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RECURSO ESPECIAL Nº RJ (2003/ )

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Dados Básicos. Ementa. Íntegra. Fonte: Tipo: Acórdão STJ. Data de Julgamento: 19/03/2013. Data de Aprovação Data não disponível

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Transcrição:

RECURSO ESPECIAL Nº 661.022 - RJ (2004/0097417-1) RELATOR RECORRENTE RECORRIDO : MINISTRO CASTRO FILHO : MOSTAERT - PUBLICIDADE E PROMOÇÕES LTDA : RUI ARMANDO VILLAR E OUTRO : BANCO BRADESCO S/A : MARCELO FONTES CÉSAR DE OLIVEIRA E OUTROS EMENTA RECURSO ESPECIAL VIOLAÇÃO POR ATO DE LEI LOCAL - SÚMULA 284/STF - DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO COMPROVADO - PREQUESTIONAMENTO - AUSÊNCIA - SÚMULAS 282 E 356/STF - REVISÃO PROBATÓRIA - SÚMULA 7/STJ. I - A ausência de indicação do ato de governo local contestado em face de lei federal, nos termos da alínea "b" do permissivo constitucional, implica deficiência de fundamentação, o que atrai à incidência do enunciado 284 da Súmula do Supremo Tribaunal Federal. II - O dissídio jurisprudencial não restou comprovado nos termos exigidos pelos artigos 541, parágrafo único, do Código de Processo Civil, e 255, parágrafo 2º, do Regimento Interno desta Corte. III - O prequestionamento, entendido como a necessidade de o tema objeto do recurso haver sido examinado pela decisão atacada, constitui exigência inafastável da própria previsão constitucional, ao tratar do recurso especial, impondo-se como um dos principais requisitos ao seu conhecimento. Não examinada a matéria objeto do especial pela instância a quo, incidem os enunciados 282 e 356 da Súmula do Supremo Tribunal Federal, por analogia. IV - O tribunal de origem decidiu com base nas provas apresentadas. Rever o posicionamento implicaria reexame do conjunto fático-probatório, o que é inadmissível, devido ao óbice do enunciado 7 da Súmula desta Corte. Recurso especial não conhecido. Documento: 646361 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 23/10/2006 Página 1 de 8

ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da TERCEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, não conhecer do recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Humberto Gomes de Barros e Ari Pargendler votaram com o Sr. Ministro Relator. Impedido o Sr. Ministro Carlos Alberto Menezes Direito. Ausente, justificadamente, a Sra. Ministra Nancy Andrighi. Sustentou oralmente pelo Recorrido, Dr. Wagner Rossi. Brasília, 12 de setembro de 2006(Data do Julgamento) MINISTRO CASTRO FILHO Presidente e Relator Documento: 646361 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 23/10/2006 Página 2 de 8

RECURSO ESPECIAL Nº 661.022 - RJ (2004/0097417-1) RELATOR RECORRENTE RECORRIDO : MINISTRO CASTRO FILHO : MOSTAERT - PUBLICIDADE E PROMOÇÕES LTDA : RUI ARMANDO VILLAR E OUTRO : BANCO BRADESCO S/A : MARCELO FONTES CÉSAR DE OLIVEIRA E OUTROS RELATÓRIO O EXMO. SR. MINISTRO CASTRO FILHO(Relator): Trata-se de recurso especial interposto pela MOSTAERT - PUBLICIDADE E PROMOÇÕES LTDA., com fulcro nas alíneas 'a', 'b', e 'c', do permissivo constitucional, contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, assim sumariado: "EMBARGOS INFRINGENTES. DIREITO AUTORAL. USO DE IDÉIAS. PEDIDO DE INDENIZAÇÃO. Embora sejam criações do espírito, as idéias não ensejam direitos de propriedade ou de exclusividade. Em conseqüência, o fato de alguém utilizar idéia desenvolvida por outrem, por si só, não constituindo violação às regras de direito autoral, não configura ato ilícito, que dá origem ao direito de indenização. Recurso provido, para que prevaleça a sentença que desacolheu o pedido." Em suas razões recursais, a recorrente sustenta violação aos artigos 122 c/c 130 da Lei nº 5.988/73 (Estatuto dos Direitos Autorais); 7º, inciso I, da Lei nº 9.610/98 e 186 do Código Civil. Afirma que houve equívoco ao considerar a idéia da autora, ora recorrente, como idéia vulgar, quando, na verdade, cuida-se de idéia exteriorizada e, portanto, protegida pelo direito autoral. Contra-razões às fls. 406/413. É o relatório. RECURSO ESPECIAL Nº 661.022 - RJ (2004/0097417-1) Documento: 646361 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 23/10/2006 Página 3 de 8

