Letras e Artes. Manual Pedagógico de Experiência e Ação



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Transcrição:

Organizadores: Francisca Geane Albuquerque Francisco Vicente de Paula Júnior Franciclé Fortaleza Bento Manual Pedagógico de Experiência e Ação em Letras e Artes

Manual Pedagógico de Experiência e Ação em Letras e Artes Coordenação Editorial Maria Edinete Tomás Edição e Diagramação Gilberlânio Rios Capa Assessoria de Comunicação Institucional da UVA - ACMI Conselho Editorial Benedita Marta Gomes Costa Francisca Liciany Rodrigues de Sousa Margarida Pontes Timbó Maria Edinete Tomás Revisão de Texto Ângelo Bruno Lucas de Oliveira Cristiane Melo Nobre Teobaldo Campos Mesquita A exatidão das informações, os conceitos e opiniões emitidos neste livro são de exclusiva responsabilidade de seus autores. Todos os direitos reservados ao PIBID UVA 2013. Subprojeto de Letras 4

AUTORES André Luís Ferreira Antonia Andressa R. Martins Diana Kelly Alves de Oliveira Francisca Geane Albuquerque Francisca Vanuza Araújo Matias Francisca Aciza M. Vasconcelos Francisca Liliana Araújo Pereira Géssica Mota Santos Henrique Souza Nogueira João Batista Martins da Silva Maria Janaina Ximenes Sousa Maria Jéssica Melo de Sousa Maria de Lourdes Arruda dos Santos Maria Otilia Sales Trajano Valéria Araújo de Souza Valéria Maria Gomes Carneiro Tamires Marques Araújo

APRESENTAÇÃO O objetivo principal deste trabalho, de natureza coletiva, é compartilhar com os professores da escola pública sugestões de atividades e projetos de trabalho, já testados em sala de aula, em palestras e encontros pedagógicos. As propostas descritas podem ser aplicadas no ensino fundamental e no ensino médio e servem apenas como um modelo que pode ser adaptado conforme os objetivos, interesses e necessidades de cada um. O importante para nós é criar um ambiente propício ao aprendizado, visto que uma realidade escolar nem sempre é favorável, tendo que adaptar várias atividades aos mais diferentes tipos de estudantes e atender às sugestões de um mundo em constante processo de mudanças. Os organizadores

PREFÁCIO Na esteira do pensamento de Cora Coralina, deve-se sentir feliz quem consegue transferir o que sabe e aprender o que ensina. Creio que as dezoito propostas didáticas que compõem o Manual Pedagógico de Experiência e Ação em Letras e Artes refletem muito da riqueza que há na fala da ilustre poetisa goiana. Com base no título da obra, verifica-se que as propostas têm natureza pedagógica, comum ao fazer educacional, em cujo âmago se acha a transferência de saberes, princípios e valores culturais entre pessoas, entre gerações. Verifica-se também que tais propostas relacionam-se com experiência e ação envolvendo dois tipos de saberes que o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) nomeia como grande área de Linguística, Letras e Artes. Acresce-se que as experiência e ação das propostas aqui apresentadas apontam também para um dado contexto no qual se originaram: o Projeto de Iniciação à Docência Experiências Inovadoras entre Universidade e Escolas (PIBID UVA 2011), ao qual pertence o Subprojeto de Letras, responsável direto pela obra a que me refiro. Mas para se ter uma ideia mais clara sobre as propostas deste livro, creio ser ainda necessário dizer que o PIBID UVA 2011 desenvolve, sob os auspício do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência PIBID, iniciativa das mais felizes gerida, em primeira instância, pela Diretoria da Educação Básica Presencial (DEB), vinculada à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Recebeu a sigla PIBID UVA 2011 para designar o aludido Programa Federal, a Universidade Estadual Vale

do Acaraú (UVA), onde se ambienta, e o ano do edital no qual se originou. Os objetivos precípuos do PIBID relacionam-se diretamente com a qualificação do ensino público, daí porque estimula e promove maior interação entre cursos de licenciatura e escolas de educação básica. Assim o fazendo, possibilita a indissolubilidade entre teoria e prática na formação de professores. Eis porque o título desse Manual faz referência à experiência e ação. Isto é, as propostas didáticas aqui trazidas resultam de uma experiência concreta de seus autores, todos licenciandos, com as questões didático-pedagógicas vivenciadas no chão das escolas parceiras de Subprojeto de Letras. Traduzem desafios históricos e aprendizados significativos, que desejam ser socializados para contribuírem na busca coletiva de melhoria de uma nova Educação para um novo milênio. Felizes podem se sentir os autores e seus orientadores, os coordenadores e demais envolvidos no processo de elaboração desse Manual Pedagógico de Experiência e Ação em Letras e Artes pelas proposições didáticas aprendidas e ora mediadas, algumas de maneira ainda muito singela por representarem um estágio inicial de desenvolvimento da habilidade docente de seus autores. Maria Edinete Tomás Coordenadora Institucional do PIBID UVA 2011

SUMÁRIO I - CONTO...11 PROJETO 1: O QUE É O CONTO FANTÁSTICO?...11 OFICINA: O QUE É O CONTO FANTÁSTICO?...14 PROJETO 2: OFICINA DE CONTOS DE FADAS...17 PROJETO 3: LEITURA ATRAVÉS DE CONTOS...21 II - CRÔNICA...25 PROJETO 4: OFICINA DE CRÔNICA (UM SUBSÍDIO PARA O ENSINO DA LEITURA E DA ESCRITA)...25 III - ARTE...29 PROJETO 5: HISTÓRIA EM QUADRINHOS (HQS)...29 PROJETO 6 - A POESIA COMO RECURSO PARA A PRODUÇÃO TEXTUAL...33 PROJETO 7: TEXTO & MÚSICA - LEITURA, COMPREENSÃO E DEBATE...37 PROJETO 8: AS VANGUARDAS EUROPEIAS NAS ARTES VISUAIS...39 IV - TEXTOS PUBLICITÁRIOS E JORNALÍSTICOS...43 PROJETO 9: OFICINAS DE ESTUDOS DOS TEXTOS PUBLICITÁRIOS 43 PROJETO 10: ESTUDO, ANÁLISE E PRODUÇÃO DE TEXTOS JORNALÍSTICOS...47 PROJETO 11: JORNAL ESCOLAR MULTIDISCIPLINAR...57

