ESTUDO FITOQUÍMICO DO RESÍDUO DA JURUBEBA (SOLANUM PANICULATUM L.) UTILIZADA NA PRODUÇÃO DE VINHO TINTO COMPOSTO

Documentos relacionados
Introdução. Orientadora do TCC e Professora do Curso de Nutrição FACISA/UNIVIÇOSA. 4

QUANTIFICAÇÃO DE FLAVONÓIDES E FENÓIS DO EXTRATO DO FEIJÃO BRAVO

EXTRAÇÃO DE FENOIS EM ERVA MATE (2011) 1

ESTUDO DOS POLIFENÓIS TOTAIS E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DA CASCA, FOLHAS E FRUTO DE Hymenaea stigonocarpa (JATOBÁ).

POTENCIAL OXI-REDOX FAVORÁVEL EM RESÍDUOS SÓLIDOS DE UVAS PROCESSADAS

QUANTIFICAÇÃO DO TEOR DE FENÓIS TOTAIS E FLAVONÓIDES NA CULTURA FORRAGEIRA CUNHÃ

TÍTULO: AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTIOXIDANTE DE EXTRATOS ETANÓLICOS DE SCHIZOLOBIUM PARAHYBA (VELL.) S.F. BLAKE (FABACEAE)

Gabrieli Senger 1 ; Henriquy Aguiar Coelho 2 ; José Hilton Bernardino de Araújo 3 INTRODUÇÃO

INFLUÊNCIA DOS PROCESSOS DE DESIDRATAÇÃO NOS COMPOSTOS BIOATIVOS EM POLPA DE NONI (MORINDA CITRIFOLIA)

ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE EXTRATOS ETANÓLICOS DE ESPÉCIES VEGETAIS DO TOCANTINS

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul para contato:

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA DE SECAGEM SOBRE OS COMPOSTOS FENÓLICOS EM RESÍDUOS DE UVAS

PRÓPOLIS DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO: COMPOSIÇÃO QUÍMICA E ATIVIDADE BIOLÓGICA Apresentação: Pôster

TÍTULO: AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTIOXIDANTE DE EXTRATOS DE DIFERENTES POLARIDADES DE UMA AMOSTRA DE PRÓPOLIS MARROM CATEGORIA: CONCLUÍDO

AVALIAÇÃO DOS COMPOSTOS ANTIOXIDANTES DE UMA GELEIA DE UVA DESENVOLVIDA COM OS RESÍDUOS DA CASCA DA UVA

Avaliação da atividade antioxidante de Praxelis sanctopaulensis (B.L. Rob.) R.M King & H. Rob. (Asteraceae)

Qualidade dos alimentos: novas desafios. Braganc;:a, Setembro ISBN

AVALIAÇÃO DO IMPACTO DE DIFERENTES MÉTODOS DE SECAGEM DE ERVAS AROMÁTICAS NO POTENCIAL ANTIOXIDANTE

ELABORAÇÃO DE FARINHA DE UVA UTILIZANDO BAGAÇO DA INDÚSTRIA VITIVINÍCOLA: EFEITO SOB OS COMPOSTOS FENÓLICOS

Por que razão devemos comer fruta? Determinação da capacidade antioxidante da pêra abacate.

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Câmpus Inconfidentes.

42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR 1

ESTUDO QUÍMICO E QUANTIFICAÇÃO DOS FLAVONÓIDES DAS RAÍZES E FOLHAS DE Jatropha gossypifolia.

TÓPICO 2 - Processos de Extração

Resumos do V CBA - Manejo de Agroecossistemas Sustentáveis

ANÁLISE CROMATOGRÁFICA E QUANTIFICAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS DE Capparis flexuosa

CHOCIAI, M. B. 1 ; CHOCIAI, J. G. 2 ; BONFIM, T. M. B. 1 ; SHITARA, G. M. 3 ; D AMBRÓSIO, S. D. C.M. 3 ; JOCHEN, A. L. 4

AVALIAÇÃO FENOLÓGICA E SCREENING FITOQUÍMICO DA CARAMBOLA (Averroha carambola L.)