RELATOR RECORRENTE RECORRIDO : MINISTRO CASTRO FILHO : MOSTAERT - PUBLICIDADE E PROMOÇÕES LTDA : RUI ARMANDO VILLAR E OUTRO : BANCO BRADESCO S/A : MARCELO FONTES CÉSAR DE OLIVEIRA E OUTROS VOTO O EXMO. SR. MINISTRO CASTRO FILHO(Relator): De início, não restou demonstrado pela parte recorrente qual o ato do governo local teria sido julgado válido em face de lei federal, razão pela qual não se pode conhecer do recurso especial pelo artigo 105, inciso III, alínea "b", da Constituição Federal. Incidência do enunciado 284 da Súmula do Supremo Tribunal Federal. Pela alínea 'c', melhor sorte não socorre à recorrente, porquanto, em que pese a afirmação de dissídio jurisprudencial, há necessidade, diante das normas legais regentes da matéria (art. 541, parágrafo único do CPC c/c o art. 255 do RISTJ), de confronto, que não se satisfaz com a simples transcrição de ementas ou inteiro teor de votos, sendo necessário mencionar as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados, comprovando a equivalência fática, o que não ocorreu no presente caso. Passo a análise, em conseqüência, do recurso pela alínea 'a'. Na origem, a recorrente propôs demanda onde buscava a reparação de danos materiais e morais decorrentes da indevida utilização de obra intelectual, qual seja, um projeto de captação de poupança compulsória por um prazo de 12 meses, através de compras efetuadas pelo cartão 'POUPE CARD'. A autora asseverou que o réu, Banco Bradesco S/A, apropriou-se de Documento: 646361 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 23/10/2006 Página 4 de 8

sua idéia, ao implantar o sistema de captação de poupança doze anos, após a apresentação, a ele, pela recorrente, de seu projeto, já referido, sem nada lhe pagar. declaração, assim concluiu: O acórdão dos infringentes, integrado pelo dos embargos de "Faz-se oportuno, de início, esclarecer, que a idéia em questão diz respeito à elaboração de um sistema bancário, através do qual conceder-se-ia um desconto de 10% do valor das compras realizadas com o cartão 'ELO', representado por depósitos em conta-poupança, para beneficiar os usuários que pagassem pontualmente as faturas do cartão de crédito referido. Como já se disse, essa idéia, e não há divergência sobre isso, é fruto de inspiração da embargada. Porém, não há, nos autos, prova de que a mesma tenha sido exteriorizada em uma obra intelectual ou projeto da mesma. Não há notícia de que a embargada tenha feito qualquer estudo de viabilidade técnica ou financeira sobre o assunto. Os documentos de fls.30/46, ao contrário do que sustenta a embargada, não configuram um projeto ou a idéia reclamada (...) No exame desta questão, por outro lado, não há como se abandonar ou flanquear os preceitos e regras jurídicas específicas e inerentes ao Direito Autoral, porque é dele que trata a controvérsia. (...) Na doutrina e na jurisprudência, referente à propriedade intelectual, não há discrepância: não há propriedade ou exclusividade de idéias. Sendo criações de espírito, uma vez concebidas, passam a fazer parte do patrimônio comum da humanidade, como corretamente foi acentuado pela ilustre e honrada prolatora da sentença, baseada nas lições do festejado mestre português José Oliveira Ascensão. Pois bem, em sendo assim, parece óbvia a conclusão. Porque, se todos concordam que a autora é apenas dona de uma idéia e se a idéia não é protegida como obra intelectual, a sentença que desacolheu os pedidos de indenizações é correta e, em conseqüência, deve prevalecer, já que na espécie não há ato ilícito a se examinar." Documento: 646361 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 23/10/2006 Página 5 de 8

