Educação alimentar e analise dos hábitos em relação à alimentação em estudantes do ensino fundamental 2 no município de Itapuranga Goiás Sara Marques da Silva¹(IC)*, Lorena Dutra¹(IC), Ester Dias Ruas¹(IC), Camila Soares¹(IC), Liliane de Sousa Silva 1 (PQ), Carla Rosane Mendanha da Cunha 1 (PQ). 1.Ciências Biológicas Universidade Estadual De Goiás Campus Itapuranga. Avenida Rio Araguaia Esq. C/ Rio Paranaíba Setor Milton Camilo de Faria. sarmarqu@gmail.com Resumo: Transtornos alimentares compõem um conjunto de doenças que comprometem principalmente adolescentes e adultos jovens causando alterações biológicas, psicológicas e sociais. A presente atividade foi realizada em duas etapas sendo a primeira com oficinas sobre educação alimentar e transtornos alimentares e a segunda aplicando um questionário com 42 questões objetivas sobre perfil alimentar. Nas palestras diversas duvidas foram esclarecidas sobre: perigo dos laxantes e indução do vômito pós-alimentação e pirâmide alimentar. Setenta e cinco alunos participaram da pesquisa, 52% (n=39) do gênero feminino, 53% (n=47) disseram que fazem de três a quatro refeições por dia, 53%(n=47) relataram que há momentos em que só conseguem pensar em comida, apenas 23%(n=17) se importam com o valor nutricional do alimento, 63% (n=47) relataram que o pensamento de ficar gordo apavora. 33% (n=25) disseram que se sentem culpados quando se alimentam mais que o de costume. 32% (n=24) disseram que a ansiedade aumenta o apetite, 11% (n=8) evitam comer mesmo com fome. Conclui ser necessário colocar o professor e aluno como agente ativo no processo de saúde e doença sensibilizando sobre medidas de prevenção primária no ambiente escolar, incentivando a reflexão e a crítica sobre temas cotidianos, como alimentação saudável, obesidade, anorexia, bulimia e desnutrição. Palavras-chave: Transtorno alimentar. Educação e saúde. Alimentação saudável. Introdução Educação alimentar e nutricional, é uma das principiais estratégias para a promoção da alimentação adequada e saudável. A alimentação saudável possui um significado maior do que apenas garantir as necessidades alimentares e nutricionais do corpo. O ato de comer está relacionado a valores sociais, culturais, afetivos e sensoriais e, na maioria das vezes, é um momento de prazer e confraternização com nossos amigos e familiares. (BERTIN et al., 2008; BARBOSA et al., 2005). Uma alimentação inadequada pode desencadear diversos prejuízos ao organismo e a saúde humana, dentre eles, o surgimento de transtornos alimentares, que são doenças que afetam particularmente adolescentes e adultos jovens do sexo feminino, levando a marcantes problemas biológicos, psicológicos e sociais (TOSATTI, 2012). Alguns destes transtornos mais comuns biológicos destacam-se a obesidade e desnutrição, já os psicológicos, bulimia, desnutrição e bullying. Nesta
perspectiva, a escola é um espaço privilegiado para a construção, a quebra dos mitos e a consolidação das práticas alimentares saudáveis em adolescentes, pois é um ambiente no qual atividades voltadas à educação alimentar e nutricional podem apresentar grande repercussão. A presente ação extensionista visa sensibilizar sobre a temática educação nutricional e transtorno alimentar através de aplicação de oficinas sobre a temática e aplicação de um questionário para avaliar o perfil nutricional dos estudantes de ensino fundamental 2 no município de Itapuranga-Go. Material e Métodos Essas atividades do projeto de extensão foram realizadas durante os meses de Abril, Junho e Novembro do ano de 2015 com os alunos matriculados no ensino fundamental fase dois (6 a 9 ano) do Colégio Estadual José Pereira de Faria, da cidade de Itapuranga-Goiás Foram incluídos na atividade extensionista todos os alunos matriculados no ensino fundamental fase dois, do Colégio Estadual José Pereira de Faria, entre 11 e 17 anos. Estiveram excluídos os alunos menores de 11 e maiores de 17 anos, e os que estiveram ausentes no dia da pesquisa. O primeiro momento dessa atividade extensionista, foi baseado na aplicação de palestras educativas e oficinas lúdico pedagógicas objetivando conscientizá-los quanto a hábitos alimentares e os transtornos a saúde gerada pela relação com o alimento. No segundo momento foi aplicado os questionários aos alunos, mas antes foi entregue o termo de consentimento livre e esclarecido para o gestor da escola assinar, autorizando os alunos a participarem do estudo. Os dados foram armazenados em banco de dados utilizando-se o programa Microsoft Excel 2010 a partir das informações contidas nos formulários. Os dados obtidos foram utilizados de maneira confidencial, obedecendo aos preceitos do Código de Ética Médica para a utilização científica de dados de pacientes e respeitada os princípios enunciados na Declaração de Helsinque III (2000) emendada em Edimburgo, Escócia; e, na Resolução nº. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 1996).