PROJETO 12: O USO DA FERRAMENTA BLOG COMO DISSEMINAÇÃO DAS AÇÕES DO SUBPROJETO LETRAS- PIBID-UVA 2011...61 V - OUTROS OLHARES E AÇÕES...63 PROJETO EDUCACIONAL 13: O MUNDO MUDA PARA QUEM LÊ. EU JÁ LI. E VOCÊ?...63 PROJETO 14 : LEITURA DE OBRAS DA LITERATURA BRASILEIRA...67 PROJETO 15: ALCANÇA ENEM 2012...71 PROJETO 16: LABORATÓRIO DE REDAÇÃO (LABRE) IDEIAS E TEXTOS...75 PROJETO 17: LITERARTE - PORTAS ABERTAS PARA A LEITURA...77 PROJETO 18: PROPOSTAS INOVADORAS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA...81

I - CONTO PROJETO 1: O QUE É O CONTO FANTÁSTICO? ÁREA DE ATUAÇÃO: Língua Portuguesa NÍVEL: Ensino Médio DURAÇÃO: 240 minutos (dois encontros de 120 minutos). OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM; Despertar o interesse discente pela leitura de contos literários disponíveis na biblioteca da escola; Estimular a produção de texto escrito do público alvo com base no que for trabalhado na oficina. CONTEÚDO Leitura, escrita, o gênero conto fantástico. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA O professor deve fazer coleta prévia do material necessário ao trabalho didático da temática: vídeos, contos, músicas, slides. Iniciar a oficina levantando oralmente o que os presentes sabem a respeito de contos fantásticos, possíveis autores e obras. Aprofundar o assunto com exposição oral subsidiada por slides. Em seguida, apresentar dois contos, seja em vídeo, cópias escritas ou virtuais, para leitura coletiva e comentada, de modo que os participantes se familiarizem com o gênero e identifiquem suas principais características. Estas devem ser sistematizadas, disponibilizadas em sala de aula enquanto tais participantes são motivados a criar novos contos fantásticos inspirados em seus conhecimentos prévios, nos recursos empregados na aula e em sua própria criatividade. 11

Em outra ocasião, essa produção escrita pode ser processualmente qualificada pelos autores sob a orientação docente, para que possa ser socializada, seja por meio de exposição em varal, em jornal escolar ou mesmo em livreto impresso. MATERIAL UTILIZADO Recursos audiovisuais, como datashow, computador, slides, vídeos e ou cópias dos contos utilizados. AVALIAÇÃO O processo avaliativo da oficina envolverá dois momentos básicos. O primeiro focará o nível de interesse discente pelos assuntos tratados e propostas feitas pelos oficineiros facilitadores, ocasião em que serão empregados a observação direta e perguntas orais sobre aspectos tratados na oficina. No segundo momento, serão estudados a produção escrita dos estudantes e as respostas que derem ao questionário (anexo), ambos considerados parte da oficina. Ainda assim, é possível considerrar outros indicadores desde que se apresentem como significativos no comportamento discente. SÍNTESE DA ATIVIDADE REALIZADA NA ESCOLA Esta atividade foi executada na E.E.M. Dr. João Ribeiro Ramos, na cidade de Sobral-CE, e contemplou alunos dos 2º e 3º anos da respectiva escola no dia 5 de maio de 2012, no turno vespertino. Durante a oficina, os alunos tiveram a oportunidade de conhecer um gênero pouco explorado no ambiente escolar e produzir seus próprios contos. Foi claramente observável o interesse discente pelos assuntos tratados e pelas atividades propostas. O questionário confirmou as informações avaliativas do primeiro momento, pois grande parte dos alunos afirmou que a oficina e as produções ajudaram na organização das ideias e no incentivo à leitura. 12

Ao final do evento, muitos alunos se dirigiram à biblioteca e levaram para ler em casa livros direcionados ao gênero fantástico, fato identificado por diferentes facilitadores. A foto mostra a palestrante professora Ms. Edinete Tomás durante a palestra A origem dos contos de fadas. FONTES DE CONSULTA GAMA, Vanderney Lopes da. Impressões sobre o conto fantástico brasileiro. In: COLÓQUIO VERTENTES DO FANTÁSTICO NA LITERATURA, 1., 2009, Araraquara. Anais... Araraquara: Laboratório Editorial da Faculdade de Ciências e Letras, 2009. P. 1025-1037. GÉMES, Márton Tamás. O mundo como mistério em José J. Veiga. Para Mamíferos, Fortaleza: v. 3, p.78-83, 2011. NARVAES, Giuliarde de Abreu. Funções estruturais do conto maravilhoso em três contos de Os Cavalinhos de Platiplanto, de José J. Veiga. In: COLÓQUIO VERTENTES DO FANTÁSTICO NA LITERATURA, 1., 2009, Araraquara. Anais... Araraquara: Laboratório Editorial da Faculdade de Ciências e Letras, 2009. p. 553-570. TODOROV, Tzvetan. Introdução à Literatura Fantástica. São Paulo: Perspectiva, 2010. 13

ANEXO I OFICINA: O QUE É O CONTO FANTÁSTICO? Caro Estudante, Para concluirmos esta oficina, queremos saber sua opinião sobre o trabalho dos facilitadores, por isso lhe solicitamos que responda o questionário abaixo com muita sinceridade. 1ª Para você a oficina foi agradável ou não? Comente destacando o que você mais gostou. 2ª A oficina contribuiu para a sua formação? Por quê? 14

3ª Como você avalia os conhecimentos dos facilitadores acerca do tema da oficina: ( ) Excelente ( ) Razoável ( ) Bom ( ) Ruim 4ª Assinale a opção que melhor se refere à contribuição da oficina para a construção do seu conhecimento sobre o gênero fantástico: ( ) Excelente ( ) Razoável ( ) Bom ( ) Insuficiente 5ª Você gostou da palestra? E do palestrante? Comente. 6ª Dê sugestões para melhorar a palestra e a oficina: 15

PROJETO 2: OFICINA DE CONTOS DE FADAS DISCIPLINAS: Língua Portuguesa e Língua Inglesa e suas respectivas literaturas. PROFESSORES RESPONSÁVEIS: Professores de Língua Portuguesa e de Língua Inglesa. NÍVEL: Ensino Médio. DURAÇÃO: 150 minutos (três aulas de 50 minutos). OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Estimular a prática de leitura e compreensão de textos em sala de aula, ofertando oficinas que envolvam a interpretação e produção de textos, enfatizando em princípio o gênero contos de fadas; Motivar o interesse do aluno pela leitura; Realizar atividades de leitura em que o aluno possa atribuir sentido ao texto lido; Trabalhar com os contos de fada tradicionais, e em seguida confrontá-los com os contos de fada modernos; Orientar o aluno a produzir textos, tomando como base as novas escrituras dos contos de fadas na atualidade. CONTEÚDO Leitura e interpretação de textos. 17

