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Transcrição:

ACONTE informativo carlos viacava nº 12 Agosto Carlos Viacava apresenta o sucesso do projeto ILPF CV Quem usa a genética CV, sente na carne O desempenho das lavouras A Experiência com Silagem de grão úmido Evolução genética do Rebanho CV

Fábio Fatori EDITORIAL Muita informação Esta edição do AconteCV é dedicada inteiramente à realização de nosso 2º Dia de Campo sobre a ILPF em implantação nas fazendas da região do oeste paulista. Apresentamos aqui detalhes dos investimentos realizados, dos resultados alcançados e dos projetos para o futuro próximo. O leitor encontrará informações sobre desempenhos das lavouras e do rebanho, em diversas situações de clima, manejo e variedades, que não se pode apresentar em 30 minutos de palestra, sob pena de tornála cansativa e improdutiva. Fica aqui registrada a informação para os interessados em conhecer detalhes de nossa empreitada. Agradecemos o apoio da Rede de Fomento e a parceria com a Embrapa, Unoeste e Cocamar e, especialmente, ao doutor João Kluthcouski, emérito pesquisador da Embrapa, integralmente dedicado à função da difusão das tecnologias criadas para a agricultura tropical. Obrigado João K, sem o seu entusiasmo não teríamos avançado nesse projeto. Forte abraço! Carlos Viacava APRESENTAÇÃO ILPF CV Introdução Nosso projeto de Integração Lavoura Pecuária e Floresta começou por orientação da Embrapa Cerrados, com quem mantemos uma parceria na área do melhoramento genético, capitaneada pelo Dr. Cláudio Ulhôa Magnabosco, que nos apresentou o pesquisador Dr. João Kluthcouski, que se tornou nosso grande parceiro e amigo. Através do João K, como gosta de ser chamado, veio o entrosamento com a UNOESTE e com a Cocamar, grande cooperativa paranaense, à qual nos associamos e que acabava de abrir uma filial na nossa região em Presidente Prudente (SP). Somos imensamente gratos a esse tripé Embrapa/Unoeste/Cocamar, que nos ensina e orienta na implementação de nosso projeto de ILPF. Os primeiros passos foram dados em, com uma pequena safra colhida em 2014 e a safra mais expressiva de. Quem somos no Oeste Paulista Hoje trabalhamos com três propriedades próximas entre si, duas das quais situadas no município de Caiuá e uma terceira em Presidente Epitácio. Na tabela 1 demonstramos as áreas existentes e as aproveitáveis segundo o projeto do Área destinada à plantação de milho para produção de silagem de grão úmido Cadastro Ambiental Rural (CAR), registrado nos órgãos ambientais responsáveis. Tabela 1 Na tabela 2, segue um resumo explicativo sobre o histórico dos talhões É importante ressaltar que todos os talhões tiveram um volume de chuva Faz. Santa Gina Nelore CV que foram implantados no sistema de integração lavoura e pecuária na muito satisfatório, em média 746 mm da semeadura à colheita, e também safra 14/15 na Fazenda Campina. todos passaram pelo período de estiagem (veranico) de 29 dias. Área Total 1.269,52 2.033,15 427,79 Reserva 163,96 406,63 Quando analisamos a produção de sacas de soja por hectare nos Para explicar esses extremos de produtividade entre os talhões, talhões separadamente, podemos observar que há uma diferença devemos considerar três fatores de suma importância: Compensação 206,95 muito grande na produção obtida, ficando com 14,6 scs/ha o talhão com Área Útil 1.105,56 1.419,57 427,79 menor produtividade e 73,6 scs/ha o talhão com maior produtividade. Tabela 2 No ano passado, cultivamos na Fazenda Campina uma área de 450 hectares com o seguinte desempenho: 1 Estágio de desenvolvimento da planta: No caso da soja, o período