Civil 2 - Aula 10 - Modalidades de Pagamentos das Obrigações I Por Marcelo Câmara
Sumário:
1. Pagamento em Consignação 1.1. Conceito: 1.2. Pressupostos: 1.3. Modalidades: 1.3.1. Depósito bancário: 1.3.2. Depósito judicial: 1.4. Efeitos jurídicos: 2. Pagamento com Sub-Rogação 2.1. Conceito: 2.2. Pressupostos: 2.3. Modalidades: sub-rogação legal e sub-rogação convencional: 2.4. Efeitos jurídicos:
3. Dação em Pagamento: 3.1. Conceito: 3.2. Pressupostos: 3.3. Efeitos jurídicos: 4. Remissão 4.1. Conceito: 4.2. Pressupostos: 4.3. Espécies: 4.4. Efeitos jurídicos:
Desenvolvimento:
1. Pagamento em Consignação: Lei 10.406 de 2002: Capítulo II - Do pagamento em consignação: Arts. 334 a 345. Lei 13.105 de 2015: Capítulo I - Da ação de consignação em pagamento: Arts. 539 a 549.
1.1. Conceito: Nesse sentido, afirma Washington de Barros Monteiro (p. 269) que: A consignação é simultaneamente instituto de direito civil e de processo. A substância e os seus efeitos são de direito privado, mas a forma constitui matéria de direito adjetivo.
1.1. Conceito: Atualmente, no Direito brasileiro, o pagamento em consignação é tido como meio indireto de cumprimento da obrigação, sendo um instituto uno que se forma a partir de regras de Direito material e de Direito processual conforme se depreende, principalmente, nos arts. 334 do CC.
1.1. Conceito: CC - Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.
1.1. Conceito: NCPC - Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida.
1.2. Pressupostos: O pagamento em consignação deve ser considerado meio excepcional de cumprimento da obrigação e pode ser realizado nas hipóteses enumeradas no art. 335, CC: Saliente-se, no entanto, que não cabe consignação em face de credor incapaz ou antes do vencimento da dívida.
1.2. Pressupostos: - dificuldade ou resistência (expressa ou tácita) injusta do credor (inc. I); - omissão do credor em dívida querable (inc. II); - incapacidade do credor para receber, não possuindo representante legal (inc. III);
1.2. Pressupostos: - credor desconhecido (ex.: títulos ao portador) ou ausente; residência do credor em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil quando se tratar de dívida portável (inc. III); -dúvida sobre a identidade do credor (inc. IV); - litígio sobre o crédito da obrigação (trata-se de litígio sobre a res debita ) (inc. V).
1.2. Pressupostos: Art. 335. A consignação tem lugar: I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
1.2. Pressupostos: Art. 335. (...): III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
1.3. Modalidades: O pagamento em consignação constitui caracterização da mora accipiendi e pode ocorrer em duas modalidades, conforme o art. 334 do CC: Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.
1.3.1. Depósito bancário: O art. 334, CC, autoriza que o devedor ou terceiro realizem o depósito em estabelecimento bancário oficial. a. Bancos oficiais são os bancos múltiplos com carteira comercial e os bancos comerciais federais e estaduais e a Caixa Econômica Federal, conforme Resolução n. 2.814/01, BACEN.
1.3.1. Depósito bancário: b. Nas localidades onde não houver estabelecimento oficial o depósito pode ser realizado em instituições bancárias privadas. c. O depósito deve ser realizado na localidade designada como lugar do pagamento (art. 337, CC).
1.3.1. Depósito bancário: d. Por meio de carta com aviso de recebimento a instituição bancária cientificará o credor, concedendo-lhe dez dias para a declaração de recusa. Na forma do Art.539, 1º, do NCPC:
1.3.1. Depósito bancário: Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida. 1o Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em estabelecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar do pagamento, cientificando-se o credor por carta com aviso de recebimento, assinado o prazo de 10 (dez) dias para a manifestação de recusa.