DESCRIÇÃO METODOLÓGICA Bolsista orientando os alunos durante as discussões dos textos feitas em grupos. A oficina deve ser composta de três momentos. O primeiro objetiva aproximar os alunos do universo dos contos de fadas, através de suas origens, e consiste na apresentação de uma palestra intitulada A origem dos contos de fadas. Ao termino da palestra, os estudantes devem possuir uma visão diferenciada sobre esse gênero aparentemente ingênuo e infantil. No segundo momento, deve ser feita a leitura oral dos contos tradicionais Chapeuzinho vermelho e O patinho feio, a fim de não perder a essência do gênero, e em seguida os alunos deverão ser apresentados a alguns contos modernos baseados nos dois citados acima. Com a leitura e discussão dos contos, os alunos irão perceber que também podem criar, retratando histórias advindas de seu cotidiano e experiência. Num terceiro momento, deve ser trabalhada uma proposta de produção de texto, em que os alunos são orientados a escrever textos, à luz dos contos lidos e discutidos no decorrer das oficinas. 18

MATERIAL UTILIZADO data show; livros da biblioteca; textos; FONTES DE CONSULTA ASSIS, Machado de. Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1979. Disponível em: www2.uol.com.br/machadodeassis> Acesso em: 20 de setembro de 2006. CAMPOS, José Maria Moreira. Dizem que os cães veem coisas. Fortaleza: Edições UFC, 1987. GANCHO, Cândida Vilares. Como analisar narrativas. São Paulo: Ática,1998. SCLIAR, Moacyr. Contos Reunidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. TELLES, Lygia Fagundes. Antes do baile verde. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. 19

PROJETO 3: LEITURA ATRAVÉS DE CONTOS CONTANDO CONTOS E AUMENTANDO PONTOS DISCIPLINAS: Língua Portuguesa e Língua Inglesa e suas respectivas literaturas PROFESSORES RESPONSÁVEIS: Professores de Língua Inglesa e Língua Portuguesa NÍVEL: Ensino Médio DURAÇÃO: 150 minutos (três aulas) OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Estimular a leitura através da exploração de diferentes contos, possibilitando ao alunado a aquisição de competências leitoras; Realizar leituras críticas dos textos trabalhados; Oferecer a possibilidade de expandir o campo de experiência dos alunos, podendo estes estabelecer relações com outros mundos, personagens e diferentes modos de pensar; Levar o aluno a conhecer vários contos que falem de diferentes temas como: amor, problemas sociais, ética, família e outros; Reconhecer os elementos construtivos característicos do conto; Aumentar o índice de leitura dos alunos na biblioteca da escola; Debater os temas identificados nos textos. CONTEÚDO Leitura e interpretação do gênero literário conto DESCRIÇÃO METODOLÓGICA Durante a execução do projeto, propõe-se a seguinte sequência didática: 1- Antes da leitura: leitura preditiva sobre o titulo do conto; estudo do estilo do autor, exploração dos elementos da narrativa por meio de imagens, perguntas e comentários dos estudantes 21

2 - Durante a leitura: leitura silenciosa, e em seguida uma leitura dialogada, onde se discutem as temáticas. A compreensão do texto deve ser construída a partir das interpretações dos alunos 3 - Após a leitura: leitura coletiva do conto, e a seguir, propor aos alunos discussão de algumas questões referentes à compreensão geral do texto. Alunos durante a produção de contos de fadas. MATERIAL UTILIZADO Data-show, textos fotocopiados, slides, computador, quadro, pincel, livros do acervo da biblioteca escolar. 22

FONTES DE CONSULTA ASSIS, Machado de. Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1979. Disponível em: www2.uol.com.br/machadodeassis> Acesso em: 20 de setembro de 2006. CAMPOS, José Maria Moreira. Dizem que os cães veem coisas. Fortaleza: Edições UFC, 1987. FONSECA, Rubem. Passeio Noturno, Parte I e Passeio Noturno Parte II, in: 64 contos de Rubem Fonseca. São Paulo: CIA das Letras, 2004. GANCHO, Cândida Vilares. Como analisar narrativas. São Paulo: Ática,1998. SCLIAR, Moacyr. Contos Reunidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. TELLES, Lygia Fagundes. Antes do baile verde. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. 23

II - CRÔNICA PROJETO 4: OFICINA DE CRÔNICA (UM SUBSÍDIO PARA O ENSINO DA LEITURA E DA ESCRITA) ÁREA DE ATUAÇÃO: Língua Portuguesa. NIVEL: Ensino Médio DURAÇÃO: Cinco aulas. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Incentivar a leitura e a compreensão textual; Instigar a formação crítica e reflexiva do aluno; Promover um momento de interação através de uma leitura prazerosa e lúdica. CONTEÚDO Seleção de crônicas diversas, a critério do professor e dos alunos. Estudo e apresentação do gênero crônica: origem, características e função social. Apresentação dos cronistas escolhidos pelo professor e a turma. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA Inicialmente, o professor apresentará as características do gênero crônica e os escritores que foram escolhidos para o desenvolvimento das atividades. Como sugestão, o professor poderá levar vídeos adaptados ao gênero para uma discussão com a turma, na qual os alunos poderão identificar os elementos que constituem tal gênero a partir dos vídeos exibidos. Para o estudo das crônicas selecionadas é importante que o professor divida a sala em grupos. Cada grupo poderá ficar com uma crônica para realizar a leitura e abrir uma discussão com os colegas sobre a crônica lida, gerando, assim, uma interação entre os grupos. Para a etapa de produção, o professor poderá sugerir que os alunos 25

produzam seus textos a partir de trechos recortados das crônicas trabalhadas. MATERIAL UTILIZADO Data-show; slides; vídeos; pincéis e xérox. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO O professor poderá avaliar a oficina a partir das discussões levantadas pelos alunos, como também proporcionar um momento no qual os próprios alunos levantem os pontos positivos e negativos da oficina. A avaliação também pode ocorrer por meio da aplicação de questionário, na qual os alunos possam falar sobre a importância da oficina e do conteúdo estudado, além de constituir um espaço para os estudantes apresentarem sugestões. SÍNTESE DA ATIVIDADE REALIZADA NA ESCOLA Palestra O gênero Crônica ministrada pela professora e supervisora do Pibid Letras Liliana Araújo Pereira da Escola Estadual Ribeiro Ramos, Sobral CE. Oficina de crônica: um subsídio para o ensino da leitura e da escrita foi realizada na Escola de Ensino Fundamental e Médio Dr. 26

