PROJETO DE PARTICIPAÇÃO NA. 11ª EDIÇÃO DO Prêmio Conservação e Reuso da Água

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Transcrição:

PROJETO DE PARTICIPAÇÃO NA 11ª EDIÇÃO DO Prêmio Conservação e Reuso da Água

Sumário 1. Objetivos e justificativa do projeto... 2 2. Processo industrial... 2 3. Serviços... 4 3.1. Processo de lingotamento... 4 3.2. Processo Caster... 5 3.3. Produção de Vergalhão... 5 3.4. Processo de Placas... 5 3.5. Processo de Tarugos... 5 4. Descrição do projeto... 6 4.1. Gestão de recursos hídricos nas unidades de Fundição... 6 4.2. Monitoramento sistemas críticos... 7 4.3. Revitalização de parâmetros de qualidade de água e monitoramento dos parâmetros físico químico online para toda unidade produtiva... 7 4.4. Interligação de sistemas e reuso de efluentes na Lingoteira 1... 9 4.5. Mudança de tecnologia de refrigeração das tampas dos fornos de fusão...10 4.6. Redução do consumo de água desmineralizada e produtos químicos nos sistemas dos laminadores Casters...11 4.7. Programa de educação ambiental e campanhas de conscientização...13 5. Resultados obtidos...15 6. Anexos...18 7. Declaração de Concordância...25 1

1. Objetivos e justificativa do projeto O projeto de gestão de recursos hídricos nos processos produtivos de Fundição da - CBA objetiva a redução no consumo de água nova da Unidade, reutilizando os efluentes gerados e buscando novas tecnologias para modernizar e otimizar o consumo de água. A incentiva os seus empregados a buscarem opções sustentáveis para realizar suas atividades, diminuindo o consumo de recursos renováveis ao mesmo tempo em que aumenta sua eficiência. A sustentabilidade do negócio alumínio é intrínseca aos processos de produção e uma das metas globais do Planejamento Estratégico é aumentar a eficiência hídrica e reduzir o consumo de água nova no processo. 2. Processo industrial A - CBA, empresa do grupo Votorantim, dedica-se à produção e metalurgia do Alumínio e suas ligas para diversos segmentos da indústria, tais como: transportes, bens de consumo, embalagens e construção civil. A Unidade de Alumínio, localizada no estado de São Paulo, é uma das únicas plantas do mundo a atuar de forma integrada na produção de alumínio, pois atua desde o processamento do minério de bauxita, para a obtenção do óxido de alumínio (Refinaria de Alumina), passando pela fabricação de alumínio primário através do processo de redução eletrolítica (Salas Fornos), fabricação de produtos fundidos (Fundição) como lingotes, tarugos, vergalhões, chapas e placas até a produção de produtos transformados (Transformação Plástica) como folhas e perfis naturais, anodizados ou pintado para os mais diversos segmentos da indústria. A Figura 1 ilustra, de maneira esquemática, os processos e produtos associados à empresa. 2

Figura 1: Ilustração esquemática de processos e produtos associados à fabricação do alumínio da CBA. Atualmente a - CBA é uma das maiores unidades produtoras de alumínio primário no Brasil, sendo parte integrante dos resultados obtidos pelo segmento que, apesar das reduções de produção, confirmam o Brasil como oitavo produtor mundial do metal, com uma produção nacional de 772 mil toneladas de alumínio primário no ano de 2015 segundo a ABAL (Associação Brasileira de Alumínio). Para manter e consolidar sua posição no mercado, constantemente são realizadas melhorias técnicas dos processos. Dentre estas, encontram-se grandes projetos que, por meio de processos mais eficazes, diminuem o consumo energético, consumo de água e 3

recursos naturais, geração de resíduos, emissões atmosféricas entre outros impactos socioambientais associando assim, o aumento de produtividade, os princípios de Sustentabilidade da Organização. 3. Serviços Em sua operação, as plantas fabris de fundição demandam elevado consumo de água potável, seja em seus sistemas de resfriamento, em função da necessidade de solidificar o metal líquido, ou mesmo como insumo de produção. No processo de solidificação de metal, a água entra em contato direto ou indireto com o produto final do processo de fundição e refusão, portanto os controles de consumos e de qualidade da água são fundamentais para a qualidade do produto. Nas plantas de fundição da - CBA, basicamente a água é utilizada em 5 processos distintos: lingotamento, caster, vergalhão, placas e tarugo. a b c d e Figura 2: a) Placas. b) Lingotes. c) Tarugo. d) Vergalhão. e) Caster. Produtos de alumínio fabricados no processo de Fundição da CBA. 3.1. Processo de lingotamento A produção de lingotes na - CBA é continuo e consiste na solidificação do metal líquido em um produto semiacabado no formato de lingote, por meio da troca térmica entre o alumínio líquido em seu molde e a água. 4