1.3.1. Depósito bancário: d.1.não se manifestando, presume-se que aceitou. Recusando o depósito o consignante deverá propor a respectiva ação no prazo de trinta dias, instruindo-a com o comprovante do depósito e com a recusa do credor. d.2. Caso a ação não seja proposta, o depósito fica sem efeito e o consignante poderá levantá-lo.
1.3.2. Depósito judicial: O art. 334, CC, também autoriza o depósito judicial que se fará por meio da ação de consignação que deve ser ajuizada no lugar do pagamento. a. A ação de consignação em pagamento tem natureza declaratória.
1.3.2. Depósito judicial: b. Se não houve depósito bancário prévio, o consignante deverá depositar o objeto do pagamento no prazo de cinco dias contados do deferimento. Art. 543 do NCPC:
1.3.2. Depósito judicial: Art. 543. Se o objeto da prestação for coisa indeterminada e a escolha couber ao credor, será este citado para exercer o direito dentro de 5 (cinco) dias, se outro prazo não constar de lei ou do contrato, ou para aceitar que o devedor a faça, devendo o juiz, ao despachar a petição inicial, fixar lugar, dia e hora em que se fará a entrega, sob pena de depósito.
1.3.2. Depósito judicial: c. Tratando-se de coisa incerta, sendo do credor a escolha, antes de proceder o depósito o devedor deve dar oportunidade para o credor realizar a concentração. Art. 342, CC:
1.3.2. Depósito judicial: Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente.
1.3.2. Depósito judicial: d. O devedor poderá fazer o levantamento do depósito realizado se a ação for julgada improcedente ou se o credor não declarar que a aceita ou não contestar o pedido, caracterizando desistência da ação. Art. 338, CC:
1.3.2. Depósito judicial: d. O devedor poderá fazer o levantamento do depósito realizado se a ação for julgada improcedente ou se o credor não declarar que a aceita ou não contestar o pedido, caracterizando desistência da ação. Art. 338, CC:
1.3.2. Depósito judicial: Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as conseqüências de direito.
1.3.2. Depósito judicial: e. Após a aceitação ou contestação do pedido o devedor só poderá fazer o levantamento com anuência expressa do credor, o que configuraria novação. Art. 340, CC:
1.3.2. Depósito judicial: Art. 340. O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depósito, aquiescer no levantamento, perderá a preferência e a garantia que lhe competiam com respeito à coisa consignada, ficando para logo desobrigados os codevedores e fiadores que não tenham anuído.
1.3.2. Depósito judicial: f. Os credores do credor só poderão realizar o levantamento do depósito se tiverem expressa autorização deste.
1.4. Efeitos jurídicos: 1. O depósito por si não constitui pagamento, nem tem efeito de liberar o devedor e extinguir a obrigação. 2. O depósito não provoca a transferência de domínio. Esta apenas ocorrerá quando o credor fizer o seu levantamento ou houver trânsito em julgado da procedência da ação de consignação.
1.4. Efeitos jurídicos: 3. Com o depósito cessam as garantias pessoais e reais (art. 337, CC) que só subsistirão no caso de improcedência da ação de consignação. Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente.
1.4. Efeitos jurídicos: 4. Para que a consignação tenha força de pagamento é preciso que seja realizada observando as pessoas, o objeto, o modo e o tempo ajustados para o pagamento da obrigação (art. 336, CC). Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento.
2. Pagamento com Sub-Rogação: Capítulo III - Do pagamento com sub-rogação Lei 10.406 de 2002 Arts. 346 a 351 Lei 13.105 de 2015 Arts. 725, II; 778, 1, IV; 857, 1 e 2.
2.1. Conceito: Temos o fenômeno da sub-rogação quando na relação jurídica se verifica a substituição de uma pessoa por outra, ou de um objeto por outro. A função primordial da sub-rogação é de índole substitutiva, pelo fato de conceder a um terceiro a possibilidade de substituir o credor, podendo ser ressarcido pelo devedor em momento ulterior. Secundariamente, há uma função de garantia, eis que o credor terá a segurança de recebimento do pagamento.
