Caracterização de fungos envolvidos em infecções nosocomiais

Documentos relacionados
SUSCETIBILIDADE E RESISTÊNCIA AOS ANTIFÚNGICOS

das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo: características clínicas e microbiológicas

Faculdade Alfredo Nasser-Instituto de Ciências da Saúde

Sensibilidade a antifúngicos em amostras hospitalares do gênero Candida

1.4 Metodologias analíticas para isolamento e identificação de micro-organismos em alimentos

CARACTERÍSTICAS GERAIS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA, MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA. Drogas antifúngicas.

A Epidemiologia da Candidíase

Carolina Rodrigues Costa

INFEÇÕES OPORTUNISTAS POR FUNGOS

MICOSES OPORTUNISTAS. Prof. Dr. Paulo Sergio Rodrigues Coelho Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP

Caracterização molecular de Enterococcus spp. resistentes à vancomicina em amostras clínicas, ambientes aquáticos e alimentos

FATORES DE VIRULÊNCIA DE CANDIDA SPP.

Microbiota Normal do Corpo Humano

IMUNOPATOGENESE DA CANDIDA ALBICANS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. RESUMO

EXAMES LABORATORIAIS: IMUNOLOGIA

ANTIFUNGICOS NA OFTALMOLOGIA EM EQUINOS

Guidelines da Infecção por Candida. IDSA 2009 vs ESCMID 2012 Joana Estilita Junho 2012

ANTIFUNGIGRAMA: QUANDO SOLICITAR E COMO INTERPRETAR

Atualização na candidíase de repetição Existem novas propostas de tratamento? Vera Fonseca

PERFIL DE SUSCETIBILIDADE DE CANDIDA ALBICANS OBTIDAS DE PACIENTES HIV POSITIVOS, FRENTE A ANFOTERICINA B, VORICONAZOL E ITRACONAZOL.

Pró-Reitoria Acadêmica Escola de Exatas, Arquitetura e Meio Ambiente. Curso de Ciências Biológicas. Curso de Ciências Biológicas

Resposta imune adquirida do tipo celular

Carolina Rodrigues Costa

Imagem da Semana: Fotografia

PERFIL DE SENSIBILIDADE DE Candida albicans FRENTE AO FLUCONAZOL ISOLADOS DE DIFERENTES SÍTIOS ANATÔMICOS

4ª Ficha de Trabalho para Avaliação Biologia (12º ano)

RESULTADO TRABALHOS CIENTÍFICOS

Rio de Janeiro, Brasil

Infecções causadas por microrganismos multi-resistentes: medidas de prevenção e controle.

Como controlar o desenvolvimento de fungos?

Testes manuais e automatizados para detecção de resistência bacteriana a antibióticos

ESTUDO DAS CANDIDEMIAS NO HOSPITAL DE CLÍNICAS NO PERÍODO DE JANEIRO DE 2001 A DEZEMBRO DE 2004

PATOGENICIDADE BACTERIANA

ANTIFúNGICOS. Alvos de ação. Mecanismos de aquisição de resistência. Célia Nogueira Coimbra, 10 de Novembro 2016

PROGRAD / COSEAC Padrão de Respostas Biologia

Bases ecológicas da resistência bacteriana às drogas

AUDECIR GIOMBELLI. FATORES DE PATOGENICIDADE DE Listeria monocytogenes DE AMBIENTES DE LATICÍNIOS, DE ALIMENTOS E DE HUMANOS

SUSCETIBILIDADE IN VITRO

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. OUTRAS DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS Aula 6. Profª. Tatiane da Silva Campos

MECANISMOS DE IMUNIDADE CONTRA AGENTES INFECCIOSOS (Bactérias, Vírus, Parasitas Metazoários) Prof. Helio José Montassier / FCAVJ-UNESP

ALESSANDRO COMARÚ PASQUALOTTO. EPIDEMIOLOGIA DAS INFECÇÕES POR Candida spp. NA CORRENTE SANGUÍNEA:

AGENTES ANTIFÚNGICOS

Imunologia. Propriedades das Respostas imunes e órgãos linfóides. Bibliografia Básica. Introdução. Tipos de imunidade. Histórico 12/03/2012

MECANISMOS DE IMUNIDADE CONTRA AGENTES INFECCIOSOS PROF. HELIO JOSÉ MONTASSIER / FCAVJ-UNESP

Programa Analítico de Disciplina BIO250 Imunologia

Métodos de Pesquisa e Diagnóstico dos Vírus

Diagnóstico Laboratorial de Infecções Virais. Profa. Claudia Vitral

24/11/2015. Biologia de Microrganismos - 2º Semestre de Prof. Cláudio 1. O mundo microbiano. Profa. Alessandra B. F. Machado

Filipe A. Mesquita Oliveira INFECÇÕES OPORTUNISTAS CAUSADAS POR LEVEDURAS DO GÊNERO CANDIDA SP. EM PACIENTES IMUNOCOMPROMETIDOS

Conceitos Gerais Relação Parasita Hospedeiro. Prof. Cor

ANTIFúNGICOS. Alvos de ação. Mecanismos de aquisição de resistência. Célia Nogueira Coimbra, 3 de Março 2016

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA, MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA. Antibioticos e resistência bacteriana a drogas

Recursos Genéticos Vegetais

MECANISMOS DE IMUNIDADE CONTRA AGENTES INFECCIOSOS (Bactérias, Vírus, Parasitas Metazoários) PROF. HELIO JOSÉ MONTASSIER / FCAVJ-UNESP

Resposta inicial que, em muitos casos, impede a infecção do hospedeiro podendo eliminar os micróbios

MECANISMOS DE IMUNIDADE CONTRA AGENTES INFECCIOSOS (Bactérias, Vírus, Parasitas) PROF. HELIO JOSÉ MONTASSIER / FCAVJ-UNESP

RESISTÊNCIA AOS ANTIBIÓTICOS: TESTES DE SENSIBILIDADE

Drogas antifúngicas. Alessandra P. Sant Anna Salimena. Instituto de Ciências Biológicas Departamento de Parasitologia, Microbiologia e Imunologia

Fighting bacteria using selective drugs for membranes

Micro-organismos eucariotas que nos colonizam (I)

Qualificar Centro de Estudos Técnicos de Formação em Saúde Curso Técnico em Saúde Bucal Disciplina de Microbiologia Reino Fungi

Determinação de sensibilidade bacteriana aos antimicrobianos

Imunologia Veterinária. Aula 1 A defesa do organismo

Resposta imune inata (natural ou nativa)

ENFERMAGEM BIOSSEGURANÇA. Parte 3. Profª. Tatiane da Silva Campos

TÍTULO: PERFIL DE SENSIBILIDADE AOS ANTIMICROBIANOS DE BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES ENCONTRADAS EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ONCOLÓGICA

USO RACIONAL DOS ANTIBIÓTICOS. Prof. Dra. Susana Moreno

PLANO DE ENSINO EMENTA

Prevalência de candidíase vulvovaginal e tricomoníase na citologia cérvicovaginal. corada por harris-shorr e sua associação com os sistemas de saúde

Bases do diagnóstico bacteriológico

- Tecidos e órgãos linfoides - Inflamação aguda

Sistema Imune, HIV e Exercício. Profa Dra Débora Rocco Disciplina: Exercício em populações especiais

Quimioterápicos Arsenobenzóis Sulfas

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

Marcadores Moleculares

PLANO DE CURSO. 1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Curso: Bacharelado em Enfermagem Disciplina: Imunologia Básica

Alberto Chebabo. Chefe do Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias HUCFF/UFRJ Diagnósticos da América/DASA RJ

Resposta imune adquirida

PALAVRAS-CHAVE: Staphylococcus coagulase negativa. Infecção Hospitalar. Recém-nascidos. UTIN.

ELEMENTOS TRANSPONÍVEIS DA CLASSE II EM Crinipellis perniciosa.

Análises moleculares - DNA

Micologia. Prof a Dr a Patricia Dalzoto Departamento de Patologia Básica

ESPECIALIZAÇÃO EM MICROBIOLOGIA APLICADA UNIOESTE PROF. RAFAEL ANDRADE MENOLLI

MARCADORES MOLECULARES

ITL ITL. Itraconazol. Uso Veterinário. Antifúngico de largo espectro FÓRMULA:

Imunologia. Introdução ao Sistema Imune. Lairton Souza Borja. Módulo Imunopatológico I (MED B21)

Enfermidades Micóticas

PROGRAMA DE DISCIPLINA VERSÃO CURRICULAR: 2014/2 PERÍODO: 2 DEPARTAMENTO: MIC

ENFERMAGEM IMUNIZAÇÃO. Política Nacional de Imunização Parte 4. Profª. Tatiane da Silva Campos

Valorização Clínica Achados Laboratoriais Colonização vs Infecção

10/02/2011 VACINAS IMUNIZAÇÃO. Referências Bibliográficas:

Antimicrobianos. Prof. Leonardo Sokolnik de Oliveira

Trypanosoma cruzi Doença de Chagas

Módulo I: Processos Patológicos Gerais (108

MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA II

Diagnóstico Laboratorial de Infecções Virais. Profa. Claudia Vitral

ESPÉCIES DE Candida spp. EM ISOLADOS CLÍNICOS E SUSCETIBILIDADE A ANTIFUNGICOS DE USO HOSPITALAR

Transcrição:

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA XISTO SENA PASSOS Caracterização de fungos envolvidos em infecções nosocomiais ORIENTADORA: PROFª DRª MARIA DO ROSÁRIO RODRIGUES SILVA Tese de Doutorado GOIÂNIA GO, 2007

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL XISTO SENA PASSOS Caracterização de fungos envolvidos em infecções nosocomiais ORIENTADORA: PROFª DRª MARIA DO ROSÁRIO RODRIGUES SILVA Tese de Doutorado apresentada ao Curso de Pós- Graduação em Medicina Tropical do Instituto de Patologia e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás como requisito parcial para obtenção de Grau de Doutor em Medicina Tropical. Área de concentração: Microbiologia. GOIÂNIA GO, 2007

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) (GPT/BC/UFG) Passos, Xisto Sena. P289c Caracterização de fungos envolvidos em infecções nosocomiais / Xisto Sena Passos. Goiânia, 2007. xiv,99f. : il., figs., tabs. 1 Orientadora: Maria do Rosário Rodrigues Silva. Tese ( Doutorado ) Universidade Federal de Goiás, Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, 2007. 2 Bibliografia: f. 61-78. Inclui lista de abreviaturas, símbolos e unidades. Anexos. 1. Candidíase 2. Candidíase Mucosa bucal 3. Candidíase Mucosa vaginal 4. Fungos (Candida) Tratamento I. Silva, Maria do Rosário Rodrigues II. Universidade Federal de Goiás, Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública III. Título CDU: 616.98:616.934

A Deus por sempre me dar forças, iluminar e guiar. i

As tarefas diárias jamais impediram alguém de seguir seus sonhos Paulo Coelho ii

À minha esposa Ana Luiza e aos meus filhos, Rodolfo Lucas e Gabriel Augusto, a essência da magia que é a razão da minha energia, persistência e luta. iii

Zaia, O amor é a asa que Deus deu à alma para que ela pudesse subir até Ele. Quem é bom tem olhos de bondade para ver até os erros dos outros, tem coração para perdoar e tem, sobretudo, coragem para dividir a sabedoria que possui. A você na qualidade de amiga e orientadora sou eternamente grato, sobretudo, pelo privilégio de haver trabalhado e recebido tanto de você nesses anos de convivência, pois você é a síntese da bondade. Muito obrigado e que Deus ilumine sempre sua vida. iv

AGRADECIMENTOS Dois homens juntos são mais felizes que um isolado. Se um vier a cair o outro o levanta. Mas, ai do homem solitário, se ele cair, não há ninguém para levantá-lo (Ecle 4.1-10). Pelas motivações, somadas à genosidade de vocês conseguimos concluir este trabalho. Esta foi a maior alegria que experimentei... contar com todos vocês Orionalda de Fátima Lisboa Fenandes Lúcia Kioko Hasimoto e Souza Carolina Rodrigues Costa Crystiane Rodrigues de Araújo Janine de Aquino Lemos Ana Cristina Machado de Souza Hildene Menezes e Silva Elisa Sales Nascimento Werther Souza Sales Patrícia Jackeline Maciel Denise Milioli Ferreira Karla Carvalho Miranda Miranildes de Abreu Batista José Clementino de Oliveira Neto Kariny Vieira Soares Luiz Augusto Pereira Keili Souza v

Aos professores do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, um agradecimento especial, pela acolhida e pelo muito que me ensinaram ao longo da minha caminhada. vi

À Universidade Federal de Goiás por fornecer uma excelente estrutura, o que possibilitou a realização deste trabalho. vii

À Universidade Paulista, representada pelos professores do programa de pós-gradução, que subvenciou recursos para a efetivação desta pesquisa e pelas valiosas sugestões. viii

