(Luiz Jorge da Gama Wanderley Junior e Dr. Paulo César Tavares de Melo)



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Transcrição:

PRODUÇÃO DE SEMENTES DE HORTALIÇAS EM CONDIÇÕES SEMI-ÁRIDAS NORDESTE DO BRASIL (Luiz Jorge da Gama Wanderley Junior e Dr. Paulo César Tavares de Melo) 1- CONSIDERAÇÕES INICIAIS A atividade de produção de sementes de HORTALIÇAS é uma das mais tecnificadas e importantes no agro negócio de uma maneira geral. Do mercado mundial de sementes, que é estimado em aproximadamente 30 bilhões de dólares, quase 10% (aproximadamente 2,4 bilhões de dólares) correspondem ao mercado de sementes de Hortaliças. O Brasil responde com menos de 4% do mercado mundial de sementes de Hortaliças. Entre as principais espécies comercializadas no país, estão o tomate, a cebola, o melão, a melancia e a cenoura. O total das vendas de sementes de hortaliças no Brasil, considerando o preço pago pelo agricultor, foi de cerca de U$78.019.056,96 em 2004, segundo dados da ABCSEM (Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas). Brasil: Mercado de sementes de hortaliças - 2004 ESPÉCIE VALOR (R$) VALOR (US$) Tomate 53.103.682,75 18311614,74 Cebola 37.267.884,74 12850994,73 Melão 20.423.029,00 7042423,79 Melancia 10.984.270,00 3787679,31 Cenoura 10.315.921,20 3557214,21 Pimentão 10.251.151,50 3534879,82 Repolho 8.998.281,25 3102855,60 Alface 7.500.000,00 2586206,89 Beterraba 6.315.224,20 2177663,51 Pepino 5.609.095,40 1934170,82 Couve-Flor 5.448.598,04 1878826,91 Abobrinha 5.004.555,00 1725708,62 Coentro 4.176.309,00 1440106,55 Outras 40.857.263,25 14088711,46 TOTAL 226.255.265,33 78019056,96 *Fonte: ABCSEM; preço pago pelo produtor em abril 2004. Cotação Dólar = R$ 2,90 Deste total de sementes comercializado no Brasil, embora a produção nacional tenha crescido bastante, a dependência das importações, seguramente ultrapassa os 60%. Isto se deve principalmente ao aumento do consumo de sementes híbridas, das quais o Brasil tem pouca

participação em termos de produção. Atualmente, temos uma tendência de aumento de importação de sementes, uma vez que o câmbio está favorável a importação. Quanto à produção de sementes de HORTALIÇAS no Brasil, ele se concentra principalmente nas Regiões Sul (Bagé e circunvizinhanças), Centro-Oeste e Nordeste (Vale do São Francisco, Bahia e Norte de Minas Gerais). A produção da Região Nordeste concentra-se, principalmente, na Zona Semi-Árida, nos Estados de Pernambuco, Bahia e o Norte de Minas Gerais. Os principais fatores que favorecem a esta produção de sementes no Semi-Árido do Nordeste são: - O CLIMA SEMI-ÁRIDO Estações de seca definidas: chuva concentrada em um só período / menor incidência de doenças Umidade relativa do ar de cerca de 50%. Temperaturas médias anuais relativamente elevadas, com períodos de temperaturas amenas, favorecendo o desenvolvimento da maioria das hortaliças (ABR/AGO). Insolação média de 2.800 horas por ano. Taxas Médias de evaporação de 2.000 mm/ano - NECESSIDADE DE IRRIGAÇÃO Estabilidade de produção, produtividade elevada e melhoria na qualidade das sementes. - FATORES ECONÔMICO-CULTURAIS Disponibilidade de Mão-de-obra. Áreas isoladas e com pouco cultivo de Hortaliças. 2- CARACTERIZAÇÃO DA PRODUÇÃO As principais espécies com potencial para produção de sementes no Nordeste do Brasil são: abóboras, alface, berinjela, cebola, coentro, feijão-vagem, melancia, melão, pepino, pimentão, quiabo e tomate, entre outras. Conhecer as características ambientais e programar a produção para aproveitar da melhor forma possível as condições ambientais é fundamental para o sucesso da atividade produtiva. O quadro abaixo apresenta as principais épocas de plantio, colheita e período provável que as sementes estarão no mercado para as principais espécies produzidas no Nordeste do Brasil, além das produtividades médias esperadas. ESPÉCIE / CULTIVAR PLANTIO COLHEITA ENTREGA PRODUTIVIDADE ESPERADA(Kg/há) SEMENTES ABÓBORA E MORANGA MAI/AGO SET/DEZ OUT/FEV 200-350