INFLUÊNCIA DOS PROCESSOS DE DESIDRATAÇÃO NOS COMPOSTOS BIOATIVOS DE POLPA DE CAJÁ-MANGA ( SPONDIAS DULCIS)

Bebidas alcoólica obtidas por mistura (base vinho)

Caracterização Química e Avaliação de Toxicidade de Extratos Aquosos de Subprodutos de Castanheiro. Paula Alexandra Pinto

TÍTULO: AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTIOXIDANTE DE EXTRATOS DE AGAPANTHUS AFRICANUS L.

TÍTULO: AVALIAÇÃO DO EFEITO DA OLEORRESINA DE COPAÍFERA DUCKEI E DO ÁCIDO POLIÁLTICO SOBRE A INDUÇÃO DE DANOS NO DNA E DE APOPTOSE EM CÉLULAS MCF-7

ELABORAÇÃO DE LICOR DE FRUTAS NATIVAS E TROPICAIS

PERFIL FITOQUÍMICO DA POLPA LIOFILIZADA DA BABOSA (ALOE VERA)

RESUMO. PALAVRAS-CHAVE: Antioxidantes. ABTS. Fenólicos Totais.

CARACTERIZAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS EM RESÍDUO DE FRUTAS E HORTALIÇAS POR UPLC-MS

ANÁLISE CROMATOGRÁFICA E AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTIOXIDANTE DA Mimosa tenuiflora

Introdução. Graduando do Curso de Engenharia Química FACISA/UNIVIÇOSA. gmail.com. 2

VITAMINA C, CAROTENÓIDES E FENÓLICOS TOTAIS DURANTE A MANIPULAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE FRUTAS EM RESTAURANTE COMERCIAL

70ª Reunião Anual da SBPC - 22 a 28 de julho de UFAL - Maceió / AL Ciência e Tecnologia de Alimentos

ANÁLISE DA DESIDRATAÇÃO DE RESÍDUOS DE PROCESSAMENTO DE MARACUJÁ (Passiflora Edulis) UTILIZANDO AR QUENTE

ANÁLISE DE COMPOSTOS FENÓLICOS E ANTOCIANINAS EM EXTRATO AQUOSA DA CASCA E POLPA DE JABUTICABA

Sumário. Introdução. Pesquisa e Ação 1 (1): , junho de 2015

Ensaio em microplaca de substâncias redutoras pelo método do Folin-Ciocalteu para extratos de algas

AULA PRÁTICA Nº / Março / 2016 Profª Solange Brazaca DETERMINAÇÃO DE TANINOS

PREPARO DE EXTRATO METANÓLICO DE GINKGO BILOBA PARA VALIDAÇÃO DE MÉTODO DE DOSEAMENTO 1. Introdução

EXTRAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS DO BAGAÇO DE FRUTAS PARA APLICAÇÃO EM PRODUTOS DA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS

ESTABILIDADE DOS COMPOSTOS FENÓLICOS PRESENTES NA FARINHA DO BAGAÇO DE UVA BRANCA VITIS LABRUSCA

TÉCNICA CROMATOGRÁFICA DE SEPARAÇÃO DE COMPOSTOS BIOATIVOS PRESENTES NAS CASCAS DO JAMBOLÃO (Syzygium cumini)

Estudo Químico de plantas do Rio Grandedo Norte: Avaliação do teor de fenóis e atividade antioxidante

DETERMINAÇÃO DO TEOR ANTIOXIDANTE E CARACTERÍSTICAS MICROBIOLÓGICAS EM CHÁS DE HIBISCUS SABDARIFFA L.

Curso de Fitoterapia Médica Farmácia da Natureza e Centro Médico de Ribeirão Preto. Capítulo 2 Preparações fitoterápicas

ESTABILIDADE DOS COMPOSTOS FENÓLICOS PRESENTES NA FARINHA DO BAGAÇO DE UVA TINTA VITIS VINÍFERA E VITIS LABRUSCA

INTENÇÃO DE COMPRA DE BISCOITOS TIPO COOKIE SABOR CHOCOLATE COM DIFERENTES TEORES DE FARINHA DE UVA

Programa e resumos Escola Superior Agrária de Bragança 2 e 3 de dezembro de 2015

Potencial antioxidante e alelopático de Crataeva tapia L. Antioxidant and allelopathic potential of Crataeva tapia L.