LISTA DE ABREVIATURAS, SÍMBOLOS E UNIDADES. AIDS ATCC α BSI β Acquired immunodeficiency syndrome American type culture colletion Alfa Bloodstream infection Beta C Grau Celsius CFU/ml CIM CLSI CVV DNA HAART HC HIV ICU IgA MIC ml μg NCCLS PCR ph RAPD RFLP Unidade formadora de colônia por mililitro Concentração inibitória minima Clinical and Laboratory Standards Institute Candidíase vulvovaginal Ácido desoxirribonucléico Highly active anti-retroviral therapy Hospital das Clínicas Human immunodeficiency virus Intensive care unit Imunoglobulina A Minimal inhibitory concentration Mililitro Micrograma National Committee for Clinical Laboratory Standards Polymerase Chain Reaction Potencial hidrogeniônico Random Amplified Polymorphic DNA Restriction Fragment Length Polymorphisms ix

SIDA sp. spp. SPSS UFG USA UTI Síndrome da imunodeficiência adquirida Espécie Espécies Statistical Programmer for Social Sciences Universidade Federal de Goiás United State of América Unidade de terapia intensiva x

SUMÁRIO AGRADECIMENTOS... v LISTA DE ABREVIATURAS, SÍMBOLOS E UNIDADES.... ix RESUMO... xiii ABSTRACT... xiv 1 INTRODUÇÃO... 1 1.1 ASPECTOS GERAIS... 1 1.2 MECANISMO DE PATOGENICIDADE... 2 1.2.1 Fatores relacionados ao hospedeiro... 2 1.2.2 Fatores relacionados ao microrganismo... 3 1.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS... 7 1.3.1 Candidíase superficial... 7 1.3.2 Candidíase sistêmica... 9 1.4 INFECÇÕES NOSOCOMAIS POR CANDIDA SPP... 10 1.5 TRATAMENTO... 12 1.6 SUSCETIBILIDADE ANTIFÚNGICA IN VITRO... 15 1.6.1 Resistência aos antifúngicos... 18 1.7 MÉTODOS MOLECULARES... 20 2 JUSTIFICATIVA... 24 3 OBJETIVOS... 26 3.1 OBJETIVO GERAL... 26 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS... 26 xi

4 PRODUÇÃO CIENTÍFICA... 27 4.1 ARTIGO 1: CANDIDA COLONIZATION IN INTENSIVE CARE UNIT PATIENST S URINE... 28 4.2 ARTIGO 2: SPECIES DISTRIBUTION AND ANTIFUNGAL SUSCEPTIBILITY PATTERNS OF CANDIDA SPP. BLOODSTREAM ISOLATES FROM A BRAZILIAN TERTIARY CARE HOSPITAL... 33 4.3 ARTIGO 3: MOLECULAR EPIDEMIOLOGICAL ANALYSIS OF BLOODSTREAM OF CANDIDA ALBICANS... 41 4.4 ARTIGO 4: NOSOCOMIAL INVASIVE INFECTION CAUSED BY CUNNINGHAMELLA BERTHOLLETIAE: CASE REPORT... 55 5 CONCLUSÕES... 59 6 REFERÊNCIAS RELACIONADAS À INTRODUÇÃO... 60 7 ANEXOS... 79 7.1 NORMAS PARA PUBLICAÇÃO NA REVISTA MEDICAL MYCOLOGY INSTRUCTIONS TO AUTHORS (ARTIGO 3)... 79 7.2 PROTOCOLO DO CEPMHA/HC/UFG... 92 7.3 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO... 96 xii

RESUMO Os pacientes da unidade de terapia intensiva apresentam um índice elevado de infecções do trato urinário e da corrente sanguínea causadas por Candida spp. As infecções por esse microrganismo, na maioria das vezes, estão relacionadas à fonte endógena. Entretanto, fontes exógenas provenientes do meio ambiente foram descritas como prováveis fontes de candidíase. Neste trabalho, foram coletadas amostras de sangue, urina, cateter de pacientes e da superfície da cama e mesa de Meyer da unidade de terapia intensiva de um hospital terciário, durante o período de um ano para pesquisa e identificação de fungos. Os potenciais fatores de risco para candidemia e candidúria foram analisados e o teste de suscetibilidade antifúngica para os fungos isolados da corrente sanguínea foram realizados usando-se o método de microdiluição em caldo. A diversidade genética entre isolados de C. albicans foi avaliada na tentativa de se verificar possíveis correlações de padrões de DNA das cepas obtidas de amostras clínicas e do meio ambiente da unidade de terapia intensiva. Dentre as 345 amostras de sangue, Candida foi detectada em 33 pacientes, e em um paciente foi identicado a presença de um fungo filamentoso, Cuninghamella bertholetiae. Candida não-albicans foi responsável por 51,5% dos casos de candidemia. Das 153 amostras de urina coletadas, candidúria foi verificada em 68 pacientes, sendo que Candida nãoalbicans foi identificada em 31,9%. O período de internação relacionado com candidemia e candidúria foi estatisticamente significante. Uso de antibióticos e de cateter invasivo foram fatores predominantes nos casos de candidemia e de candidúria. A suscetibilidade in vitro dos isolados do sangue revelou alta sensibilidade aos antifúngicos estudados. A análise de RAPD para os 31 isolados de C. albicans do sangue, catheter, urina, superfície de cama e mesa de Meyer confirmou que os oligonucleotídios Cnd3 e Cnd4 possuem alto valor discriminatório. Os resultados obtidos permitiram concluir que embora candidemia estivesse largamente associada à fontes endógenas como candidúria, a presença de Candida nas superfícies do cateter, cama e da mesa de Meyer foram consideradas importantes fontes exógenas. xiii

ABSTRACT Nosocomial bloodstream and urinary tract infections caused by Candida spp. are common among the ICU patients. Candida nosocomial infection has been generally related to the endogenous flora but exogenous infection originating from the environment has occurred. In this work, we collected samples of blood, urine, catheter of patients and the surface of bed and Meyer table from ICU from tertiary hospital during one year period for research and identification of fungus. It was yet verified the potential risk factors for candidemia and candiduria and the antifungal susceptibility was performed by broth microdilution method for Candida isolates recovered from bloodstream. Additionally, we assessed the genetic diversity among C. albicans isolates in an effort to establish the relationship between DNA patterns of the strains recovered from clinical and environment samples from the ICU. Among 345 blood samples, candidemia was recovered in 33 patients caused by different species of Candida while fungaemia by Cunninghamella bertholetiae was identified in one patient. Candida nonalbicans was responsible by 51.5% of the cases of candidemia. Among 153 urine samples, candiduria was detected in 68 patients, from which it was isolated 31.9% of Candida non-albicans. Candida species in the blood and urine were statiscally associated with long term hospitalization and the most common risk factors were the use of antibiotics and indwelling urinary catheter. The majority of Candida isolates from blood were susceptible to the antifungals tested. The analyses using RAPD among 31 C. albicans isolates from blood, urine, catheter, surface of bed and Meyer table confirmed that the Cnd3 and Cnd4 primers have high discriminatory power. In conclusion, although candidemia was strongly associated to endogenous sources such as candiduria, it was observed that catheter, surface of bed and Meyer table were also considered important exogenous sources of infection. xiv

1 INTRODUÇÃO 1.1 Aspectos gerais Candidíase é uma infecção normalmente secundária aguda ou crônica, com manifestações clínicas extremamente diversificadas podendo produzir lesões que variam de uma simples irritação no tecido cutâneo até uma resposta granulomatosa. As lesões podem ser superficiais com localização principalmente nas mucosas bucal e vaginal, ou sistêmica, verificando-se em alguns casos, septicemia por Candida (Menezes et al. 2005). As leveduras do gênero Candida incluem aproximadamente 200 espécies, dentre as quais C. albicans, C. dubliniensis, C. famata, C. glabrata, C. guilliermondii, C. haemualaii, C. inconspicua, C. kefyr, C. krusei, C. lambica, C. lipolytica, C. lusitaniae, C. novergensis, C. parapsilosis, C. pelliculosa, C. rugosa, C. sake, C. spharice, C. tropicalis e C. zeylanoides estão associadas com candidíase no homem e/ou em animais (Hajjeh et al 2004; Segal, 2004; Almirante et al. 2005; Colombo et al. 2006). Candida albicans é a espécie patogênica de maior prevalência na maioria das casuísticas estudadas (Richet et al. 2002). Espécies não-albicans, entretanto têm aumentado gradativamente, sendo que C. tropicalis, C. glabrata e C. parapsilosis são comumente isoladas em casos de candidíase relatadas por diferentes pesquisadores (Pfaller et al. 1999; Sota et al. 1999; Cantón et al. 2001; Galván & Mariscal 2006).

O gênero Candida faz parte da microbiota da pele, das mucosas, do trato digestivo e geniturinário humano ou de animais, encontrando-se também saprofiticamente em plantas, objetos inanimados e no meio ambiente havendo, portanto fatores ligados ao hospedeiro ou ao microrganismo que influenciam na transformação dessas leveduras de saprófitas para parasitas (Galván & Mariscal, 2006). 1.2 Mecanismo de patogenicidade 1.2.1 Fatores relacionados ao hospedeiro A capacidade de produção de infecção por espécies de Candida depende mais do hospedeiro do que do fungo. A candidíase pode ocorrer pelo rompimento do equilíbrio parasita-hospedeiro, que pode ser desencadeado pelas alterações das barreiras teciduais, da microbiota autóctone e da resposta imune (Drago et al. 2000; Calderone & Fronzi, 2001). Alterações na superfície da pele ou mucosas possibilitam a proliferação ou mudança do sítio anatômico da levedura contribuindo para a instalação de Candida no organismo do hospedeiro. Esse fator é comum em pacientes que sofrem constantemente traumatismo devido a procedimentos invasivos, como sondas e cateteres, e em pacientes com extensas queimaduras (Pulcini et al. 2006). Espécies de Candida, especialmente C. albicans, consideradas como pertencentes à microbiota autóctone humana, de orofaringe, dobras da pele, secreções brônquicas, vagina, urina e fezes (Odds, 1988; Macphail et al. 2002) podem, em determinadas circunstâncias como uso de antibioticoterapia 2

prolongada, proliferarem desencadeando infecção. Pacientes de unidade de terapia intensiva, que geralmente recebem altas doses de antibióticos, tornamse mais propensos à produção de infecção por estas leveduras (Safdar et al. 2002). Mecanismos mediados por imunidade celular e humoral constituem uma eficiente proteção contra infecções por fungos do gênero Candida (Richardson & Warnock, 1994). O papel da atividade de neutrófilos contra infecções sistêmicas pode ser evidenciado pelo aumento de infecções disseminadas em pacientes submetidos à quimioterapia (Merz, 1990). Neutrófilos e macrófagos participam na defesa do hospedeiro devido à sua ação microbicida (Greenfield, 1992). Por outro lado, a importância das células T na prevenção do desenvolvimento de candidíase mucocutânea tem sido demonstrada. Candidíase é freqüente em crianças com problemas no timo, principal órgão formador de linfócitos T, e em pacientes com a síndrome da imunodeficiência humana adquirida (AIDS ou SIDA), em que se observa uma acentuada diminuição dessas células (Merz, 1990). A imunidade humoral pode auxiliar na defesa do hospedeiro através da formação de anticorpos, que associados ao sistema complemento, atuam como opsonizadores para as células fagocitárias, ou impedem a adesão do microrganismo às células do hospedeiro (IgA secretora) (Odds, 1988; Samaranayake & MacFarlane, 1990). 1.2.2 Fatores relacionados ao microrganismo Candida albicans e outras espécies do gênero possuem características celulares e moleculares que possibilitam a produção de infecções. Estas 3

características estão relacionadas principalmente à adesão, ao dimorfismo (variação de antígenos de superfície), à variabilidade fenotípica (fenômeno switching), e à produção de toxinas e exoenzimas, como proteases e fosfolipases produzidas pelos microrganismos (Hellstein et al. 1993; Vargas et al. 2000; Fotedar & Al-Hedaithy, 2003). Os mecanismos de patogenicidade das espécies de Candida variam de acordo com o tipo de infecção. A invasão da corrente sangüínea e crescimento nos tecidos podem requerer determinados fatores de virulência que podem ser diferentes daqueles para causar doenças na superfície das mucosas (De Bernardis et al. 1993; Venkatesan et al. 2005). No estabelecimento da infecção sistêmica os patógenos oportunistas são capazes de evadirem do sistema imune, sobreviverem e iniciarem o seu processo de divisão, difundindo-se para os órgãos internos do hospedeiro (Casadevall & Piorfski, 2001). O mecanismo de produção de lesões por fungos do gênero Candida não é totalmente conhecido. Não há evidências se a invasão da levedura está mais relacionada à falhas no sistema de defesa do hospedeiro ou a propriedades específicas da levedura (Venkatesan et al. 2005). A capacidade que o microrganismo tem de se aderir a superfícies das células do hospedeiro representa o primeiro mecanismo da patogênese (Calderone & Fronzi, 2001). As doenças infecciosas, de uma maneira geral, são conhecidas por começar com a fixação do patógeno a um alvo particular no hospedeiro, como ocorre com a candidíase. A parede das leveduras do 4

gênero Candida, como C. albicans, não possui apenas a propriedade de conferir a forma estrutural à célula, mas também é o local onde se inicia a interação entre esse fungo e o meio ambiente (Calderone & Fronzi, 2001). Isso ocorre porque estas leveduras apresentam proteínas denominadas adesinas que permitem a sua adesão a elementos extracelulares, considerados receptores, como fibrinogênio, fibronectina e laminina, presentes nos tecidos humanos (Vardar-Ünlü, 1998, Calderone & Fronzi, 2001; Yang, 2003). Candida albicans pode se apresentar sob a forma de levedura ou filamentosa, o que caracteriza o seu dimorfismo (Brown & Gow, 1999; Ernst, 2000). A formação de hifas é considerada importante fator de virulência não apenas por promover a invasão da célula para o interior da mucosa, mas também por impedir que as células de Candida sejam englobadas por macrófagos e neutrófilos (Yang et al. 2003). A transição de leveduras para hifas pode ser influenciada pela temperatura, ph, fontes de carbono e substâncias químicas (Odds, 1988, Lan et al. 2002). Sua capacidade de mudar de fase de levedura para filamentosa é importante para uma maior interação com o hospedeiro, facilitando a adesão, e aumentando assim a sua virulência (Cutler, 1991). As células em forma de leveduras e de hifas podem estar presentes no hospedeiro não somente durante o processo de infecção, mas também durante o processo de colonização do fungo (Souza et al. 1990; Bartie et al. 2001). 5