João Ribeiro Ramos com os alunos do 2º ano do turno da tarde. O cronista escolhido foi Luís Fernando Veríssimo, por ser um dos maiores cronistas do país. Foram selecionadas algumas de suas crônicas, dentre elas, A bola ; A foto ; A verdade ; Segurança ; Amigos e outras que tratam de assuntos do nosso cotidiano. Com base na avaliação realizada com os alunos, podemos dizer que eles gostaram da oficina, pois participaram das discussões comentando criticamente sobre os textos. FONTES DE CONSULTA ANTUNES, Irandé, 1937. Aula de Português: encontro & interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003. COUTINHO, Afrânio. A literatura no Brasil: Codireção Eduardo de Faria Coutinho. 7. ed.- São Paulo: Global, 2004. OLIVEIRA, João Batista Araújo de. CASTRO, Juliana Cabral Junqueira de. Usando textos na sala de aula: tipos e gêneros textuais. 3. ed. Ver. Brasília: Instituto Alfa e Beta, 2008. 27

III - ARTE PROJETO 5: HISTÓRIA EM QUADRINHOS (HQS) ÁREAS DE ATUAÇÃO: Língua Portuguesa, História e Artes. NÍVEL: Ensino Médio DURAÇÃO: 1h 40 min OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Despertar o interesse pela leitura; Instigar o pensamento reflexivo e crítico; Conhecer o gênero História em Quadrinhos ; Estimular a produção de HQs. CONTEÚDO Diversas histórias em quadrinhos com temáticas variadas. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA Inicialmente, o professor deverá selecionar histórias em quadrinhos que abordem temas diversos. Como sugestão, o professor pode preparar uma apresentação em slides que retrate o surgimento das histórias em quadrinhos, a definição e características do gênero e principais cartunistas, com o intuito de contextualizar o estudo sobre os quadrinhos. Se não for possível fazer os slides, o professor pode fazer uma coletânea impressa de HQs para leitura individual ou coletiva na sala de aula. Logo após a exposição, o professor pode exercitar o aprendizado com duas atividades: uma em grupo e outra individual. Na primeira produção os alunos participantes serão convidados a produzir uma HQ coletiva. Organizados em fila, o primeiro aluno da cada fila elaborará um quadrinho (desenho e texto) e passará ao seu colega de trás para que ele siga a mesma história produzindo outro quadrinho, 29

e assim até o último aluno da fila, que finalizaria a HQ. Na segunda, tendo em mãos HQs com balões sem fala, os alunos preencherão conforme sua criatividade os balões, criando sua própria história em quadrinhos. Por fim, pode ser feita a leitura das melhores histórias. MATERIAL UTILIZADO Recursos audiovisuais, como data-show e computador, folha em branco, lápis de cores, pincéis, régua e, gibis. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO A avaliação pode ocorrer com base na observação da participação dos alunos fazendo comentários e perguntas durante o desenvolvimento da oficina, como também na realização das atividades individuais e em grupo. A aplicação de um questionário também é importante para verificação do entendimento dos alunos e do nível de interesse deles durante o desenvolvimento da oficina. SÍNTESE DA ATIVIDADE REALIZADA NA ESCOLA Produção de um aluno 30

Alunos no momento da produção Esta atividade foi executada na E.E.M. Dr. João Ribeiro Ramos na cidade de Sobral CE e contemplou alunos do 2º ano mês de abril de 2012, no turno tarde. Na oportunidade, aconteceu uma palestra com um professor convidado, que contextualizou a história em quadrinhos. Logo após, tivemos a oficina com discussões sobre o conceito, características do gênero e o processo de criação do desenho e da história. Apresentamos os principais cartunistas do Brasil, como o Maurício de Souza e Ziraldo, e fizemos a leitura de algumas histórias em quadrinhos. Por fim, os alunos produziram histórias em quadrinhos utilizando o conhecimento adquirido com a realização da oficina. FONTES DE CONSULTA ALMEIDA, Paulo Nunes. Educação e Lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo: Loyola, 1998. EISNER, Will. Quadrinhos e arte sequencial. São Paulo: Martins Fontes, 1999. RAMOS, Paulo. A leitura dos quadrinhos. São Paulo: Contexto, 2010. VERGUEIRO, Waldomiro et al. Como Usar as Histórias em Quadrinhos na Sala de Aula. São Paulo: Contexto, 2005. 31

PROJETO 6 - A POESIA COMO RECURSO PARA A PRODUÇÃO TEXTUAL ÁREA DE ATUAÇÃO: Língua Portuguesa. NÍVEL: Ensino Fundamental II e Ensino Médio. DURAÇÃO: Cinco aulas. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Instigar os participantes à prática da criação poética, empreendida pela produção textual do gênero poesia; incentivar a leitura e a compreensão de textos poéticos; propiciar o contato e usufruto de alguns elementos do construto poético, fazendo atentar para as possibilidades de criação do gênero lírico. CONTEÚDO Apreciação de poemas e convite à produção poética. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA O professor coletará diversos poemas de acordo com sua predileção ou de seus objetivos temáticos, se optar pela restrição temática. Os poemas serão lidos e interpretados pelos participantes. O professor, durante a interpretação, abordará os aspectos estruturais e estilísticos utilizados pelo autor do poema analisado. O recurso som estéreo pode ser utilizado para reproduzir o áudio dos textos, assim como o computador para a exibição de vídeos. A abordagem dos aspectos estruturais é de função secundária; todavia, faz-se relevante para a compreensão do poema, sem mencionar que é um recurso empregado para atingir determinados efeitos de sentido, como ocorre nos poemas concretos. As figuras de linguagem, sobretudo a metáfora, devem ser enfocadas como preciosos recursos poéticos. O número de poetas e de poemas apresentados fica a critério do professor. Recomenda-se que o professor tenha conhecimento mínimo das características estilísticas dos poetas contemplados, 33

de forma a propiciar a interpretação dos textos de maneira mais satisfatória. Após a apreciação dos poemas e da abordagem dos recursos estilísticos, o professor destina um espaço para produção poética dos participantes; estes poderão usufruir de liberdade temática, ou ser instruídos a escrever sobre alguns dos temas identificados nos poemas lidos. MATERIAL UTILIZADO Recursos audiovisuais, como data-show, computador e som estéreo. Folhas de papel, lápis de cores (algumas pessoas costumam ilustrar os poemas). CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO O professor avalia a turma através da participação dos alunos na análise interpretativa dos poemas, assim como também avalia a partir da produção textual, que é o objetivo central. Uma resposta acerca do nível de aceitação da proposta pode ser obtida por meio da aplicação de questionário. Este instrumento coleta a avaliação dos partícipes sobre a constituição da aula, pelo nível de apreciação que alcançaram a partir dos poemas estudados, sobre os possíveis conhecimentos adquiridos e, sobretudo, pelo nível de contribuição para a escrita pessoal do texto poético. O questionário deverá conter um espaço dedicado a sugestões dos estudantes. SÍNTESE DA ATIVIDADE REALIZADA NA ESCOLA Esta proposta foi executada, em forma de oficina, na E.E.M. Dr. João Ribeiro Ramos, na cidade de Sobral-CE e contemplou alunos do 2º ano da respectiva escola, no mês de abril de 2012, no turno tarde. A oficina teve na abertura a presença da poetisa Camila Carvalho, que discorreu sobre alguns artifícios e peculiaridades do fazer poético. A avaliação por meio do questionário ratificou a aprovação dos estudantes em relação à proposta da oficina. Um dos partícipes, perguntado sobre a contribuição da oficina, respondeu: Sim, ela ampliou o meu ponto de vista, eu não gostava de poesia, agora gosto muito, e coletou a sugestão de outros que sugeriram a realização de um círculo de debates mais 34