mais crítico é a partir do estágio reprodutivo, ou seja, entre a floração plena até o enchimento de grãos, neste período a planta não suporta longos períodos de estiagem; 2 Sistema de plantio: convencional ou direto; 3 Utilização de novas tecnologias: como, por exemplo, descompactação do solo com Mata Broto. Podemos observar que nos talhões onde a soja apresentava 64 (T16/1), 74 (T07) e 78 (T18) dias de desenvolvimento no final do período de estiagem (29 dias), as produções foram caindo gradativamente, 37,5, 32,8 e 14,6 scs/ha, respectivamente. O T18, além de ser um sistema convencional, foi o que estava mais avançado no período reprodutivo, na fase de vingamento do canivete. Já é do conhecimento de todos que o sistema convencional deixa uma condição muito inferior quando comparado com sistema direto, principalmente nas regiões onde o período de estiagem é comum e em solos arenosos, com baixo teor de argila. O sistema de plantio direto com grande reserva de palhada proporciona condições muito mais favoráveis nestas regiões. >>> 02 AconteCV nº12 AconteCV nº12 03

Benefícios paralelos Entre os benefícios da ILP, devemos destacar a enorme quantidade de alimento que pode ser obtida em pastagens de inverno e também com a produção de silagem, incluindo, aqui, nossa experiência com silagem de grão úmido. Neste ano, iremos testar em larga escala a inseminação de todas as bezerras de 10 a 14 meses de idade, pesando em torno de 300 quilos, num total de 600 fêmeas. Elas necessitam de uma boa nutrição para alcançar esse peso e mais ainda, no ano seguinte, para garantir uma boa condição corporal para a reconcepção. Já o T16/1, com a utilização do sistema Mata Broto, mesmo passando Na tabela 3, segue um resumo dos resultados das produções de pelo veranico de 29 dias no estágio mais crítico de desenvolvimento (64 silagem de milho da safra 14/15 na Fazenda Campina. DAE), teve a sua produção assegurada em 37,5 scs/ha. Essa tecnologia, além da descompactação do solo (aeração), que proporciona uma Os Talhões da Inv. 1 eram de uma área de pastagem formada há mais condição muito favorável para o melhor desenvolvimento do sistema de 15 anos com Tanzânia, com sistema rotacionado de quatro piquetes, radicular da planta, não mexe na camada superficial do solo, mantendo onde recebia uma adubação de manutenção anual para melhorar a palhada na superfície (matéria orgânica), o que é muito importante a disponibilidade de forragem. Esta área está na programação para para o estabelecimento da cultura e redução de perda de umidade. entrar no sistema de integração para próxima safra (15/16), onde decidiuse iniciar o cultivo de milho com capim (Sistema Santa Ana) Um talhão que obteve um grande destaque na sua produção foi o de antes do cultivo da soja. número 4, com uma produção de 73,6 scs/ha. Neste talhão, após o primeiro ano de soja, tivemos uma lavoura de milho safrinha para Em meados de 2014, foi feita a correção do solo, com a distribuição silagem da planta inteira, onde foi semeado juntamente com o milho superficial de calcário dolomítico e gesso, na proporção de 2,0 t/ha a braquiária ruzizienses, que, após 30 dias da colheita da silagem, foi e 0,5 t/ha, respectivamente. No início de dezembro, toda a área foi utilizada para pastejo. Neste primeiro ano, tivemos a soja, a silagem dessecada com glifosate e, 12 dias após, um sequencial para acelerar de milho (planta inteira) e o pastejo da ruzizienses e, novamente, a decomposição da palhada. Em toda área, o sistema adotado foi o de soja no segundo ano. Com certeza, tivemos os benefícios vindo da plantio direto de milho