As variações na morfologia de colônias de espécies de Candida, descritas principalmente em C. albicans, caracterizadas como fenômeno switching, parecem estar envolvidas no mecanismo de virulência dessas leveduras. Nesse fenômeno, a mudança fenotípica que se expressa pela morfologia, induz provavelmente alteração na fisiologia e na patogenicidade do microrganismo (Lian et al. 2003, Laffey & Butler, 2005). Esse mecanismo pode permitir que um organismo adaptado ao meio ambiente altere, através da expressão de um gene seletivo, a resposta fúngica frente aos agentes antifúngicos (Lachke et al. 2002; Miller et al. 2006). A produção de proteinase e da fosfolipase tem sido relatada como sendo um importante determinante de patogenicidade de C. albicans (Cutler, 1991; Pincus et al. 1999, Menezes et al. 2005). As proteinases têm afinidade por substratos tais como queratina, colágeno desnaturado, hemoglobinas, matriz celular e albumina (Rüchel et al. 1982; McDonalds & Odds, 1983; Ghannoun & Abu-Elteen, 1990; Culter 1991; Odds 1994, Ibrahim et al. 1995, Calderone & Fronzi, 2001) envolvidas em vários processos bioquímicos. Esses atributos estão associados a diversos fatores de virulência como formação de pseudomicélio, adesão e fenômeno switching, tornando mais complexos os mecanismos de patogenicidade de leveduras (Naglik et al. 2003, Naglik et al. 2004). O primeiro relato de fosfolipase em C. albicans foi publicado em 1966 (Werner, 1966). A presença de fosfolipases na superfície da levedura e na extremidade do pseudomicélio propicia a lesão tecidual por alterar os constituintes lipídicos da membrana celular do hospedeiro. Esta enzima tem 6

sido detectada em poucas espécies, como C. albicans e C. glabrata (Samaranayake et al. 1984; Banno et al. 1985; Hube, 1996; Ghannoum, 1998; Ghannoum, 2000). Williams et al. (1990) verificaram que 94% de C. albicans isoladas da cavidade bucal de pacientes com AIDS, foram produtoras de fosfolipase. Outras enzimas, como glucoamilase, fosfatase ácida e metalopeptidase, provavelmente correlacionadas com virulência podem ser encontradas em leveduras do gênero Candida (Naglik et al. 2003). 1.3 Manifestações clínicas As infecções decorrentes da ação patogênica de fungos do gênero Candida, denominadas candidíases, podem envolver a pele, as mucosas e órgãos internos atingindo algumas vezes o sistema sanguíneo. De acordo com o envolvimento do organismo no hospedeiro, a candidíase pode ser classificada em superficial e sistêmica. 1.3.1 Candidíase superficial A candidíase com envolvimento superficial acomete pele, unhas e mucosas orofaríngeas e genitais (Ghannoum, 2001). As infecções da pele se localizam principalmente em áreas intertriginosas úmidas, como os espaços interdigitais, os sulcos submamários, axilas e pregas suprapúbicas. As lesões se caracterizam por se apresentarem eritematosas, úmidas, com bordos mal definidos e escamosos formados por vesículas que se rompem precocemente. Em alguns casos, observa-se a presença de placas secas, escamosas e pústulas (Samanarayake et al. 2002). 7

A onicomicose, definida como infecção fúngica ungueal, representa 20% das doenças das unhas, sendo uma das mais freqüentes causas de onicopatias em todo o mundo (Arena & Ruiz-Esmenjaud, 2004). Essa infecção pode manifestar-se como um edema eritematoso da prega ungueal (paroníquia), ou como uma separação da placa ungueal do seu leito (onicólise). Esse tipo de infecção, segundo as recomendações da nomenclatura das infecções fúngicas proposta pela "Sociedade Internacional de Micologia Humana e Animal", quando o agente causal se trata de leveduras do gênero Candida, deve ser denominada candidoses ungueais (López-Jodra et al. 1999). Onicomicose por Candida spp afeta aproximadamente 5% da população mundial, sendo altamente freqüentes na América Latina (Arenas & Ocego 1997; Murray & Dawber, 2002) e representa em torno de 30% de todas as infecções micóticas superficiais (Migdley et al. 1994). A candidíase de mucosa bucal pode se apresentar sob quatro formas clínicas. A forma eritematosa, a qual é representada por áreas avermelhadas, localizadas principalmente no palato, língua e mucosa bucal. A pseudomembranosa, onde se observa a formação de lesões membranosas de cor branca à amarelada em toda a mucosa, a queilite angular que acomete as comissuras labiais com aspectos clínicos, que variam desde os fissurais a ulcerados e a candidíase hiperplásica que se apresenta sob a forma de placas ou nódulos esbranquiçados, firmemente aderidos às áreas da mucosa, podendo ocorrer na língua e ser confundida com a leucoplasia pilosa 8

(Cavassani et al. 2002). Lesões de mucosa bucal são frequentemente relatadas em pacientes imunocomprometidos, particularmente em AIDS. Candidíase vulvovaginal (CVV), processo inflamatório que acarreta corrimentos, pruridos, além de incômodos como ardência e dor ao urinar podem ser decorrentes de diversos fatores, como o abafamento da área vaginal, higiene pessoal inadequada, mudança de ph ou até mesmo o uso de contraceptivos (Ferrazza et al. 2005). A freqüência de CVV tem aumentado gradativamente, evoluindo de 0,5% em 1968 para 22,5% em 1998, época em que se tornou a causa mais comum de infecção vaginal (Adad et al. 2001). Atualmente, CVV está entre os principais problemas ginecológicos que afetam mulheres em idade reprodutiva, atingindo milhares de pessoas no mundo (Costa et al. 2004). Há estimativas de que provavelmente 55,7% de todas as mulheres terão pelo menos um episódio de vulvovaginite por Candida spp ao longo de suas vidas (Foxman et al. 2000). 1.3.2 Candidíase sistêmica Esse tipo de infecção ocorre quando o fungo se instala em diferentes órgãos do hospedeiro, com localização mais freqüente nos pulmões e trato urinário, sendo que em determinados indivíduos podem levar a candidemia (Galván & Mariscal, 2006). Uma das características mais importantes com relação à candidíase sistêmica é sua associação à altas taxas de mortalidade. A taxa média de mortalidade em pacientes com essa patologia nos Estados Unidos é de aproximadamente 38% (Beck-Sagué & Jarvis 1993), em Israel de 21,5% 9

(Rennert et al. 2000), na Espanha oscila entre 22 e 33,3% (Sota et al. 1999; Saballs et al. 2000), enquanto no Brasil é de aproximadamente 50% (Colombo et al. 1999). Em pacientes hospitalizados a combinação de vários fatores constitui riscos para candidíase invasiva e candidemia (Cantón et al. 2001). O uso de cateter, de antibióticos, nutrição parenteral, freqüentementes utilizados em pacientes internados contribuem para uma maior capacidade de invasão por leveduras do gênero Candida (Frazer et al. 1992; Franklin & Metry 1992; Fridkin & Jarvis, 1996). A incidência das infecções sistêmicas por Candida tem sido descrita principalmente em indivíduos hospitalizados, particularmente em unidade de terapia intensiva (Vincent et al. 1998), verificando-se um grande aumento nas últimas décadas. Segundo Schwesinger et al. (2005), em um hospital terciário alemão, de necropsias realizadas no período de 1994 1998, verificou-se uma incidência de 3% de candidíases invasivas e no período compreendido entre 1999 2003, a mesma passou a ser de 10%. 1.4 Infecções nosocomais por Candida spp. Infecções invasivas são consideradas importantes causas de morbidade e mortalidade em hospitais (Saleh & Al-Hedaithy, 2003, Boo et al. 2005). A tecnologia disponível na área médica e laboratorial, para diagnóstico e tratamento, além do aprimoramento das medidas de suporte de vida a pacientes críticos, particularmente os de unidade de terapia intensiva, possibilitaram uma maior sobrevida de portadores de doenças degenerativas 10

e neoplásicas, pós-cirúrgicos e de crianças prematuras, aumentando o risco à aquisição de infecções (Araújo, 1998, Antunes et al. 2005). Alterações na resposta imune do hospedeiro, rompimento de barreiras e exposição a vários antibióticos, rendem aos pacientes de UTI altamente suscetíveis, infecções da corrente sangüínea, do trato respiratório e urinário (Arantes et al. 2003). Um estudo realizado por Appelgren et al. 2001, em unidades de terapia intensiva, mostrou que 35% dos pacientes tiveram infecção nosocomial, sendo que 17% eram infecções da corrente sanguínea. Espécies de fungos pertencentes aos gêneros Candida e Aspergillus e a classe dos Zygomycetos são os responsáveis pela maioria dessas infecções (Anaisse et al. 1989; Wingard et al. 1991). É de grande interesse a elevada freqüência de candidíase detectada nos grandes hospitais. Diversos fatores concorrem para o aumento de infecções nosocomiais por Candida. Colombo & Guimarães (2003) identificaram azotemia, uso de cateter venoso central, uso de esteróides, cirurgia de grande porte, colonização por Candida spp. e hemodiálise, como fatores de risco associados em pacientes hospitalizados. Segundo esses autores, considerando os fatores de riscos mencionados, é possível entender porque a maior freqüência de candidemia tem sido documentada em indivíduos críticos admitidos em unidade de terapia intensiva. C. albicans é a principal espécie capaz de produzir candidemia (Colombo & Guimarães, 2003), mas outras espécies não-albicans, como C. parapsilosis, C. glabrata, C. krusei e C. tropicalis estão implicadas como agentes dessa 11

infecção (Colombo et al. 1999; Ellis et al. 2003; Marchetti et al. 2004, Medrano et al. 2006). O aumento de espécies não-albicans como agentes importantes de candidemia está ligado ao uso profilático, ou empírico, de agentes antifúngicos, com menor suscetibilidade a esses (Rodriguez & Moreira, 1999; Lewis & Klepser, 1999; Pfaller, 2000). As espécies de Candida podem causar o mesmo tipo de enfermidade, no entanto, a gravidade e as opções terapêuticas diferem entre as distintas espécies e dentro da mesma espécie (Sandven, 2000; Cantón, 2001), justificando o uso dos testes de suscetibilidade in vitro para uma terapia adequada. 1.5 Tratamento Anfotericina B é considerada o padrão ouro da terapia antifúngica. Esse fármaco é um antibiótico macrolideo com atividade antifúngica frente a numerosas espécies de fungos como Candida, Cryptococcus, Histoplasma capsulatum, Paracoccidioides brasiliensis e Aspergillus. É um antifúngico altamente lipofílico, sendo administrado em associação à desoxicolato. A sua principal limitação no emprego clínico é decorrente de seus efeitos secundários, dos quais um dos mais graves é a nefrotoxicidade (López- Medrado et al. 2005). O tratamento das infecções fúngicas tem sido também realizado com derivados azólicos, como fluconazol, itraconazol, voriconazol, ou ainda com cancidas, como caspofungina, equinocandina e micafungina, os quais apresentam maior facilidade na sua administração, e menores efeitos 12

colaterais do que os observados para anfotericina B (Ayeni et al. 1999; Berrouane et al. 1999; Sheehan et al. 1999). A pouca toxicidade, fácil administração e eficácia no tratamento têm resultado no uso abusivo de fluconazol, o que provavelmente possibilitou o desenvolvimento da resistência desse antifúngico em espécies de Candida (Rex et al. 1995; Rex & Pfaller 2002). As infecções invasivas por C. glabrata, principalmente em indivíduos transplantados, têm ocorrido com altos índices de mortalidade devido ao uso de fluconazol como profilático. Candida krusei é considerada intrinsecamente resistente a este derivado azólico (Abi-Said et al. 1997; Bodey et al. 2002). Em casos de candidíase que não respondem ao tratamento com fluconazol e itraconazol, tem sido instituído o uso de voriconazol com boa eficácia (Lozano- Chiu et al. 1999; Pfaller et al. 2002). Voriconazol é um agente antifúngico triazólico de segunda geração, com amplo espectro, sendo derivado sintético do fluconazol. As modificações introduzidas na molécula de voriconazol resultaram em uma maior afinidade à enzima 14-α-lanosterol demetilase e no aumento do espectro de ação. Voriconazol exibe um amplo e potente espectro de ação contra os fungos: C. albicans, Aspergillus sp, Cryptococcus neoformans, Histoplasma capsulatum, Coccidioides immitis, Scedosporium spp., Fusarium spp., Penicillium marneffei, Trichosporon spp. e Saccharomyces cerevisae (Sabo & Abdel- Rahmanl, 2000; Bizarro & Dinis, 2003, Gimeno & Martinez, 2007), podendo apresentar atividade contra isolados que são resistentes ao fluconazol, itraconazol e anfotericina B. 13

