ESCOLAS INCLUSIVAS. Susana Bagatini

Documentos relacionados
A Educação do Superdotado no Contexto da Educação Inclusiva. Eunice Soriano de Alencar Universidade Católica de Brasília

Material elaborado pela professora Tásia Wisch - PNAIC

PROFESSORES DE ENSINO FUNDAMENTAL E A INCLUSÃO ESCOLAR

MODELO DE PARECER DE UMA CRIANÇA COM NECESSIDADES ESPECIAIS. Autora : Simone Helen Drumond (92) /

O TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO ESCOLAR: ANALISE, REFLEXÃO E FORMAÇÃO EM FOCO.

Relações pedagógicas. Professor aluno. Ensino aprendizagem. Teoria e prática. Objetivo e avaliação. Conteúdo e método

dificuldades de Aprendizagem X distúrbio de Aprendizagem

EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA PARA CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL CONGÊNITA E ADQUIRIDA ATRAVÉS DE JOGOS PEDAGÓGICOS.

Capacitação Multidisciplinar Continuada. EDUCAÇÃO INCLUSIVA e NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS (NEE)

NO ENSINO SUPERIOR AINDA SE APRENDE. Marcos T.Masetto

DIREITOS HUMANOS E INCLUSÃO: UMA BREVE REFLEXÃO

EDUCAÇÃO INCLUSIVA. Julho de 2018

Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais

Autores: CHRISTIANE CABRAL E HUGO RODRIGUES

OS DESAFIOS DA INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NO CONTEXTO ESCOLAR REGULAR

Armando Traldi Júnior

Os desafios da Educação Inclusiva

FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Inclusão Escolar. A Inclusão escolar: um fato; uma realidade!

Universidade dos Açores Campus de angra do Heroísmo Ano Letivo: 2013/2014 Disciplina: Aplicações da Matemática Docente: Ricardo Teixeira 3º Ano de

NÚCLEO TEMÁTICO I CONCEPÇÃO E METODOLOGIA DE ESTUDOS EM EaD

AS RELAÇÕES INTERATIVAS EM SALA DE AULA: O PAPEL DOS PROFESSORES E DOS ALUNOS. Zabala, A. A prática Educativa. Porto Alegre: Artmed, 1998

TGD - O POSICIONAMENTO DA ESCOLA REGULAR NA INCLUSÃO DE ALUNOS COM AUTISMO. PALAVRAS - CHAVE: Autismo. Ações pedagógicas. Escola inclusiva.

SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ. Alfabetização bilíngüe para surdos:uma prática a ser investigada

ES01-KA ERASMUS+

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO FORMULÁRIO DE IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA

LEGISLAÇÃO PARA ALUNOS COM ALTAS HABILIDADES OU SUPERDOTAÇÃO. Sócia-Proprietária do Instituto Inclusão Brasil. Consultora em Educação

Bruner. Psicologia da aprendizagem

MESTRANDAS: Ana Cristina Bento Fernandes e Paula Cristina Rodrigues Mestre DOCENTE: Prof. Dr. Roque Antunes MÓDULO: Modelos e Práticas de Formação de

CADÊ O PAR? JOGO DE INCLUSÃO

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão

O CONSTRUTIVISMO NA SALA DE AULA PROFA. DRA. PATRICIA COLAVITTI BRAGA DISTASSI - DB CONSULTORIA EDUCACIONAL

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE E O ENSINO AULA 2

Caderno de Prova 2 AE05. LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) ( ) prova de questões Objetivas. Auxiliar de Ensino de

PLANEJAR: atividade intencional > tomada de decisões

Caderno 2 de Prova AE02. Educação Especial. Auxiliar de Ensino de. Prefeitura Municipal de Florianópolis Secretaria Municipal de Educação

Como desenvolver práticas inclusivas na sala de aula?

PERCURSO FORMATIVO CURRÍCULO PAULISTA

de ideias, de pontos de vista, de práticas, para que, em confronto com as próprias experiências, cada um possa chegar a conclusões pessoais que

IDENTIFICAÇÃO CÓDIGO DISCIPLINA OU ESTÁGIO SERIE IDEAL EES71 Prática de Ensino aos Deficientes Físicos 4º ano OB/OPT/EST PRÉ/CO/REQUISITOS ANUAL/SEM

Pp Elaine Laranjeira Souza

Eixo Temático: Currículo, Metodologia e Práticas de Ensino Educação e Diversidade.