3.2. Processo Caster O processo Roll Caster utiliza a tecnologia de laminação a frio para a produção de chapas, por isso a água desmineralizada é fundamental em três etapas: refrigeração dos cilindros Caster - com contato indireto com o alumínio, perda de calor nas torres de refrigeração e troca térmica com as unidades hidráulicas do equipamento. 3.3. Produção de Vergalhão A produção de vergalhão consiste basicamente em tracionar o alumínio através de uma matriz cônica, por meio da aplicação da tensão de tração a uma extremidade. Desta forma, reduz-se o diâmetro do material, aumentando simultaneamente o seu comprimento. A água é utilizada em três processos distintos: resfriamento do metal com contato direto, formando uma barra de alumínio; resfriamento do vergalhão utilizando-se emulsão na proporção de 14% de óleo e 86% água; e nas torres de resfriamentos para manter unidades hidráulicas e ativos estáveis em térmica. 3.4. Processo de Placas No processo de placas, o alumínio liquido é vazado em moldes e o resfriamento se dá por troca térmica diretamente com a água. Neste processo, as torres de refrigeração são mais robustas para atender a quantidade de água utilizada e a variação de temperatura (resfriamento da água utilizada no processo). 3.5. Processo de Tarugos Na fundição, o processo de fabricação de tarugos é similar ao de placas, utilizando-se água diretamente no metal líquido para seu resfriamento. As torres de refrigeração são essenciais para a perda de calor e ajuste das propriedades químicas para a reutilização da água em vários ciclos do processo. 5

Figura 3: Sistemas de refrigeração que mantem o controle de temperatura dos diversos ativos destinados à fundição de alumínio 4. Descrição do projeto Inicialmente, foi criado o Comitê de Águas, formado por representantes de todos os processos da Fundição, cujo objetivo é levantar os controles existentes e verificar as oportunidades de melhoria nos processos de produção com foco na excelência operacional. Além da otimização dos processos, o comitê abordou, em conjunto com o departamento de Meio ambiente da Unidade, outros temas de conscientização em relação ao uso da água. O trabalho gerou demandas ousadas e quebra de paradigmas técnicos e operacionais nas rotinas fabris, trazendo resultados concretos em redução de consumo de água nova, melhoria na gestão dos recursos hídricos, utilização de água de reuso, engajamento das comunidades envolvidas e redução de perdas liquidas nos sistemas. 4.1. Gestão de recursos hídricos nas unidades de Fundição A atuação do Comitê de Águas buscou avaliar os consumos e aplicações da água nas máquinas e processos de forma minuciosa, para então reavaliar os indicadores existentes para cada processo produtivo com foco nas oportunidades de recuperação e reuso, redução de vazões e otimização das torres de resfriamento. 6

4.2. Monitoramento sistemas críticos Foi estabelecido monitoramento 24h das máquinas que possuem alto impacto no consumo de água, com alarmes e mensagens aos responsáveis dos processos informando eventuais desvios. Esta sistemática foi fundamental para a tratativa dos periféricos de controle, além de possibilitar ações preventivas. O monitoramento contínuo dos tanques de água do sistema de produção de chapas Casters possui um servidor que indica as falhas aos responsáveis envolvidos nos processos. Figura 4: Monitoramento continuo dos sistemas de refrigeração de água do processo Caster (11 e 12) O incentivo e priorização da alta liderança nos investimentos de monitoramento dos processos e engajamento das equipes foram essenciais para evoluir os conceitos do uso da água e erradicação de desperdícios na empresa. 4.3. Revitalização de parâmetros de qualidade de água e monitoramento dos parâmetros físico químico online para toda unidade produtiva Foram estudados os parâmetros técnicos de cada máquina, explorando os seus limites sem comprometer a qualidade de funcionamento dos equipamentos e a estruturação técnica dos processos. Além disso, foi desenvolvido, em conjunto com empresas parceiras de aditivos químicos, conhecimento sólido de cada parâmetro e sua interface com o processo, trazendo faixas de trabalho mais justas e menor tolerância à falhas, estabelecendo níveis de atuação processo a processo e revisão das principais variáveis de controle das águas (taxas de corrosão, controle de óleos e graxas, índice de colônias de bactérias e stress do sistema), 7