As equinocandinas, pertencente ao grupo das candinas, possuem três agentes antifúngicos, caspofungina, micafungina e anidulafungina, sendo fármacos que inibem a síntese da β-1,3-d glucana, componente da parede celular de muitos fungos filamentosos e de leveduras (Bergold & Georgiadis 2004). A sua ação na parede faz com que esses agentes antifúngicos tenham maior facilidade de ação sobre os fungos sem haver interferência no hospedeiro e dessa forma são menos tóxicos para o paciente (Gimeno & Martinez, 2007). A caspofungina, licenciada para uso clínico, é um derivado semi-sintético da pneumonocandina B, única equinocandina aprovada nos Estados Unidos, indicada no tratamento de candidíase, onde as espécies de Candida respondem a este antifúngico, inclusive as resistentes ao fluconazol (Deresinski & Stevens, 2003). Resultados de estudos de caspofungina na candidíase invasiva e na candidemia sugerem equivalente eficácia à anfotericina B, mas com menos efeitos tóxicos (Abuhammour & Habte-Gaber, 2004). Em um estudo realizado por Odio et al. (2004) foi avaliado o tratamento com caspofungina em 10 recém-nascidos, com candidíase invasiva, causada por C. albicans, C. tropicalis, C. parapsilosis e C. glabrata. Embora tivesse sido registrada resistência ao fluconazol nas espécies não-albicans e em dois casos de C. albicans, bem como resistência a anfotericina por C. glabrata, a caspofungina mostrou-se com elevada eficácia, no tratamento da candidíase destas crianças. 14

Embora haja boa resposta às terapias com diferentes agentes antifúngicos no tratamento de candidíase, para pacientes de UTI há uma enorme dificuldade na eficácia, pois além da sintomatologia das infecções fúngicas ser totalmente inespecífica nesses pacientes dificultando o diagnóstico, a debilidade do hospedeiro leva a uma diminuição na resposta ao agente antifúngico (Muñoz et al. 2000). Nesses pacientes, a utilização de antifúngicos se tem restringido àqueles com infecções fúngicas documentadas ou com um alto risco de apresentar infecções por esses fungos (Wade, 1993; Pizzo, 2000), para evitar o desenvolvimento de resistência aos antifúngicos. Com a crescente incidência das infecções fúngicas sistêmicas, o aumento do número de agentes antifúngicos além do aparecimento de isolados resistentes, torna-se necessário à seleção adequada do antifúngico, o que pode ser realizado através dos testes de suscetibilidade. 1.6 Suscetibilidade antifúngica in vitro A utilização dos testes de suscetibilidade antifúngica in vitro para que seja realizado um tratamento rápido, adequado e eficaz, tornou-se necessária devido às constantes resistências detectadas em diferentes fungos (Colombo, 1994; Zardo & Mezzan, 2004; Yang et al. 2005; Magill et al. 2006) Na última década, foram padronizados vários métodos para provas de sensibilidade in vitro a antifúngicos e alguns deles são atualmente indicados como referência, servindo para validar outras provas, incluindo àquelas comerciais. 15

Alguns testes preconizados para detectar resistência a antifúngicos, têm mostrado boa reprodutibilidade intra e interlaboratorial, além de correlação com a evolução clínica dos pacientes. O National Committee for Clinical Laboratory Standards (NCCLS), atual Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI), publicou o documento M27-A2, para provas de suscetibilidade a antifúngicos em leveduras como método de referência (NCCLS/CLSI, 2002). Esse documento contém técnicas de macro e microdiluição em caldo para determinar a concentração inibitória mínima (CIM). Elas foram desenvolvidas para testes com leveduras dos gêneros Candida e Cryptococcus, frente à anfotericina B, 5-fluorocitosina e azólicos, incluindo cetoconazol, fluconazol, itraconazol, posaconazol, ravuconazol e voriconazol. Os possíveis fatores como meio de cultura, ph, temperatura de incubação e leitura do teste, que podem causar erros na determinação da CIM são padronizados neste método (NCCLS/CLSI, 2002). Um outro método do CLSI foi descrito no documento M44-A que descreve uma prova sensível e prática, validada para testes de suscetibilidade em Candida spp., utilizando discos impregnados com fluconazol ou com voriconazol. O documento inclui critério de interpretação para os diâmetros de halos obtidos com discos de fluconazol e valores esperados para cepaspadrão permitindo verificar a concentração inibitória mínima (NCCLS/CLSI, 2004). Testes de suscetibilidade in vitro aos antifúngicos são realizados por vários sistemas comerciais, incluindo, dentre outros, ASTY (Kyokyuto Pharma- 16

Centical, Japão), ATB Fungus 2 (Api-bioMérieux, França), Candifast (International Microbio, Itália), Etest (AB-Biodisck, Suécia), Fungitest (Bio-Rad, Farança), Integral Systems Yeast (Liofilchen Diagnostics, Itália), Mycostandard (Institut Pasteur, França), Mycototal (Behring Diagnostic, França) e Sensititre YeastOne (Trek Diagnostic System, EUA) (Arikan & Akova, 1997; Morace et al. 2002; Bae et al. 2004; Durussel et al. 2004; Lombardi et al. 2004; Carrillo- Muñoz et al. 2006). Dentre os sistemas comerciais estudados, apenas alguns demonstraram potencial suficiente para se constituir em uma alternativa para os laboratórios assistenciais, como o Sensititre YeastOne e o Etest, os quais mostraram boa reprodutibilidade e indiscutível capacidade em detectar a resistência in vitro aos azóis, sobretudo ao fluconazol, quando comparados aos métodos de macro e microdiluição para leveduras (Lombardi et al. 2004; Carrillo-Muñoz et al. 2006). Sensititre YeastOne é um método de microdiluição em caldo baseado no documento M27-A2, que consiste de uma placa de microtitulação descartável, que contém diluições seriadas desidratadas de seis agentes antifúngicos, incluindo anfotericina B, fluconazol, itraconazol, cetoconazol, voriconazol e 5-fluorocitosina, em cavidades individuais. As cavidades contêm azul de Alamar como indicador colorimétrico, o qual melhora a leitura do ponto de corte mediante mudança de cor azul para rosa. Os resultados são expressos em CIM e estudos comparativos com os métodos NCCLS/CLSI mostraram-se concordantes (Chaturvedi et al. 2004). 17

O Etest, método de difusão em ágar, utiliza uma tira contendo um gradiente de concentração do agente antimicrobiano em estudo permitindo a determinação de CIM. Este método é disponível para detectar a CIM de anfotericina B, 5-fluorocitosina, cetoconazol, itraconazol, voriconazol, fluconazol e caspofungina para leveduras dos gêneros Candida e Cryptococcus e para alguns fungos filamentosos (Denning et al. 1997; Clancy & Nguyen, 1999; Fernandes et al. 2003; Costa et al. 2004). Trabalhos experimentais têm demonstrado concordância de Etest com os resultados encontrados pelo NCCLS/CLSI (Hazen et al., 2003; Pfaller et al., 2003). 1.6.1 Resistência aos antifúngicos Os derivados azólicos, como fluconazol e itraconazol, largamente utilizados para o tratamento de candidíase, atuam inibindo a C14α demetilase, uma citocromo P-450 acarretando o acúmulo de esteróides metilados e diminuição da síntese do ergosterol. Essa enzima inibe a produção de ergosterol, que é o principal constituinte da membrana celular do fungo, com conseqüente inibição do crescimento celular (Hitchocock et al. 1993; Vanden Bossche, 1997; Manavathu et al. 1999, Nenoff et al. 1999; Burgess et al. 2000; Bizarro & Dinis, 2003). Alguns isolados de fungos podem apresentar resistência aos derivados azólicos. São conhecidos três mecanismos de resistência aos azólicos. 1- Redução do acúmulo intracelular do fármaco resultante da utilização reduzida deste agente antifúngico ou do aumento da efluxo do fármaco devido à ação de produtos de genes de resistência aos antifúngicos, 2- Alteração estrutural da enzima C14α- 18

demetilase, resultando em uma diminuição na sua ligação aos azólicos, 3- Aumento da produção de 14α-demetilase, superando o efeito inibidor dos azólicos (Nenoff et al. 1999; Gao et al. 2003). A resistência aos derivados azólicos pode ser influenciada pela imunossupressão dos pacientes e uso prolongado do agente antifúngico (Yang et al. 2003). O uso freqüente de terapia antifúngica em pacientes imunocomprometidos, em decorrência de constantes recidivas de candidíase, é o fator que provavelmente tenha maior influencia na ocorrência de resistência a diferentes fármacos e selecionando espécies. Espécies de Candida como C. glabrata e C. krusei, têm se mostrado resistentes ao fluconazol devido ao uso prolongado desse agente antifúngico (Abbas et al. 2000; Kauffman et al. 2000; Taylor et al. 2000; Colombo et al. 2002; Trick et al. 2002). Segundo Barchiesi et al. (2002), pacientes infectados pelo HIV que fazem uso de terapia antiretroviral altamente ativa (HAART) freqüentemente apresentam leveduras na cavidade bucal resistentes ao fluconazol. Há poucos relatos de resistência de espécies de Candida frente ao voriconazol. Takakura et al. (2004) relataram que 100% dos isolados de C. krusei e 60% de outras espécies não-albicans, com baixa suscetibilidade ao fluconazol, foram suscetíveis ao voriconazol. A anfotericina B pertence à ampla família dos macrolídeos poliênicos e atua ligando-se ao ergosterol da membrana celular fúngica, alterando sua permeabilidade o que acarreta desequilíbrio osmótico, pela perda de íons intracelulares e conseqüentemente lise e morte das células (Vanden Bossche, 19

1997). A resistência de leveduras à anfotericina B é raramente detectada. A resistência a anfotericina B por isolados de C. lusitaniae e C. tropicalis, assim como de alguns fungos filamentosos como Trichosporon spp. e Fusarium spp tem sido descrita (Vanden Bossche, 1997; Godoy et al. 2003; Antunes et al. 2005). Diferenças na suscetibilidade, importante característica fenotípica de um determinado patógeno aos agentes terapêuticos, pode ser detectada pela variabilidade genética existente entre os isolados (Cirak et al. 2003; Schaller et al. 2005). 1.7 Métodos moleculares Várias técnicas de tipagem molecular têm sido utilizadas para caracterização de diferentes microrganismos produtores de infecções no ser humano (Voss et al. 1995; Lian et al. 2003). Esses procedimentos podem responder questões relacionadas à patogênese do fungo, detecção de microepidemias, distinção de infecção primária ou recidiva, à similaridade entre as diferentes cepas e a tentativa de relacionar o isolado à fonte de infecção (Merz, 1990; Voss et al. 1995; Soll, 2000; Lian et al. 2003). A caracterização dos isolados de leveduras inclui métodos de tipagem molecular, análise do DNA polimórfico amplificado aleatoricamente (RAPD), métodos de fingerprinting, análise de fragmentos de DNA gerados por enzimas de restrição (RFLPs) e hibridação por Southern blot do DNA (Andrigheto et al. 2000; Dassanayake et al. 2000; Ergon & Gülay, 2004). 20

