Usos não anestésicos da Máscara Laríngea



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Usos não anestésicos da Máscara Laríngea Medicina de Emergência A intubação traqueal (IT) é o melhor método de proteger a via aérea durante a ressuscitação cardiopulmonar (RCP), porém é um procedimento que necessita de treinamento intenso. No início do atendimento de uma RCP, a ventilação é em geral realizada com máscara facial e é freqüentemente insatisfatória. Outros dispositivos têm sido utilizados para manter a via aérea em RCP. O obturador esofágico (OE) foi largamente utilizado, mas a ventilação é impossível se o OE for inserido na traquéia 1,2. A ventilação pode também ser inadequada pela dificuldade de adaptação da máscara facial, ocasionando vazamento. Há relatos de trauma ao esofágico, estômago e traquéia com o OE. O Combitube esôfago traqueal (CET) tem sido recomendado para RCP e apresenta vantagens sobre o obturador esofágico: a movimentação cervical não é necessária para sua inserção e possibilita a ventilação estando na posição esofágica ou traqueal 3,4. O Combitube é apresentado em 2 tamanhos e não pode ser inserido se o paciente estiver com reflexos laríngeos presentes ou se tiver menos de 1,5m de altura. O correto posicionamento do Combitube pode ser difícil de ser determinado acarretando hipóxia. Como os outros dispositivos supraglóticos para o manuseio de via aérea, a exata localização do Combitube não é garantida 5,6. O uso da Mascara Laríngea (ML) na emergência foi primeiramente descrito por Brain em 1984 7, mas um protótipo de ML foi utilizado pela primeira vez (Londres, 1983) por uma enfermeira na unidade de terapia intensiva do Hospital St. Andrews para ressucitar um paciente que sofreu uma parada cardíaca. As vantagens da ML são a relativa facilidade na inserção e ausência de risco de intubação esofágica ou bronquial. Todavia, o risco de aspiração e a dificuldade de se alcançar altas pressões de ventilação são relativamente indefinidas nestes pacientes. Estas limitações indicam que a ML deve ser um dispositivo temporário e não um substituto para o tubo traqueal (TT). Uma comparação dos diferentes dispositivos para o manuseio da via aérea é apresentada na tabela 1.

Tabela 1 Comparação de equipamentos de emergência para o controle da via aérea. Descrição M L T T M F C E T O E Facilidade de uso +++ + ++ + + Proteção contra aspiração + +++ 0 ++ ++ Drenagem segura do conteúdo gástrico 0 +++ 0 ++ ++ Ventilação eficiente quando inserido as cegas na traquéia NA +++ NA Sim Não Ventilação eficiente quando inserido as cegas no esôfago NA Não NA Sim Sim Requer ajuste perfeito da máscara facial Não Não Sim Não Sim Tamanhos pediátricos Sim Sim Sim Não Não Estabilidade cardiorespiratória +++ + +++ + + Guia para intubação traqueal Sim NA Não Não Não Facilidade de ventilação ++ +++ + ++ + Risco de trauma + ++ + ++ ++ NA = não aplicável ML = mascara laríngea, TT = tubo traqueal, MF = mascara facial, CET = combitube esôfago traqueal, OE = obturador esofágico. Três estudos demonstraram que profissionais sem treinamento inserem a ML mais rapidamente e com maior confiabilidade do que um tubo traqueal 8,9 e dois estudos indicaram que a ML proporciona melhor ventilação do que o conjunto máscara facial e balão autoinflável 10,11. Pennant e Walker mostraram que a média de tempo para se conseguir uma adequada ventilação foi de 38 segundos com a ML e 88 segundos com o tubo traqueal 8. Dados interessantes foram publicados por Reinhart e Simmons onde profissionais da saúde que já tinham uma pequena experiência com intubação traqueal inseriram a ML e obtiveram ventilação eficiente mais rapidamente e com maior confiabilidade do que com tubo traqueal nos mesmos pacientes anestesiados 12.

No trabalho de Hayes e McCarrol, profissionais da saúde não anestesistas obtiveram sucesso na primeira inserção da ML com intervalo de tempo de 25 segundos em 80% dos casos, e que a ventilação era superior ao sistema mascara facial/balão 11. Estudos de intubação traqueal por paramédicos treinados mostraram que houve sucesso em 90% dos casos 13,14 mas Stewart e colaboradores publicaram que somente 50-60% dessas intubações foram na primeira tentativa 15. A maioria das complicações foram relacionadas às prolongadas tentativas de intubação traqueal e intubação esofágica o que sugere que a ML deva ser uma alternativa na obtenção de via aérea para paramédicos e equipes médicas de ambulância. A profundidade em que esse dados são aplicáveis em situações clinicas de manutenção da via aérea na emergência, onde pacientes apresentam risco de aspiração e freqüentemente apresentam patologia pulmonar, têm sido questionada 16. Entretanto, há evidencias de estudos em campo onde a ML teve seu papel na RCP. Grenthan e colaboradores treinaram 30 profissionais de equipe de ambulância no uso da ML e 233 inserções foram realizadas em um período de 12 meses 17,18. A ML proporcionou via aérea efetiva em 90% dos pacientes com nível de coma suficiente para comprometer a permeabilidade da via aérea. Um estudo multicêntrico demonstrou que depois de um programa de treinamento, enfermeiras obtiveram expansão torácica satisfatória com a ML em 86% dos casos durante RCP 19. Em 7% destes, a subseqüente intubação traqueal por um anestesiologista se mostrou difícil e a ventilação continuou com a ML. Houve um caso de aspiração que deve ter ocorrido no momento da parada. O intervalo entre a parada cardíaca e a inserção da ML foi de 2,4 minutos. Kokkinis publicou um trabalho em que houve 49 inserções de ML com sucesso em 50 pacientes durante RCP no ambiente intra-hospitalar por anestesiologistas em especialização 20. Pollanda e colaboradores mostraram o uso com sucesso da ML em 28 de 32 pacientes que necessitaram de RCP 21. Verghese e colaboradores analisaram o sucesso no controle da via aérea por não anestesiologistas, em um hospital de 407 leitos durante dois anos e os resultados demonstraram que a sobrevida aumentou após a introdução da ML 22. Um estudo de seguimento confirmou estes dados 23. O Ministério da Saúde japonês aprovou o uso da ML por paramédicos, durante a RCP, em fevereiro de 1992 e o primeiro simpósio mundial de ML no atendimento préhospitalar ocorreu em maio de 1993. Em 1996, a ML foi incluída no protocolo do European Resuscitation Council para o controle de via aérea e ventilação durante a ressuscitação 24. A ML já tem seu papel bem definido nas situações de via aérea difícil, sendo considerada a primeira escolha nos casos não intubo-não ventilo 25. Myles publicou um caso de impossibilidade de intubação traqueal no qual a ML foi um dispositivo salva vidas e facilitou a subseqüente traqueostomia percutânea 26. Aye e Milne publicaram um trabalho com uso de ML, no departamento de emergência, proporcionando suporte ventilatório temporário em uma paciente com trauma, obesa, micrognata, pescoço curto e com sangramento nasofaringeo 27. Muitos autores consideram que a ML deva ser a opção de preferência em relação à cricotireoidostomia de emergência 26-29, a qual é tecnicamente mais difícil, um procedimento mais demorado e é associado a índice de sobrevivência menor que 50% 30,31. Na Austrália e Japão a Máscara Laríngea já é usada regularmente pelas equipes de ambulância no atendimento pré-hospitalar 32. É possível que a ML tenha seu papel na sala de emergência nos casos suspeitos de trauma cervical, pois pode ser inserida com a cabeça na posição neutra 33-38.

Lições que podemos tirar dos estudos multicêntricos 19,39,40 : 1. enfermeiros podem ser treinados para a inserção da ML e se tornam entusiastas, 2. é essencial organizar um programa de treinamento, 3. não deve ser permitido o uso da ML por pessoal não treinado, 4. tempo significativo pode ser salvo para se iniciar uma ventilação efetiva quando a ML é utilizada por enfermeiros em RCP no ambiente intra-hospitalar, 5. a ML é um substituto da máscara facial, não do tubo traqueal. Assim que houver profissional habilitado para a intubação traqueal, decidir se a ML será substituída pelo TT. 6. a freqüência de intubação difícil é maior após parada cardiorespiratória do que na sala cirúrgica. Warnick propõe que o treinamento do Suporte Básico da Vida para o pessoal da enfermagem deva incorporar o uso precoce da ML 41. Curry sugere as situações onde é recomendado o uso da ML: 1. paciente inconsciente mas respirando, quando não é recomendado (na ausência de um anestesista) o uso de bloqueador neuromuscular para permitir a intubação traqueal e a intubação nasal às cegas não é uma alternativa apropriada, 2. quando tentativas de intubação traqueal falharam (falhas de 30 a 40% não são incomuns entre paramédicos), 3. nas situações onde o acesso ao paciente é limitado e o posicionamento apropriado para a intubação traqueal é impossível, 4. quando o trauma facial causa distúrbios anatômicos que dificultam a intubação traqueal 42. Transporte de pacientes Tem sido proposto que a Máscara Laríngea deva estar disponível para as equipes de transporte aereomédico 43. A perda do controle da via aérea acarreta enormes dificuldades, até com profissionais experientes. Mesmo um paciente já intubado pode apresentar um problema relacionado ao tubo traqueal e urgentemente necessitar de outro método para o controle da via aérea 44,45. Acesso restrito, movimento constante e ruídos podem tornar a intubação traqueal ou a ventilação com máscara facial não só difícil mas impossível. Tamanhos apropriados de ML devem estar disponíveis no material de via aérea durante o transporte de pacientes críticos. Brimacombe publicou o uso da Máscara Laríngea durante o transporte aéreo de um neonato 43. Referências 1. Don Michael TA, Gordon AS. The oesophageal obturator airway: a new device in emergency cardiopulmonary resuscitation. Br Med J, 1980;281:1531-1534. 2. Tunstall MF, Geddes C. Failed intubation in obstetric anaesthesia. An indication for use of the Esophageal Gastric Tube Airway. Br J Anaesth, 1984;56:659-661. 3. Frass M, Frezner R, Zdrahal F, et al. The esophageal tracheal combitube: preliminary results with a new airway for cardiopulmonary resuscitation. Ann Emerg Med, 1987;16:768-772. 4. Wissler RN. The esophageal-tracheal combitube. Anaesth Rev, 1993;20:147-152. 5. Brimacombe J, Berry A. The oesophageal tracheal combitube for difficult intubation. Can J Anaesth, 1994;41:656-657.

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