PROCEDIMENTOS PARA CÁLCULOS DE TEORES DE METABÓLITOS VEGETAIS BIB0315 METABÓLITOS VEGETAIS ANTONIO SALATINO 22/09/2016

DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE E DO TEOR DE COMPOSTOS FENÓLICOS DE EXTRATOS DE PRÓPOLIS

ESTUDO DA EXTRAÇÃO DO ÓLEO DE SEMENTE DE UVA DA VARIEDADE BORDÔ POR PRENSAGEM

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE IN VITRO DO COGUMELO SHIMEJI (PLEUROTUS OSTREATUS)

DETERMINAÇÃO DE FENÓLICOS, FLAVONOIDES E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DA PIMENTA DEDO-DE-MOÇA

COMPOSTOS FENÓLICOS TOTAIS E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE EM DIFERENTES ESPÉCIES DE FRUTOS NATIVOS

Teor de fenóis, flavonóides e taninos condensados do extrato bruto metanólico obtido da casca e folhas de Trichilia silvatica.

Art. 2º. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da União e permanecerá em vigor até 30 de abril de 2011.

PREPARAÇÃO E ESTABILIDADE DO EXTRATO ANTOCIÂNICO DAS FOLHAS DA Acalipha hispida 1

HOLOS ISSN: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte. Brasil

Revista Brasileira de Pesquisa em Alimentos, Campo Mourão (PR), v.2, n.1, p 60-65, jan./jun., 2011.

V Encontro Amazônico de Agrárias

Avaliação da atividade antioxidante de duas espécies de leguminosae

QUANTIFICAÇÃO DA CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E DE COMPOSTOS BIOATIVOS PRESENTES NO QUIPÁ Tacinga Inamoena (K. Schum) NPTaylor & Stuppy

AVALIAÇÃO TECNOLÓGICA E QUÍMICA DAS FOLHAS (RAMAS) DE NABO PARA USO NA ALIMENTAÇÃO HUMANA

CONTROLE DE QUALIDADE DA ESPÉCIE ACHYEROCLINE SATUREOIDES (LAM.) DC POR ANÁLISE FITOQUÍMICA

SOLOS SOB VITICULTURA NO VALE DOS VINHEDOS (RS) E SUA RELAÇÃO COM O TEOR DE RESVERATROL EM VINHOS PEDRINHO SPIGOLON QUÍMICO -PUCRS

TÍTULO: OBTENÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DA FORMAÇÃO DE (-)-HINOQUININA A PARTIR DA BIOTRANSFORMAÇÃO FÚNGICA DA (-)-CUBEBINA POR ASPERGILLUS TERREUS

DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO TAMARINDUS INDICA FRENTE AO RADICAL DPPH

ATIVIDADE BIOLÓGICA DE EXTRATOS DE FOLHAS DE CARYOCAR CORIACEUM WITTM. : ESTUDO IN VITRO

AVALIAÇÃO FITOQUÍMICA QUALITATIVA DE EXTRATOS DA FOLHA E CAULE DA SPONDIAS PURPÚREA L. (SERIGUELA) UM ESTUDO PRELIMINAR

Antioxidantes são compostos oxi-redox favoráveis (oxi-redox f ) e podem ser

CAPACIDADE ANTIOXIDANTE DE FOLHA DE VIDEIRA (VITIS LABRUSCA L.) DA CASTA BORDÔ DE PRODUÇÃO ORGÂNICA E CONVENCIONAL

ATIVIDADE HEMOLÍTICA E ANTIOXIDANTE DE PLANTA MEDICINAL DO DOMÍNIO CAATINGA: AMBURANA CEARENSIS (FABACEAE)

THALITA PASSOS RIBEIRO 1 ; MARIA AUXILIADORA COÊLHO DE LIMA 2 ; ANA LAÍLA DE SOUZA ARAÚJO 3 ; EMANOELLA RAMOS COELHO 3

ATIVIDADE ANTIOXIDANTE E QUANTIFICAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS TOTAIS E FLAVONOIDES DO CHÁ DO EXOCARPO DO CAMBUÍ (Myrciaria Strigipes)

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO EXTRATO AQUOSO DO ORÉGANO: Origanum vulgare L.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO GABINETE DO MINISTRO INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 17, DE 19 DE JUNHO DE 2013

AVALIAÇÃO DE COMPOSTOS BIOATIVOS EM RESÍDUO DE PROCESSAMENTO DE POLPA DE MIRTILO

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Agroindústria de Alimentos Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE EXTRAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS DA POLPA DE PEQUI

Revista Brasileira de Pesquisa em Alimentos, Campo Mourão (PR), v.1, n.2, p , jul./dez., 2010.