A cariotipagem por eletroforese de campo pulsado é considerada útil devido ao seu alto poder discriminatório, sendo utilizada para diferenciação intra e interespecífica de leveduras, devido a grande variedade no tamanho e número de seus cromossomos (Dassanayake et al. 2000; Cirak et al. 2003). Dentre as técnicas moleculares, o RAPD tem sido usado no estudo da variabilidade entre espécies (Uijthof et al. 1994; Molnár et al. 1996). A detecção e exploração de seqüências de polimorfismos de DNA ocorridos naturalmente representam um dos mais significativos desenvolvimentos na biologia molecular. O método RAPD tem sido bastante utilizado principalmente pela vantagem de ser simples e rápido (Tavares et al. 1992). O RAPD requer uma pequena quantidade de DNA e permite a visualização de um grande número de marcas polimórficas. O uso de RAPD tem-se mostrado útil nos estudos de microrganismos para o quais não se tem muita informação genética. A técnica é baseada na amplificação de fragmentos não específicos de DNA, em reações sucessivas de polimerização. Como descrito por Williams et al. (1990), os oligonucleotídios são construídos com seqüências aleatórias, ao contrário da PCR fingerprinting, revelando polimorfismos em toda a extensão do genoma. Tais polimorfismos são reconhecidos pela presença de um fragmento amplificado em um dos genomas em relação à ausência desse mesmo fragmento em outro. O desenvolvimento da técnica de RAPD representou um marco na caracterização molecular de diversos microrganismos, especialmente para 21

identificação de espécies microbianas, quando pequenas seqüências genômicas são avaliadas (Ergon & Gülay, 2004; Pinto et al. 2004). A análise de RAPD é projetada para caracterizar isolados dentro de uma mesma espécie (Melo et al. 1998; Cirak et al. 2003) e para enfoques epidemiológicos evidenciando uma relação entre fonte ambiental e manifestações clínicas (Soll, 2000; Lian et al. 2003). Essa técnica, além de gastar menos tempo, é de fácil aplicabilidade e os resultados têm demonstrado o alto poder discriminatório e eficácia (Soll, 2000). A análise de RAPD tem também sido usada em vários estudos em que é investigada a relação clonal entre diferentes espécies de Candida obtidas de vários espécimes de pacientes hospitalizados em diferentes unidades hospitalares, incluindo unidade de terapia intensiva (Arif et al. 1996; Hedderwick et al. 2000). A análise de RAPD foi usada por Pinto et al. (2004), para verificar a variabilidade genômica de 37 isolados obtidos de diferentes regiões do corpo de 11 pacientes imunocomprometidos infectados com o HIV, permitindo verificar polimorfismo intra e inter específicos entre isolados de um mesmo paciente e entre os isolados de diferentes pacientes. Em experimentos utilizando diferentes materiais clínicos de um mesmo indivíduo, usando RAPD para tipagem de C. albicans isoladas de pacientes de UTI, Vrion & Matsiota-Bernard (2001) conseguiram estabelecer a natureza endógena de 17 isolados desta espécie. Em isolados clínicos de C. parapsilosis, Dassanayake et al. (2000) observaram através de RAPD variações genéticas intra-espécies, as quais foram verificadas pelos padrões 22

diferentes de bandas. Esses experimentos demonstram a capacidade desse método em determinar a epidemiologia de infecções por Candida. PCR fingerprinting utiliza oligonucleotídeos que são específicos para seqüências curtas e repetitivas hipervariáveis de leveduras, permitindo que isolados sejam identificados com sensibilidade suficiente para detectar diferenças inter e intra espécies (Dassanayake et al. 2000; Meyer et al. 2001). Esse método, devido à sua eficácia, é usado com freqüência, pois permite verificar a epidemiologia de fungos envolvidos em infecções nosocomiais (Schönian et al. 1993; Dassanayake et al. 2000). A técnica de RFLP é utilizada para caracterizar microrganismos pelos padrões derivados da clivagem de seu DNA, cujos comprimentos dos fragmentos produzidos podem diferir quando o DNA é digerido com diferentes enzimas de restrição. Os padrões de bandas gerados podem ser usados para diferenciar uma espécie de outra (Irobi et al. 1999; Mirhendi et al. 2005). 23

2 JUSTIFICATIVA Como exposto anteriormente, o aumento da incidência das infecções fúngicas nosocomiais nas últimas décadas, faz com que esse tema seja abordado por muitos pesquisadores. O registro de maior incidência dessas infecções é observado principalmente em indivíduos imunocomprometidos, como pacientes com AIDS, transplantados de medula óssea e órgãos sólidos, nos submetidos à quimioterapia e naqueles que permanecem longos períodos em hospitais essencialmente nos pacientes de UTI (Hazen 1995, Voss et al. 1995). A maior sobrevivência detectada nestes indivíduos induz a aquisição de infecções oportunísticas como a candidíase. Em pacientes imunocomprometidos com granulocitopenia acentuada, há um risco maior de infecções sistêmicas por Candida, como a candidemia (Medrano et al. 2006). A identificação da espécie de Candida, nos últimos anos, tem-se mostrado de grande importância, pois tem sido verificada uma tendência de mudança de etiologia da candidíase. Apesar de C. albicans ser o agente etiológico mais comumente identificado, espécies não-albicans, têm-se mostrado predominantes (Brilhante et al. 2005, Menezes et al. 2005). As infecções observadas em diferentes casuísticas estudadas em pacientes de unidade de terapia intensiva mostram as espécies de Candida não-albicans como responsáveis por altas taxas de morbidade e mortalidade (Aquino et al. 2005). O tratamento rápido de candidíase, provavelmente faz com que diminua os casos de mortalidade. A eficácia do agente antifúngico pode ser detectada através da realização prévia de testes de suscetibilidade in vitro, pois há 24

alguns microrganismos que podem ser resistentes aos diferentes antifúngicos. O teste de suscetibilidade de diluição em caldo, preconizado pelo CLSI, proporciona na maioria das vezes, bons resultados de leitura de end-point. Tem sido descrito que há uma concordância in vitro e in vivo dos resultados de suscetibilidade, principalmente quando se refere a detecção de resistência. Há vários fatores que interferem na aquisição de candidíase nos pacientes de UTI. Eliminar os fatores endógenos é uma tarefa difícil, mas fatores exógenos podem perfeitamente serem contornados, o que provavelmente evitaria vários casos de candidíase nosocomial. Sendo assim, a verificação das características moleculares, usando testes como o RAPD, que permite diferenciação intra-espécie torna-se de grande valia para o auxílio de determinação dessas fontes exógenas ou endógenas, contribuindo na prevenção de candidíase. 25

3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral Identificar e caracterizar leveduras do gênero Candida de fômites (cateter, mesa de Meyer e cama) e amostras clínicas (sangue e urina) de pacientes da unidade de terapia intensiva do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás. 3.2 Objetivos específicos a. Isolar e identificar fungos presentes na corrente sangüínea e urina de pacientes da UTI. b. Avaliar a prevalência das espécies de Candida presentes na corrente sangüínea e na urina e detectar os fatores de riscos para candidemia e candidúria em pacientes da UTI. c. Avaliar o padrão de suscetibilidade in vitro de amostras de Candida isoladas do sangue dos pacientes frente à anfotericina B, fluconazol, itraconazol e voriconazol. d. Analisar os isolados de C. albicans genotipicamente, tentando correlacionar os padrões de DNA obtidos de amostras clínicas e ambientais da Unidade de Terapia Intensiva. 26

4 PRODUÇÃO CIENTÍFICA a. ARTIGO 1: Candida colonization in intensive care unit patienst s urine b. ARTIGO 2: Species distribution and antifungal susceptibility patterns of Candida spp. bloodstream isolates from a Brazilian tertiary care hospital c. ARTIGO 3: Molecular epidemiological analysis of bloodstream of Candida albicans d. ARTIGO 4: Nosocomial invasive infection caused by Cunninghamella bertholletiae: case report 27

4.1 ARTIGO 1: Candida colonization in intensive care unit patienst s urine 28

29

30

31

32

4.2 ARTIGO 2: Species distribution and antifungal susceptibility patterns of Candida spp. bloodstream isolates from a Brazilian tertiary care hospital. 33

34

35

36

37

38

39

40

4.3 ARTIGO 3: Molecular epidemiological analysis of bloodstream of Candida albicans 41

Molecular epidemiological analysis of bloodstream of Candida albicans Xisto Sena Passos 1, Werther Souza Sales 2, Carolina Rodrigues Costa 2, Janine de Aquino Lemos 2, Lúcia Kioko Hasimoto e Souza 2, Keili Souza 2, Luiz Augusto Pereira 3, Maria do Rosário Rodrigues Silva 2,4 1 Universidade Paulista, Goiânia, GO; Brazil; 2 Instituto de Patologia e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás, GO, Brazil, 3 Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás, 4 Rua 15, no. 108 Apto. 700, Setor Oeste, Goiânia, GO, 74.140-090, Brazil Summary: Candidemia is generally related to the endogenous flora but exogenous infection originating from hospital staff or from the environment has been determined as occurring. The randomly amplified polymorphic DNA (RAPD) method can reveal strain specific variation. In this work, we used a RAPD assay to assess genetic diversity among C. albicans isolates in an effort to find the relatedness between DNA patterns of the strains recovered from clinical and environment samples from the ICU from the Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás. The primers named Cnd3 (5 -CCAGATGCAC-3`) and Cnd4 (5 -ACGGTACACT-3`) were used as single primers in the PCR. RAPD profiles from blood and urine from the same patient were identical in almost all samples studied, except for one patient. The bed of this patient had the same genotype from his blood. Although most of C. albicans isolates probably had had an endogenous origin, the finding of isolates from the patients with same profile as the environment isolates suggest that the candidemia may be resulted from an exogenous source. Key words: Candida albicans, PCR, RAPD, nosocomial infection Correspondence: Dra. Maria do Rosário Rodrigues Silva. Rua 15, n o. 108 Apto. 700, Setor Oeste. 74.140-090 Goiânia GO, Brasil. Phone: 55 62 3209-6127; Fax: 55 62 3202-3022. E-mail: rosario@iptsp.ufg.br 42

Introduction Candida septicemia is considered as fungal major nosocomial infection and it is largely associated with a least a 50% mortality rate [1,2,3]. ICU patients are particularly susceptible to systemic infection because they are seriously ill and are subjected to a number of therapeutic and supportive interventions (central venous catheters, mechanical ventilations and tracheostomy), which breach physiological barriers to infection [4,5]. Although the yeast species are considered important nosocomial pathogens, little is known of their epidemiology. Candidemia is generally related to the endogenous flora but exogenous infection originating from hospital staff or from the environment has been determined as occurring [5]. In cases in which an exogenous source is involved, the sanitary measures are mandatory to prevent the crosstransmission of C. albicans. Molecular typing system can be employed to characterize the pathogen to the subspecies level or still to determine whether the infections studied are due to same strain or due to different strains [3,6,7]. The randomly amplified polymorphic DNA (RAPD) method, that use specific short oligonucleotide primers which can be arbitrarily primed at multiple positions of the yeast genome, can reveal strain specific variation. This method has been used to characterize the genetic relations among Candida species isolates [8,9]. In this work, we used a RAPD assay to assess genetic diversity among C. albicans isolates in an effort to find the relationship between DNA patterns of the strains recovered from clinical and environment samples from the ICU from the same hospital over a period of one year. 43

Materials and Methods Isolates and patients. A total of 10 C. albicans isolates recovered from blood specimens of 10 patients of the ICU from a tertiary hospital between March 2004 and April 2005 were included in this study. Isolates of the same species recovered from other sources related to these patients such as urine, catheter besides isolates from environmental sources as of surface of bed and from Meyer table collected on the same day were also taken in this study. The sources of isolates studied are related in table 1. The isolates were identified by conventional sugar assimilation and fermentation methods and the germ-tube formation and confirmed by the commercially available API 20C identification test (API Laboratory Products Ltd., Grafton Way, Basingstoke, Hants, England). All isolates were maintained in sterile water at 20 o C and the purity of cultures was ensured by regular identification using standard techniques. Genotypic characterization Preparation of DNA for randomly amplified polymorphic DNA (RAPD). Yeasts obtained from stock cultures were sub-cultured on yeast-peptone dextrose medium (1% yeast extract peptone, 2% glucose, 1.2% agar) at 37 o C for 24 to 48 hours. Genomic DNA extraction was based on the method described by Del Poeta et al. 1999 [10] modified by Casali et al. 2003 [11]. Briefly, a heavy inoculum of C. albicans strains grown in YEPD agar (Yeast Extract Peptone Dextrose) were suspended in 0.5 ml TENTS (10 mm Tris, ph 7.5, 1 mm EDTA ph 8.0, 200 mm NaCl, 2% Triton, 1% SDS) containing 0.2 ml of 0.45 mm glass beads and 0.5 ml of 44

phenol:chloroform and vortexed for 2 min. After the centrifugation for 10 min at 13000 g, the aqueous phase transferred to a new tube and the same volume of 100% ethanol was added and incubated at -20 o C for 1 h for DNA precipitation. The precipitated DNA was resuspended in 0.5 ml TE (10 mm Tris HCl ph 8, 1 mm EDTA ph 8.0) containing 50 µg/ml RNAse A, and incubated at 37 o C for 30 min. The yeast DNA was deproteinated and extracted from the sample by adding equal volume of phenol and chloroform. Finally, the DNA was precipitated with 70% ethanol and after dryed, stored at-20 o C in 100 μl of TE buffer until further processing for PCR. RAPD analysis The primers named Cnd3 (5 -CCAGATGCAC-3`) and Cnd4 (5 -ACGGTACACT-3`) were used as single primers in the PCR. Amplifications reactions as described by Ergon & Gülay [12], were performed in volumes of 25 μl including about 25 ng of the DNA template; 10 mm Tris-HCl, ph 8.3, 50 mm KCl, 1.5 mm MgCl, 0.2 mm each of the datp, dctp, dgtp and dttp and 2.5 U Taq DNA polymerase (Invitrogen). The primers were used at a concentration of 30 ng. Amplification was performed in a PCR MJ Research Thermal Cycler model PTC-100 TM programmed for denaturation at 94 º C for 3 min; 45 cycles of 1 min at 94 º C, 1 min at 36 º C and 2 min at 72 º C, and extension at 72 0 C for 7 min. Amplification products were separated by electrophoresis in 1.2% agarose gel containing 1x tris-borate-edta (TBE) buffer, stained with ethidium bromide at 0.5 μg/ml and visualized under UV light. All amplifications were reapeated at least twice. 45