ALFACE ABR/MAI AGO/OUT NOV/DEZ 350-600 COENTRO ABR/MAI AGO/OUT NOV/DEZ 800-1200 FEIJÃO VAGEM ABR/MAI AGO/SET OUT/NOV 800-1200 MELANCIA MAI/AGO SET/DEZ NOV/FEV 100-350 MELÃO JUN / AGO SET/NOV NOV/JAN 300-400 PEPINO N ABR/JUL AGO/OUT NOV/DEZ 250-350 PIMENTÃO MAR/MAI AGO/OUT OUT/DEZ 150-350 QUIABO FEV/JUN JUL/NOV SET/FEV 800-1000 TOMATE MAR/MAI SET/OUT NOV/DEZ 105-300 3- HISTÓRICO A produção de sementes de Hortaliças no Nordeste do Brasil iniciou-se na década de setenta com a Empresa HORTICERES, do grupo Agroceres. Neste período, foram iniciados os primeiros teste de produção de sementes de Hortaliças no Município de Petrolina, estado de Pernambuco. Rapidamente, esta produção desenvolveu-se e a Horticeres instalou um escritório de produção em Petrolina e, posteriormente, uma UBS em Canudos-BA, no Projeto de Irrigação do Vaza Barris, administrado pelo DNOCS. A produção se estendeu também pelos municípios de Juazeiro-BA e Itiuba-BA. Em alguns anos, já na década de oitenta, a HORTICERES chegou a plantar cerca de 800 ha de hortaliças para semente por ano. Impulsionadas pelos bons resultados obtidos pela HORTICERES, mais duas empresas iniciaram a sua produção de semente em Petrolina: a Topseed, com sede no Rio de Janeiro e, posteriormente, a Agroflora, hoje Sakata, que ainda hoje mantém uma unidade de produção em Petrolina. Paralelamente a este trabalho da iniciativa privada, o IPA (Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária, iniciou, na década de setenta, as primeiras pesquisas para produção de sementes de cebola sob condição de vernalização artificial. Este trabalho alcançou grande sucesso e mudou a história da cebolicultura do Nordeste do Brasil. Hoje, entre produção de cooperados e associados, o IPA produz mais de 25 toneladas de sementes de cebola por ano. Além do mais, este trabalho estimulou o surgimento de pequenos produtores e até empresas especializadas em produção de sementes de cebola. Na década de noventa, foi fundada a Empresa Hortivale, com sede em Pombos-PE e Unidade de Produção em Petrolina. Esta empresa produz uma linha completa de Hortaliças e comercializa boa parte dela embalada em sua marca e também com a maioria das empresas de semente do Brasil. A produção se estende pelos municípios de Petrolândia, Cabrobó e Petrolina, no vale do São Francisco(PE) e nos municípios de Canudos, Itiuba, Jeremoabo, Barreiras e Bom Jesus da Lapa na Bahia. Atualmente, encontram-se produzindo sementes no Vale do São Francisco e Bahia a HORTIVALE e o IPA.

Nos últimos anos, a produção de sementes cresceu bastante no Norte do Estado de Minas Gerais, nos Projetos Jaíba e Gurutuba, onde as empresas FELTRIN, ISLA, SEMINIS, TOPSEED, TECNOSEED, SAKATA e HORTEC estão produzindo sementes. 4- PERSPECTIVAS FUTURAS: A Consolidação do NE como pólo produtor de sementes de Hortaliças no Brasil só se dará se houver uma reestruturação no setor. Neste contexto, a profissionalização e a organização da atividade será fator primordial. Além do Mercado Nacional, o grande foco deve ser o mercado mundial, uma vez que o grande mercado de sementes de Hortaliças está no exterior. O potencial do semi-árido do Brasil deve ser aproveitado para produção de algumas espécies visando-se abastecer o mercado mundial. Este desenvolvimento da atividade visando também a exportação pode acontecer em três caminhos distintos: produção de variedades OP, produção de sementes híbridas e produção de sementes no sistema orgânico. Em cada um deste segmento da produção de sementes, para que haja uma consolidação da atividade, torna-se necessário que se execute algumas ações, entre elas, podemos citar: PRODUÇÃO DE VARIEDADES OP Aumento da pesquisa em técnicas de produção visando aumentar a produção e qualidade das sementes. Desenvolvimento de pesquisas para produção de sementes de outras espécies de hortaliças em Micro-climas de Altitude. Entre elas, podemos citar: cenoura, salsa, beterraba, couve, rabanete, etc. Assistência técnica e difusão de tecnologia aos produtores de semente. Acesso ao crédito para financiamento da produção dos produtores cooperadores. Organização e Fiscalização da Produção pelo Ministério da Agricultura. Atestado de Origem e qualidade da semente, podendo-se um dia chegar a criar um selo de origem: SEMENTE PRODUZIDA NO NORDESTE DO BRASIL. Qualidade Fitossanitária dos produtos compatível com as exigências mundiais. PRODUÇÃO DE HÍBRIDOS Capacitação técnica do Agente Produtor, que deve procurar conhecer a produção em países que já tenham tradição na atividade. Desenvolvimento de pesquisas para produção de híbridos, bem como adaptação da produção de alguns países tradicionais para as nossas condições. Treinamento da mão-de-obra produtora. Acesso ao crédito para financiamento da produção dos produtores cooperadores, quando for o caso. Respeito e proteção dos materiais básicos (linhagens). Organização e Fiscalização da Produção pelo Ministério da Agricultura. Atestado de Origem e qualidade da semente.

Qualidade Fitossanitária dos produtos compatível com as exigências mundiais, atendendo aos requisitos fitossanitários de diversos países. PRODUÇÃO DE SEMENTES NO SISTEMA ORGÂNICO Desenvolvimento de pesquisas para criação de um sistema de produção de sementes orgânicas, adaptado para as condições semi-áridas. Treinamento da mão-de-obra produtora, que deve estar capacitada na produção de sementes e no cultivo orgânico. Acesso ao crédito para financiamento da produção dos produtores cooperadores, quando for o caso. Respeito as regras de cultivo orgânico. Associação com entidades de certificação de sementes orgânicas. Organização e Fiscalização da Produção pelo Ministério da Agricultura. Atestado de Origem e qualidade da semente. Certificação da semente produzida sob o sistema orgânico. Luiz Jorge da Gama Wanderley Junior HORTIVALE hortivale@uol.com.br Dr. Paulo César Tavares de Melo ESALQ pctmelo@esalq.usp.br