Curso de Pedagogia A PRÁTICA DO DESENHO E O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO INFANTIL.

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Transcrição:

1 Curso de Pedagogia Artigo A PRÁTICA DO DESENHO E O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO INFANTIL. ¹BRUNA, ¹SHEILA, EDLAMAR M. F. CLAUSS 2. ¹ Alunas do Curso de Pedagogia e ² Professora Mestre do Curso de Pedagogia. RESUMO: O presente artigo aborda o tema: A prática do desenho e o desenvolvimento cognitivo infantil tendo como objetivo mostrar a inter-relação entre a construção do grafismo, e do desenho infantil e o seu contexto com o cognitivo infantil e desenvolvimento da criança. A análise das diversas produções gráficas de desenhos de várias crianças nas linhas traçadas pela manipulação do lápis, traduzem o mundo de vida infantil de cada criança. A criança desenha pelo prazer de produzir uma marca para ela, assim desenvolvendo suas habilidades de escrita, subsidiada pelos estudos teóricos de diversos autores, ressaltando entre eles Jean Piaget, no qual, através dos níveis de desenvolvimento constituindo evidências de como desenho e escrita se constituem para as crianças através da função semiótica, e Emília Ferreiro ao processo de aprendizagem da psicogênese da língua escrita que não se reduz a um conjunto de técnicas, que os conhecimentos se dão por meio de interações. A criança e o seu desenho surgem como uma função primária, pois a sua primeira abordagem com o mundo adulto se demonstra com rabiscos, e assim como nenhuma pessoa nasce sabendo falar, andar e escrever o desenho se torna uma forma importante na educação infantil. É através do desenho que a criança transmite seus gestos e fala, é sua primeira escrita Palavras Chaves: Grafismo, Desenho, Infância. ABSTRACT The article addresses the present topic: The design of Practice and child cognitive development aiming to show the interrelationship between the construction of graphics, and the children's drawing and its context with the child's cognitive and child development. The analysis of the various graphic productions drawings of several children the lines drawn by the pencil manipulation translate the world of child life of every child. The child draws the pleasure of producing a brand for her, thus developing their writing skills, supported by theoretical studies of several authors, highlighting among them Jean Piaget in which, through the development levels constituting evidence of how drawing and writing constitute for children through the semiotic function, and Emília Ferreiro the psychogenesis of the learning process of written language that can not be reduced to a set of techniques that are given knowledge through interactions. The child and its design emerge as a primary function, as its first approach with the adult world is demonstrated with scribbles, and just as no one is born knowing how to speak, walk and write the design becomes an important way in early childhood education. It is by design that the child gives his gestures and speech, and is its first written. Key - Words: Graphics,Drawing,Childhood. Contato: bruna7328@gmail.com, lunassheiisa@gmail.com INTRODUÇÃO O presente artigo tem por temática A prática do desenho e o desenvolvimento cognitivo infantil. O desenho no desenvolvimento infantil é um tema pouco aprofundando nas escolas de educação infantil e pouco valorizado, razão pela qual se torna necessário aprofundar o estudo referente à importância do desenho infantil. A criança desde pequena deixa marcas no papel e isso gera um prazer em manusear materiais e realizar movimentos, descobrindo formas de se relacionar com o seu mundo. A cada conquista das crianças em relação às fases do desenho, elas vão se firmando e criando traços próprios,