concentrado em torno da poesia. Posteriormente, os melhores poemas produzidos na oficina foram recitados pelas próprios autores, em um evento artístico na escola. Alunos em momento de produção A flor... Tão bela é a flor, Tão fortes são seus espinhos. Porque me faz sofrer? Em vez de me passar carinho!? Singelo é o teu poder, Forte é o teu amor. Mas por que me faz sofrer, Minha bela flor? 35

Eu tenho um segredo, E vou lhes contar. Eu sempre amei a flor, E sempre irei amar. Poesia de Larissa de Albuquerque Soares, aluna do 2º ano B, do turno da manhã da Escola Prefeito Euclides CERE, em Sobral-CE FONTES DE CONSULTA GODINHO, Nelci Peripolli; SIBIN, Elizabete Arcalá (Orientadora). Poesia no ensino médio: em busca do prazer. Disponível em: http<www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/813-4. pdf>. Acesso em: 15 de março de 2012. GOLDSTEIN, N. Versos, sons, ritmos. 3. ed. São Paulo: Ática, 1986. MAIA, Angela Maria dos Santos. O texto poético: leitura na escola. Maceió; EDUFAL, 2001. MELLO, José Geraldo Pires de. Contemporaneidade e poesia. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, nº 19. Brasília, maio/junho de 2002, p. 21-41. Disponível em: http://www.gelbc. com.br/pdf_revista/1902.pdf. Acesso em: 18 de Março de 2012. 36

PROJETO 7: TEXTO & MÚSICA - LEITURA, COMPREENSÃO E DEBATE ÁREAS DE ATUAÇÃO: Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Sociologia, História e Artes. NÍVEL: Ensino Médio DURAÇÃO: Será a critério do professor, pois depende das temáticas sugeridas e das músicas selecionadas. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Promover a leitura e discussão de textos, através da interpretação e compreensão do gênero utilizado; oferecer subsídios para que os alunos desenvolvam suas habilidades argumentativas durante os debates a serem promovidos. CONTEÚDO Letras de músicas que permitam a discussão crítica de temáticas sociais. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA Inicialmente, o professor deverá selecionar letras de composições que abordem temas polêmicos, garantindo a compreensão por parte dos alunos e que promovam discussões. Em um segundo momento, o professor deverá pesquisar o áudio da música, vídeos, imagens e outros materiais que possam subsidiá-lo na abordagem da temática discutida. Como sugestão, o professor pode preparar uma apresentação de slides, utilizando imagens e vídeos para instigar os conhecimentos prévios dos alunos, antes mesmo de revelar a temática. Em seguida, a sala deverá ser organizada em círculos para leitura e debate das letras das músicas. MATERIAL UTILIZADO Recursos audiovisuais como data-show, computador e som estéreo; cópias das letras das músicas. 37

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO Verificação do nível de interesse e participação dos alunos nos debates através de perguntas discursivas e comentários sobre os assuntos discutidos ao final de cada encontro, e aplicação de uma avaliação geral sobre o projeto. SÍNTESE DA ATIVIDADE REALIZADA NA ESCOLA Esta atividade foi executada na E.E.M. Dr. João Ribeiro Ramos na cidade de Sobral-CE e contemplou alunos dos 2º e 3º anos da respectiva escola no mês de junho de 2012, no turno tarde. Foram trabalhadas músicas do cantor e compositor Gabriel O Pensador, dentre elas: Lôra burra, Bala perdida, Racismo é burrice e Sem saúde. O projeto foi bem recebido pelos estudantes, já que possibilitou discussões sobre temas que nem sempre são estudados nas disciplinas curriculares. Acerca desse aspecto um participante comentou que teve a oportunidade de aprender coisas importantes, que não são vistas na sala de aula e que o projeto foi uma maneira interessante de estudar português e ler textos. FONTES DE CONSULTA ANTUNES, Irandé, 1937. Aula de Português: encontro & interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003. BASTIAN, Hans Günther. Música na Escola: A contribuição do ensino da música no aprendizado e no convívio social da criança. São Paulo: Paulinas, 2009. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998. 38

PROJETO 8: AS VANGUARDAS EUROPEIAS NAS ARTES VISUAIS ÁREA DE ATUAÇÃO: Língua Portuguesa, Literatura, História, Sociologia e Artes NÍVEL: Ensino Médio. DURAÇÃO: 4 semanas OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Apresentar uma proposta teórica e metodológica para o ensino de Arte e Literatura por meio das Vanguardas Europeias, considerando uma alternativa eficaz e atrativa, proporcionando ao aluno do ensino médio uma aprendizagem diversificada e interativa. CONTEÚDO Estudo baseado em pesquisa teórica e de campo das correntes Vanguardas Europeias nas Artes Visuais: Futurismo, Expressionismo, Cubismo, Dadaísmo e Surrealismo, bem como dos grandes pintores das artes visuais que influenciaram a Semana da Arte Moderna no ano de 1922. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA Os conhecimentos serão aplicados através da prática, quando os alunos deverão montar quebra-cabeças, interpretar, produzir poema, desenhar etc. No final, cada equipe fará exposição das suas produções. A oficina seguirá as seguintes etapas: O grupo Dadaísmo, composto por até seis alunos, deverá produzir um poema aleatório, método utilizado pelos poetas dadaístas para composição de poemas. O material utilizado por este grupo será: jornais, tesouras, colas, cartolina e saco plástico. O processo de criação do poema se dará da seguinte maneira: os membros do grupo cortarão diversas palavras dos jornais, a seguir colarão estas palavras aleatoriamente na cartolina, concluindo um poema aleatório. No final devem mostrar se o poema revelou algumas sequências de palavras em frases coerentes. 39