PALAVRAS-CHAVE: Ilex paraguariensis St.-Hil; fenólicos; flavonoides; capacidade antioxidante.

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

CINÉTICA DE DEGRADAÇÃO DOS COMPOSTOS BIOATIVOS DA AMORA-PRETA DURANTE O PROCESSO DE SECAGEM CONVECTIVA

1023 Isolamento de hesperidina da casca da laranja

Frutos Silvestres Comestíveis Saudáveis: Desenvolvimento de Produtos Alimentares. Carmo Serrano

POTENCIAL ANTIOXIDANTE DO EXTRATO ETANÓLICO DE FOLHAS DA MORINGA OLEIFERA LAM.

ESTUDO PRELIMINAR DA ACTIVIDADE ANTIFÚNGICA E EFEITO QUELANTE DE IÕES DO PRÓPOLIS

2005 Síntese da acetonida do meso-1,2-difenil-1,2-etanodiol (2,2- dimetil-4,5-difenil-1,3-dioxolana)

AVALIAÇÃO DE COMPOSTOS BIOATIVOS PRESENTES NO SUCO MISTO DE JUÇARA E FALSO GUARANÁ

DETERMINAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS, ANTOCIANINAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE EM UVAS SYRAH, NO VINHO E NO RESÍDUO DA VINIFICAÇÃO

Transcrição:

ESTUDO FITOQUÍMICO DO RESÍDUO DA JURUBEBA (SOLANUM PANICULATUM L.) UTILIZADA NA PRODUÇÃO DE VINHO TINTO COMPOSTO R. B. Andrade 1, G.A. Barreto 2, R.S. Oliveira 2, R.P.D. Silva 2, S.S. Costa 3, M. A.Umsza-Guez 3 1- Departamento de Controle de Qualidade - Organização Leão do Norte - CEP: 43.700-000 - Simões Filho - BA - Brasil, Telefone: +55 (71) 98884-2205 - e-mail: (betab_a@hotmail.com) 2- Laboratório de Pesquisa Aplicada em Alimentos e Biotecnologia Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial da Bahia, Faculdade de Tecnologia SENAI CIMATEC CEP 41.650 010 Salvador BA Brasil, Telefone: +55 (71) 3879-5439 e-mail: (abreugabriele@gmail.com), (rosesolliveira@gmail.com), (rejane.pina@fieb.org.br) 3- Departamento de Biotecnologia Universidade Federal da Bahia, Instituto de Ciências da Saúde CEP 40.110-100 Salvador BA, Brasil, Telefone +55 (71) 3283-8986 e-mail: (manthasc@yahoo.com.br), (marcelo.umsza@ufba.br) RESUMO A Solanum paniculatum (jurubeba) é uma planta conhecida pelas propriedades medicinais e usada na produção de vinho tinto composto. Este trabalho objetiva avaliar o resíduo de jurubeba obtido após o processo de produção do vinho composto, em relação aos compostos bioativos presentes, verificando a atividade antioxidante, os teores de compostos fenólicos e flavonoides presentes. As amostras oriundas do processo de prensagem da fruta da jurubeba, foram lavadas e mantidas a -20 C até a preparação de um extrato na proporção 1:4 do resíduo da jurubeba e etanol 80%. A maceração foi realizada em agitação por 60 minutos a 30ºC e concentrado à vácuo a 40 C. Atividade antioxidante, compostos fenólicos totais e flavonoides foram determinados utilizando espectrofotômetro. Pelos resultados obtidos foi constatado que o extrato de jurubeba apresenta valores significativos de flavonoides, compostos fenólicos e atividade antioxidante, sugerindo a possibilidades de aplicação comercial. ABSTRACT The Solanum paniculatum (jurubeba) is a plant known for its medicinal properties and it is used in the production of red wine compound. This study aims to evaluate the jurubeba residue obtained after the wine production process, relating to bioactive compounds, checking the antioxidant activity, the levels of phenolics and flavonoids present. The samples from pressing process of the jurubeba fruit, were washed and kept at -20 C until the extract preparation in a 1:4 ratio of jurubeba residue and 80% ethanol. The maceration was made by agitation for 60 minutes at 30 C and concentrated in vacuum at 40 C. Antioxidant activity, total phenolics and flavonoids were determined using a spectrophotometer. In the results, it was verified that the jurubeba extract has significant amounts of flavonoid, phenolic compounds and antioxidant activity, suggesting commercial application possibilities. Palavras-chave: jurubeba, compostos fenólicos, flavonoides, atividade antioxidante. KEYWORDS: jurubeba, phenolics, flavonoids, antioxidant activity.