levando em consideração a redução no consumo de água nova e insumos químicos necessários para garantir a vida útil dos sistemas. Também foi alocado pessoas dedicadas à operacionalidade e gestão dos sistemas, cujo objetivo é controlar de forma mais efetiva os parâmetros e sua interface com o processo. O resultado foi a redução no consumo de água nova e maior recirculação de água nos sistemas. Figura 5: Monitoramento de ciclos de vida da água em uma torre de refrigeração Com as revisões de parâmetros de trabalho da água, constatou-se a necessidade de registrar todos os parâmetros físico-químicos dos processos para avaliar a performance e qualidade da água versus aditivos. O controle foi configurado com a necessidade de cada processo e qualidade de material, conforme a figura 6, que retrata uma visão geral dos processos produtivos frente a qualidade de água utilizada. 8

Figura 6: Gerenciamento da qualidade de água de refrigeração (parâmetros de trabalho) 4.4. Interligação de sistemas e reuso de efluentes na Lingoteira 1 A CBA possui uma Estação de Tratamento de Água Potável (ETAp) e industrial (ETAi), que garantem o circuito fechado de águas, pois todo o efluente gerado é recirculado nos processos da fábrica como água industrial. Com a recirculação e interligação de água em outros processos, os efluentes que antes eram enviados à ETAi (Estação de tratamento de agua industrial), atualmente são utilizados em processos com parâmetros mais abertos em qualidade e saturação, aumentando a eficiência hídrica do processo, pois a água passa a recircular mais vezes antes de chegar a ETAi (Estação de tratamento de agua industrial), reduzindo o consumo de água nova. O sistema de lingotamento de alumínio (Lingoteira 1) consome água nova na ordem de 6 m³/h. Com a recirculação de água de descarte proveniente do sistema Caster (1 ao 6), o que era efluente em um sistema, agora passa a alimentar outro sistema (lingotamento). São 3 torres de refrigeração do processo Caster (1 ao 6) que possuem purga de descarte de efluentes na ordem de 6 a 10m³/h, suprindo a necessidade da Lingoteira de alumínio e economizando 52.560m³/ano no consumo de água. 9

3/4 5/6 Figura 7: Esquema do fluxo atual de reuso de água: Torres de refrigeração do processo Caster (Caster 1 ao 6), linha de descarte para alimentação de água da torre da Lingoteira 1 4.5. Mudança de tecnologia de refrigeração das tampas dos fornos de fusão Os fornos de fusão são responsáveis pela fusão de sucatas de alumínio proveniente dos processos da transformação plástica e sucatas externas compradas para suprir a demanda de novas ligas para o processo de fundição. A abóboda é a tampa superior do forno que veda hermeticamente, diminuindo perdas térmicas. A temperatura acumulada dentro do forno é de aproximadamente 950 C e ao longo do ciclo de fusão, naturalmente os anéis de vedação da abóboda começam a esquentar, por isso é necessário controlar a temperatura nos anéis da abóboda para não comprometer a vedação e consequente perda de temperatura. No passado, a refrigeração era feita com água industrial e o volume utilizado a cada 24h em cada forno era de 96 m³. Na Fundição há 4 fornos de fusão, e a alteração foi substituir a água industrial por material refratário, que além de ser mais eficiente na vedação do forno, gerou uma economia no consumo de água de 103.680 m³/ano. Com o processo de fusão mais estável e com menor perda de temperatura, houveram outros ganhos, como menor consumo de gás natural e aumento da eficiência do forno. 10

a Figura 8: a) Forno de fusão e b) abóboda (tampa do forno) b 4.6. Redução do consumo de água desmineralizada e produtos químicos nos sistemas dos laminadores Casters Os sistemas dos Casters são responsáveis pela produção das bobinas de alumínio (Chapas) e trabalhavam de forma aberta, ou seja, com grandes perdas de água e químicos. No processo dos Casters (7 ao 12), o foco foi primeiramente diminuir o consumo de água nova no processo e estudar uma forma de recuperar água de outro sistema para suprir a necessidade do processo. Inicialmente, para suprir a necessidade de refrigeração dos cilindros Caster, eram necessários 120 caminhões de água desmineralizada (13m³ cada caminhão) e 6 toneladas de químicos para inibição de corrosão mensalmente. Foi possível solucionar os problemas básicos dos desvios reduzindo significativamente o consumo de água e produtos químicos sem prejudicar o andamento do processo dos Casters. Inicialmente as descargas de efluente foram readequadas para que as perdas fossem mínimas e iniciaram-se inspeções e reportes das análises químicas dos sistemas três vezes por semana. Com isso, os drenos de descarga de água dos Casters foram fechados gradativamente, acompanhando os resultados críticos. Estas ações foram replicadas para o Caster (1 ao 6) que possui a mesma sistematica de refrigeração de cilindros. No total, a redução foi de 240 caminhões para 16 caminhões de água desmineralizada, redução de 98% de consumo de água nova Fundição (36.800 m³/ano) e 25% químicos/ano para este sistema na Fundição. O segundo passo foi reavaliar a tecnologia na refrigeração das unidades hidráulicas dos sistemas de laminação Casters (7 ao 12). O consumo de água nas unidades hidráulicas era de 1 m³/h de água nova (8.760 m³/ano) e as mesmas compartilhavam água das torres de refrigeração dos laminadores de chapas, onde existia uma variação térmica prejudicial para o sistema. Foi avaliada uma nova tecnologia para esses sistemas, cujo objetivo é reduzir o consumo de água nova e alcançar estabilidade térmica. A alternativa foi dimensionar 4 chillers 11

