Unidade III Instituições de Direito Público e Privado Profª. Joseane Cauduro
Unidade III - Agenda Nesta aula, veremos: Direito Civil Parte Geral Das Pessoas Dos Bens Dos Fatos Jurídicos Parte Especial Do Direito das Obrigações Do Direito das Coisas
Introdução Direito Civil Ramo do Direito que trata das relações entre as pessoas, os bens e terceiros. É no Direito Civil que estudamos as formas de contratar e as responsabilidades, obrigações e direitos que existem em relação às coisas de forma geral.
O Código Civil é a maior fonte do Direito Civil. Em 2002 foi criado um novo Código Civil (Lei 10.406/02) que substituiu o anterior, datado de 1916 (Lei 3.071).
O Novo Código Civil Está dividido em partes: Parte Geral Livro I Das Pessoas Livro II Dos Bens Livro III Dos Fatos Jurídicos
O Novo Código Civil Parte Especial Livro I Do Direito das Obrigações Livro II Do Direito de Empresa Livro III Do Direito das Coisas Livro IV Do Direito de Família Livro V Do Direito das Sucessões
Das Pessoas Das Pessoas: Personalidade; Capacidade.
Personalidade Personalidade Definição: a quem é dirigido o direito. Somente entes com personalidade jurídica têm direitos na ordem civil. Espécies: pessoas naturais e pessoas jurídicas. Art. 1 - Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
Pessoa Natural Pessoa Natural É o ser humano, a pessoa física. Art. 2, CC A personalidade civil começa com o nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
Capacidade Capacidade É capaz aquele que pode exercer seus direitos e deveres diretamente, ou seja, por si só. Absolutamente Incapazes Relativamente Incapazes O fim da menoridade O fim da existência da pessoa natural
Absolutamente incapazes Menores de 16 anos; Enfermos ou deficientes mentais sem discernimento; Os que por causa transitória não puderem Os que, por causa transitória não puderem expressar sua vontade;
Relativamente incapazes Maiores de 16 e menores de 18 anos; Ébrios habituais, drogados ou deficientes com discernimento reduzido; Excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; Pródigos;
Fim da menoridade Concessão de um dos pais instrumento público; Pelo casamento; Emprego público efetivo; Colação de grau superior; Economia própria;
Pessoa Jurídica Pessoa Jurídica É uma entidade. É o resultado do conjunto de esforços de duas ou mais pessoas naturais ou de outras pessoas jurídicas. Tem vida própria, independente das vidas de seus fundadores, colaboradores e participantes.
Pessoa Jurídica Pessoa Jurídica As pessoas jurídicas têm direitos e deveres somente delas, não obrigam seus sócios ou seus acionistas. * Pessoa Jurídica de Direito Público; * Pessoa Jurídica de Direito Privado;
Pessoa Jurídica Despersonalização Porém, atualmente, existe a possibilidade de despersonalização da pessoa jurídica caso em que os sócios podem ser alcançados e responsabilizados por obrigações originariamente da pessoa jurídica.
Domicílio Local onde deve ser procurado o devedor, em qualquer questão jurídica. Sem domicílio, não há como iniciar uma ação civil, porque não há como citar o réu, dando-lhe d conhecimento do teor da acusação que sobre ele pesa.
Domicílio Domicílio da Pessoa Natural? Domicílio das Pessoas Jurídicas? Local de sua sede Filiais Domicílio especial
Interatividade Para o Direito Civil, a pessoa existe a partir de que momento? a) Desde a vida embrionária in vitro; b) Desde a concepção; c) A partir do nascimento, independente de ter respirado; d) A partir do nascimento com vida; e) N.D.A.
Dos Bens Dos Bens: Definição: É toda coisa, material ou imaterial, sobre a qual se possa ter algum direito jurídico e pode fazer parte de um determinado patrimônio. Espécies: Bens considerados em si mesmos Bens reciprocamente considerados
Dos Bens Dos Bens considerados em si mesmos Existem independente de qualquer outra coisa. Ex.: cadeira, livro. Bens Imóveis x Bens Móveis Imóveis o solo e tudo quanto se lhe possa incorporar natural ou artificialmente (art. 79, CC).
Dos Bens Móveis são os suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social (art. 82, CC).
Dos Bens Bens Fungíveis e Infungíveis Fungíveis os que possam ser substituídos por outro de mesma espécie, qualidade e quantidade (exemplos: saco de açúcar, dinheiro). i Infungíveis embora da mesma espécie, não podem ser substituídos por outros (exemplo: um cavalo de corrida).
Dos Bens Bens Divisíveis e Indivisíveis Divisíveis são aqueles que podem ser fracionados sem alteração de sua substância, diminuição considerável de valor ou prejuízo do uso a que se destina (exemplo: dinheiro) Indivisíveis são aqueles que não podem ser fracionados sem prejuízo de sua essência (exemplo: livro)
Dos Bens Dos Bens reciprocamente considerados Bens Principais são aqueles que existem por si só, abstrata ou concretamente. Exemplo: aquisição de um carro contendo Exemplo: aquisição de um carro contendo rádio. Carro principal. Rádio acessório).
Dos Bens Dos Bens reciprocamente considerados Bens Acessórios dependem do principal, sempre o acompanhando e deste fazendo parte. Exemplos: Benfeitorias.
Dos Bens Espécies de Benfeitorias: Necessárias conservação de um bem. Úteis melhoramento. Voluptuárias mero embelezamento.
Dos Fatos Jurídicos Fato todo evento natural ou provocado por ação humana. Fato Jurídico é todo aquele que interessa ao direito. Negócio Jurídico relações entre as pessoas, tanto em relação a bens quanto a direitos.
Dos Negócios Jurídicos Requisitos para validade de um Negócio Jurídico: Agente Capaz (personalidade + capacidade) Objeto Lícito, possível, determinado ou determinável Forma prescrita ou não defesa em lei.
Dos Negócios Jurídicos Agente Capaz Pessoa capaz para os atos da vida civil. Objeto Lícito É aquele que não foge à lei, que não a viola.
Dos Negócios Jurídicos Forma prescrita ou não defesa (proibida) em lei Todo negócio jurídico tem uma forma. Se a lei impuser forma especial, esta deverá ser atendida. Exemplo: compra de um imóvel à vista, deve ser documentada através da escritura pública. Se realizada por instrumento particular, não tem validade.
Dos Defeitos do Negócio Jurídico Existindo os seguintes defeitos, os negócios jurídicos tornam-se anuláveis. Erro ou Ignorância Dolo Coação Do estado de perigo Da lesão Da fraude contra credores
Dos Defeitos do Negócio Jurídico Erro ou Ignorância É a noção falsa sobre determinada coisa. Equivale à ignorância, que é o desconhecimento de determinada característica da coisa. Quando o erro é substancial, de forma a modificar a natureza do negócio, então esse erro anula o negócio.
Dos Defeitos do Negócio Jurídico Dolo Doloso é o ato que contém algum artifício com o qual se pretenda enganar alguém. Nesse caso só anula o negócio o artifício Nesse caso, só anula o negócio o artifício que modifique a natureza do negócio.
Dos Defeitos do Negócio Jurídico Coação É o constrangimento, é a violência física ou moral que impeça a ação livre de outra pessoa.
Dos Defeitos do Negócio Jurídico Do estado de perigo É o estado em que se encontra alguém que esteja premido da necessidade de salvar-se ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assumindo obrigação excessivamente onerosa. Ex.: cheque caução.
Dos Defeitos do Negócio Jurídico Da lesão Ocorre lesão quando alguém, sob forte necessidade ou por inexperiência, obrigase a alguma coisa manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
Dos Defeitos do Negócio Jurídico Da fraude contra credores Comete tal ilícito penal aquele que desfaz de seus bens, a título gratuito ou oneroso, estando já em estado de insolvência. Isso acontece quando alguém que se encontra com dívida vencida, para evitar o seqüestro ou arresto de seus bens, transfere-os a terceiros.
Da Prescrição Definição: perda do direito de agir em relação a um direito. Comprovantes de pagamento de tributos e de contas de serviços devem ser guardados por cinco anos. Se não formos cobrados por uma dívida no prazo de cinco anos, o credor perde o direito à cobrança dessa dívida.
Da Prescrição Os prazos de prescrição estão dispostos no Código Civil, nos artigos 205 e 206. Na falta de estipulação legal de prazo menor, ocorre a prescrição em dez anos.
Interatividade Leia o caso: João tem uma dívida de 10.000,00 com Alex e encontra-se inadimplente. Para evitar que Alex entre com pedido de penhora sobre seus bens, resolve doar para seus filhos. Qual dos defeitos jurídicos apresenta o caso em exame: a) Erro; b) Dolo; c) Coação; d) Lesão; e) Fraude contra credores;
Direito das Obrigações O Direito Obrigacional estuda a forma como se dá a relação entre credores e devedores. É direito de ordem pessoal, ou seja, diz respeito somente ao credor e ao devedor de determinada prestação a ser cumprida.
Direito das Obrigações As obrigações podem ser: De Dar (coisa certa ou coisa incerta) De Fazer (ou não fazer)
Das modalidades das Obrigações Obrigação de Dar ou de Restituir Dizem respeito a alguma coisa, algum objeto. Subdividem-se em: Obrigação de dar coisa certa (insubstituível) Obrigação de dar coisa incerta
Das modalidades das Obrigações Obrigação de Fazer Impõe uma ação ao devedor. Obrigação de Não Fazer O devedor obriga-se a não praticar alguma ação.
Classificação das Obrigações 1. Simples e Complexas Simples são as que encerram um fato ou uma coisa única. Complexas são aquelas que encerram mais de uma ação ou mais de um bem. Estas só se liquidam quando realizadas todas as prestações nelas estabelecidas.
Classificação das Obrigações 2. Cumulativas e Alternativas Cumulativas são aquelas em que as prestações se seguem, exigindo-se todas elas em uma seqüência. Alternativas são aquelas que, existindo mais de uma prestação, só se está obrigado a uma delas. Realizada uma, as outras são dispensadas ou extintas. A escolha cabe ao devedor.
Classificação das Obrigações 3. De resultado e de meio De Resultado são aquelas em que a prestação só gera direitos ao devedor, quando chegar a seu termo. (médico esteticista) De meio são aquelas em que o devedor se obriga a cumprir alguma prestação, sem garantir o resultado.
Classificação das Obrigações 4. Principais e acessórias Principais são aquelas que independem de qualquer outra. Acessórias tão logo termine a obrigação principal, fica extinta a obrigação acessória. Ex. Contrato de fiança.
Efeitos das obrigações Depois de constituídas, as obrigações passam a gerar efeitos e elas só podem ser exigidas após vencido o seu prazo para cumprimento. * Obrigações adimplidas; * Obrigações não adimplidas;
Adimplemento das Obrigações Pagamento Do lugar do pagamento (domc. devedor) Do tempo do pagamento Pagamento em consignação Pagamento em sub-rogação Dação em pagamento (concordância) Novação Compensação (débitos equivalentes) Confusão Remissão
Inadimplemento das Obrigações Mora (credor ou devedor) Das Perdas e Danos * Danos Emergentes * Lucros cessantes Juros moratórios e correção monetária; Da Cláusula Penal
Interatividade Caso: João contrata uma cirurgia de redução de estômago com o médico Paulo. A obrigação do Dr. Paulo pode ser classificada como: a) Fungível; b) Consumível; c) De meio; d) De resultado; e) N.D.A.
Dos Contratos Definição: São acordos de vontades, estabelecidos pelas partes que, voluntariamente, os aceitam e às suas cláusulas, e que venham a constituir, regular ou extinguir direitos. Requisitos: Agente capaz Objeto lícito Forma prescrita ou não defesa em lei.
Formas de Contratação 1. Tácito é o contrato em que a evidência gera a relação. (passageiro de ônibus) 2. Verbal é aquele em que as pessoas aceitam e concordam com os termos de forma verbal. Exige presença de testemunhas para confirmarem o que foi acertado. 3. Expresso contratação de forma escrita, expressa em termos. Forma mais conhecida, embora não mais usual.
Formas de Contratação 4. Formal forma que respeita determinações formais para sua validade. Contratos civis sempre foram, segundo a lei, acordo de vontade das partes, sem restrição legal. Inovação do Novo Código Civil: impõem aos contratantes a presunção de probidade e de boa-fé.
Classificação dos Contratos 1. Bilaterais ou Unilaterais Bilaterais ambas as partes têm deveres e direitos. Unilaterais apenas uma das partes tem deveres. 2. Onerosos ou Gratuitos Onerosos envolvem pagamento, ou seja, obrigações patrimoniais. Gratuitos somenteumadaspartestem tem obrigação patrimonial.
Classificação dos Contratos 3. Comutativos e Aleatórios Comutativos as partes recebem prestações equivalentes. Aleatórios uma das partes tem a sua prestação definida, mas a outra pode não ter prestação nenhuma a dar.
Classificação dos Contratos 4. Formais e Não Formais Formais decorrem de forma prescrita em lei. Se a lei estabelece que o contrato deva ser por escrito, assim deverá ser feito sob pena de não ser válido. Não Formais não dependem de nenhuma forma predefinida e nem de solenidades.
Classificação dos Contratos 5. Paritários ou de Adesão Paritários as partes comparecem com poderes iguais de deliberação sobre as cláusulas que as envolvem. As partes discutem, em pé de igualdade, todo o contrato e o aceitam. De Adesão contrato pré-elaborado por uma das partes em que a outra comparece somente com seu aceite, sem poder discutir as cláusulas que o caracterizam. (contr. De telefonia) * Cláusulas contraditórias;
Das várias espécies de Contratos De Compra e Venda Troca ou Permuta Doação Locação de coisas (fungíveis) Locação de bens imóveis Empréstimo (comodato não fungível; e mútuo) Prestação de Serviços Empreitada Mandato Outros Contratos Fiança Jogo e Aposta Seguro Transporte, entre outros
Direito das Coisas Parte do Direito Civil que trata da relação entre uma pessoa e determinado bem e as prerrogativas que se atribuem ao senhor dessa relação. Direito das Coisas é parte do direito que trata dos direitos reais. Pessoas senhoras de direito. Bens objetos de direito.
Direito das Coisas O Direito das Coisas pode ser classificado em: Direito Real sobre coisas próprias (Posse e Propriedade) Direito Real sobre coisas alheias De Gozo ou Fruição De Garantia Direito Real = poder de alguém usar de uma coisa, com exclusividade e contra todos.
Direitos Reais Sobre Coisas Próprias Propriedade Direitos Reais De fruição De Uso De Usufruto De Habitação Sobre Coisas Alheias De garantia Penhor Hipoteca Anticrese
Direitos Reais sobre coisas próprias Propriedade x Posse Propriedade (art. 1.228, CC) O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. É um direito sobre a coisa.
Direitos Reais sobre coisas próprias Exemplo: proprietário de uma casa. Normalmente é quem se utiliza dela, a aluga, a venda, ou a recupera. Posse (art. 1.196, CC) exercício pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Posse e Propriedade andam juntas mas não se confundem!
Direitos Reais sobre coisas alheias Direitos de Fruição ou Gozo É aquele que dá direito ao possuidor de tirar proveito da coisa possuída. São eles: Usufruto direito de usufruir de determinado bem. Uso direito de dispor da coisa. Habitação direito de moradia.
Direitos Reais sobre coisas alheias Direitos de Garantia O Senhor do direito real não pode dispor do bem, nem tirar proveito dele pois foi deixado em garantia a uma dívida. Penhor Hipoteca Anticrese
Direitos Reais sobre coisas alheias Penhor direito sobre bens móveis deixados em garantia. Transfere a posse? Hipoteca modalidade de garantia que recai sobre bens imóveis, embarcações e aeronaves. A posse não é transferida, permanecendo em poder do próprio devedor.
Direitos Reais sobre coisas alheias Anticrese espécie de contrato pelo qual o devedor entrega ao credor um imóvel, dando-lhe o direito de receber os frutos e rendimentos, como compensação da dívida.
Interatividade No que consiste um penhor? a) É obrigação de dar fungível; b) É obrigação de fazer podendo ser fungível ou infungível; c) É um bem móvel dado em garantia de pagamento de dívida; d) É um bem imóvel dado em garantia; e) N.D.A.
ATÉ A PRÓXIMA!