1. INTRODUÇÃO A Solanum paniculatum L., conhecida popularmente como jurubeba, é uma planta, comumente, encontrada em toda América Tropical, especialmente no Cerrado, que apresenta frutos e flores, e possui um típico sabor amargo. A família Solanaceae A. L. Jussieu, segundo Olmstead et. al (1999), é constituída por 106 gêneros e cerca de 3.000 espécies, com distribuição cosmopolita, sendo o gênero Solanum o maior e mais complexo, com cerca de 1.500 espécies (Nee, 2001). A Solanum paniculatum se destaca pelos seus diferentes usos medicinais, por sua distribuição ampla e, principalmente, por ser o único representante de Solanum reconhecido como fitoterápico pela Farmacopéia Brasileira (1959). O extrato mole da raiz faz parte da composição de medicamentos fitoterápicos de uso empírico (Leitão-Filho et al., 1975), além de, mediante o preparo de chás e xaropes naturais, ser popularmente utilizada como cicatrizante, no tratamento da icterícia, da hepatite crônica, febres intermitentes, ressaca, indigestão. O gênero apresenta fontes exclusivas de importantes compostos com potencial fitofármaco, com comprovada ação citotóxica, antiviral e antimicrobiana. Como exemplo, pode-se citar a presença de alcalóides, glicoalcalóides, saponinas e resinas, de acordo com pesquisas já realizadas. Além dos itens citados, a Jurubeba possui aplicações entre alimentos e bebidas, sendo bastante conhecida na produção de vinho tinto composto com o extrato de jurubeba, produzido em território brasileiro, que possui na sua composição 70% de vinho de tinto de mesa, adicionado ao suco do fruto da jurubeba, álcool etílico potável (15 a 18% vol.), açúcar, caramelo, entre outros ingredientes naturais. O resíduo de jurubeba, obtido após a produção do vinho composto, é basicamente constituído de cascas e sementes. O objetivo deste trabalho foi avaliar atividade antioxidante e os teores de compostos fenólicos e flavonoides presentes neste resíduo. 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1 Obtenção do extrato do resíduo de jurubeba Foi utilizado resíduo de Solanum Paniculatum, constituído de cascas e sementes, oriundo da prensagem da jurubeba utilizada como matéria-prima para a produção de vinho tinto seco composto com jurubeba. O resíduo obtido foi lavado com água corrente e mantido a -20 C, até o momento da produção do extrato na proporção 1:4 de jurubeba e etanol 80%, respectivamente. A maceração foi realizada com agitação de 180 rpm por 60 minutos a 30ºC e concentrado sob vácuo a 40 C (SIQUEIRA, 2013) em um Evaporador Rotativo (TECNAL TE-210) acoplado a Banho Termostatizado (TECNAL TE-2005) e Bomba a Vácuo (TECNAL TE-0581). 2.2 Avaliação dos compostos Fenólicos Os compostos fenólicos foram mensurados seguindo a descrição de Coutinho et al. (2009). A concentração da amostra do extrato diluída em água destilada foi de 400µg/mL. Para as análises, foram necessários 1mL da amostra, 1mL de Folin-Ciocalteau (25%) e 2mL de água destilada. Após um determinado tempo, aproximadamente 2 a 5 minutos, adicionou-se 1mL carbonato de sódio (10%). Duas horas depois, realizou-se a leitura da absorbância a 760nm, em temperatura ambiente. Por fim, preparou-se o branco com água destilada, utilizando o ácido gálico como padrão.

