefeitura Municipal de São Sebastião do Paraíso/MG Secretaria de Planejamento Urbano - datado 27/04/2011, atestando que os efluentes tratados são descartados em rede pública de esgoto. Informa ainda que esta rede pública recebe os efluentes industriais e sanitários de todo Parque Industrial II. Atualmente o efluente sanitário é encaminhado para Tanque séptico seguido de sumidouro. Foi apresentado nas informações complementares que o clarificado do Tanque séptico é agregado aos efluentes líquidos industriais na entrada do reator de lodos ativados para tratamento secundário em conjunto. Portanto, o sumidouro deixou de existir. Foi construída na saída do tanque séptico uma pequena caixa para acúmulo de efluente que será recalcado diretamente no reator. 4.2 Resíduos Sólidos Foi apresentada classificação do resíduo sólido industrial, realizado pelo SENAI/Franca- SP, serragem e aparas de wet blue, lodo da ETE e borra de tinta, pó de lixadeira e aparas de couro semi-acabado e acabado, conforme Norma Técnica da ABNT/NBR 10004/2004, sendo classificado como CLASSE I. O pó de lixadeira é recolhido em local fechado e dotado de filtros de mangas, em seguida acondicionandos em big bags juntamente com as aparas de couros, sendo armazenadas em galpão coberto e piso concretado. O lodo é acondicionando em big bag e disposto em galpão. Os tambores, galões e baldes usados são armazenados em locais adequados. O lodo biológico do leito de secagem, aparas e pó de couro são enviados a empresas terceirizadas, sendo apresentado comprovação e regularização ambiental dos mesmos. Página: 6/12

Os resíduos sólidos provenientes dos escritórios e banheiros são encaminhados ao Aterro da Prefeitura Municipal de São Sebastião do Paraíso. A purga dos compressores é acondicionada em bombonas e posteriormente destinada a ETE para tratamento. Foi apresentado Relatório Fotográfico com adequação do Depósito Temporário de Resíduos Sólidos. 4.3 Emissões Atmosféricas Foi apresentado Relatório de Técnico de Amostragem isocinética da caldeira a lenha com capacidade de geração de vapor de 3.300 kg vapor/h com sistema de controle tipo lavador de gases, datado de fevereiro de 2011. Os valores encontrados de material particulados encontram-se abaixo dos limites estabelecidos na legislação, DN COPAM N 11/1986. Figura como condicionante n 02 do Anexo I deste parecer o monitoramento das emissões atmosféricas que deverá atender os limites estabelecidos na Deliberação Normativa conjunta COPAM 11/86 Possui Certificado de Registro do IEF válido até 31/01/2012 de consumidor de produtos e subprodutos da flora lenhas, cavacos e resíduos. Para o controle do material particulado proveniente da desempoadeira e lixadeira, as mesmas são acopladas a filtros de mangas. Foi apresentado Relatório de Técnico de Amostragem isocinética do exaustor do túnel de Pintura I, exaustor do túnel de Pintura II, exaustor do túnel de Pintura III, do exaustor do túnel de Pintura IV sendo que todos são desprovidos de sistema de controle, datado de julho/ 2011. Os valores encontrados de material particulados, VOC encontram-se muito abaixo dos limites estabelecidos na legislação, DN COPAM N 11/1986 e na Norma Alemã TA Luft. Devido aos baixos valores encontrados não será figurado o monitoramento dessas emissões. 4.1 - Ruídos Foi apresentado laudo de ruído em oito pontos no entorno do empreendimento no período diurno e noturno realizado em 12/05/2011 elaborado pelo Eng civil Valdecir Francisco da Silva CREA 1400438942, ART N 14201100000000127783, somente no ponto 04 no período noturno apresentou valor superior (64,5 db(a)). No entanto, conforme conclusão do referido laudo este sofre a influencia de ruído de fundo de uma outra indústria que possui atividade noturna. Conforme conclusão do referido laudo, os índices de ruído encontrados são inferiores a 70 db(a), não foi encontrado ruído que ultrapasse 10 db(a) em relação ao ruído de fundo sem tráfego. Página: 7/12