PCR profile analysis The banding profiles for each isolate were compared visually. Bands were recorded as present (1) or absent (0). Simple matching s similarity coefficient (SM) values for each pair wise comparison between isolates were calculated and a similarity coefficient matrix was constructed. An SM value of 1.00 represented the same genotype; SM values between 0.80 and 0.99 represented clonally related isolates and SM under 0.80 represented distinct strains [12]. Clonally related isolates are presented as of the same pattern added of ` (e.g. A and A for Cnd3 and 1 and 1 for Cnd4). Results A total of 31 C. albicans isolates (10 of blood, 9 of urine, 5 of catheter, 4 of Meyer table and 3 of bed) were submitted to molecular typing using the RAPD method. Both two primers (Cnd3 and Cnd 4) used in this study were successful in eliciting banding profiles for each isolate. Amplification products obtained were specific to each primer and ranged from 4 to 8 bands with fragment size from 350 bp to 2000 bp for Cnd3 and from 3 to 6 bands with fragment size from 300 bp to a 3500 bp for Cnd4. Most of the major bands were present in all isolates studied and almost all strains had a conserved fragment: 650 Kb for both primers (Figs 1 and 2). Both two primers had high discriminatory power. Among 31 C. albicans isolates, 12 patterns were detected with primer Cnd3 and 14 patterns with Cnd4 (Table 1). The similarity coefficients for Cnd3 between profiles A-L were calculated and ranged from 28% to 85%. Some strains had closely related patterns. The isolate 7 (A ) had high similarity with the isolates 4, 5 and 6 (A), the isolate 24 (F ) with isolates 23 and 25 (F) and the isolate 34 (B ) with the isolates 10 and 11 (B). The 46

similarity coefficients for Cnd 4 between the profiles 1-14 ranged from 16 to 80%. Profiles 1 to 15 were clearly different from 15 previously identified. RAPD profiles from blood and urine from the same patient were identical in almost all sample studied, except for patient 5, where the two clinical samples were different by using the two primers. However it was observed that the isolate from the bed of this patient (5) had a similar genotype as the one isolated from his blood. Another interesting fact was verified with isolates 12 (surface of Meyer table of patient 3) and 40 (bed of patient 8) of C. albicans. These isolates presented had the same genotype when isolated from blood and urine of their patients. Additionally, it was detected the same genotype in isolates, 19 (catheter from patient 4), 32 (bed from patient 6) and 42 (catheter from patient 9) Discussion Although nosocomial candidemia constitutes a growing issue, [3] it is quite difficult to achieve a precise understanding of its epidemiology. Colonization precedes candidemia and it is considered to be an important risk factor in endogenous infections [13]. Tortorano et al. 2004 [14] showed a previous colonization of the alimentary tract by the same Candida specie causing fungaemia. Candidemia has been relationship with previous colonization of the urinary tract [15]. Urinary tract colonization deserves consideration, because it is a common event in hospitalized patients affecting 6.5-20% of patients [16]. In this work, molecular typing demonstrated that the paired isolates from blood and urine were identical for patients with C. albicans, suggesting an endogenous origin of candidemia. It is well known that exogenous sources of C. albicans may be involved in the development of nosocomial candidiasis [17]. In this study, it was found that strains of 47

C. albicans isolated from the blood of patients 5 and 8 were identicals to isolated from surface of their beds. Besides, identical strains were isolated from blood of patient 3 and surface of Meyer table (table 1). These samples from environment were collected on the same day of blood collection of patients with candidemia. Robert et al. 1995 [18] characterized strains of C. albicans colonized on admission as identical to other patient that was culture negative on admission and acquired the yeast after 25 days, suggesting cross infection. The epidemiology of nosocomial C. albicans isolates infection is complex and the mechanism by which the patients in our study acquired their strains remains not totally clear. However the finding of three isolates from the blood of patients with the same molecular profile as the ones isolated from the environment isolates suggest that the candidemia may be resulted from exogenous source. Exogenous acquisition of candidemia is also postulated to be associated with intravascular devices and parenteral nutrition. The candidemia related to catheter has been suggested by some researchers [19, 20]. The isolates from catheter and blood of patient 6 had the same genotype, suggesting that the portal of entry of C. albicans was via the catheter. Interestingly, molecular typing, demonstrated that isolates of catheter from patient 4 (isolate 19), of bed from patient 6 (isolate 32) and of catheter from patient 9 (isolate 42) also had the same genotypes. These results may infere in cross infection. It is possible that C. albicans strains recovered in catheter or surface of bed was arised from hands of hospital coworkers. The 12 and 14 different patterns presented by primers Cnd3 and Cnd4 respectively, confirm the discriminatory value of RAPD, which is considered quite similar to other powerful genotyping methods [3,5]. The RAPD assay using primers 48

Cnd3 and Cnd4 can be an important tool to identify the intra-specific genetic variability among C. albicans isolates. In conclusion, although candidemia was strongly associated to endogenous sources as candiduria, it was indicated that catheter, surface of bed and Meyer table can also be considered important exogenous sources of infection. ACKNOWLEDGMENTS The financial help received by the first author from the Universidade Paulista Brazil. REFERENCE 1. Meunier F, Aoun M, Bitar N. Candidemia in immunocompromised patients. Clin Infect Dis 1992; 14:120-125. 2. Giammanco GM, Lopes MM, Coimbra RS, Pignato S, Grimont PAD, Grimont F, et al. Value of morphotyping for the characterization of Candida albicans clinical isolates. Mem Inst Oswaldo Cruz 2005; 100: 483-490. 3. Shin JH, Og YG, Cho D, Kee SJ, Shin MG, Suh SP et al. Molecular Epidemiological Analysis of Bloodstream Isolates of Candida albicans from a University Hospital over a Five-Year Period. J Microbiol 2005; 43:546-554. 4. Pfaller MA. Epidemiology of Nosocomial candidiasis: the importance of molecular typing. Brazilian J Infect Dis 2000; 4:161-167. 5. Vrioni G, Matsiota-Bernard P. Molecular typing of Candida isolates from patients hospitalized in an intensive care unit. 2001; J Infect. 42:50-56. 6. Mehta SK, Stevens DA; Mishra S, Feroze F, Pierson DL. Distribution of Candida albicans genotypes among family members - demonstration by sequential DNA fingerprinting with probes Ca3, C1 and CARE2. Diag Microbiol Infect Dis 1999; 34:19-25. 49

7. Andrighetto C, Psomas E, Tzanetakis N, Suzzi G, Lombardi A. Randomly amplified polymorphic DNA (RAPD) PCR for the identification of yeasts isolated from dairy products. Letters in Applied Microbiology 2000; 30, 5-9. 8. Dassanayake RS, Samaranayake YH, Samaranayake LP. Genomic diversity of oral Candida krusei isolates as revealed by DNA fingerprinting and electrophoretic karyotyping. Acta Patho Microbiol et Immun Scand. 2000; 108:697-704. 9. Pinto PM, Resende MA, Koga-Ito CY, Tendler M. Genetic variability analysis among clinical Candida spp. isolates using random amplified polymorphic DNA. Mem Inst Oswaldo Cruz 2004; 99:147-152. 10. Del Poeta M, Toffaletti DL, Rude TH, Dykstra CC, Heitman J, Perfect JR. Topoisomerase I is essential in Cryptococcus neoformans: role in pathology and as an antifungal target. Genetics 1999; 152:176-178. 11. Casali AK, Goulart L, Silva LKR, Ribeiro AM, Amaral AA, Alves SH, Schrank A, Meyer W, Vainstein MH. Molecular typing of clinical and environmental Cryptococcus neoformans isolates in the Brasilian state Rio Grande do Sul. FEMS Yeast Resear 2003; 33:405-415. 12. Ergon MC, Gülay Z. Molecular epidemiology of Candida species isolated from urine at an intensive care unit. Mycoses 2005; 48:126-131. 13. Eggimann P, Garbino J, Pitter D. Epidemiology of Candida species infections in critically ill non-immunosuppressed patients. Lancet Infect Dis 2003; 3:685-702. 14. Torturano AM, Peman J, Bernhardt H, et al.; the ECMM Working Group on Candidaemia. Epidemiology of candidaemia in Europe: results of 28-month European Confederation of Medical Mycology (ECMM) hospital-based surveillance study. Eur J Clin Microbiol Infect Dis 2004; 23:317-322. 15. Binelli CA, Moretti ML, Assis RS, Sauaia N, Menezes PR, Ribeiro E, Geiger DCP, Mikami Y, Miyaji M, Oliveira MS, Barone AA, Levin AS. Investigation of the possible association between nosocomial candiduria and candidaemia. Eur Clin Microbiol Infect Dis 2006; 12:538-543. 50

16. Pegano L, Antinori A, Ammassari A et al. Retrospective study of candidaemia in patients with hematological malignancies. Eru J Haemat 1999; 63:77-85. 17. Schonian G, Meusel O, Tietz HJ, Meyer W, Graser Y, Tausch I, et al. Identification of clinical strains of Candida albicans by DNA fingerprinting with the polymerase chain reaction. Mycoses 1993; 36:171-179. 18. Robert F, Lebreton F, Bougnoux ME, Paugam A, Wassermann D, Schlotterer M, et al. Use of random amplified polymorphic DNA as a typing method for Candida albicans in epidemiological surveillance of a burn unit. J Clin Microb1995; 33:2366-2371. 19. Shin JH, Park MR, Song JW, Shin DH, Jung SI, Cho D, Kee SJ, Shin MG, Suh SP, Ryang DW. Microevolution of Candida albicans strains during catheter-related candidemia. J Clin Microbiol 2004; 42:4025-4031. 20. Torturano AM, Kibbler C, Peman J, Bernhardt H, Klingspor L, Grillot R. Candidaemia in Europe: epidemiology and resistance. Int J Antimicrobiol Agents 2006; 27:359-366. 51

Table 1. Candida albicans isolates recovered from 10 ICU patients with candidemia and from other clinical and environment materials relationship to these patients. Isolation date Genotype (patterns) Patients Isolates Sources of isolates (mo/day/yr) Cnd3 Cnd4 1. 09/12/2003 4-112A3E Catheter A 1 09/26/2003 5-112C6E Blood A 1 09/19/2003 6-112B7E Urine A 1 09/23/2003 7-112C1A Meyer table A 2 2. 12/18/2003 10-159C6A Blood B 3 12/12/2003 11-159B7A Urine B 3 3. 12/15/2003 12-164A1A Meyer table C 4 12/15/2003 13-164A6A Blood C 4 12/15/2003 14-164A7A Urine C 4 4. 01/06/2004 15-174B1E Meyer table C 4 01/06/2004 17-174B6A Blood D 5 01/06/2004 18-174B7A Urine D 5 01/06/2004 19-174B2A Catheter E 6 5. 05/31/2004 23-231I6A Blood F 7 05/17/2004 24-231G7A Urine F 8 05/31/2004 25-231I2E Bed F 7 6. 04/05/2004 30-234A3E Catheter G 9 04/05/2004 31-234F6A Blood G 9 04/05/2004 32-234A2A Bed E 6 7. 08/11/2004 34-280C1E Meyer table B 10 08/18/2004 35-280D6A Blood H 11 08/04/2004 36-280B7E Urine H 11 8. 10/29/2004 37-315A6E Blood I 12 11/19/2004 38-315D7E Urine I 12 10/29/2004 39-315A3E Catheter J 12 10/29/2004 40-315A2E Bed I 12 9. 11/10/2004 42-320A3E Catheter E 6 11/10/2004 43-320A6E Blood K 13 11/10/2004 44-320A7A Urine K 13 10. 05/04/2005 45-365B6A Blood L 14 05/04/2005 46-365B7A Urine L 14 52