2.3 Avaliação de Atividade Antioxidante DPPH A atividade antioxidante foi medida através da capacidade sequestrante do radical estável 2,2- difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) e o resultado obtido através do CE50 (concentração efetiva de extrato que neutraliza 50% dos radicais livres). Por meio da metodologia citada por Mensor et al. (2001), para a atividade antioxidante, foi utilizada a solução de concentrado 1mg/mL diluída em metanol P.A., nas seguintes concentrações: 250, 125, 50, 25, 10 e 5 µg/ml. A análise foi feita a partir de 2,5mL de solução da amostra e 1mL de DPPH a 0,1mM. Após 60 minutos, realizou-se a leitura da absorbância, em temperatura ambiente, a 518nm. O branco com 1mL de metanol P.A. foi preparado juntamente com 2,5mL da amostra (branco por amostra). O controle foi 1mL de DPPH com 2,5mL de metanol P.A e o resultado obtido a partir da seguinte Equação 1: AA% = 100 {[(absa absb) x 100] x absc} (Equação 1) Onde: AbsA absorbância da amostra AbsB absorbância do branco AbsC Absorbância do controle 2.4 Quantificação de Flavonoides Para estas análises, foi seguido o descrito por Francis (1989), portanto a concentração da amostra do extrato contendo o resíduo da Solanum Paniculatum usada foi de 400µg/mL, diluída em metanol P.A.. A análise foi realizada com 3mL da amostra e 3mL de cloreto de alumínio (2%) diluída em metanol P.A.. A leitura foi efetuada após 30 minutos à temperatura ambiente em absorbância de 415nm e, em seguida, preparado o branco com água destilada, utilizando a quercetina como padrão. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Vários fatores interferem nas características fitoquímicas das plantas medicinais: variações de espécies, clima, coleta, armazenamento e processamento. Através dos estudos realizados nas cascas de uvas (Soares, 2008), pode-se constatar que, geralmente, os resíduos obtidos após o processamento apresentam compostos de interesse biológico remanescente. Na atividade antioxidante avaliada, o valor de CE50 para o resíduo de jurubeba foi de 1332,13µg/mL. Coutinho (2009) que avaliou a atividade antioxidante de raízes de espécies do gênero Solanum, mostrou que a Solanum paniculatum possui a segunda maior atividade antioxidante, quando comparado às espécies Solanum torvum, Solanum mauritianum e Solanum granulosoleprosum. O teor de flavonoides encontrado foi de 17,58 mg de quercetina/g de concentrado. Silva et al. (2015) em estudo semelhante realizado com folhas e flores da Solanum Paniculatum verificaram

valores maiores, 38,79 ± 0,17 mg, para a quercetina, quando avaliado o teor de flavonoides. Silva et al. (2003) apresentaram um estudo com a excepcional capacidade de espécies do gênero Solanum em produzir 3-O-glicosilflavonóis e teores expressivos de kaempferol, quercetina e miricetina metilados na posição 8, muitos dos quais apresentam 8-hidroxilação/glicosilação. Neste trabalho, os autores citam 86 flavonóides, flavonas e flavonóis já isolados ou identificados em espécies de Solanum constituindo, assim, um grupo de substâncias bastante frequente no gênero. Com relação à concentração de compostos fenólicos nos resíduos de jurubeba foram encontrados 379,37 mg de ácido gálico/g de amostra. As substâncias fenólicas encontradas nas plantas, de modo geral, são conhecidas por possuírem atividade antioxidante devido, principalmente, às suas propriedades redutoras (Sousa et al., 2007; Yesilyurt, 2008). 4. CONCLUSÃO Os flavonoides e compostos fenólicos têm se tornado foco de pesquisas nos últimos anos, por conta dos vários efeitos benéficos constatados. Devido as ações antioxidantes, eles se tornaram importantes compostos dietéticos com grande potencial terapêutico. Verificou-se que os resíduos de Solanum Paniculatum, cascas e sementes, que são descartados após a extração do suco da jurubeba para a produção de vinho composto, apresentam valores significativos de flavonoides, compostos fenólicos e atividade antioxidante. Apesar de ser um resíduo completamente orgânico, que não provoca impactos negativos à natureza com o seu descarte, a reutilização das cascas e sementes da jurubeba seria uma ação importante para sustentabilidade dentro de empresas produtoras de vinho tinto composto com extrato de jurubeba. A criação de novos produtos, por exemplo, com propriedades fitoterápicas positivas aos consumidores, com baixo custo seria uma possibilidade de reuso deste material. Porém, é necessário lembrar que a Solanum Paniculatum é uma planta cultivada a esmo, inviabilizando a estimativa ou programação da quantidade obtida da mesma a cada ano. Além disso, seria fundamental uma maior investigação não apenas quanto biodisponibilidade das propriedades citadas, assim como o sinergismo com outros constituintes presentes na dieta dos consumidores. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Coutinho, E. M. O. (2009). Estudo fitoquímico e de atividade biológica de espécies de Solanum (Solaneceae). Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Farmácia. Disponível em: http://objdig.ufrj.br/59/teses/725577.pdf Coutinho, M.A.S.; Muzitano, A.S.; Costa, S.S. (2009) Flavonoides: potenciais agentes terapêuticos para o processo inflamatório. Revista Virtual de Química, 1(3), 241-256. Farmacopéia dos Estados Unidos do Brasil. (1959). (2. ed.) São Paulo: Ed. Gráfica Siqueira. Francis, F.J. (1989) Food colorants: anthocyanins. Reviews in Food Science and Nutrition, 28(4), 273 314.