(água gelada) que geraram uma redução de 99,8% no consumo de água nova neste sistema, consumindo apenas 80 litros/mês de agua nova (0,96 m³/ano). a b Figura 9: Estabilidade térmica alcançada a partir da instalação dos chillers nas unidades hidráulicas nos Caster 7/12. a) antes da instalação dos chillers (variedade térmica), b) depois da instalação dos chillers (estabilidade térmica) Após a estabilidade do processo, foi possível avaliar outras formas de reduzir ainda mais a necessidade de água na refrigeração dos cilindros Caster. A alternativa foi estudar a água que era descartada dos compressores e secadores de ar, que é gerada devido a compressão do ar atmosférico. No total, são 7 compressores e 7 secadores de ar, e a água gerada pelos equipamentos era descartada na ETAi (Estação de tratamento industrial). Com as melhorias implementadas, a água dos compressores passou a ser reutilizada para abastecer outro sistema (refrigeração dos cilindros Caster 7 ao 12), que antes utilizava água nova desmineralizada. a Figura 10: a) Caixa de descarte de água dos compressores (antes); b) instalação de caixa para captação da água dos compressores b 12

O projeto reduziu drasticamente a necessidade de captação de água nova para o processo, pois o potencial de geração de água pelos compressores e secadores é maior do que o necessário para o resfriamento dos cilindros. O potencial de água gerada pelos compressores e secadores é de 186 m³/mês e a redução no consumo de água nova por ano neste sistema da Fundição (Caster 7 ao 12) foi de 2.160 m³. 4.7. Programa de educação ambiental e campanhas de conscientização Aumentar a eficiência hídrica e diminuir o consumo de água nova são metas da que compõem o Planejamento Estratégico com foco na sustentabilidade 13

do negócio. Além dos projetos e investimentos, o engajamento dos empregados e comunidade é fundamental para semear uma nova cultura no processo produtivo. Durante o Dia Mundial da Água em 2015, foram desenvolvidas várias atividades com o público interno e externo da fábrica. A primeira atividade foi trazer um grupo de estudantes do SENAI para visitar a planta e aprender um pouco mais sobre o ciclo e tratamento da água. Os estudantes também visitaram a Estação de Tratamento de Água Potável (ETAp) e Industrial (ETAi) da Unidade. Em outra ação, empregados da CBA foram indicados por seus gestores pela proatividade nos assuntos relacionados a água e visitaram a Votorantim Energia Unidade Itupararanga na cidade de Votorantim - SP. A hidrelétrica de Itupararanga é uma das usinas responsáveis pela geração da energia consumida na fábrica, por isso foi muito relevante mostrar aos empregados a importância da conservação dos recursos hídricos. No terceiro dia de comemoração, os empregados da fábrica participaram de um evento do Grupo de Águas da Unidade, cujo objetivo foi apresentar os projetos de redução de água em andamento, destacando também as iniciativas já consolidadas. A semana de atividades em comemoração ao Dia da Água foi encerrada em conjunto com jovens Bandeirantes do município, o núcleo GAROU, uma parceria que foi consolidada durante todo o ano de 2015. Neste evento, a fábrica apresentou o ciclo fechado de águas e as formas de tratamento de água que a Unidade dispõe. O desafio para os jovens foi replicar o conhecimento, distribuindo banners de conscientização sobre o tema para a comunidade. a b c Figura 11: a) Alunos do SENAI de Alumínio em visita na CBA; b) Visita dos empregados da CBA à Votorantim Energia Itupararanga; c) Parte do Núcleo Bandeirante com material de conscientização sobre o uso da água Além das atividades relacionadas ao Dia da Água, a CBA conta com diversas ferramentas de conscientização dos empregados sobre o consumo responsável da água, seu tratamento e os projetos de redução de consumo. Entre essas ferramentas se encontram a Integração dos novos empregados; os DDHSMQ Diálogos Diários sobre 14