5. CONTROLE PROCESSUAL O processo encontra-se formalizado e instruído com a documentação exigida; Os custos de análise deste processo foram devidamente recolhidos, conforme Resolução SEMAD nº. 870/2008; O FCE foi assinado por pessoa cujo vínculo com o empreendimento foi comprovado (fls. 06/08); O local de funcionamento do empreendimento e o tipo de atividade desenvolvida estão em conformidade com as leis e regulamentos municipais, segundo Declaração emitida pela Secretaria de Planejamento Urbano Departamento de Meio Ambiental do Município de São Sebastião do Paraíso e como está localizado no perímetro urbano do município, não há a exigência da averbação de Reserva Legal; (fl. 11); O empreendedor comprova a publicação do pedido de Licença em periódico local ou regional, conforme determina a Deliberação Normativa COPAM nº 13/95 (fl. 16); Não haverá necessidade de supressão de vegetação e/ou intervenção em área de preservação permanente. Conforme item 2.3 deste parecer, a utilização dos recursos hídricos está regularizada. Conforme item 2 deste parecer, o empreendimento está localizado a 7,8 km da Unidade de Conservação Reserva Biológica Barra, sendo desnecessária a autorização do órgão gestor, conforme disposto na Resolução CONAMA 428/2010. O empreendimento não faz jus a denúncia espontânea, previsão expressa no Decreto Estadual nº 44.844/08, art. 15 e parágrafos, tendo em vista que possuía Licença válida até 10/09/2010, vindo a perder o prazo para a sua revalidação. Portanto o empreendimento será autuado por operação sem a devida licença ambiental. Conforme determina a Deliberação Normativa nº. 17, de 17 de dezembro de 1996, a validade da Licença de Operação deverá ser de 06 (seis) anos DE ACORDO COM PREVISÃO DO DECRETO ESTADUAL Nº 44.844/2008, EM SEU ANEXO I, CÓDIDO 124, CONFIGURA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA GRAVÍSSIMA DEIXAR DE COMUNICAR A OCORRÊNCIA DE ACIDENTES COM DANOS AMBIENTAIS ÀS AUTORIDADES AMBIENTAIS COMPETENTES. NÚCLEO DE EMERGENCIA AMBIENTAL NEA Página: 8/12

6. CONCLUSÃO Este parecer é favorável à concessão da Licença de Operação em caráter Corretivo para I. R. INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COURO LTDA, para a atividade de Fabricação de couro acabado, não associada ao curtimento, com validade de 6 (seis) anos conforme disposto no artigo 1º da Deliberação Normativa nº 17, de 17 de dezembro de 1996, situado no município de São Sebastião do Paraíso MG, processo COPAM 00290/2001/002/2010, condicionando esta licença ao atendimento das exigências no ANEXO I e II dentro dos prazos estipulados. Ressalta-se que a Licença Ambiental em apreço não dispensa nem substitui a obtenção, pelo requerente, de outras licenças legalmente exigíveis. Opina-se que a observação acima conste do Certificado de Licenciamento Ambiental a ser emitido. Eventuais pedidos de alteração nos prazos de cumprimento das condicionantes estabelecidas no Anexo único deste parecer poderão ser resolvidos junto à própria SUPRAM, mediante análise técnica e jurídica, desde que não impliquem em alteração do mérito/conteúdo das condicionantes. Data: 12/08/2011 Equipe Interdisciplinar: Registro de classe Assinatura Josiane de Freitas CRQ 02.301.651 Gizele Lourenço MASP 1197679-2 Adriano Rodrigo de Andrade MASP 1119333-1 Anderson Ramiro de Siqueira OAB MG 89.518 Ciente: Amilton Ferri Vasconcelos Diretor Técnico SUPRAM SM MASP 1.147.646-2 Página: 9/12