O grupo Futurismo, composto por até seis alunos, utilizará três obras futuristas de Filippo Marinetti. Os alunos deverão recortar e depois montar um quebra-cabeça de forma a exercitarem a imagem em movimento, característica da vanguarda em questão. Os materiais utilizados: cartolina, tesouras, colas e imagens impressas de obras futuristas. O grupo Surrealismo, composto por até seis alunos, deverá produzir imagens a partir do inconsciente. Todos os participantes foram solicitados a imaginar uma imagem e reproduzir esta para uma folha de papel ofício. Após o procedimento de criação de imagem a partir da fantasia, os participantes organizarão todas as cinco imagens em uma cartolina, formando assim uma só imagem, representando o devaneio e a loucura no processo de criação do Surrealismo, vanguarda que tinha como objetivo não seguir nenhuma estrutura coerente. O grupo Expressionismo, composto por até cinco alunos, elaborará um cartaz colocando palavras-chave sobre as expressões destacadas nas obras Tropical e A boba de Anita Malfatti. No cartaz intitulado: O que expressou, os alunos deverão expor o que cada obra observada representa. O material utilizado: uma cartolina, duas obras surrealistas, tesouras, pincéis, cola, folha de papel ofício. O grupo Cubismo, composto por até cinco alunos, montará uma imagem utilizando formas geométricas (ícones, cilindros, pirâmides, esferas, prismas). Cada participante ficará responsável por desenhar uma forma geométrica em uma folha de papel ofício. Os participantes colarão as peças geométricas em uma cartolina, formando uma imagem. O material utilizado por este grupo será: cartolina, lápis, pinceis, colas e tesouras. 40

Alunos em momentos de produção CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO A interação entre os discentes junto ao corpo docente. As obras elaboradas pelos discentes (se condiz com o movimento abordado). O desempenho dos discentes no decorrer das atividades às quais os mesmos foram submetidos. MATERIAL UTILIZADO Grupo Dadaísmo: jornais, tesouras, colas, cartolina e saco plástico. Grupo Futurismo: cartolina, tesouras, colas e imagens impressas de obras futuristas. Grupo Surrealismo: uma folha de papel ofício, uma cartolina, lápis. Grupo Expressionismo: cartolina, duas obras surrealistas, tesouras, pincéis, cola, folha de papel ofício. Grupo Cubismo: cartolina, lápis, pinceis, colas e tesouras. 41

SÍNTESE DA ATIVIDADE REALIZADA NA ESCOLA Este evento foi promovido nos meses de abril e maio de 2012 com o objetivo de servir de orientação teórica e metodológica no ensino de leitura para alunos do ensino médio da Escola CERE parceira do PIBIB-CAPES- 2011. O estudo pretende contribuir e facilitar o trabalho docente no que se refere ao ensino de Arte e Literatura. Assim, visamos o reconhecimento, por parte dos educandos, sobre as correntes das Vanguardas Europeias, como também seus principais representantes nas artes visuais que influenciaram a Semana da Arte Moderna de 1922. Por meio das atividades propostas o aprendiz torna-se capaz de reconhecer as correntes das Vanguardas Europeias, bem como, de forma interativa, aprender as características que norteiam suas telas. Sabe-se que a arte tem uma função tão importante quanto a dos outros conhecimentos no processo de ensino e aprendizagem. A execução da oficina As vanguardas Europeias nas artes visuais promovida pelo projeto do PIBID- 2011 foi muito gratificante não só para educadores, mas também para os educandos que foram beneficiados pelo projeto. FONTES DE CONSULTA BUNZEN, Clecio; MENDONÇA, Márcia (org.) Português no ensino médio e a formação do professor. São Paulo: Parábola, 2006. TEIXEIRA, Níncia Cecília Ribas Borges (org.). Língua Literatura, Ensino: convergências e aproximações. Guarapuara: Unicentro, 2009. TELES, Gilberto Mendonça. Vanguarda Europeia e modernismo brasileiro. 11. ed. Petrópolis: Vozes, 1992. 42

IV - TEXTOS PUBLICITÁRIOS E JORNALÍSTICOS PROJETO 9: OFICINAS DE ESTUDOS DOS TEXTOS PUBLICITÁRIOS INTRODUÇÃO Este trabalho surgiu a partir do Projeto de Modalidades de Uso de Atividades Extras: Atividades práticas, culturais e formativas, intitulado de O mundo muda para quem lê: Eu já li, e você?. O motivo que serviu como ponto para o surgimento deste projeto de ensino foi constatar as dificuldades de leitura e o desinteresse dos alunos pela mesma, pois o presente projeto busca promover a leitura e a produção de diferentes textos publicitários e informativos. Desse modo, criar um anúncio publicitário é uma tarefa que exige técnica, arte, imaginação, criatividade e muita ousadia. Assim sendo, propor aos alunos a realização de uma Oficina Criativa sobre anúncios publicitários relativos ao lançamento de um produto essencial para todos os consumidores é possibilitar-lhes desenvolver competências e habilidades no âmbito da leitura e escrita. Nesta perspectiva, entender que ela (a leitura) está inserida nos diversos meios é tentar explicar aos alunos quais as funções ideológicas e intencionais envolvidas em um texto, procurando mostrar os diferentes valores nos discursos e a influência na vida das pessoas. Assim, estes gêneros (publicitário e jornalístico) podem ser trabalhados nas disciplinas Língua Portuguesa e Língua Inglesa. Professores responsáveis: Docentes de Língua Portuguesa e Língua Inglesa Nível: ensino médio Duração: 50 minutos OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM Desenvolver e aprimorar a Língua Portuguesa, estimulando nos alunos a criatividade, percepção, habilidades sociodiscursivas e 43

ideológicas, a partir dos diferentes gêneros publicitários (anúncio, propaganda, outdoors etc.), observando os diferentes contextos comunicativos para que eles, os alunos, percebam a importância da leitura na vida humana através da criação (produção) desses textos publicitários, bem como a função discursiva e ideológica presente. CONTEÚDO O que é o gênero publicitário; Estrutura e análise dos gêneros anúncio, propaganda, outdoors; Produção Textual a partir destes Gêneros. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA Alunos durante ofi cina de produção de jornal As atividades, no geral, estão mais voltadas para a produção de textos (produção de anúncios, placas de rua e outdoors), permitindo um maior destaque para os textos publicitários. A metodologia sugerida para este projeto é o trabalho em equipes, conforme mencionada a seguir: os alunos são organizados 44