Girleane Rodrigues Florentino, Bruno Lopes Oliveira da Silva

Material Para Concurso

PLANO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: DESENHO PARA O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA EM POLÍTICAS EDUCACIONAIS BRASILEIRAS

TEXTO 2 EDUCAÇÃO DE QUALIDADE UM DIREITO SOCIAL

Educador A PROFISSÃO DE TODOS OS FUTUROS. Uma instituição do grupo

PROGRAMA DE DISCIPLINA

ADAPTAÇÃO CURRICULAR PARA A INCLUSÃO DE ALUNOS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA EM UMA ESCOLA PÚBLICA DE BELÉM/PA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

ANDRAGOGIA METODOLOGIA ATIVA PROF. DR. HÉLIO BORBA MORATELLI PROFESSOR TITULAR DA FACULDADE DE MEDICINA - UFMT

ADAPTAÇÕES CURRICULARES NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Acessibilidade: mediação pedagógica. Prof. Blaise Duarte Keniel da Cruz Prof. Célia Diva Renck Hoefelmann

INCLUSÃO ESCOLAR DE UMA CRIANÇA COM TEA: UM ESTUDO DE CASO NA ESCOLA PAULO FREIRE 1

ANÁLISE DAS MATRIZES CURRICULARES DOS CURSOS DE LICENCIATURA DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

10º Congreso Argentino y 5º Latinoamericano de Educación Física y Ciencias

AVALIAÇÃO. Educação Orientada para Resultados (EOR/OBE)

Indisciplina na Escola: Desafio para a Escola e para a Família

I CAPÍTULO ASPECTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA. Ana Aparecida de Oliveira Machado Barby

PREFEITURA MUNICIPAL DE BLUMENAU SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DIRETORIA DE PROGRAMAS E PROJETOS INTEGRADOS

CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR (De acordo com o Despacho n.º 91807/2016, de 19 de Julho)

Planejamento pedagógico para curso EAD. Profª Drª Adriana Clementino Senac-SP / Fipen

ENSINO SUPERIOR DE GRADUAÇÃO: DESAFIOS NO BRASIL DE HOJE

EDUCAÇÃO INCLUSIVA. Rosita Edler Carvalho

(CESGRANRIO)Segundo a LDB, o regime de progressão continuada nas escolas é: A) ( ) obrigatório em todas as redes de ensino. B) ( ) obrigatório na

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO MESTRADO E DOUTORADO EM EDUCAÇÃO PPGE/CEDU/UFAL

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL INTEGRADA À EDUCAÇÃO BÁSICA NA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

1.ª Questão 3.ª Parte do questionário. Tema: Dificuldades de professores do ensino regular na inclusão

ATELIER REGIONAL SOBRE O SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

FUNDAMENTOS DA SUPERVISÃO ESCOLAR

C A D E R N O D E P R O V A

ENSINO COLABORATIVO E ADAPTAÇÃO DE ATIVIDADES: O CONHECIMENTO

AS EMOÇÕES NA EDUCAÇÃO PARA AS CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA

novas tecnologias, novas pedagogias? A evolução das práticas pedagógicas

Yeap Ban Har, Ph.D. Marshall Cavendish Institute Singapura

PREFEITURA MUNICIPAL DE MERIDIANO

ADAPTAÇÕES CURRICULARES. Eliana Marques Zanata

Desenvolvimento das Competências Socioemocionais no contexto da educação contemporânea

O TETRIS 3D NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA

Fundamentos e Práticas de Braille II

Palavras-chave: Formação Continuada. Múltiplas Linguagens. Ensino Fundamental I.

PCNs ENSINO FUNDAMENTAL 1º AO 5ºANO

EAD CURSO INCORPORAÇÃO DA TECNOLOGIA NA ESCOLA PARA GESTORES ESCOLARES. escoladigital.org.br

Rosa Maria Torres No livro Banco Mundial e as políticas educacionais, p. 127

XII Fórum APEMESP 2012 Musicoterapia:Interações nas Diferenças Sonoras

OS CAMINHOS DA METACOGNIÇÃO

AUTONOMIA E FLEXIBILIDADE CURRICULAR. Despacho n.º 5908/2017, de 5 de julho Despacho nº 6478/2017, de 26 de julho

Currículos e Programas. Profª. Luciana Eliza dos Santos

PLANEJAMENTO DE ENSINO

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE ALAGOAS ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR ARTHUR RAMOS PARLAMENTO JUVENIL DO MERCOSUL. João Victor Santos

Regime Legal da Inclusão Educativa Conferir Sentido às Práticas Inclusivas

PROCESSO DE INGRESSO E MATRÍCULA DE NOVOS ALUNOS EDITAL 002/2016

envolver qualificar participação estudantes inserção saúde na escola protagonistas mobilização colegas

Currículo Escolar. Contextualização. Instrumentalização. Teleaula 2. Refletir sobre currículo. Profa. Me. Inge R. F. Suhr

Universidade de São Paulo Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto Enf. Psiquiátrica e Ciências Humanas. Profa. Karina de M. Conte

Conhecimentos Pedagógicos

Metodologia e Prática do Ensino de Educação Infantil. Elisabete Martins da Fonseca

CRITÉRIOS GERAIS de AVALIAÇÃO na EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR

Transcrição:

ESCOLAS INCLUSIVAS Susana Bagatini

Educação Especial Durante a primeira metade do século XX, as pessoas eram consideradas deficientes por causas orgânicas, que se produziam no início do desenvolvimento. Ao longo dos anos, essa concepção foi se modificando, mas preservavam o traço comum de que o transtorno era um problema inerente à criança, com poucas possibilidades de intervenção educativa. A partir dos anos de l960 e 1970 houve uma grande transformação para a aceitação de uma nova maneira de entender a deficiência a partir de uma perspectiva educacional. Hoje, o compromisso é garantir uma educação de qualidade para todos e realizar as transformações necessárias para se conseguir isso.essa proposição foi incluída de forma explícita na declaração final da Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais realizada em Salamanca ( Espanha- 1994)

com a participação de representantes de 88 países e 25 organizações internacionais relacionadas à educação. Um de seus compromissos é formulado nos seguintes termos: * Todas as crianças de ambos os sexos têm um direito fundamental à educação e deve-se dar a elas a oportunidade de alcançar e manter um nível aceitável de conhecimentos; * Cada criança tem características, interesses e necessidades de aprendizagens que lhe são próprias; * Os sistemas educacionais devem ser projetados, e os programas aplicados de modo a levarem em conta toda essa gama de diferentes características e necessidades; * As pessoas com necessidades educativas especiais devem ter acesso às escolas regulares, que deverão integrá-las em uma pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer essas necessidades;

* As escolas regulares com educação integradora representam o meio mais eficaz para combater as atitudes discriminatórias, criar comunidades de acolhimento,, construir uma sociedade integradora e obter a educação para todos.

INCLUSÃO Problemas que se apresentam ao se tomar decisões concretas sobre o atendimento oferecido aos alunos com necessidades educativas especiais: * Currículo: um aluno com problemas de aprendizagem deve aprender conteúdos iguais ou diferentes aos seus colegas? * Identificação: a identificação dos alunos com necessidades especiais ajuda-os ou os marca negativamente? * Pai-profissional: no momento das decisões sobre a escolarização dos alunos quem tem maior influência? * Integração: uma criança com problemas de aprendizagem aprende mais na classe comum ou na classe especial com mais apoios?

ADAPTAÇÕES CURRICULARES Os alunos com necessidades especiais incorporamse à escola para ter acesso, junto com seus colegas, a experiências similares. Os alunos, porém, não são iguais, então,a atenção às diferenças individuais exige que se proporcione uma educação adaptada às suas possibilidades. Um currículo mais equilibrado, no qual o desenvolvimento social e pessoal também tem importância e em que a avaliação seja feita em função do progresso de cada aluno, facilitram a integração destes. Para isso é preciso: * Analisar de forma mais minuciosa os componentes do currículo e estabelecer que elementos devem ser comuns para todos os alunos e que elementos devem ser modificados para responder às demandas dos alunos com problemas de aprendizagem. * Observar a metodologia que se utiliza, o sistema de

organizar os apoios aos alunos e os meios empregados para facilitar ao mesmo o acesso ao currículo; * Os principais conhecimentos devem ser apresentados em nível de profundidade distinto, em que os alunos cooperam entre si e em que os professores de apoio trabalhem junto com o professor titular.

DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOS PROFESSORES A formação do professor e seu desenvolvimento profissional, são condições necessárias para que se produzam práticas integradoras positivas na escola. Para avançar é necessário que as escolas inclusivas tenham, não só professores especialistas em educação especial, mas todo o conjunto de professores, com competência suficiente para ensinar a todos os alunos.

O CONTEXTO DA SALA DE AULA O trabalho do professor na sala de aula deve partir da compreensão de como os alunos aprendem e de qual é a melhor forma de lhes ensinar, levando em conta os conhecimentos prévios dos alunos, a atividade mental construtiva e a motivação para aprender, por isso, deve planejar a metodologia na sala de aula, de tal maneira, que os colegas também sejam um poderoso estímulo para a construção dos conhecimentos. O professor nunca deve perder de vista a dimensão afetiva e a autoestima dos alunos com deficiência.

Referências bbliográficas Coll,César; Marquesi, Álvaro; Palacios,Jesús ( 2010) Desenvolvimento Psicológico e educação - Transtornos do desenvolvimento e necessidades educativas especiais.artmed.