Higiene, Segurança, Meio Ambiente e Qualidade; os informativos disponibilizados em quadros chamados Psiu ; cadernos Fale Fácil em que o empregado pode relatar um desvio na área, como melhorias Ver e Agir e vazamentos, os treinamentos realizados em áreas operacionais chamados de LPP - Lição Passo a Passo; os boletins internos impressos e eletrônicos semanais e mensais chamados Radar e os boletins de informação imediata, chamados Já. Os resultados das conscientizações aparecem em toda a fábrica, entretanto uma iniciativa na Fundição destaca-se. No processo de Tarugos, a equipe desenvolveu um sistema de captação de água dos ares-condicionados, instalando um tubo de PVC em cada um dos 8 ares-condicionados do prédio administrativo, além de torneiras individuais para controlar a saída de água. É possível captar até 80 litros por dia e utilizar a água em atividades menos nobres, como aguar plantas, limpar banheiros, vestiários e calçadas. a b Figura 12: a) e b) Instalação dos tubos de PVC para captação de água dos ares condicionados 5. Resultados obtidos A Linha do Tempo consolida todas as ações que foram implementadas na Fundição, desde a criação do Comitê de Águas até os futuros projetos que estão mapeados para atingir a meta de sustentabilidade da. 15

Os ganhos com todas as iniciativas e trabalhos resultaram em uma redução de 25 m³/h do consumo de água nova, acumulando um montante de 203.960 m³/ano (15.690 caminhões pipa com capacidade de 13m³). O resultado desta economia na Estação Tratamento de Água Potável (ETAp) da fábrica é de aproximadamente 2 milhões de reais, somando despesas com a captação de água nova e com produtos químicos. A conscientização dos funcionários e comunidade é evidente, nota-se maior preocupação durante as atividades para diminuir o consumo de água, as ações de Ver e Agir são implementadas para reduzir o desperdício e há maior incentivo de novos projetos envolvendo redução do consumo de recursos naturais. Foi definido uma nova forma de produzir alumínio na Fundição, com metas arrojadas de eficiência hídrica e redução de consumo de água nova, elevada conscientização operacional, possibilidade de utilizar água de descarte de um processo para outro derrubando paradigmas que antes não seriam possíveis, detalhando as variáveis dos sistemas e levantando oportunidades de cada equipamento para atingir a excelência operacional e maior sustentabilidade no processo. O cenário futuro é desafiador. Os estudos mapearam oportunidades com alto investimento financeiro, que trarão melhores práticas e controles de consumo, auxiliando em uma produção 16

cada vez mais estável e demandando menores volumes de recursos hídricos na produção de alumínio na Fundição da CBA. 17

6. Anexos Anexo 1 - Divulgação do projeto dos controles autônomos de níveis Caster (7 ao 12) no jornal interno da Unidade. 18

Anexo 2 - Divulgação da troca inovadora da refrigeração da abóboda na fusão no jornal interno da Unidade. 19

Anexo 3 - Divulgação da mudança de tecnologia de refrigeração das unidades hidráulicas no Caster (7 ao 12) da Fundição no jornal interno da Unidade. 20

Anexo 4 - Divulgação da recuperação de água condensada dos compressores no Caster (7 ao 12) na área da Fundição no jornal interno da Unidade. 21

Anexo 5 - Divulgação da reutilização de água dos ares-condicionados na área da Fundição no jornal interno da Unidade. 22

Anexo 6 - Divulgação dos projetos de redução de consumo de água na Prêmio Talento em Sustentabilidade promovido pelo Grupo Votorantim no jornal interno da Unidade. 23

Anexo 7 - Divulgação das ações do Dia da Água promovidas à comunidade e empregados da fábrica no jornal interno da Unidade. 24

7. Declaração de Concordância Declaramos que estamos de acordo com os termos presentes no Regulamento da 11ª edição do Prêmio FIESP de Conservação e Reuso de Água e que atendemos à legislação ambiental e de recursos hídricos vigente. Autorizamos a FIESP e o Ciesp, bem como as entidades parceiras e de apoio a darem publicidade ao projeto e nos responsabilizarmos pela veracidade das informações apresentadas. Alumínio, 22 de janeiro de 2016. Rafael Bortolini 25