2 característicos no seu processo de desenho. Contudo, eventualmente, deixam de criar e procurar modelos com estruturas conhecidas como se não utilizassem mais sua própria imaginação e, sim buscando uma aprovação e um modelo como referência. A escolha do tema surgiu a partir da percepção da carência de conhecimento aprofundado e valorização do educador sobre a importância que o grafismo tem no desenvolvimento e na formação de seu aluno e o que querem dizer com seus desenhos, e por ser um tema que precisa ser mais abordado na área da educação. Analisar a relação entre a produção gráfica infantil (a partir dos desenhos) e o desenvolvimento cognitivo. Os objetivos específicos norteadores da investigação foram: analisar desenhos produzidos por crianças durante os Anos Iniciais do Ensino Fundamental, com aporte teórico na teoria do desenvolvimento cognitivo de Piaget; e analisar a relação existente entre a produção escrita das crianças e o grau de desenvolvimento da linguagem gráfica com base na psicogênese de Emília Ferreiro. A maioria dos indivíduos na infância começa a se comunicar por meio do desenho, é um processo natural de desenvolvimento. Para a criança o desenho é importante, é seu mundo, é seu meio de comunicação, no qual expressa a percepção de tudo que a cerca, suas emoções. E ainda, o desenho é um sistema de representação gráfica de extrema relevância na socialização infantil e um dos aspectos mais importantes para o desenvolvimento integral do indivíduo constituindo-se num elemento mediador de conhecimento e autoconhecimento. Para o profissional que trabalha com as crianças na função de educador será necessário conhecer cada etapa do desenvolvimento infantil e a produção gráfica, para podê-la ajudar a superar fases desafiadoras e estimulá-las na produção plástica especialmente a do desenho. As etapas do desenvolvimento do desenho infantil conjugado ao desenvolvimento infantil são caracterizados pelo desenvolvimento psicográfico da criança apresentados neste artigo pelos teóricos: Jean Piaget e Luquet. O grafismo, elemento psicográfico, é uma forma na infância pela qual a criança demonstra o que está acontecendo na vida dela. Assim o desenho infantil não é simplesmente um desenho, pois pode falar muito da criança. E ainda o desenho infantil é base de análise importante do progresso da criança. A produção do desenho contribui para a representação simbólica, para o desenvolvimento motor, emocional e consequentemente para a aprendizagem como um todo. O desenho é precedente à escrita, mas os dois possuem uma relação de interdependência, pois quanto mais oportunidades as crianças tiverem de representar no papel toda a sua impressão sobre o mundo que a rodeia, seus sentimentos e emoções, mais ela estará preparada para se apropriar do sistema de escrita, visto que também é uma forma de representação. Pais e educadores devem estimular as crianças e oportunizarem momentos significativos de interação, dentre os quais as atividades lúdicas têm um papel

3 importante, e o desenho, como uma atividade lúdica, é um forte aliado na construção do pensamento. As possibilidades concretas da realização deste estudo podem ser bem sucedidas, pois é por meio do desenho que a criança irá comunicar-se e transmitir suas experiências subjetivas e o que está ativo em sua mente. Desta forma, é possível identificar as emoções e reações da criança, pois o desenho pode ter função terapêutica com determinadas situações, e pode ser também considerado a primeira escrita da criança.. METODOLOGIA O procedimento instrumental a ser utilizado será a pesquisa bibliográfica por proporcionar aprofundamento teórico por meio de publicações em livros, artigos, dissertações e teses. E para possibilitar uma melhor compreensão da relação entre os desenhos e o desenvolvimento cognitivo infantil foram coletados desenhos com a identificação do próprio nome. Foram coletadas produções infantis de vinte (30) crianças na faixa etária de 06 a 08 anos, e para análise foi separando três (03) desenhos por idade. Os desenhos serão classificados e analisados de acordo com a Teoria de Desenvolvimento de Piaget e a Teoria da psicogênese de Emília Ferreira. ESTUDO TEÓRICO O DESENHO NA INFÂNCIA O desenho é importante para o desenvolvimento da criança, pois revela uma forma de se expressar e contribui em vários aspectos, entre eles: coordenação motora, visão, organização do pensamento e outros aspectos cognitivos auxiliares no processo da alfabetização. Quando nos deparamos com o desenho de uma criança, muitas vezes não conseguimos ver uma lógica ou sentido. Porém é no desenho que a criança cria sua realidade, imprime seus sentimentos e ideais. A criança desenha pelo prazer de produzir uma marca para ela, assim desenvolvendo suas habilidades. Derdyk (2004), afirma que a criança rabisca pelo prazer, elas percebem que quando escorrega o lápis no papel surgem traços e se pararem os traços não aparecem, essa ação passa a ser um estímulo sensorial e alimenta a vontade de desenhar, e consequentemente a sensação de prazer. O grafismo aparece de forma espontânea junto ao processo de desenvolvimento da criança, pouco a pouco podemos ver os primeiros rabiscos das crianças sobre o papel. Essa produção gráfica é basicamente motora, orgânica, biológica. É importante que a criança possa fazer seus desenhos livremente de forma que ela possa dominar seus movimentos devemos assim respeitar o ritmo de cada criança seu tempo (DERDYK, 2004). A criança e o seu desenho surgem como uma função primária, pois a sua primeira abordagem com o mundo adulto se demonstra com rabiscos, e assim como nenhuma pessoa nasce sabendo falar, andar e escrever o desenho se torna uma forma importante na educação infantil. É através do desenho que a criança transmite seus gestos e fala, e é sua primeira escrita Pais e educadores devem estimular as crianças e oportunizarem momentos significativos,

4 dentre os quais seria o desenho para seu desenvolvimento, proporcionando-lhe expressar suas ideias. A importância do desenho assume uma parte no desenvolvimento da criança muito importante, pois traduz o que a criança está passando durante sua infância com seus rabiscos e seus traços. O desenho também é utilizado pelos professores como instrumentos de avaliação do desenvolvimento da criança no processo de aprendizagem (MOREIRA, 2009). De acordo com as ideias sugeridas pelo Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, o desenho como linguagem indica signos históricos e sociais que possibilitam ao homem significar o mundo. Portanto evidenciamos a Educação Infantil, como sendo a primeira etapa da Educação Básica como espaço de promoção e apropriação das diversas formas de linguagens e expressões, sendo o desenho dotado de significados (BRASIL, 1998). A arte de desenhar desperta nos seres humanos a sensibilidade, pois para que a imagem apareça no papel, ou em qualquer outro material, vários sentidos perceptíveis do nosso corpo trabalham: a visão, o pensamento criativo, o gosto sensitivo pela forma, cor e até a percepção de outros saberes. O desenho ajuda também a criança com sua imaginação e ao fazer seus desenhos ela tem a possibilidade de melhorar a criatividade e o desenvolvimento motor. Aprender a questionar os desenhos infantis é essencial para o acompanhamento dos avanços em relação à construção do pensamento infantil, pois o desenho fornece ao professor mais um instrumento para compreender as crianças em suas etapas e fases de desenvolvimento. O desenho possibilita à criança se expressar, de registrar, marca o desenvolvimento da infância. Porém, em cada etapa, ele assume um caráter próprio. Estas faces do desenho definem maneiras de desenhar que são bastante similares em todas as crianças, apesar das diferenças individuais, desta maneira de desenhar, própria de cada idade, varia muito pouco de cultura para cultura. Ao desenhar a criança tem uma intenção realista, tem seu prazer de desenhar, tem o prazer de colocar no papel o que está passando na sua cabeça, a criança pode ser convidada a ver e pensar sobre suas e outras produções (PILLAR, 1996). No processo do desenho a criança pode ter influência de vários aspectos, como os valores culturais, a realidade em que se encontra e o sistema educacional. O desenho é precedente à escrita, mas os dois possuem uma relação de interdependência, pois quanto mais oportunidades as crianças tiverem de representar e transcrever para o papel toda a sua impressão sobre o mundo que a rodeia, seus sentimentos, emoções etc., mas ela estará preparada para se apropriar do sistema de escrita, visto que o mesmo, assim como o desenho, também é uma forma de representação. O DESENHO E O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO A criança, através da manipulação de objetos e produção de trabalhos manuais, dá ênfase na sua representação, entra no mundo

5 dos jogos simbólicos (PIAGET, 1982, apud, PILLAR, 2012) e a educação infantil deve atribuir que esse progresso seja gradativo. Quanto mais a criança desenha vai aprimorando seu jogo simbólico, passando-se de um ato imprescindível, no qual vai paulatinamente construir significados aonde a criança possa se familiarizar cada vez mais no mundo letrado da alfabetização. Ao final do seu primeiro ano de vida, que compreende o estágio sensório-motor, a criança é capaz de manter ritmos regulares e produzir seus primeiros traços gráficos. O desenvolvimento progressivo do desenho implica mudanças significativas que, no início, dizem respeito à passagem dos rabiscos iniciais da garatuja para construções cada vez mais ordenadas, fazendo surgir os primeiros símbolos. Para Piaget (1948), a função semiótica é a capacidade que a criança tem de representar objetos ou situações que estão fora do seu campo visual por meio de imagens mentais, de desenhos, da linguagem. A criança passa a desenvolver essa função no estágio pré-operatório, que compreende faixa etária de dois a sete anos. Desde que as condições biológicas e de estimulação sejam preservadas, toda criança está apta a realizar as ações que correspondem aos limites do nível de desenvolvimento em que se encontra. Muitas vezes a criança pode estar escrevendo o próprio nome utilizados formas, mas nem sempre são reconhecidas como letras. Pouco a pouco as figuras feitas pelas crianças no instante do desenho se avizinham das letras (SEBER, 1997). Podemos ainda relacionar os estágios do desenho infantil aos estágios da teoria da epistemologia genética de Jean Piaget. O desenho em sua perspectiva teórica e determinada como função semiótica, na qual tem correlação ao jogo simbólico, intrinsecamente ligado ao prazer, e a imagem mental, na qual esforça se em imitar o real de maneira interiorizada (apud. PILLAR, 2012). Ao final do seu primeiro ano de vida, que compreende o estágio sensório-motor, a criança é capaz de manter ritmos regulares e produzir seus primeiros traços gráficos. O desenvolvimento progressivo do desenho implica mudanças significativas que, no início, dizem respeito à passagem dos rabiscos iniciais da garatuja para construções cada vez mais ordenadas, fazendo surgir os primeiros símbolos. Para Piaget (1948), a função semiótica é a capacidade que a criança tem de representar objetos ou situações que estão fora do seu campo visual por meio de imagens mentais, de desenhos, da linguagem. A criança passa a desenvolver essa função no estágio pré-operatório, que compreende faixa etária de dois a sete anos. O desenvolvimento do grafismo infantil de Piaget seguem analógicos aos estágios de desenvolvimento de representação e ainda mostram se alinhados aos estudos de Luquet (1969, apud MÈREDIEU, 2006). Segundo os Estudos de Piaget, os desenhos podem ser classificados como: - Garatuja: esta fase inicia se de zero a dois anos e pega uma parte da fase pré-operatória que vai dos dois anos a sete. Sendo que esta fase pode se

6 dividir em outras duas partes. A representação da figura humana e inexistente, não há uma intenção consciente. E o desenho se dá de maneira prazerosa. o Desordenada: sem controle da motricidade seus movimentos aparecem amplos e desordenados. Sendo um ato de simples riscos ainda desprovidos de controle motor, onde ignora os limites do papel. As primeiras garatujas são linhas longitudinais que, com o tempo, vão se tornando circulares e, por fim, se fecham em formas independentes, que ficam soltas na página. No final desta fase começam a aparecer as representações de figuras humanas, como cabeças com olhos. site:revistaescola.abril.com.br relação entre desenho, pensamento e realidade. Começa aparecer as primeiras noções espaciais, já consegue respeitar os limites do papel. Ainda não há relação com a realidade, o que dependerá do seu relacionamento emocional. Dentro da expressão, o jogo simbólico aparece como: "nós representaremos juntos". site:br.monografias.com No estágio pré esquemático: Piaget (1948, apud. PILLAR, 2012), considera que ele tem início por volta dos quatro anos de idade estendendo-se aos sete anos, ao final dessa fase a criança encontra-se entre os sete aos nove anos entrando no estágio esquemático, longo após dos nove anos passa para o estágio do realismo nascente, ressaltando que estes estágios são compreendidos nos período que as crianças iniciam as operações concretas. Ordenada: encontra-se na fase préoperatória, quando aparece a descoberta na

7 site:rodadeinfancia.blogspot.com Produção infantil EC102 R.Emas Florence Mèredieu faz seus estudos baseados nas fases do desenho infantil de Luquet, que foi o primeiro a abordar o desenho infantil numa perspectiva cognitivista, abordando o erro as imperfeiçoes e atribuiu inabilidade e falta de atenção, afirmando que há uma intenção natural e voluntaria da criança para o realismo. Luquet (apud MÈREDIEU,2006) distingue quatro estágios na evolução do grafismo: Realismo intelectual aos quatro anos sendo o principal estagio e se estende por volta dos doze anos. O que se caracteriza neste estágio e que a criança desenha aquilo que sabe e não aquilo que vê ( Realismo fortuito inicia por volta dos dois anos acabando com o período do rabisco. site: museudo desenho.wordpress.com Site: cmaps.public3.ihmc.us Realismo fracassado uma vez que descobre a identidade da forma e o objeto, ela busca reproduzir a forma, uma fase pontuada na aprendizagem em meio ao sucesso e ao fracasso Realismo virtual por volta dos doze anos às vezes aparece antes por volta dos oito ou nove, marcado pela perspectiva e submissão, se dando um empobrecimento tende se a juntar com as produções adultas.