com braquiária ruzizienses para silagem de rotatividade de culturas e integração com a pecuária, onde a fertilidade planta inteira. do solo melhorou muito. A variedade intacta estabelecida neste talhão também contribuiu para o alcance desta produtividade. Após dois Os dois primeiros talhões (Inv. 1/1 e 1/2) tiveram uma produção de 45,7 anos consecutivos de cultura de soja, esta área será liberada por dois t/ha e 42,5 t/ha, respectivamente, mesmo ambos tendo passado por um anos para pastejo, quando então retornará à rotatividade com a soja, período de 29 dias de estiagem na fase inicial do período vegetativo. Os no esquema 2 x 2 anos. primeiros 30 dias (DAE dias após emergência) integram o período onde Tabela 3 RESUMO: HISTÓRICO DOS TALHÕES DE MILHO SILAGEM SAFRA 2014/ CV FAZENDA CAMPINA / CAIUÁ/SP: Silagem de grão úmido como sendo uma das alternativas para minimizar os custos de produção da suplementação dos tourinhos a cultura de milho define seu potencial de produção, principalmente na Analisando os dois talhões, observamos que houve uma diferença formação, quantidade e tamanho de grãos que compõem a espiga. A significativa na produção em sacas por hectare, na ordem de diferença encontrada de 3,2 t/ha entre os dois talhões se dá em função 42%. No talhão 7/1 não foi possível a distribuição de adubação de da variedade (BM 3063 Pro2 e 2B 655 PW). cobertura, uma vez que, após a germinação, não ocorreram chuvas no período ideal para a realização da mesma, que seriam entre 15 Já o terceiro talhão (Inv. 1/3) teve uma produção superior aos demais, a 20 dias após a emergência. Nesta área, ocorreu uma chuva de 16 47,3 t/ha. A época de semeadura (início de fevereiro) e as boas condições mm no final do mês de março, logo após a semeadura, e outra de pluviométricas durante todo desenvolvimento vegetativo e reprodutivo 24 mm no início do mês de abril, logo após a emergência. Daí para da cultura contribuíram para este aumento de produtividade. frente, só voltou a chover no final do mês de maio, ou seja, foram 53 dias de estiagem. Nesta fase, a altura das plantas não permitia O talhão chamado de Vizinho (VIZIN.) tratavase de uma área de mais a operação para a adubação de cobertura, mas, mesmo assim, pastagem degradada de braquiária decumbens e gramão, sem muita tivemos uma produção de 104,2 sacas por hectare. cobertura vegetal e sem correção antecipada de solo. Estes fatorem contribuíram significativamente para a baixa produtividade, mesmo Já o talhão 7/2, onde a semeadura foi um pouco mais tarde, teve ½ passando pelas mesmas condições de adubação e de clima do talhão 1/3. dose da adubação de cobertura devida, uma vez que a altura das plantas não impedia a sua distribuição. Porém, com a semeadura Em todos os talhões notouse um desenvolvimento excepcional da mais tarde, aliada ao longo período de estiagem, o desenvolvimento braquiária ruzizienses, consorciada com a cultura de milho. Trinta dias da lavoura de milho ficou comprometida, em função da competição após a colheita de milho para silagem (planta inteira), toda a área estava das plantas de braquiária, que foi favorecida após a adubação de bem formada de braquiária, podendo, assim, ser utilizada para pastejo. cobertura, resultando numa produção de apenas 60,6 scs/ha. Em Em resumo, a produção média nos talhões da Invernada 1 (um) foi de média, os dois talhões fecharam com produção de 80,8 scs por 45 t/ha e, atualmente, estamos com uma lotação de 1,3 UA/ha, com um hectare (considerando milho com 13% de umidade). Imediatamente desempenho de 610 g de ganho por animal por dia (60 dias período de após a