2.2. Pressupostos: 1. Existência do vínculo obrigacional. 2. Res debita representada por obrigação de dar ou de fazer fungível. 3. Pagamento por iniciativa de terceiro. 4. Substituição do credor primitivo pelo terceiro. 5. A lei não exige forma especial. No entanto, tratando-se de sub-rogação convencional a doutrina manifesta-se pela necessidade de se impor forma solene.
2.3.1 Sub-rogação legal: Ocorre automaticamente quando verificadas as hipóteses do art. 346, CC (taxativo). Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: (...) Assim, são hipóteses de sub-rogação legal:
Art. 346. (...) 2.3.1 Sub-rogação legal: I - do credor que paga a dívida do devedor comum; II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel; III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.
2.3.2 Sub-rogação convencional: Decorre de acordo expresso de vontade entre terceiro não interessado e credor ou entre terceiro e devedor (art. 347, CC), mas a avença só produzirá efeitos perante terceiros com o registro do contrato no Cartório de Títulos e Documentos (art. 129, Lei de Registros Públicos).
2.3.2 Sub-rogação convencional: Art. 347. A sub-rogação é convencional: I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos; II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.
2.4. Efeitos jurídicos: 1. A sub-rogação constitui efeito do pagamento seu principal efeito consiste na substituição do credor primitivo pelo terceiro que efetuou o pagamento. 2. Se o pagamento for parcial, a sub-rogação também será parcial. Neste caso, o credor originário deverá ter preferência sobre o sub-rogado (art. 351, CC).
2.4. Efeitos jurídicos: Art. 351. O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever.
2.4. Efeitos jurídicos: 3. A sub-rogação pessoal também tem como efeito a continuidade da relação obrigacional. Altera-se apenas o credor originário. 4. A sub-rogação pessoal tem efeito liberatório porque exonera o devedor em face do credor originário; e translativo quando permite a transmissão de atos com seus acessórios (art. 349, CC).
2.4. Efeitos jurídicos: Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores.
2.4. Efeitos jurídicos: 5. Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os direitos e as ações do credor, senão até a soma que tiver desembolsado (art. 350, CC). 6. Sendo a sub-rogação convencional, deverão lhe ser aplicadas as regras da cessão de crédito.
2.4. Efeitos jurídicos: 7. O devedor poderá opor ao sub-rogado as defesas que possuía em face do credor originário. 8. A sub-rogação legitima o sub-rogado a promover a execução ou a continuá-la.
3. Dação em Pagamento: Capítulo V - da dação em pagamento arts. 356 a 359:
3.1. Conceito: Trata-se, desta forma, de exceção à regra geral de pagamento prevista no art. 313, CC, configurando-se negócio jurídico bilateral e oneroso de alienação. CC - Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.
3.1. Conceito: Conceitua Paula Nader (2010, p. 351) é negócio jurídico bilateral [e liberatório] pelo qual o debitor cumpre a obrigação com prestação diversa da devida originalmente. O adimplemento se faz com objeto diferente do estabelecido no ato negocial, mas com a concordância do creditor.
3.2. Pressupostos: 1. Existência de vínculo obrigacional. 2. Cumprimento da obrigação. Não basta acordo visando a troca da coisa devida, é necessário que haja animus solvendi. O ato tem caráter translatício, conforme a natureza dos bens dados em substituição (art. 307, CC) e, portanto, exige capacidade para entrega e capacidade para aceitação.
3.2. Pressupostos: Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, quando feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu. Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-la.
3.2. Pressupostos: 3. Diversidade da prestação oferecida. Pressupõe a disponibilidade da coisa. 4. Consentimento do credor (exige capacidade para anuir). a. Não há possibilidade de realizar ação judicial para obrigar o credor a receber coisa diversa. b. O consentimento pode ser expresso ou tácito.
3.2. Pressupostos: 5. A dação pode ser realizada em obrigações em que há solidariedade passiva, sem a necessidade do consentimento de todos os devedores. No entanto, havendo solidariedade ativa, entende-se ser necessário o consentimento de todos os credores.
3.2. Pressupostos: 6. Veda-se a dação em pagamento: a. No caso de venda de ascendente a descendente sem a concordância dos demais descendentes (art. 496, CC). b. Quando não se fizer reserva de bens ou renda necessária à subsistência (art. 548, CC). c. Em vendas decorrentes de autorização judicial, salvo anuência expressa.