8 (PILLAR, 1996). Assim, o desenho Infantil é base de análise importante do progresso da criança. O seu desenvolvimento contribui para a representação por símbolos e para o desenvolvimento motor, emocional e para a aprendizagem como um todo. Site: castrogomez.wordpress.com Para Mèredieu (2006) mesmo Luquet sendo o primeiro a abordar o grafismo infantil em fases, e muitos teóricos retomando seus estudos como referência, e que definiram o desenho em fases sem grandes modificações, diz que não explica o nascimento do grafismo nem a passagem de um para o outro, o que não fica nítido por que o desenho infantil acaba por empobrecer-se e desaparecer. Sendo necessário situar todas estas fases numa abordagem genética que pudesse não se descreve, mas sim explicalos (MÈREDIEU, 2006). Quando a criança começa a perceber que a escrita representa aquilo que é falado, ela tenta se aventurar pela escrita por meio da reprodução de rabiscos e desenhos, o que para ela constitui aquilo que é dito. Nessa etapa a criança pode ter a intenção de produzir marcas diferenciadas desenhos e letras ou outros códigos (FERREIRO, 1999). E para que a criança se aproprie do sistema de representação da escrita, ela terá que reconstruí-lo, diferenciando os elementos e as relações próprias ao sistema, bem como a natureza do vínculo entre o objeto de conhecimento e a sua representação No início da interpretação de sua escrita a criança pode utilizar dos desenhos como sinais que representem seu próprio nome. Ao longo do desenvolvimento e interação, a criança começar a perceber que existe uma diferenciação entre os dois sistemas de representação, no qual a escrita representa o nome do objeto desenhado. A escrita pode ser entendida como uma representação da linguagem ou como um código de transcrição gráfica das unidades sonoras. O ato de escrever perpassa por evoluções o que Ferreiro (2011) distingue em níveis, os níveis analisados nos desenhos coletados durante a investigação científica são: - Nível 1 distinguido por traços básicos que a criança realiza tentando reproduzir a forma básica da escrita de imprensa, aonde a intenção da criança conta nos resultados obtidos. Pode aparecer tentativas de correspondências entre figura e a escrita do objeto. O escritor espera que a escrita dos nomes deva ser proporcional ao tamanho. Nesta fase faz uso dos mesmos sinais gráficos, letras convencionais ou outros símbolos para escrever o que deseja, exemplo:

9 na qual pode aparecer em uma escrita distante o formato convencional das letras, exemplo: site:caixinhassurpresa2.blogspot.com - Nível 2 a centralidade está em atribuir significados distintos, há uma diferenciação mais evidente neste processo gráfico, aproximando das formas das letras habituais, exemplo: site: revistaguiafundamental.uol.com.br Muitas crianças ao chegarem aos primeiros anos do Ensino Fundamental apresentam dificuldades de aprendizagem relacionadas à escrita. É possível que estas crianças não tenham tido oportunidades significativas de interação na Educação Infantil, fase na qual se desenvolve a função simbólica e consequentemente os sistemas de representação, fato que pode ter prejudicado o desenvolvimento da criança. Em situações como esta, é perceptível a importância do trabalho na educação infantil que priorize e preserve os momentos lúdicos e prazerosos, que certamente contribuirão para o desenvolvimento do desenho infantil (PILLAR, 2012) Educadores e pais devem oportunizar as crianças momentos significativos de interação, dentre as quais as atividades lúdicas têm um papel fundamental. O desenho, como uma atividade lúdica, é um dos principais exemplos. Podemos ainda citar o brincar, os jogos e as dramatizações, todas as contribuintes para o desenvolvimento da representação simbólica. - Nível 3 marcado pela busca de dar significados ao valor sonoro a cada uma das letras que constitui o que está tentando escrever. Passando por um momento evidente da evolução, constituindo cada letra vale por uma silaba. O que e denominada por Ferreiro (1999) de Hipótese Silábica,