colheita do grão de milho, iniciouse o pastejo. junho a julho de ). Estudos recentes mostram que a silagem de grão úmido pode melhorar Uma novidade implantada na Fazenda Campina neste ano foi a confecção de 8% a 15% a digestibilidade quando comparado ao grão seco. Esta de silagem de grão úmido como sendo uma das alternativas para silagem será fornecida juntamente com a silagem de planta inteira de minimizar os custos de produção da suplementação dos tourinhos milho, polpa cítrica, farelo de soja e suplementos minerais e vitamínicos destinados a leilão. que completam a dieta dos tourinhos durante o período de suplementação para os leilões. Os dois talhões da invernada 7, totalizando 102,6 ha, já fazem parte do sistema de integração lavoura e pecuária na Fazenda Campina, sendo Uma das grandes vantagens deste novo sistema é a de conseguir quatro um dos talões pioneiros do sistema. Após dois anos consecutivos safras em 12 meses, iniciandose com a soja, o milho com braquiária, de cultivo de soja, imediatamente após a colheita da última safra o pastejo pós milho, a cobertura vegetal e residual das adubações e a (março/15), foi semeado em sistema de plantio direto, milho com ciclagem de nutrientes promovida pela braquiária, o que contribuirá braquiária, cultivar marandu. muito para as próximas culturas a serem implantadas. E tudo isso em solos com 10% de argila! >>> 04 AconteCV nº12 AconteCV nº12 05

Programa para o anosafra /16 e perspectivas Diante dos resultados do ano passado, decidimos ampliar o projeto, buscando, também, uma recuperação das áreas da Fazenda Santa Gina e da Nelore CV, objetivo que pretendemos alcançar na safra 2016/17. No caso da Fazenda Campina, acoplada ao Nelore CV, decidimos realizar a ILPF no esquema 2 x 2, que significa plantar soja em 50% da área durante dois anos, deixando pastagem permanente por mais dois anos, ou seja, depois da implantação do sistema, rodando toda a propriedade em dois anos, metade da área a cada ano. Nas áreas de soja, teremos também as pastagens de inverno, aproveitando o intervalo entre as safras e preparando a palhada para o plantio. Na Fazenda Santa Gina decidimos pelo esquema 2 x 1, que significa rodar a propriedade em três anos, plantando soja por um ano e pastagem por dois anos. Assim, a cada ano, cultivaremos 1/3 da fazenda. Em três anos teremos recuperado toda sua extensão. Custos de produção e resultados esperados Para dar uma ideia dos custos de produção, nossos gastos com a compra dos insumos diretos para o plantio de 1.021 hectares neste ano correspondem a R$ 664 mil de fertilizantes e R$ 925 mil de sementes, defensivos, inoculantes e herbicidas. Isso representa aproximadamente R$ 1,6 milhão equivalentes a um custo direto plantado de R$ 1.550 por hectare, que corresponde, aos preços de hoje, a 23,5 sacas de soja por hectare. Investimentos Desta forma, programamos as seguintes etapas: Para alcançar esses objetivos, foram necessários vários investimentos, principalmente em maquinário, adquirido ao longo desses últimos dois anos, com financiamento do BNDES, com Área plantada em 2014: prazos variáveis de 6 a 8 anos e juros de 6,5% aa. Plantio 2014 Área Plantada Plantio Área bruta Futuro 447,40 652,54 709,79 Faz. Santa Gina Programa para plantio em : Faz. Santa Gina 368,52 Estamos preparados para o futuro: Faz. Santa Gina 368,52 Nelore CV Nelore CV Nelore CV Soma 447,40 213,90 Soma 1.021,06 Soma 1.292,21 Variação 128% Variação Agregandose a esses valores as despesas com mão de obra, óleo diesel, manutenção de equipamentos e preparo do solo, vamos alcançar uma cifra estimada de R$ 2.300 a R$ 2.500 por hectare, equivalentes a 35 e 39 sacas de soja, respectivamente. Ou seja, uma produtividade de 40 sacas por hectare paga as despesas, restando a vantagem da recuperação completa das fazendas, com aumento de capacidade de lotação e redução de custos de nutrição dos animais. 