Resultados e Discussão Durante as palestras educativas observamos duvidas relacionadas à importância nutricional dos alimentos, a doenças como bulimia, anorexia e obesidade bem como a cobrança relacionada aos padrões de beleza. A maioria dos adolescentes demonstrou importar mais com a imagem e dessa forma com a alimentação do que com o beneficio a curto e longo prazo de uma alimentação saudável. Figura 1: Oficina sobre educação e transtorno alimentar Dos 87 alunos matriculados no ensino fundamental 2, 75 participaram da pesquisa, 52% (n=39) são do gênero feminino, 53% (n=47) disseram que faz de 3 a 4 refeições durante o dia, 53%(n=47) relataram que há momentos em que só consegue pensar em comida e apenas 23%(n=17) disseram que o valor nutricional é importante para a escolha. Ao ser questionado sobre se o pensamento de tornar-se gordo (a) o (a) apavorava, 63% (n=47) dos (as) estudantes responderam que sim. E 33% (n=25) disseram que se sentem culpado por comer. Em relação a quando se sentem ansiosos (as) tendem a comer muito, 32% (n=24) disseram que sim, a
ansiedade aumenta o apetite. Foi questionado se ao sentir fome, evitam se alimentar, nesse quesito 11% (n=8) relataram ter esta atitude às vezes, 2% (n=3) frequentemente. Através da análise dos questionários podemos observar o perfil da alimentação dos alunos, concluindo que os mesmos ao consumir um alimento preferem o sabor do alimento ao valor nutricional, isso contribui para uma má alimentação que futuramente poderá causar prejuízo à saúde. A respeito da autoimagem 20% (n=15) afirmam que estão preocupados em ser magros, 11% (n=8) se sentem culpados logo após se alimentarem, 8% (n=6) evitam comer quando estão com fome, 11% (n=8) às vezes sentem vontade de vomitar após a alimentação, esses dados são significantes e podem indicar possíveis casos de transtorno alimentar, justificando a intervenção com esses temas através de atividades extensionistas nas escolas. Em relação à análise estatística antropométrica, participaram 75% (n=60) dos alunos, sendo que 25%(n=15) recusaram participar. Verificou-se baixo peso em 20%(n=12), 61,6%(n=37) apresentou peso adequado, e 18,4%(n=11) sobrepeso. Foi observada então uma porcentagem significativa de alunos, principalmente do sexo masculino abaixo do peso. O que está em desacordo com os autores Secchi et al.,(2009) e Gonsalves et al.,(2013) o qual justifica o fato com as seguintes hipóteses: escola pública com alunos de baixa renda o que pode significar baixo acesso a uma alimentação balanceada. Outro fato importante é que a atividade econômica principal da região está relaciona a agricultura familiar no qual grande parte dos alunos pode estar inseridos, e nesse caso é uma atividade de grande consumo energético que associado ao baixo acesso ao alimento pode corroborar para o baixo peso. Considerações Finais Através da análise dos questionários podemos observar o perfil da alimentação dos alunos, concluindo que os mesmos ao consumir um alimento preferem o sabor do alimento ao valor nutricional afirmando também que estão preocupados em ser magros e parte relatam se sentirem culpados logo após se alimentarem e que sentem vontade de vomitar após a alimentação, esses dados são
significantes e podem indicar possíveis casos de transtorno alimentar, justificando a intervenção com esses temas através de atividades extensionistas nas escolas. Agradecimentos A equipe executora deste trabalho agradece a Pro-reitoria de Extensão da Universidade Estadual de Goiás (PrE-UEG) e ao Colégio Estadual José Pereira de Faria pela parceria. Referências BARBOSA,R.M.S.et al. Consumo alimentar de crianças com base na pirâmide alimentar brasileira infantil. Revista de Nutrição, v.5, p.633-641. Campinas 2005. BERTIN,R.L. et al. Estado nutricional e consumo alimentar de adolescentes da rede pública de ensino da cidade de São Mateus, Paraná, Brasil. Revista brasileira de saúde e maternidade infantil, v.8, p.435-443. Recife 2008. TOSATTI. A, M. Transtornos alimentares na adolescência. Nutrociência 2012. Disponível em: < http://www.nutrociencia.com.br> Acesso em: 19 Agosto 2016.