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 MM 12000 5000 2000 1650 1000 850 650 500 400 Figure1. RAPD Profiles of 31 Candida albicans isolates obtained with primer Cnd3. Profile A (lines 1-3: catheter, blood and urine related with patient 1); profile A (line 4: table Meyer related with patient 1); profile B (lines 5, 6: blood and urine related with patient 2); profile C (lines 7, 8, 9 and 10: table Meyer, blood and urine related with patient 3 and table Meyer related with patient 4); profile D (lines 11, 12 blood and urine related with patient 4); profile E (lines 13,19, 27: catheter related with patient 4, 19 bed related with patient 6, 27 catheter related with patient 9, respectively); profile F (lines 14, 16: blood and bed related with patient 5); profile F (line 15: urine related with patient 5); profile G (lines 17, 18: catheter and blood related with patient 6); profile H (lines 21, 22: blood and urine related with patient 7); profile I (lines 23, 24, 26: blood, urine and bed related with patient 8); profile J (line 25: catheter related with patient 8); profile K (lines 28, 29: blood and urine related with patient 9), and profile L (lines 30, 31: blood and urine related with patient 10). 53

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 MM 12000 5000 2000 1650 1000 850 650 500 400 300 Figure 2. RAPD Profiles of 31 Candida albicans isolates obtained with primer Cnd4. Profile 1 (lines 1, 2, 3: catheter, blood and urine related with patient 1), profile 2 (line 4: Meyer table related with patient 1); profile 3 (lines 5, 6: blood and urine related with patient 2); profile 4 (lines 7, 8, 9 and 10: Meyer table, blood and urine related with patient 3 and Meyer table related with patient 4); profile 5 (lines 11, 12: blood and urine related with patient 4), profile 6 (line 13, 19, 27: catheter related with patient 4, bed related with patient 6; catheter related with patient 9, respectively); profile 7 (lines 14, 16: blood and bed related with patient 5), profile 8 (line 15: urine related with patient 5); profile 9 (lines 17, 18: catheter and blood related with patient 6); profile 10 (line 20: Meyer table related with patient 7); profile 11 (lines 21, 22: blood and urine related with patient 7); profile 12 (lines 23, 24, 25, 26 blood, urine, catheter and bed related with patient 8); profile 13 ( lines 28, 29: blood and urine related with patient 9); and profile 14 (lines 30, 31: blood and urine related with patient 10). 54

4.4 ARTIGO 4: Nosocomial invasive infection caused by Cunninghamella bertholletiae: case report 55

56

57

58

5 CONCLUSÕES 1. Foi observada uma elevada freqüência de candidúria em pacientes da UTI (44,4%). 2. Candidúria e candidemia podem ser adquiridas após um longo período de internação. 3. Espécies de Candida não-albicans estavam presentes no sangue e urina com um percentual elevado. 4. A atividade in vitro de voriconazol foi maior do que a do itraconazol, fluconazol e anfotericina B, sugerindo que voriconazol pode ser o azólico mais efetivo no tratamento de infecções por Candida na corrente sangüínea. 5. O encontro de isolados resistentes a diferentes antifúngicos mostra a importância do uso dos testes de suscetibilidade in vitro para a terapia adequada. 6. O ensaio de RAPD usando os primers Cnd3 e Cnd4 podem ser uma ferramenta importante para identificar a variabilidade genética intraespecífica entre isolados de C. albicans. 7. A possível fonte de transmissão ambiental de candidíase encontrada em três casos justifica a importância de maiores cuidados na UTI para evitar a transmissão da infecção. 8. O achado de infecção por C. bertholletiae causando fungemia em pacientes imunocomprometidos foi muito importante, porque este microrganismo é normalmente um contaminante. Este achado mostra que tem que se ter um grande cuidado no isolamento de fungos não usualmente causadores de infecção. 59

6 REFERÊNCIAS RELACIONADAS À INTRODUÇÃO Abbas J, Bodey GP, Hanna HA, Mardini M, Girgawy E, Abi-Said D, Whimbey E, Hachem R, Raad I 2000. Candida krusei fungemia. An escalating serious infection in immunocompromised patients. Arch Intern Med 160:2659-2664. Abi-Said D, Anaissie E, Uzun O, Raad I, Pinzcowski H, Vartivarian S 1997. The epidemiology of hematogenous candidiasis caused by different Candida species. Clin Infect Dis 24:1122-1128. Abuhammour W, Habte-Gaber E 2004. Newer antifungal agents. Indian J Pediatr 71:253-259. Adad SJ, Lima RV, Sawan ZTE 2001. Frequency of Trichomonas vaginalis, Candida sp and Gardnerella vaginalis in cervical-vaginal smears in four different decades. São Paulo Med J 119:200-205. Almirante B, Rodríguez D, Park BJ, Cuenca-Estrella M, Planes AM, Almela M, Mensa J, Sanchez F, Ayants J, Gimenez M, Saballs P, Fridkin SK, Morgan J, Rodriguez-Tudela JL, Warnock DW, Pahissa A 2005. Epidemiology and predictors of mortality in cases of Candida bloodstream infection: results from population-based sureveillance, Barcelona, Spain, from 2002 to 2003. J Clin Microbiol 43:1826-1835. Anaisse EJ, Bodey GP, Kantarjan H 1989. New spectrum of fungal infection in patients with cancer. Rev Infect Dis 11:369-378. Andrighetto C, Psomas E, Tzanetakis N, Suzzi G, Lombardi A 2000. Randomly amplified polymorphic DNA (RAPD) PCR for the identification of yeasts isolated from dairy products. Let Appl Microbiology 30:5-9. Antunes AGV, Pasqualotto AC, Diaz MC, D'azevedo PA, Severo LC 2005. Candidemia in a Brazilian tertiary care hospital: species distribution and 60

antifungal susceptibility patterns. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo, 46: 239-241. Appelgren P, Heliström I, Wetzberg E, Söderlund V, Bundslev L, Ransjö U 2001. Risk factors for nosocomial intensive care infection: a long-term prospective analysis. Acta Anaesthesiol Scand 45:710-719. Aquino VR, Lunardi LW, Goldani LZ, Barth AF 2005. Prevalence, susceptibility profile for fluconazole and risk factors for candidemia in a tertiary care hospital in Southern Brazil. Braz J Infect Dis 9:411-418. Arantes A, Carvalho ES, Medeiros EAS, Farhat CK, Mantese OC 2003. Uso de diagramas de controle na vigilância epidemiológica das infecções hospitalares. Rev Saúde Pública 37:768-774. Araújo MAE. Infecções fúngicas nosocomiais. Revista do Idipa nº 1/outubro 1998. Arenas R, Ocejo D 1997. Onicomicosis: frecuencia actual en un departamento de dermatología de la Ciudad de Mexico. Dermatol Rev Mex 41:171-176. Arenas R, Ruiz-Esmenjaud J 2004. Onicomicose na infância: uma perspectiva atual com ênfase na revisão do tratamento. An Bras Dermatol 79:225-232. Arif S, Barkham T, Power BG, Howell SA 1996. Techniques for investigation of on apparent outbreak of infections with Candida glabrata. J Clin Microbiol 34:2205-2209. Arikan S, Gur D, Akova M 1997. Comparison of Etest, microdilution and colorimetric dilution with reference broth macrodilution method for antifungal susceptibility testing of clinically significant Candida species isolated from immunocompromised patients. Mycoses, 40: 291-296. Ayeni O, Riederer KM, Wilson FM, Khath R 1999. Clinicians reactions to positive urine culture for Candida organisms. Mycoses 42:285-289. 61

Bae HG, Sohn YH, Shin JH, Kim MN 2004. The evaluation of clinical utility of ATB Fungus 2 for antifungal susceptibility testing in Candida species. Korean J. Clin. Microbiol 7: 156-163. Banno Y, Yamada T, Nozawa Y 1985. Secreted phospholipase of the dimorphic fungus Candida albicans; separation of three enzymes and some biological properties. Sabouraudia 47-54. Barchiesi F, Maracci M, Radi B, Arzeni D, Baldassarri I, Giacometti A, Scalise G 2002. Point prevalence, microbiology and fluconazole susceptibility patterns of yeast isolates colonizing the oral cavities of HIV-infected patients in the era of highly active antiretroviral therapy. J Antimicrob Chemother 50: 999-1002. Bartie LK, Williams DW, Wilson MJ, Potts JC, Lewis MAO 2001. PCR fingerprinting of Candida albicans associated with chronic hyperplastic candidoses and other oral conditions. J Clin Microbiol 39:4066-4075. Beck-Sagué CM, Jarvis WR 1993. The National Nosocomial Fungal Surveillance Systen. Secular Trends in the Epidemiology of Nosocomial Fungal Infections in the United States, 1980-1990. J Infec Dis 167:1247-1251. Bered F, Barbosa Neto JF, Carvalho FIF 1997. Marcadores moleculares e sua aplicação no melhoramento genético de plantas. Ciên Rur 27:513-520. Bergold AM, Georgiadis S 2004. Novidades em fármacos antifúngicos: uma revisão. Visão Acad 5:159-172. Berrouane YF, Herwaldt IA, Pfaller MA 1999. Trends in antifungal use and epidemiology of nosocomial yeast infections in a university hospital. J Clin Microbiol 37:531-537. Bizarro A, Dinis AP 2003. Tratamento de infecções fúngicas sistêmicas: novas perspectivas farmacológicas. Rev Org Farmcol Iberoam 13:23-31. 62

Bodey GP, Mardani M, Hanna HA 2002. The epidemiology of Candida glabrata and Candida albicans fungemia in immunocompromised patients with cancer. Am J Med 1125:380-385. Boo TW, Reilly BO, Leary JO, Cryan B 2005. Candidemia in an Irish tertiary referral hospital: epidemiology and prognostic factors. Mycoses 48:251-259. Brilhante RS, Cordeiro RA, Medanno DJ 2005. Onychomycosis in Ceara (Northeast Brazil): epidemiological and laboratory aspects. Mem Inst Oswaldo Cruz 100:131-135. Brown AJ, Gow NA 1999. Regulatory networks controlling Candida albicans morphogenesis. Trends Microbiol 7:333-338. Burgess DS, Hastings RW, Summers KK, Hardin TC, Rinaldi MG 2000. Pharmacodynamics of fluconazole, itraconazole and amphotericin B against Candida albicans. Diagn Microbiol Infect Dis 36:13-18. Calderone RA, Fonzi WA 2001. Virulence factores of Candida albicans. Trends Microb 9:327-335. Cantón E, Viudes A, Pemán J 2001. Infección sistémica nosocomial por levaduras. Rev Iberoam Micol 18:51-55. Carrillo-Muñoz AJ, Quindós G, Ruesga M, Del Valle O, Cantón E Hernández- Molina JM, Santos P 2006. In vitro antifungal susceptibility testing of filamentous fungi with Sensitre YeastOne. Mycoses 49:293-297. Casadevall A, Pirofski L 2001. Host-pathogen interactions: the attributes of virulence. J Infect Dis 184:337-344. Cavassani VGS, Sobrinho JA, Homem MGN, Rapoport A 2002. Candidíase oral como marcador de prognóstico em pacientes portadores do HIV. Rev Bras Otorrinolaringol 68:630-634. 63