27% PRODUTO PLANTADEIRA JOHN DEERE 09 LINHAS PLANTADEIRA JOHN DEERE 13 LINHAS PLATAFORMA JOHN DEERE 12 LINHAS MILHO PULVERIZADOR JOHN DEERE AUTO PROPELIDO TRATOR AGRÍCOLA JOHN DEERE TRATOR AGRÍCOLA JOHN DEERE 180 CV TRATOR AGRÍCOLA JOHN DEERE 180 CV BARRA DE LUZ BIG BAG PA HIDRÁULICA TANQUE DA ÁGUA BOMBA ANDRADE JF 500 GARFO AGRÍCOLA PARA SILAGEM SUBSOLADOR PLANTADORA ADUBADORA PULVERIZADOR DE GRÃOS TRITURADOR ROTATIVO BAZUKA PREMIUM 15.0 INOX BAZUCA PREMIUM 20.0 IMPLEMENTOS FC PLANTADEIRA SEMEATO PLANTADEIRA SEMEATO PLATAFORMA JF CARRETA BASCULANTE USADA TOTAL EQUIPAMENTOS CONSTRUÇÃO BARRACÃO / TERRAPLANAGEM CONSTRUÇÃO DE 2 CASAS Complementarmente, investimos em construção de um barracão, depósitos de produtos, insumos, sementes, herbicidas e adubos e também na construção de residências para mais trabalhadores. VALOR 120.000,00 149.000,00 120.000,00 442.000,00 190.000,00 250.000,00 160.000,00 7.500,00 2.000,00 2.000,00 8.300,00 4.000,00 26.000,00 5.000,00 14.618,87 150.000,00 23.500,00 26.800,00 70.000,00 78.000,00 6.365,00 64.000,00 64.000,00 15.000,00 11.900,00 2.009.983,87 47.159,23 140.000,00 DATA SITUAÇÃO pg pg TOTAL ATÉ 31/07/ 2.197.143,10 Constituímos aqui um módulo para o plantio de 1.300 hectares, que poderia também ser dimensionado para áreas menores. Cada caso é diferente, mas acreditamos que a ILP pode contemplar projetos menores a partir de 100 hectares. Silagem de milho: da colheita ao armazenamento e modelo de grão úmido Nelore Mocho CV Nossa atividade principal é a da criação de reprodutores Nelore Mocho CV, produzindo touros para utilização em fazendas dedicadas à pecuária de corte. Entre esses animais, alguns são escolhidos para repasse em plantéis de gado PO e outros chegam a ser doadores de sêmen nas principais centrais de inseminação do País. Trabalhamos hoje com um plantel de 6.000 cabeças de Nelore Mocho, incluindose, entre elas, uma bateria de 3.500 matrizes, muitas compondo nosso time de doadoras de embriões. Desde o início são 30 anos em 2016 cuidamos do melhoramento genético, tendo nos associado à ANCP (Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores) desde sua criação e nascimento no Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto USP. Preparo do terreno para silagem Pastejo no milheto e aveia Área destinada à soja Também produzimos matrizes para revigoramento de nosso rebanho, algumas das quais são igualmente oferecidas ao mercado para compor criatórios de criadores de Nelore Mocho. Também participamos do PAINT, da CRV Lagoa, há cinco anos, buscando compartilhar experiências inovadoras na seleção de animais geneticamente superiores. >>> 06 AconteCV nº12 AconteCV nº12 07

Evolução genética do rebanho CV nas fazendas do Oeste Paulista Os gráficos nestas páginas apontam a evolução genética do nosso rebanho em comparação com a média das fazendas integrantes do Programa Nelore Brasil, da ANCP. Habilidade Maternal Nos últimos 10 anos, a Marca CV obteve um crescimento de 135% para esta característica. Isso nos coloca hoje 70% acima dá média do programa. Peso aos 365 dias Nos últimos 10 anos, a Marca CV obteve um crescimento de 168% para esta característica, o que representa quase 8 kg a mais de ganhos genéticos. Isso nos coloca hoje 20% acima dá média do programa. Produtividade Acumulada Esta DEP mede o que se pode chamar de