4 A coleta de dados foi realizada na Escola Classe 102 do Recanto das Emas, com 30 crianças sendo: 10 crianças do 1º ano, 10 do 2º ano e 10 do 3º ano. Foram selecionadas 3 crianças de cada turma as que mais demonstravam dificuldades na escrita e no desenho e crianças que estavam na sua A aluna Sofia se encontra na fase de Garatuja ordenada, nível 2 e realismo fortuito e uma aluna que tem dificuldades na escrita, por não separar as palavras escrevendo tudo junto, seu desenho não e muito rico em detalhes. faixa etária certa quanto o desenvolvimento cognitivo. Os desenhos do 1º ano, crianças com 06 anos devem apresentar os desenhos na fase pré esquemática (PIAGET), realismo intelectual (LUQUET) e nível 2 (FERREIRO). A aluna Eloar se encontra fase de Garatuja ordenada, nível 3 e realismo fortuito e uma das melhores aluna da sala esta desenvolvendo a escrita cursiva e seu desenho e mais rico em detalhes. A aluna Gabrielly se encontra fase de Garatuja ordenada, nível 2 e realismo fortuito e uma aluna tem um ótimo desenvolvimento, seu desenho não tem muitos detalhes. Ao analisar as três crianças do primeiro ano pode se notar que apesar de estarem com a mesma faixa etária, segundo Piaget e Luquet uma da criança não se encontra no nível de desenvolvimento correto e logo seu nível de escrita segundo Ferreiro também não é igual das outras duas crianças que estão no nível de escrita e de desenvolvimento de acordo com sua faixa etária. Os desenhos do 2º ano podem ser classificados como; pré esquemático iaget) e se encontra no nível 2 (Ferreiro) A aluna Brenda se encontra na fase pré esquemático, nível 2 e realismo fortuito e uma aluna com dificuldades na escrita e no desenho

5 não tem muito detalhes. A aluna Milenna se encontra na fase pré esquemático, nível 2 e realismo fortuito e uma aluna muito aplicada apesar de hora escrever com letra hora caixa alta seu desenho e cheio de detalhes A aluna Alycia se encontra na fase pré esquemático, nível 2 e realismo fortuito e uma aluna que hora escreve em letra cursiva hora escreve em caixa alta seu desenho e rico em detalhes. Tendo como base na pesquisa sobre o desenvolvimento de Piaget e Luquet pode se analisar que, a criança tem a mesma faixa etária, mas os desenvolvimentos delas são totalmente diferentes uma tem o desenvolvimento de criança de 6 anos, as outras duas estão no nível de desenvolvimento certo. Os desenhos do 3º ano podem ser classificados como; pré esquemático (Piaget) e se encontra no nível 3 (FERREIRO) sua escrita. A aluna Alice se encontra na fase pré esquemático e se encontra no nível 3 no realismo intelectual seu desenho e simples sem detalhes e uma aluna que não tem dificuldades em sala não tem muitos erros na

5 O aluno Victor se encontra na fase de garatuja ordenada e se encontra no nível 2 no realismo fortuito seu desenho não tem muitos detalhes ele não tem dificuldades mas e um aluno desinteressado. O aluno João Victor se encontra na fase pré esquemático, realismo intelectual (detalhes das mãos), nível 3. O aluno já produz frases, possui erros ortográficos, mas possui clareza na mensagem. Apesar das crianças terem a mesma idade, pode se observa que uma das Através da nossa pesquisa de campo e com o auxílio da teoria de Piaget e Luquet e a psicogênese de Ferreiro, pode observar que por mais que as crianças tenham a mesma faixa etária seus desenvolvimentos não iguais umas aparentam ter o desenvolvimento ais avançados que o outro, pode se observar também que o professor não tem a preparação adequada para avaliar e saber o quanto e importante o desenho de seus alunos e o que eles querem dizer com seus desenhos. CONSIDERAÇÕES FINAIS O Presente Artigo foi elaborado buscando um pouco mais de conhecimento, na qual o desenho e algo fundamental no desenvolvimento da criança, desde pequena crianças não se encontra no nível de desenvolvimento adequado para sua faixa etária, seu desenho e muito diferente dos outros e sua escrita também esta de acordo com o nível da psicogênese de Ferreiro. a criança deixa marcas no papel, e isso gera um prazer em manusear materiais e realizar movimentos, descobrindo formas de se relacionar com o seu mundo. Ao longo dos estudos bibliográficos feitos, em busca do entendimento, podemos analisar que ambos são grandes conquistas que realizamos ao longo de nossa evolução humana com intenção de nos comunicarmos ou por sentirmos necessidade em deixar nossa história registrada no papel e no mundo. Durante o estudo foi possível mergulhar a fundo nos conhecimentos para identificar que a criança ao desenhar demonstra seus sentimentos no papel,

5 passando não só pra si mesmo, mais também para a vida infantil de seu mundo. A pesquisa pode dar a conhecer ainda por meio das produções do grafismo a capacidade representativa de cada criança em relação ao contexto em que estavam inseridas, quando esboçaram no papel, a correspondência entre o pensamento e o vivido. O estudo realizado sobre o grafismo destaca a importância do desenho, elemento psicográfico, é uma forma na infância pela qual a criança demonstra o que está acontecendo na vida dela. Assim o desenho infantil não é simplesmente um desenho, pois pode falar muito da criança. E ainda o desenho infantil é base de análise importante do progresso da criança. A produção do desenho contribui para a representação simbólica, para o desenvolvimento motor, emocional e conseqüentemente para a aprendizagem como um todo. O desenho em sua perspectiva teórica e determinada como função semiótica, na qual tem correlação ao jogo simbólico, intrinsecamente ligado ao prazer, e a imagem mental, na qual esforça se em imitar o real de maneira interiorizada (apud. PILLAR, 2012). Finalmente, o desenho tem sua relevância cognitiva, revela o modo como a criança vê e sente o mundo, seu equilíbrio emocional e afetivo, as etapas do desenvolvimento cognitivo e motor e, como mais uma forma de linguagem da criança, o desenho ainda deixa lacunas e continuará sendo objeto de investigação na exploração dos modos de pensar das crianças. A Arte assume importante função na formação do professor, abrindo perspectivas para a compreensão do mundo, na qual é possível transformar a existência e que aprender não se dissocia de criar e conhecer. O desenho acompanha o desenvolvimento das crianças, e através dele observamos como as crianças se relacionam com a realidade e com os elementos de sua cultura e como traduzem essas percepções gráficas. As crianças devem formar sua própria linha de pensamento e sensibilidade, quando estão se expressando, e não podemos julgar os seus trabalhos como se fossem obras imperfeitas de um adulto, afinal a representação é da criança e não de quem as observa. A atitude do professor em sala de aula é importante para criar climas de atenção e concentração, sem que se perca a alegria. As aulas tanto podem inibir o aluno quanto fazer com que atue de maneira indisciplinada.

5 REFERÊNCIAS BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil: conhecimento de Mundo. Brasília: MEC/SEF, 1998. DERDYK, Edith. Formas de pensar o desenho: desenvolvimento do grafismo infantil. São Paulo: Scipione, 1989. DERDYK, Edith. A representação da figura humana no desenho infantil. São Paulo: Scipione, 1990. FERREIRO, Emilia e TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artmed, 1999., Emília. Alfabetização em processo. Tradução Sara Cunha Lima, Maria do Nascimento Paro. 20. ed. São Paulo: Cortez, 2011. LUQUET, G. H. O desenho infantil. Porto: Ed. Do Minho, 1969. MEREDIEU, Florence. O desenho infantil. 11ª ed. São Paulo: Cultrix, 2006. MOREIRA, Ana Angélica Albano. O espaço do desenho: A educação do educador. 13.ed, São Paulo: Loyola,2009. PIAGET, J. A formação dos símbolos na criança. (S. L.): PUF, 1948 PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. 24. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1999. PILLAR, Analice Dutra. Desenho & escrita como sistema de representação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. PILLAR, Ana Alice Dutra. Desenho e escrita como sistemas de representação. 2 ed. ver. ampl. Porto Alegre: Penso, 2012. SEBER, Maria da Glória. A escrita infantil: o caminho da construção. São Paulo: Scipione, 1997