3.2. Pressupostos: Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória.
3.2. Pressupostos: Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador.
3.3. Efeitos jurídicos: 1. Admite-se qualquer tipo de substituição da res debita (art. 356, CC): CC - Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.
3.3. Efeitos jurídicos: 2. Se a dação constituir em pagamento com bem móvel ou imóvel, a fixação de seu preço deverá obedecer as regras da compra e venda (art. 357, CC): CC - Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda.
3.3. Efeitos jurídicos: 3. Se a dação se dá por substituição da coisa por título de crédito, aplicar-se-ão as regras das cessões de crédito (art. 358, CC): CC - Art. 358. Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência importará em cessão.
3.3. Efeitos jurídicos: 4. Aplicam-se à dação as regras da evicção (art. 359, CC): Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros.
3.3. Efeitos jurídicos: 5. A dação em pagamento também impõe ao devedor a responsabilidade pelos vícios redibitórios (art. 441, CC): CC - Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
4. Remissão: Capítulo IX - Da remissão das dívidas arts. 385 a 388:
4.1. Conceito: Dá-se a remissão da dívida quando o titular do crédito, sem prejuízo de terceiro, espontaneamente libera o devedor da obrigação, sem pagamento, e este a aceita.
4.1. Conceito: Na linguagem comum, é ato de renúncia, sob o aspecto jurídico, o ato de remitir não se confunde com o de renunciar, pois enquanto aquele é negócio jurídico bilateral, este é unilateral. A remissão, portanto, é declaração receptícia de vontade.
4.1. Conceito: Diferencia-se dos demais modos indiretos de pagamento porque o dever de prestar a cargo do devedor, extinguese, sem que o direito de crédito chegue a funcionar e sem que haja, por conseguinte, uma qualquer satisfação, nem sequer potencial ou indireta, do interesse do credor.
4.2. Pressupostos: Temos que analisar, inicialmente, o art. 386 do CC: Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova desoneração do devedor e seus co-obrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir.
4.2. Pressupostos: 1. Intenção de perdoar: 2. Capacidade para o ato (deve ser aferida no momento que se efetivou) e livre disposição dos bens (legitimação). 3. Aceitação do devedor (pode ser expressa ou tácita). 4. Não prejuízo de terceiro.
4.2. Pressupostos: 5. Forma livre (arts. 386 e 387, CC). 6. A remissão pode estar sujeita a termo ou a condição. 7. Pode abranger dívidas futuras, uma vez que irrelevante o vencimento da dívida. 8. Pode ter origem em ato inter vivos ou causa mortis.
4.3. Espécies: 1. Total: alcança a integralidade da prestação. 2. Parcial: alcança parte da prestação (percentagem, juros,...). 3. Expressa: decorre de declaração de vontade expressa do credor e aceitação do devedor.
4.3. Espécies: 4. Tácita: ocorre quando a dívida é representada por instrumento particular e o credor o entrega voluntariamente ao devedor, criando uma presunção de pagamento (art. 324, CC) e provando a desoneração do devedor (art. 386, CC).
4.3. Espécies: Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento. Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, em sessenta dias, a falta do pagamento.
4.3. Espécies: Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova desoneração do devedor e seus co-obrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir.
4.4. Efeitos jurídicos: 1. Os efeitos da remissão se operam a partir do momento em que o devedor aceita a liberalidade. 2. Estando a dívida garantida por bem penhorado, a entrega deste bem ao seu dono representa apenas remissão quanto à garantia e não quanto à dívida (art. 387, CC).
4.4. Efeitos jurídicos: Art. 387. A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, não a extinção da dívida.
4.4. Efeitos jurídicos: 3. Se o credor libera da obrigação um dos codevedores os demais continuam coobrigados, descontada a quota remitida (arts. 277 e 388, CC).
4.4. Efeitos jurídicos: Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.
4.4. Efeitos jurídicos: Art. 388. A remissão concedida a um dos codevedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida.
Conclusão:
Que a Força esteja com Todos! Vida Longa e Próspera: