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Transcrição:

ÍNDICE 1. PRINCIPAIS INDICADORES ECONÓMICOS 2. IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS PESSOAS COLETIVAS (IRC) 3. IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS PESSOAS SINGULARES (IRS) 4. CÓDIGO DOS REGIMES CONTRIBUTIVOS DA SEGURANÇA SOCIAL 5. IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO (IVA) 6. IMPOSTO DO SELO 7. ESTATUTO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS 8. IMPOSTOS ESPECIAIS DE CONSUMO 9. IMPOSTO SOBRE VEÍCULOS (ISV) 10. IMPOSTO ÚNICO DE CIRCULAÇÃO (IUC) 11. IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE AS TRANSMISSÕES ONEROSAS DE IMÓVEIS (IMT) 12. GARANTIAS DOS CONTRIBUINTES E JUSTIÇA TRIBUTÁRIA 13. NORMAS AVULSAS 14. AUTORIZAÇÕES LEGISLATIVAS 15. IMI - CLÁUSULA DE SALVAGUARDA PROPOSTA DE LEI DO ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2015 Na sequência da apresentação da proposta de Lei do Orçamento do Estado para o ano de 2015 (OE/2015), pretende-se, através do presente Boletim Fiscal Especial, apresentar um breve sumário das principais alterações propostas em matéria fiscal. 1. PRINCIPAIS INDICADORES ECONÓMICOS TAXA DE VARIAÇÃO (EM %) DOS PRINCIPAIS INDICADORES ECONÓMICOS PIB 2012-3,3 2013-1,4 2014 (p) 1 2015 (p) 1,5 2. IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS PESSOAS COLETIVAS (IRC) Redução da Taxa Tal como previsto no âmbito da reforma do IRC, é proposta nova redução da taxa nominal de IRC de 23% para 21%. 3. IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS PESSOAS SINGULARES (IRS) Sobretaxa No ano de 2015 será, de novo, aplicada uma sobretaxa de 3,5% ao rendimento coletável de IRS, a qual incidirá sobre todos os rendimentos englobados na declaração anual de IRS. Contudo, consagra-se um crédito fiscal que poderá desagravar, total ou parcialmente, o montante da sobretaxa devida a final (em 2016), caso as receitas de IVA e IRS efetivamente cobradas durante o ano de 2015 excedam os valores previstos no Orçamento do Estado para 2015. Tal como nos anos anteriores, são dedutíveis à coleta da sobretaxa: (i) 2,5% do valor da retribuição mínima mensal garantida por cada dependente ou afilhado civil que não seja sujeito passivo de IRS; e (ii) a retenção na fonte efetuada pelas entidades devedoras de rendimentos de trabalho dependente ou pensões, quando superior à sobretaxa devida. Consumo Privado Consumo Público Investimento (FBCF) Exportações Importações Taxa de desemprego Taxa de inflação média (IPC) -5,2-4,3-15 3,1-6,6 15,5 2,8-1,4-1,9-6,3 6,4 3,6 16,2 0,3 1,8-0,6 1,5 3,7 4,7 14,2 0 2-0,5 2 4,7 4,4 13,4 0,7 Os sujeitos passivos que aufiram rendimentos de Categoria A e H estarão sujeitos a uma retenção mensal de 3,5%. A retenção mensal é calculada tendo por base o rendimento bruto deduzido das retenções de IRS e das contribuições obrigatórias para a segurança social, na parte em que exceda o valor da retribuição mínima garantida. Para as demais categorias de rendimento, mantém-se a liquidação da sobretaxa com a apresentação da Declaração Modelo 3 e subsequente liquidação do IRS. Legenda; (p) previsão (fonte: Relatório do Orçamento do Estado para 2015) pág. 1

4. CÓDIGO DOS REGIMES CONTRIBUTIVOS DA SEGURANÇA SOCIAL Caducidade Na sequência de diversa jurisprudência proferida pelos tribunais superiores, estabelece-se um prazo de caducidade de 4 anos para a liquidação e notificação de contribuições e quotizações para a segurança social. Contribuição extraordinária de solidariedade - CES Propõe-se a manutenção da contribuição extraordinária de solidariedade para o ano de 2015, aplicável sobre as pensões pagas pela Caixa Geral de Aposentações, Centro Nacional de Pensões, Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores, fundos de pensões e companhias de seguros. Contudo, o valor a partir do qual a CES será devida sobe substancialmente, sendo apenas aplicável a pensões que excedam 4.611,42 (11*IAS), às seguintes taxas: Pensão bruta mensal (EUR) Mais de 4.611,42 até 7.126,74 Mais de 7.126,74 Taxa 15% 40% Valor do indexante dos apoios sociais Propõem-se a suspensão do regime de atualização anual do IAS, mantendo-se em vigor o valor de 419,22. 5. IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO (IVA) Créditos de cobrança duvidosa ou incobráveis O regime de dedução de IVA referente a créditos de cobrança duvidosa ou incobráveis sofre algumas alterações, sendo de destacar as seguintes: a) A comunicação da anulação total ou parcial do imposto para efeitos de retificação da dedução inicialmente efetuada pelo adquirente passa a encontrar-se sujeita a determinada formalidades adicionais, tais como a indicação do período em que a regularização foi efetuada, identificação do número de fatura, etc.; b) A cessão de créditos considerados de cobrança duvidosa ou incobráveis após a dedução do IVA respetivo passa a implicar expressamente a regularização do imposto junto do Estado; c) Clarificação de que a regularização do imposto em caso de recebimento do crédito não se encontra sujeita ao prazo geral de caducidade aplicável na liquidação (4 anos). Regime forfetário dos produtores agrícolas É introduzido um regime forfetário aplicável aos produtores agrícolas que não atinjam um volume de negócios superior a 10.000 nos termos do qual os mesmos passam a poder beneficiar de uma compensação à taxa de 6% aplicável sobre o total de determinadas vendas e serviços agrícolas (conforme elencados nos novos anexos F e G ao Código do IVA). 6. IMPOSTO DO SELO Transferências onerosas de atividades ou de exploração de serviços Em matéria de trespasse de estabelecimentos comerciais, industriais ou agrícolas, bem como sobre as subconcessões e os trespasses de concessões feitas pelo Estado, pelas Regiões Autónomas e pelas autarquias locais, esclarecese que o sujeito passivo do imposto do selo é o trespassante ou o subconcedente dos referidos direitos, devendo o encargo do imposto ser suportado pelo adquirente (i.e. trespassário ou o subconcessionário). pág. 2

7. ESTATUTO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS Isenção de IMI sobre prédios destinados a habitação própria e permanente Prevê-se o alargamento da isenção de IMI aplicável aos prédios rústicos ou urbanos destinados a habitação própria e permanente do sujeito passivo ou do seu agregado familiar sempre que: (i) os rendimentos anuais brutos do agregado não excedam 15.300 (o limite atual ascende a 14.600); e (ii) valor patrimonial tributário da totalidade dos prédios rústicos e urbanos pertencentes ao agregado familiar não exceda 66.500. Mecenato Cultural O regime do Mecenato Cultural passa a estar regulado autonomamente num artigo do Estatuto dos Benefícios Fiscais, mantendo-se na generalidade o regime atualmente vigente. Contudo, introduz-se o conceito de mecenato de recursos humanos, nos termos do qual se possibilita a dedução dos encargos suportados pela entidade patronal com a remuneração (incluindo segurança social) de técnico especialista que seja cedido a uma instituição beneficiária. 8. IMPOSTOS ESPECIAIS DE CONSUMO Imposto sobre as bebidas alcoólicas São aumentadas na quase totalidade as taxas de Imposto sobre a Cerveja (passam a variar entre 7,75/hl e 27,24/hl). As taxas aplicáveis aos produtos intermédios e bebidas espirituosas são também aumentadas passando para 70,74/hl e 1.289,27/hl, respetivamente. de 0,60 / ml. É proposta a introdução de um montante mínimo de imposto no que respeita a charutos e cigarrilhas. É ainda prevista a alteração na estrutura de tributação dos cigarros consumidos na Região Autónoma da Madeira, aumentando substancialmente a relevância do elemento específico e reduzindo correlativamente a importância do elemento ad valorem. Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos Mantém-se em vigor para 2015 o adicional às taxas de Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos. 9. IMPOSTO SOBRE VEÍCULOS Taxas veículos usados Prevê-se uma alteração das percentagens de redução de imposto aplicáveis aos veículos usados portadores de matrículas atribuídas por outros Estados membros da União Europeia. A título de exemplo, os veículos com 6 meses a 1 ano de uso passam a beneficiar de uma percentagem de redução de 10%, enquanto os veículos com mais de 10 anos gozam de uma percentagem de redução de 80%. 10. IMPOSTO ÚNICO DE CIRCULAÇÃO (IUC) IUC sobre veículos não matriculados em Portugal Propõe-se que o IUC passe a incidir sobre os veículos que não estão sujeitos a matrícula em Portugal, desde que permaneçam em território Português por um período superior a 183 dias seguidos ou interpolados em cada ano civil. Imposto sobre o Tabaco Prevê-se a sujeição do líquido contendo nicotina usado na carga e recarga de cigarros eletrónicos a Imposto sobre o Tabaco. A taxa aplicável é pág. 3

Adicional de IUC Propõe-se a manutenção do adicional de IUC sobre os veículos a gasóleo enquadráveis nas categorias A e B. Veículos a gasóleo da Categoria A: Gasóleo Cilindrada (cm 3 ) Até 1.500 Mais de 1.500 até 2.000 Mais de 2.000 até 3.000 Mais de 3.000 Veículos a gasóleo da Categoria B: Gasóleo Cilindrada (cm 3 ) Até 1.250 Mais de 1.250 até 1.750 Mais de 1.750 até 2.500 Mais de 2.500 As isenções e regras de liquidação e pagamento previstas em sede de IUC aplicam-se igualmente ao adicional de IUC. 11. IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE AS TRANSMISSÕES ONEROSAS DE IMÓVEIS (IMT) Reconhecimento de isenções Taxa adicional segundo o ano de matrícula (euros) Posterior a 1995 3,14 6,31 9,86 25,01 Taxa adicional (euros) 5,02 10,07 20,12 68,85 De 1990 a 1995 1,98 3,55 5,51 13,19 De 1981 a 1989 1,39 1,98 2,76 5,70 Prevê-se a simplificação dos procedimentos de reconhecimento de diversas isenções em sede de IMT, reduzindo-se o número de isenções sujeitas a reconhecimento prévio e, de entre estas, o número de isenções sujeitas a despacho do Ministro das Finanças. Assim, a aquisição de prédio urbano por instituições de crédito que derivem de atos de dação em cumprimento apenas fica sujeita a reconhecimento se o valor do IMT que seria devido exceda 300.000. 12. GARANTIAS DOS CONTRIBUINTES E JUSTIÇA TRIBUTÁRIA 12.1. Código de Procedimento e de Processo Tributário Revogação do processo especial de autorização (sigilo bancário) É proposta a revogação do processo especial de autorização de levantamento de sigilo bancário por iniciativa da Autoridade Tributária, a qual é atualmente exigida nos casos de pedido de acesso a informação bancária relativa a familiares do contribuinte ou terceiros com ele relacionados, quando recusem fornecer a informação voluntariamente. Notificações em processo de execução fiscal Prevê-se o alargamento do âmbito de aplicação das notificações por via eletrónica em sede dos processos de execução fiscal. Consagra-se, igualmente, que as citações nos processos cujo valor não exceda 51.000 podem ser feitas por correio postal (limite atual é de 25.500). Pedidos de pagamentos em prestações Nos casos de pagamentos prestacionais de dívidas em execução fiscal estabelece-se a dispensa de prestação de garantia sempre que o devedor tenha dívidas de valor inferior a 2.500 (pessoas singulares) e 5.000 (pessoas coletivas). A falta de pagamento de uma prestação importa de imediato o vencimento das seguintes. Penhoras em processo de execução fiscal Prevê-se a possibilidade da administração tributária aceder a elementos da contabilidade do devedor pág. 4

ou de terceiros, para averiguar diretamente da existência de bens penhoráveis. 12.2. Regime Geral de Infrações Tributárias Crimes Aduaneiros Prevê-se o alargamento da punibilidade como crime aduaneiro de comportamentos que aparentemente impliquem vantagens patrimoniais inferiores aos limites legalmente previstos, quando se prove a existência de uma prática organizada ou de dimensão internacional destinada a dissimular a vantagem patrimonial efetiva. Este regime será aplicável ao crime de contrabando, contrabando de circulação, fraude no transporte de mercadorias no regime suspensivo e introdução fraudulenta no consumo. Frustração de Créditos Prevê-se que o crime de frustração de créditos fiscais passe a ser punido com pena de prisão mínima de 1 ano. 13. NORMAS AVULSAS Taxa a favor do INEM É proposto o aumento de 2% para 2,5% da taxa a favor do INEM, cobrada sobre os prémios ou contribuições relativos a contratos de seguros, em caso de morte, do ramo «Vida» e respetivas coberturas complementares, e contratos de seguros dos ramos «Doença», «Acidentes», «Veículos terrestres» e «Responsabilidade civil de veículos terrestres a motor», celebrados por entidades sediadas ou residentes no continente. Restituição do IVA suportado por IPSS e pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa Prevê-se que volte a vigorar, durante o ano de 2015, o benefício fiscal que permitia às instituições particulares de solidariedade social (IPSS) e à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa solicitarem a restituição do IVA contido em certas aquisições de bens e serviços, limitado porém a 50% do respetivo valor. Medidas de controlo da emissão de faturas Propõe-se estabelecer uma obrigação de comunicação eletrónica à AT do inventário ao último dia do exercício. Ficariam sujeitas as entidades com contabilidade organizada, obrigadas à elaboração de inventário e cujo volume de negócios do exercício anterior seja igual ou superior a 100.000. Contribuição sobre o setor bancário A contribuição sobre o setor bancário é mantida no ano de 2015, aumentando o limite máximo do intervalo da taxa aplicável à principal base de incidência (passivo) para 0,085%. Contribuição extraordinária sobre o setor energético Propõe-se a manutenção da contribuição extraordinária sobre o setor energético. Incentivos à aquisição de empresas em situação económica difícil Alarga-se o âmbito de aplicação deste regime excecional, que permite a dedução pelo adquirente dos prejuízos fiscais da sociedade adquirida (i) aos processos aprovados pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e (ii) ao Investimento no âmbito do Sistema de Incentivos à Revitalização e Modernização do Tecido Empresarial. Incentivos fiscais ao financiamento À semelhança de anos anteriores, prevê-se: - Isentar de imposto do selo a constituição de garantias a favor do Estado ou Instituições de Segurança Social no âmbito de planos de pagamento em prestações de dívidas fiscais; pág. 5

- Isentar de IRS ou de IRC os juros de capitais provenientes do estrangeiro representativos de contratos de empréstimo Schuldscheindarlehen celebrados pelo IGCP, E.P.E., em nome e em representação da República Portuguesa; - Isentar de IRS e de IRC os rendimentos dos valores mobiliários representativos de dívida pública e não pública emitida por entidades não residentes, quando venham a ser pagos pelo Estado Português enquanto garante de obrigações assumidas por sociedades das quais é acionista em conjunto com outros Estados- -Membros da União Europeia; - Isentar de IRC os ganhos obtidos por instituições financeiras não residentes em operações de reporte de valores mobiliários efetuadas com instituições de crédito residentes; (iv) Sujeição a Imposto do Selo sobre a generalidade das operações financeiras que tenham lugar em mercado secundário, incluindo transmissão de partes de capital, obrigações, unidades de participação em fundos de investimento, entre outras. As taxas máximas deverão oscilar entre 0.1% e 0.3%. 15. IMI - CLÁUSULA DE SALVAGUARDA Não foi consagrada na presente proposta qualquer extensão da cláusula de salvaguarda que permitiu limitar até ao ano de 2014 os aumentos do IMI derivados da subida do valor patrimonial dos imóveis. Pelo que, a partir de 2015, o IMI será pago tem em conta o valor efetivo dos imóveis, sem qualquer limitação. - Isentar de imposto do selo as operações de reporte de valores mobiliários (ou direitos equiparados) realizadas em bolsa de valores bem como o reporte e a alienação fiduciária em garantia realizados pelas instituições financeiras com interposição de contrapartes centrais. 14. AUTORIZAÇÕES LEGISLATIVAS São propostas diversas autorizações legislativas: (i) Introdução de um regime que crie a contribuição sobre a indústria farmacêutica, cujas taxas deverão oscilar entre 0.5% e 15%. Salienta-se que a contribuição não será um gasto fiscalmente dedutível para efeitos de IRC. A receita desta contribuição será consignada ao Sistema Nacional de Saúde. (ii) Regulamentação de um quadro sancionatório no âmbito do regime europeu de controlo das exportações, transferências, corretagem e trânsito de produtos de dupla utilização, nos quais se incluem todos os produtos, suportes lógicos e tecnologias suscetíveis de serem utilizados para fins civis ou militares. (iii) Aprovação do regime das Sociedades de Investimento em Património Imobiliário, cujo objecto principal consista no investimento em ativos imobiliários para arrendamento. pág. 6

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