em grupos. Em seguida, é distribuído para eles o texto sugerido abaixo. Assim, os facilitadores podem fazer uma leitura dialogada acerca do texto publicitário, junto com os alunos, procurando esclarecer as dúvidas apresentadas por eles. A seguir, tem-se o modelo desta temática: TEXTO PUBLICITÁRIO Texto: Estrutura de Anúncios Publicitários Título: Geralmente é bastante criativo e atraente, baseado em um jogo de palavras carregadas de linguagem conotativa, justamente com o intento de atrair o consumidor. Imagens: As mais inusitadas possíveis, dispostas de forma a chamar a atenção de acordo com as características do produto anunciado. Corpo do texto: Nesta parte é desenvolvida a ideia sugerida no título, com frases curtas, claras e objetivas, adequando o vocabulário aos interlocutores destinados. Identificação do produto ou marca: funciona como uma assinatura do anunciante. Ocorre também de aparecer o slogan junto à marca anunciada, para dar mais ênfase à comunicação. Certos slogans são de nosso conhecimento, como por exemplo: TIM - Viver sem Fronteiras. Em seguida, solicita-se aos alunos que leiam as descrições abaixo relativas ao produto a ser criado. Descrições do Produto; exemplos: 1º: É um produto essencial para todos os consumidores. 2º: É um produto que tem demanda garantida de 6 bilhões de consumidores em toda a face da terra. 3º: É um produto com grande valor agregado e muita inteligência aplicada. 4º: Um produto que é considerado nobre em todo o mercado mundial. 5º: É único e não tem concorrência. 45

MATERIAL UTILIZADO Livros didáticos e paradidáticos, textos diversos, jornais, revistas, modelos de anúncios, cartolina, cola, quadro, pincel, etc. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO O ato avaliativo pautou-se no seguinte: avaliação oral acerca das atividades desenvolvidas pelos alunos, criação e imaginação das ideias elaboradas e sistematizadas quanto ao trabalho produzido pelos alunos. RESULTADOS OBTIDOS A partir das oficinas de textos publicitários que foram propostos, percebeu-se que os alunos demonstraram uma grande dificuldade em termo de produção, pois se observou a ausência de leitura e, consequentemente de má escrita. Contudo, destacou-se a função e a importância ao se produzir um anúncio e como se deve produzir. Não obstante, os alunos produziram os mais diversos tipos de anúncios (placa de rua, outdoors, propaganda, etc.) e puderam assimilar tanto a teoria como a prática. Após estas atividades de produção de texto, os discentes elogiaram as atividades propostas, e assim estabeleceu-se, também, o contato em grupo e a própria discussão das ideias acerca desta proposta, o que por sinal foi muito significante. FONTES DE CONSULTA BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso. In: Estética da Criação Verbal. 3 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997 BRASIL. MEC, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio: Língua Portuguesa. Secretaria de Ensino Médio. Brasília: MEC/SEF, 2001. MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção Textual, Análise de Gêneros e Compreensão. 3. ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2009. 46

PROJETO 10: ESTUDO, ANÁLISE E PRODUÇÃO DE TEXTOS JORNALÍSTICOS INTRODUÇÃO A oficina Produção de textos jornalísticos nasceu do Projeto de modalidades de uso de atividades extras: atividades práticas, culturais e formativas O mundo muda pra quem lê. Eu já li. E você? Este evento foi promovido pelo PIBID-2011, na escola Prefeito José Euclides CERE, em Sobral-CE, nos meses de abril e maio do ano 2012. O projeto tinha como intuito a orientação teórica e metodológica para o ensino de leitura e produção de texto nas turmas do ensino médio. Sabemos que a leitura e a produção de texto são de grande importância na vida dos indivíduos, pois ambas constituem fontes inesgotáveis de prazer e interação constante com o mundo. As práticas da boa leitura e da produção de texto de qualidade possibilitam, respectivamente, uma melhor compreensão da realidade e produz uma participação social mais efetiva. As práticas pedagógicas de língua materna têm sido alvo de uma constante preocupação. Afinal, muitas são as dificuldades dos alunos no que diz respeito ao desenvolvimento da proficiência em leitura e compreensão de texto. No entanto, não podemos esquecer que é papel da escola como um todo tornar nossos alunos capazes de utilizar a linguagem como instrumento de aprendizagem, sabendo fazer uso de informações contidas nos textos, bem como conhecer e analisar criticamente os usos da língua como veículo de valores e preconceitos de classe, credo, gênero ou etnia. Ao inserirmos a diversidade de gêneros nas práticas didáticas, colocamos o aluno em contato com gêneros textuais que são produzidos fora da escola, em diferentes áreas de conhecimento, para que eles reconheçam as particularidades do maior número possível destes gêneros e possam preparar-se para usá-los de modo competente quando estiverem em espaços sociais não escolares. Disciplinas: Língua Portuguesa e Língua Inglesa. 47

Professores responsáveis: docentes da área de Língua Portuguesa e Língua Inglesa Nível: ensino médio Duração: 50 minutos OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM Conhecer o processo de análise, estudo e produção do jornal impresso, suas características, especificidades e situações de uso, a fim de desenvolver no aluno o gosto pela leitura e a própria produção de texto. Conteúdo: Definição do gênero jornalístico Estrutura e análise dos gêneros notícia, reportagem etc. Fatores que influenciam nos gêneros jornalísticos Função discursiva e social que estes gênero apresentam Produção Textual a partir destes gêneros específicos. MATERIAL E MÉTODOS Alunos durante ofi cina de produção de jornal 48

O presente projeto, baseado em atividades práticas e teóricas, toma como foco de produção o gênero jornalístico, por exemplo: notícia, reportagem, entrevistas, notas, artigos de opinião, editorial, carta do leitor, charge, cartum e outros, distribuídos em textos informativos e opinativos. Mas utilizaremos aqui somente o gênero notícia, pois é um elemento diariamente presente em nossas vidas. Como material serão utilizados jornais, revistas, folhas de papel oficio, lápis, caneta e borracha. A oficina seguirá as seguintes etapas: primeiro promoveremos discussões sobre temas sociais atuais; logo após os alunos deverão criar textos jornalísticos a partir de acontecimentos ocorridos na sua comunidade, na escola etc. À medida que os alunos forem produzindo, os facilitadores deverão orientar os discentes no tocante às estruturas do texto jornalístico, especialmente a notícia. O mediador deverá propor ao aluno a revisão do texto, indicando o que se deve eliminar e o que mudaria na produção da notícia. Após a produção do texto jornalístico, cada equipe deve socializar as informações sobre o que foi produzido. Por fim, os mediadores deverão fazer uma seleção das melhores notícias e publicar no jornal escolar, incentivando-os a produzir textos. RESULTADOS E DISCUSSÕES Muitos textos jornalísticos despertam o interesse do leitor por apresentarem fatos novos ocorridos na sociedade, em todos os seus segmentos. Nesse sentido, Souza (2002, p. 57) diz: Por dar prioridade aos fatos sociais que ocorrem em determinada sociedade, o jornal constitui excelente material didático para o ensino de leitura e a produção de texto. Por esses e outros fatores, o jornal se transforma numa ponte entre os conteúdos teóricos dos programas escolares e da realidade social. Segundo os PCN (2008) Ler criticamente e escrever com qualidade são condições para uma educação libertadora, para a verdadeira ação cultural que deve ser implementada nas escolas. Um leitor competente é 49