fertilidade real do rebanho, são KG a mais de bezerro desmamado por ano. Obtivemos um crescimento de 210% para esta característica, o que representa quase 4 kg a mais de ganhos genéticos 81% acima da média do programa. Integração Lavoura, Pecuária e Floresta: milho, eucalipto e o gado no pastejo Boas condições ambientais permitem a expressão correta da genética Sabemos que o fator genético é determinante para a expressão da precocidade sexual, no entanto o fator ambiental é limitante. Se você não tem uma boa disponibilidade de alimento, por mais que os animais tenham o potencial genético, não conseguem entrar em puberdade precocemente. Fertilidade PE 365 Medida indireta de fertilidade tomada a partir do perímetro escrotal dos machos. Para esta característica, tivemos ganhos consistentes que chegam a um crescimento de 277% em 10 anos. Mérito Genético Total Índice que pondera características de peso, fertilidade, habilidade materna, período de gestação e precocidade sexual. Ganhamos praticamente 8 pontos de índice, ou seja, um crescimento da ordem de 160% ao longo da última década. Observamos que as desmamas das safras e 2014 obtiveram um desempenho bastante superior à média dos anos anteriores. Isto coincide com a implantação do sistema de integração ILP na Fazenda Campina. São 22 kg a mais nos machos e 14,5 kg a mais nas fêmeas. Quando cruzamos a informação do ganho genético obtido ao longo dos anos com o desempenho fenotípico do rebanho, esta informação salta aos olhos. Observase que, ao longo dos anos, nosso rebanho teve uma consistente evolução genética, por exemplo para a característica de peso a desmama padronizado aos 210 dias. No entanto, o peso médio das desmanas permanecia praticamente inalterado, prova de que os animais possuíam o potencial genético, mas as condições ambientais limitavam a expressão deles. Com a implementação do sistema de ILP, que forneceu maior oferta de forragens de qualidade, podemos observar o salto em desempenho que tivemos. O mesmo esperamos que aconteça para as demais características, principalmente para precocidade sexual. Este ano, nossa expectativa é que consigamos desafiar precocemente todas as bezerras nascidas na safra 2014. Ao que tudo indica, isto será possível de se conseguir, levandose em conta que, na média, as bezerras desmamaram com 202 kg, ajustado aos 7 meses, e que elas terão seis meses até o início da estação de monta. Projetandose um ganho de 600g/dia, elas entrarão na estação pesando, em média, 300 kg, condição suficiente para que elas entrem em puberdade. Na estação passada, desafiamos o lote de bezerras nascidas na Fazenda São José, onde obtivemos um resultado surpreendente: 80,4% de prenhez super precoce, ou seja, as fêmeas terão seu primeiro parto antes dos 24 meses de idade. >>> 08 AconteCV nº12 AconteCV nº12 09

O impacto do fator meio ambiente Agradecimento especial Alguns animais desmamados, nascidos nas fazendas da região de Caiuá e Epitácio, foram transferidos para a Fazenda São José, em Paulínia. Foram 93 fêmeas e 109 machos. Em Paulínia, os machos permaneceram em regime de pasto e as fêmeas alimentadas no mesmo regime, porem com adição de silagem de milho. O gráfico acima demonstra os bons resultados obtidos também em relação à produtividade de nossa pecuária. As diferenças de desempenho são impressionantes, atestando a grande contribuição das pastagens frescas de milheto e brachiaras no desenvolvimento dos animais. No ano de, que foi considerado como o anobase, tínhamos uma área destinada à pecuária de 2.782 hectares, o que dava uma lotação de 1,3 UA por hectare. No primeiro