ANEXO I Processo COPAM Nº: 00290/2001/002/2010 Classe/Porte: 3/M Empreendimento: I. R. INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COURO LTDA Atividade: Fabricação de couro acabado, não associada ao curtimento Endereço: Av. Arthur Gobbo Localização: Parque industrial II Município: São Sebastião do Paraíso Referência: CONDICIONANTES DA LICENÇA VALIDADE: 6 anos ITEM DESCRIÇÃO PRAZO * 01 Executar o Programa de Automonitoramento conforme definido pela SUPRAM SM no Anexo II deste parecer. Durante a vigência da LO Data: 12/08/2011 Equipe Interdisciplinar: Registro de classe Assinatura Josiane de Freitas CRQ 02.301.651 Gizele Lourenço MASP 1197679-2 Adriano Rodrigo de Andrade MASP 1119333-1 Anderson Ramiro de Siqueira OAB MG 89.518 Ciente: Amilton Ferri Vasconcelos Diretor Técnico SUPRAM SM MASP 1.147.646-2 Página: 10/12

ANEXO II Processo COPAM Nº: 00290/2001/002/2010 Classe/Porte: 3/M Empreendimento: I. R. INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COURO LTDA Atividade: Fabricação de couro acabado, não associada ao curtimento Endereço: Av. Arthur Gobbo Localização: Parque industrial II Município: São Sebastião do Paraíso Referência: AUTOMONITORAMENTO 1. EFLUENTES LÍQUIDOS Local de amostragem Parâmetro Freqüência Entrada e saída da ETE Vazão média, DBO 5, DQO, ph, sólidos sedimentáveis, sólidos em suspensão, temperatura, óleos e graxas, detergentes, sulfetos, cromo trivalente, cromo hexavalente. 2. EMISSÕES ATMOSFÉRICAS Local de amostragem Parâmetro Freqüência Chaminé da caldeira a lenha Material particulado Anual mensal Relatórios: Enviar anualmente à SUPRAM SM, até o dia 10 do mês subseqüente, os resultados das análises efetuadas. Referente a fonte de emissão atmosférica da chaminé do lavador de gases, para o parâmetro Compostos Orgânicos Voláteis (VOC) (mg/nm 3 ). O padrão adotado para o parâmetro Compostos Orgânicos Voláteis (VOC) deverá ser a norma Alemã Ta Luft. Método de amostragem: normas ABNT, CETESB ou Environmental Protection Agency EPA ou outras aceitas internacionalmente. Importante: As frequências especificadas para o programa de automonitoramento poderão sofrer alterações, a critério da área técnica da SUPRAM SM, face ao desempenho apresentado pelos sistemas de tratamento. 3. RESÍDUOS SÓLIDOS Enviar semestralmente à até o dia 10 do mês subseqüente, os relatórios de controle e disposição dos resíduos sólidos gerados, contendo, no mínimo os dados do modelo abaixo, bem como a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas informações. RESÍDUO TRANSPORTADOR DISPOSIÇÃO FINAL Denominação Origem Classe Taxa de geração (kg/mês) Razão social Endereço completo Empresa responsável Forma (*) Razão social Endereço completo OBS. Página: 11/12

(*)1 Reutilização 6 Co-processamento 2 Reciclagem 7 Aplicação no solo 3 Aterro sanitário 8 Estocagem temporária (informar quantidade estocada) 4 Aterro industrial 9 Outras (especificar) 5 Incineração Os resíduos devem ser destinados somente para empreendimentos ambientalmente regularizados junto à administração pública. Em caso de alterações na forma de disposição final de resíduos, a empresa deverá comunicar previamente à SUPRAM SM, para verificação da necessidade de licenciamento específico; As doações de resíduos deverão ser devidamente identificadas e documentadas pelo empreendimento; As notas fiscais de vendas e/ou movimentação e os documentos identificando as doações de resíduos, que poderão ser solicitadas a qualquer momento para fins de fiscalização, deverão ser mantidos disponíveis pelo empreendedor. Data: 12/08/2011 Equipe Interdisciplinar: Registro de classe Assinatura Josiane de Freitas CRQ 02.301.651 Gizele Lourenço MASP 1197679-2 Adriano Rodrigo de Andrade MASP 1119333-1 Anderson Ramiro de Siqueira OAB MG 89.518 Ciente: Amilton Ferri Vasconcelos Diretor Técnico SUPRAM SM MASP 1.147.646-2 Página: 12/12