alguém que, por iniciativa própria, é capaz de selecionar, dentre os textos que circulam socialmente, aqueles que podem atender a uma necessidade sua. O aluno-leitor, através do contato direto com os variados gêneros textuais, adquire habilidades complexas, fazendo-o pensar em sociedade. Após propor essas oficinas, bem como a socialização destas ideias em grupos, o resultado, sem dúvida alguma, é muito positivo. Isso porque no decorrer das produções, os alunos aprendem a selecionar, organizar e registrar informações nesse processo de construção do texto. Como material teórico, os alunos identificaram os recursos de texto informativo, como título, subtítulo, imagens, legendas, parágrafo etc. O nosso projeto procurou promover maior proximidade do aluno com o veículo jornal, incorporar novos conhecimentos via leitura de matérias jornalísticas e incentivar a prática da reflexão, comparação, análise, síntese e conclusão das informações e conhecimentos adquiridos. RESULTADOS OBTIDOS A oficina propôs, sobretudo, explorar a diversidade textual, aproximar o aluno das situações originais de produção dos textos não escolares, como a produção de textos jornalísticos. Essa aproximação proporcionou condições para que o aluno compreendesse como nascem os diferentes gêneros textuais, apropriando-se, a partir disso, de suas peculiaridades. E trabalhar com um gênero midiático (texto jornalístico, no caso, a notícia) permitiu ainda a articulação das atividades entre as áreas de conhecimentos diversos, contribuindo diretamente para o aprendizado significativo de prática de leitura, produção e compreensão textual. 50

FONTES DE CONSULTA BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso. In: Estética da Criação Verbal. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997 BRASIL. MEC, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio: Língua Portuguesa. Secretaria de Ensino Médio. Brasília: MEC/SEF, 2001. MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção Textual, Análise de Gêneros e Compreensão. 3. ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS-PCN: Língua Portuguesa. Secretaria de Educação Fundamental: MEC, 2008. SOUZA, Lusinete Vasconcelos de. Gênero jornalístico no letramento escolar inicial. In Ângela Paiva Dionísio, Anna Raquel Machado e Maria Auxiliadora (orgs). Gêneros Textuais e Ensino. 2. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. p 57. ANEXOS GÊNERO TEXTUAL: NOTÍCIA CONCEITO A palavra notícia vem do latim nova. Charnley a define como a informação corrente dos acontecimentos do dia, posta ao alcance do público. A notícia é a matéria prima e base do jornalismo. É dela que surgem as mais diversas matérias, independentemente de ser um jornal impresso, rádio ou televisão. CARACTERÍSTICAS DA NOTÍCIA A notícia é o gênero jornalístico básico. A sua razão de ser é a razão dos fatos. Normalmente é curta, e a notícia se caracteriza, também, pelo fato de ser um texto de caráter informativo do domínio da Comunicação Social. Caracteriza-se pela atualidade dos fatos, objetividade, brevidade e interesse geral. Visa a chamar a atenção dos leitores sobre assuntos diversos. Relata, por vezes, situações pouco 51

habituais. É redigida em terceira pessoa e procurar enfocar uma informação de modo objetivo, claro e direto, sem procurar descrever ou detalhar os fatos no geral. A ESTRURA DA NOTÍCIA Cabeça (ou lead): Assunto que será abordado e no qual se resume o que aconteceu. Deve ser expressivo para chamar a atenção do que aconteceu. Corpo da notícia: Ocorre o desenvolvimento da notícia, onde se faz a descrição pormenorizada do que aconteceu e se procura responder as perguntas essenciais: quem? o quê? onde? quando? porque?, etc. A NOTÍCIA... Pode ter conotações diferenciadas, justamente por ser excepcional, anormal ou de grande impacto social, como acidentes, tragédias, guerras e golpes de Estado. Notícia tem valor jornalístico apenas quando os fatos acabaram de acontecer, ou quando ainda não foram noticiados por nenhum veículo. A notícia se constitui pela busca do novo, inédito. Como exemplo, citemos o fato histórico das eleições de 2010, no Brasil, em que houve a vitória da candidata petista Dilma Roussef, primeira presidente do Brasil. FATORES QUE INFLUENCIAM NA QUALIDADE DA NOTÍCIA Novidade: Dever conter informações novas e atualizadas. Proximidade: Deve propiciar uma aproximação com o leitor, despertando interesse e implicando na vida do leitor. Tamanho: Dependendo do tamanho (grande ou pequeno), deve ser centrado no assunto, procurando prender os leitores nas informações transmitidas. Relevância: Notícias devem ser importantes, ou, pelo menos, significativas. Acontecimentos banais, corriqueiros, geralmente não interessam ao público. 52

FUNÇÃO SOCIAL DO GÊNERO NOTÍCIA A notícia, enquanto gênero discursivo, visa a propiciar o desenvolvimento do leitor crítico exigido pela nova ordem social e tem o objetivo de despertar um fato novo, onde exista interação com o outro, no sentido autor-texto-leitor. Sob tal aspecto, Cunha (2005) postula que os gêneros da mídia têm sido objeto de inúmeras descrições nos últimos 20 anos, com grande diversidade de enfoques em função do instrumental teórico adotado. A escola passou a estudá-los como o objetivo de formar leitores críticos e construtores de diversos textos que circulam na sociedade. É importante ressaltar o fato de que a notícia, como qualquer outro instrumento ideológico, busca persuadir, convencer, minimizar, provocar, denunciar e irritar as diversas camadas e posições da sociedade. Marcondes Filho complementa: Notícia é a informação transformada em mercadoria com todos os seus apelos estéticos, emocionais e sensacionais; para isso a informação sofre um tratamento que a adapta às normas mercadológicas de generalização, padronização, simplificação e negação do subjetivismo. Além do mais, ela é um meio de manipulação ideológica de grupos de poder social e uma forma de poder político. A seguir, temos exemplos de notícias extraídas de revistas, sites e jornais. TEXTO 1 O assassinato de Isabella Nardoni Ontem, dia 29 de março (sábado), às 23h30, Isabella Nardoni caiu do sexto andar sobre o gramado em frente ao prédio onde morava. A menina chegou a ser socorrida, mas morreu pouco depois. O pai da menina e a mulher foram à delegacia, onde disseram que alguém jogou Isabella do sexto andar, mas não sabem quem foi. (HTTP://g1.globo.com/Notícias/SaoPaulo/LA.html) 53