Quanto aos artigos 122 c/c 130 da Lei nº 5.988/73, é de se assinalar que a tese recursal não foi apreciada pelo tribunal de origem. Falta, pois, prequestionamento, requisito imprescindível à apreciação do recurso. Com efeito, o prequestionamento, entendido como a necessidade de o tema objeto do recurso haver sido examinado pela decisão atacada, constitui exigência inafastável da própria previsão constitucional, ao tratar do recurso especial, impondo-se como um dos principais pressupostos ao seu conhecimento. Não basta à parte discorrer sobre os dispositivos que entende afrontados. Não debatida pela instância ordinária a matéria objeto do especial, e não constando dos embargos declaratórios a referida tese recursal, incidem os enunciados 282 e 356 da Súmula do Supremo Tribunal Federal, por analogia. Por outro lado, a Lei nº 9.610/98 considera obras intelectuais protegidas "as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro." (art.7º). No artigo 8º da referida lei está dito que não são objeto de proteção como direitos autorais "as idéias... ou o aproveitamento industrial ou comercial das idéias contidas nas obras" (incisos I e VI). Quanto ao tema, a propósito, é de se transcrever DEISE FABIANA LANGE, (O Impacto da Tecnologia Digital sobre o Direito de Autor e Conexos, Editora Unisinos, 1996, pág. 21), que aborda o assunto com clareza meridiana: "Para que a obra mereça proteção, é necessária sua exteriorização, isto é, que seja expressada de alguma forma, pois a simples idéia, conjectura ou pensamento que não chega a ser exposto, apresentado de algum modo, está fora do âmbito de proteção desse direito. Necessariamente a obra terá que ser original, o que não quer Documento: 646361 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 23/10/2006 Página 6 de 8

dizer nova. A novidade não é interessante ao Direito Autoral, mas, sim, a forma com que a obra é exteriorizada.". Direito Autoral: No mesmo sentido concluiu a 1ª Câmara do Conselho Nacional de "Idéias, sistemas e métodos não constituem obras intelectuais protegidas pelo Direito Autoral, porquanto a criação do espírito objeto da pretensão legal é aquela de alguma forma exteriorizada. Assim, obra intelectual protegível, o sentido que lhe dá o art. 5º da Lei nº 5.988/73, é sempre a forma de expressão de uma criação intelectual e não as idéias, inventos, sistemas ou métodos." (CNDA, Brasília, 1984, Deliberação nº 41/83, Processos 440/82; 40/83 e 438/82. Relator Conselheiro Manoel Joaquim Pereira dos Santos). Ademais, o tribunal estadual entendeu que não há nos autos qualquer prova de que a idéia do autor se exteriorizou, portanto, não está protegida pela legislação autoral. Rever este posicionamento é inviável no estreito âmbito do recurso especial, razão pela qual aplica-se, também à espécie, o enunciado 7 da Súmula desta Corte. Por todo o exposto, não conheço do recurso, mantida a ressalva quanto à terminologia. É como voto. MINISTRO CASTRO FILHO Relator Documento: 646361 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 23/10/2006 Página 7 de 8

CERTIDÃO DE JULGAMENTO TERCEIRA TURMA Número Registro: 2004/0097417-1 REsp 661022 / RJ Números Origem: 200302232802 200313508088 200313706856 4501 80882003 970011239514 PAUTA: 05/09/2006 JULGADO: 12/09/2006 Relator Exmo. Sr. Ministro CASTRO FILHO Ministro Impedido Exmo. Sr. Ministro : CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro CASTRO FILHO Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. FRANCISCO DIAS TEIXEIRA Secretária Bela. SOLANGE ROSA DOS SANTOS VELOSO RECORRENTE RECORRIDO AUTUAÇÃO : MOSTAERT - PUBLICIDADE E PROMOÇÕES LTDA : RUI ARMANDO VILLAR E OUTRO : BANCO BRADESCO S/A : MARCELO FONTES CÉSAR DE OLIVEIRA E OUTROS ASSUNTO: Civil - Direito Autoral - Violação - Indenização Pelo Recorrido, Dr. Wagner Rossi. SUSTENTAÇÃO ORAL CERTIDÃO Certifico que a egrégia TERCEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Turma, por unanimidade, não conheceu do recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Humberto Gomes de Barros e Ari Pargendler votaram com o Sr. Ministro Relator. Impedido o Sr. Ministro Carlos Alberto Menezes Direito. Ausente, justificadamente, a Sra. Ministra Nancy Andrighi. Brasília, 12 de setembro de 2006 SOLANGE ROSA DOS SANTOS VELOSO Secretária Documento: 646361 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 23/10/2006 Página 8 de 8