Leitão Filho, H.F., Aranha, C. & Bacchi, O.. (1975) Plantas invasoras de culturas no estado de São Paulo. Vol. 2. HUCITEC e AGIPLAN, São Paulo. Mensor LL, Menezes FS, Leitão GG, Reis AS, dos Santos TC, Coube CS, Leitão SG 2001. Screnning of Brazilian plant extracts for antioxidant activity by the use of DPPH free radical method. Phytother Res 15: 127-130 Nee, M. (2001). Solanaceae Systematics the 21ST Century. In: Van Der Berg, R.G., Barendse, G.W.M., Van Der Weerdsen, C.M. (Eds.). Solanaceae V. Advances in Taxonomy and Utilization. Nijmegen University Press. 3-22. Olmstead, R.G.R.; Sprangler, E.; Bohs, L. & Palmer, J.D. (1999). Phylogeny and provisional classification of the Solanaceae based on chloroplast DNA. In: NEE, M. & SYMON, D.E. (Eds.). Solanaceae IV. Kew, Royal Botanic Gardens. 111 138. Pereira, V. A. (2010). Avaliação comparativa: extratos vegetais de Solanum paniculatum Linnaeus e Piptadenia stipulacea (Benth) Ducke sobre Staphylococcus aureus bovinos. Agropecuária Técnica, Paraíba, 31(2), 180-184. Silva, J. W., Mendes, R. F. V., Santos, S. M., Domingos, R. F., Albuquerque, J. F., Ramos, B. A., Silva, M. V., Ximenes, R. M. (2015). Prospecção fitoquímica e atividade antioxidante das folhas e flores de Solanum paniculatum L. (Solanaceae). Em X Simpósio Brasileiro de Farmacognosia, Juazeiro, Brasil. Siqueira, E. M. A., Rosa, F. R., Fustinoni, A. M., Sant Ana, L. P., Arruda, S. F. (2013) Brazilian savanna fruits contain higher bioactive compounds content and higher antioxidant activity relative to the conventional red delicious apple. Plos One, 8(8), 72-82. Disponível em: http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0072826 Soares, M., Welter, L., Kuskosk, E. M., Gonzaga, L., Fett, R. (2008). Compostos fenólicos e atividade antioxidante da casca de uvas Niágara e Isabel. Revista Brasileira de Fruticultura, (30)1, 59 64. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbf/v30n1/13 Sousa, C. M. M., Silva, H. R., Vieira-JR, G. M., Ayres, M. C. C., Costa, C. L. S., Araújo, D. S., Cavalcante, L. C. D., Barros E. D. S., Araújo, P. B. M., Chaves, M. H. Fenóis totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais. Química Nova Souza C.R.F., Georgetti S.R., Salvador M.J., Fonseca M.J.V.F., Oliveira W.P.O. (2009) Antioxidant activity and physical-chemical properties of spray and spouted bed dried extracts of Bauhinia forficata. Braz. J. Pharm. Sci., 45(2). Yesilyurt, V.; Halfon, B.; Özturk, M.; Topçu, G. (2008). Antioxidant potential and phenolic constituents of Salvia cedronella. Food Chemistry 108(2), 31-39.