ano de integração, tivemos uma redução na área de 13,5%, passando para 2.408 hectares. A lotação cresceu 23% para 1,6 UA por hectare. Para isso, tivemos uma produção estratégica de forragem para fornecer ao gado no inverno na forma de silagem (Capim, Milho e Milheto + Marandu + Guandu). Quando comparamos o ano de com o anobase, reduzimos a área em 14,3% e a lotação cresceu 47%, chegando a 1,9 UA por hectare. Apesar do aumento expressivo da lotação, o desemprenho médio do gado foi muito superior ao anobase. Em, recriamos toda a nossa desmama nos pastos de inverno, pósagricultura, e obtivemos um desempenho médio de 600 gramas/dia no período mais crítico do ano, sem fornecer nenhuma forma de suplementação complementar, diferente dos anos anteriores, onde fornecíamos silagem e 1kg de concentrado para toda a categoria de desmama. No ambiente da ILP, machos ganharam 536 gramas e as fêmeas 444, enquanto que no ambiente convencional o ganho de peso pós desmama foi praticamente nulo, de apenas 10 gramas dia para os machos e negativo para as fêmeas. Conclusão Desempenho x Ambiente ILPF GMD N Convencional Faz. S. José GMD N Machos 536 529 10 109 Fêmeas 444 547 11 93 Da esquerda para a direita: Edemar Moro, professor da UNOESTE, João Kluthcouski, emérito pesquisador da Embrapa e André Longen, da Cocamar Estações Dia de Campo Fazenda Campina Estamos no início da implantação de nosso projeto de ILPF, com menos de dois anos de experiência. Esse curto espaço de tempo nos incentivou a ampliar o programa pelos resultados já alcançados, aumentando nossa confiança que estamos revigorando nossas terras, ampliando nosso rebanho, produzindo mais tourinhos e novilhas para comercialização e diversificando nosso faturamento, que agora já conta com vendas de soja e que também contará com vendas de milho e outros produtos que poderemos alcançar, como o Eucalipto, cujo plantio iniciamos, principalmente, com o objetivo de quebravento, como poderá ser visto na visita às fazendas. 1ª Estação Talhão 07 Potencial de Uso de Solos Arenosos. João Kluthcouski Pesquisador Dr. da Embrapa Cerrados 2ª Estação Talhão 06 Sistemas de Integração Lavoura/Pecuária (ILP) para as regiões Oeste de SP e Leste de MG. Ademir Zimmer Pesquisador Dr. da Embrapa Gado de Corte 4ª Estação Talhão 04 Estabelecimento de pastagem póssoja (inverno e definitivo). Diogo Cardoso Rojas Eng. Agrônomo Cocamar Presidente Prudente Resultado da produção de soja na Fazenda Campina. Anfré Longen Gerente e Eng Agrõnomo Cocamar Presidente Prudente 5ª Estação Talhão 05 Recria e precocidade no pasto de inverno póssoja. Juliano Roberto da Silva Zootecnista e diretor do Nelore CV O gráfico acima mostra o comportamento do rebanho neste período, onde também tivemos um crescimento em termos de unidade animal, mostrando que o aumento da lotação não se deve apenas à redução de área. No ano de 2014, o rebanho cresceu 6% e, no ano de, o crescimento chegou a 26%. Agradecemos, mais uma vez, o apoio da Embrapa, Unoeste e Cocamar, que têm nos orientado numa tarefa, que extrapola nossos objetivos empresariais, por representar a introdução de uma inovação tecnológica de grande impacto econômico e social nesta vasta região de terras arenosas do oeste paulista. <> 3ª Estação Talhão 01 Milho silagem consorciado com Brachiara pasto de Inverno e palhada para o plantio direto. Edemar Moro Professor Dr. da UNOESTE 6ª Estação Curral Apresentação de animais do 57º Leilão CV (30 de agosto). Ricardo Viacava Administrador de Empresas e diretor do Nelore CV 10 AconteCV nº12 AconteCV nº12 11

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