Chaturvedi V, Ramani R, Pfaller MA 2004. Collaborative study of the NCCLS and flow cytometry methods for antifungal susceptibility testing of Candida albicans. J Clin Microbiol 42:2249-2251. Cirak MY, Kalkanci A, Kustimur S 2003. Use of molecular methods in identification of Candida species and evoluation of fluconazole resistance. Mem Inst Oswaldo Cruz 98:1027-1032. Clancy CJ, Nguyen MH 1999 Correlation between in vitro susceptibility determined by E-test and response to therapy with amphotericin B: results from a multicenter prospective study of candidemia. Antimicrob Agents Chemother 43:1289-1290. Colombo AL 1994. Avaliação in vitro, por três métodos diferentes da sensibilidade de leveduras a antifúngicos azólicos. São Paulo, 72p (Tese de Doutorado, Escola Paulista de Medicina). Colombo AL, Da Matta D, De Almeida LP, Rosas R 2002. Fluconazole susceptibility of Brazilian Candida isolates assessed by a disk diffusion method. Braz J Infec. Dis 6:118-123. Colombo AL, Guimarães T 2003. Epidemiologia das infecções hematogênicas por Candida spp. Rev Soc Bras Med Trop 36:599-607. Colombo AL, Nucci M, Park BJ, Nouer AS, Arthington-Skaggs B, da Mata DA, Warnock DW, Morgan J 2006. Epidemiology of candidemia in Brazil: a nationwide sentinel surveillance of candidemia in eleven medical centers. J Clin Microbiol 44:2816-2823. Colombo AL, Nucci M, Salomao R 1999. High rate of non-albicans candidemia in Brazilian tertiary care hospitals. Dia Microbiol Infect Dis 34:281-286. Costa M, Passos XS, Miranda ATB, Araújo RSC, Paula CR, Silva MRR 2004. Correlation of in vitro itraconazole and fluconazole susceptibility with 64

clinical outcome for patients with vulvovaginal candidiasis. Mycophatol 157: 43-47. Cutler JE 1991. Putative virulence factors of Candida albicans. Annu Rev Microbiol 45:187-218. Dassanayake RS, Samaranayake YH, Samaranayake LP 2000. Genomic diversity of oral Candida krusei isolates as revealed by DNA fingerprinting and eletrophoretic karyotyping. APMIS 108:697-704. De Bernardis F, Adriani D, Lorenzini R, Pontieri E, Carruba G, Cassone A 1993. Filamentous growth and elevated vaginopathic potential of a nongerminative variant of Candida albicans expressing low virulence in systemic infection. Infect immune 61:1500-1508. Denning DW, Radford SA, Oakley KL, Hall L, Johnson EM, Warnock DW 1997. Correlation between in vitro susceptibility testing to itraconazole and in vivo outcome of Aspergillus fumigatus infection. J Antimicrob Chemother 40:401-414. Deresinski SC, Stevens DA 2003. Caspofungin. Clin Infect Dis 36:1445-1457. Drago L, Mombelli B, DE Vecchi E, Bonaccorso C, Fassina MC, Gismondo MR 2000. Candida albicans cellular internalization: a new pathogenic factor? Int J. Antimic. Agents, 16:545-547. Durussel, C. Comparative study of various methods, NCCLS, M27-A2, EUCAST, and ATB Fungus 2 (bio-merieux) for the in vitro antifungal susceptibility testing of Candida sp. 14th European Congress of Clinical Microbiology and Infectious Diseases, Prague, 2004, p.902. Ellis D, Marriott D, Hajjeh RA, Warnock D, Meyer W, Barton R 2003. Epidemiology: surveillance of fungal infections. Med Mycol 38:173-182. 65

Ergon MC, Gülay Z 2004. Molecular epidemiology of Candida species isolated from urine at an intensive care unit. Mycoses 48:126-131. Ernst JF 2000. Transcription factors in Candida albicans-environmental control of morphogenesis. Microbiology 146: 1763-1774. Fernandes OFL, Passos XS, Souza LKH, Miranda ATB, Cerqueira CHPV, Silva MRR 2003. In vitro susceptibility characteristics of Cryptococcus neoformans varieties from AIDS patients in Goiania, Brazil. Mem Inst Oswaldo Cruz 98:839-841. Ferrazza MHSH, Maluf MLF, Consolaro MEL, Shinobu CS, Svidzinski TIE, Batista MR 2005. Caracterização de leveduras isoladas da vagina e sua associação com candidíase vulvovaginal em duas cidades do sul do Brasil. Rev Bras Gineco Obstet 27:58-63. Fotedar R, Al-Hedaithy S 2003. Comparison of phospholipase and proteinase activity in Candida albicans and C. dubliniensis. Mycoses 48:62-67. Foxman B, Barlow R, D'Arcy H, Gillespie B, Sobel JD 2000. Candida vaginitis: self-reported incidence and associated costs. Sex Transm Dis 27:230-235. Franklin C, Metry M 1992. Life-threatening Candida infections in the intensive care unit. J Intensive Care Med 7: 127-137. Frazer VJ, Jones M, Dunkel J, Strofer S, Medoff G, Dunagan WC 1992. Candidemia in a tertiary care hospital: epidemiology, risk factors, and predictors of mortality. Clin Infect Dis 15:414-421. Fridkin SK, Jarvis WR 1996. Epidemiology of nosocomial fungal infections. Clin Microbiol Rev 9:499-511. Galván B, Mariscal F 2006. Epidemiologia de la candidemia em UCI. Rev Iberoam Micol 23:12-15. 66

Gao H, Pennsi M, Shah K, Qiao X, Hariprasol SM, Mieler WF, Samuel M, Holz ER 2003. Safety of itravitreal voriconazole: electinographic and histopathologic studies. Trans Am Ophtalmol Soc 101:183:189. Ghannoum MA & Abu Elteen KH 1990. Pathogenicity determinants of Candida. Mycoses 33: 265-282. Ghannoum MA 2000. Potential role of phospholipases in virulence and fungal pathogenesis. Clin Microbiol Rev 13: 122-143 Ghannoum MA 2001. Candida: a causative agent of an emerging infection. Soc Invest Dermatol 6:188-196. Ghannoum MA1998. Extracellular phospholipases as universal virulence factor in pathogenic fungi. J Med Mycol 39: 55-59 Gimeno RB, Martínez MJM 2007. Respuesta terapéutica prolongada a voriconazol en un caso de broncoaspergilosis alérgica. Arch Bronconeumol 43:49-51. Godoy P, Tiraboschi IN, Severo LC, Bustamante B, Calvo B, Almeida LP, Matta DA, Colombo AL 2003. Species distribution and antifungal susceptibility profile of Candida spp bloodstream isolates from Latin American Hospitals. Mem Inst Oswaldo Cruz, 98: 401-405. Greenfield RA 1992. Host defense system interactions with Candida albicans. J Med Vet Mycol 30: 89-104. Hajjeh RA, Safair AN, Harrison LH, Lyon GM, Athington-Skaggs BA, Mirza SA, Phelan M, Morgan J, Lee-Yang W, Ciblak MA, Benjamin LE, Sanza LA, Huie S, Yeo SF, Brandt ME, Warnock DW 2004. Incidence of bloodstream infections due to Candida species and In vitro susceptibilities of isolates collected from 1998 to 2000 in a population-based active Surveillance Program. J Clin Microbiol 42:1519-1527. 67

Hazen KC 1995. New and emerging yeast pathogens. Rev Clin Microbiol 8:462-478. Hazen KC, Baron EJ, Colombo AL, Girmenia C, Sanchez-Sousa A, Del Palacio A, Bedout C, Gibbs DL and the Global antifungal Surveillance Group 2003. Comparison of the susceptibilities of Candida spp. to fluconazole and voriconazole in a 4-year global evaluation using disk diffusion. J Clin Microbiol 41:5623-5632. Hedderwick SA, Lyons MJ, Liu M, Vazquez JA, Kauffman CA 2000. Epidemiology of yeast colonization in the intensive care unit. Eur J Clin Microbiol Infect Dis 19:663-670. Hellstein J, Vawter-Hugart H, Fotos P, Schmid J, Soll DR 1993. Genetic similarity and phenotypic diversity of commensal and pathogenic strains of Candida albicans isolated from the oral cavity. J Clin Microbiol 31:3190-3199. Hitchocock CA, Pye GW, Troka PF 1993. Fluconazole resistance in Candida glabrata. Antimicrobiol Agents Chemother 37:1962-1965. Hube B 1996. Candida albicans secreted aspartyl proteinases. Curr Trop Med Mycol 7: 55-69. Ibrahim AS, Mirbord F, Filler SG 1995. Evidence implicating phospholipase as a virulence factor of Candida albicans. Infect Immun 63: 1993-1998. Irobi J, Schoofs A, Goossens H 1999. Genetic identification of Candida species in HIV-positive patients using the polymerase chain reaction and restriction fragment length polymorphism analysis of its DNA. Mol Cell Probes 14:401-406. Kauffman CA, Vasquez JA, Solel JD, Gallis HA, McKinser DS, Karelmar AW, Sugar AM, Sharkey PK, Wise GJ, Mangi R, Mosher A, Lee JY, Dismukes 68

WE 2000. Prospective multicenter surveillance study of funguria in hospitalized patients. Clin Infect Dis 30:14-18. Lachke SA, Joly S, Daniels K, Soll DR 2002. Phenotypic switching and filamentation in Candida glabrata. Microbiology 148:2661-2674. Laffey SF, Butler G 2005. Phenotype switching affects biolfilm formation by Candida parapsilosis. Microbiology 151:1073-1081. Lan CY, Newport G, Murillo LA, Jones T, Scherer S, Davis RW, Agabian N 2002. Metabolic specialization associated with phenotypic switching in Candida albicans. PNAS 99:14907-14912. Lewis RE & Klepser ME 1999. The changing face of nosocomial candidemia: epidemiology, resistance, and drug therapy. Am J Health Syst Pharm 56:525-533. Lian C, Zhao J, Zhang Z, Liu W 2003. Genotype of Candida species associated with different conditions of vulvovaginal candidosis. Mycosis 47:495-502. Lombardi G, Farina C, Andreoni S, Fazii P, Faggi E, Manso E, Nanetti A, Mazzoni A. 2004 Comparative evaluation of Sensititre YeastOne vs NCCLS M27A protocol and E-test for antifungal susceptibility testing of yeasts. Mycoses 47:397-401. López-Jodra O, Torres-Rodriguez JM 1999. Especies fúngicas poco comunes responsables de onicomicosis. Rev Iberoam Micol 16:11-15. López-Medrado F, Díaz-Pedroche C, Lumbreras C, Aguado JM 2005. Utilidad de la amfotericina B liposomal para la prevención de la infección fúngica en receptores de un trasplante de órgano sólido. Rev Esp Quimioterap 18:14-20. Lozano-Chiu M, Arikan S, Paetzick VL, Anaisse EJ, Rex JH 1999. Optimizing voriconazole susceptibility testing of Candida effects of incubation time, 69

endpoint rule, species of Candida, and level of fluconzaole susceptibility. J Clin Microbiol 37:2755-2759. Macphail GLP, Taylon GD, Burchanan-Chell M, Ross C, Wilson S Kureishi A 2002. Epidemiology, treatment and outcome of candidemia: a fiver-year review at three Canadian hospitals. Mycoses 45:141-145. Magill SS, Shields C, Sears CL, Choti M, Merz WG 2006. Triazole crossresistance among Candida spp.: case report, occurrence among bloodstream isolates, and implications for antifungal therapy. J Clin Microbiol 44:529-535. Manavathu EK, Kallakuri S, Arganoza MT, Vázquez JA 1999. Amino acid variations of cytochrome P-450 lanosterol 14α-demethylase (CYP51A1) from fluconzole-resistant clinical isolates of Candida albicans. Rev Iberoam Micol 16:198-203. Marchetti O, Bille J, Fluckger U 2004. Epidemiology of candidemia in Swiss tertiary care hospitals: secular trends, 1991-2000. Clin Infect Dis 38:311-320. McDonalds F, Odds FC 1983. Virulence for mice of a proteinase secreting strain o Candida and a proteinase-deficient mutant. J Gen Microbiol 129:431-438. Medrano DJA, Brilhante RSN, Cordeiro RA, Rocha MFG, Rabenhorst SHB, Sidrim JJC 2006. Candidemia in a Brazilian hospital: the importance of Candida parapsilosis. Rev Inst Med Trop S. Paulo 48:17-20. Melo SA, Almeida LP, Colombo AL, Briones MRS 1998. Evolutionary distance and identification of Candida species in clinical isolates by randomly amplified polymorphic DNA (RAPD). 142:57-66. Menezes EA, Cavalcante MS, Farias RB, Teixeira AB, Pinheiro FG, Bezerra BP, Torres JCN, Cunha FA 2005. Freqüência e atividade enzimática de 70

Candida albicans isoladas da mucosa bucal de crianças de uma creche da periferia de Fortaleza. J Bras Patol Med Lab 41:9-13. Merz WG 1990. Candida albicans strain delineation. Clin Microbiol 3: 321-334. Meyer W, Maszewska K, Sorrell TC 2001. PCR fingerprinting: a convenent molecular tool to distinguish between Candida dubliniensis and Candida albicans. Med Mycology 39:185-193. Migdley G, Moore MK, Cookk, JC, Phan QG 1994. Mycology of nail disorders. J Am Acad Derm 31: 68-74. Miller NS, Dick JD, Merz WG 2006. Phenotypic switiching in Candida lusitaniae on copper sulfate indicator agar: association with amphotericin B resistance and filamentation. J Clin Microbiol 44:1536-1539. Mirhendi H, Makimura K, Zomorodian K, Maeda N, Ohshima T, Yamaguchi H 2005. Differentiation of Candida albicans and Candida dubliniensis using a single-enzyme PCR-RFLP method. J Infect Dis 58:235-237. Molnár O, Prillinger H, Lopandic K 1996. Analysis of coenzyme Q systems, monosaccharide patterns of purified cell walls, and RAPD-PCR patterns in the genus Kluyveromyces. Ant van Leeuwenhoek 70:67-68. Morace G, Amato G, Bistoni F, Fadda G, Marone P, Montagna MT, Oliveri S, Polonelli L, Rigoli R, Mancuso I, La Face S, Masucci L, Romano L, Napoli C, Tatò D, Buscema MG, Belli CMC, Piccirillo MM, Conti S, Covan S, Fanti F, Cavanna C, Alò FD, Pitzurra L 2002. Multicenter comparative evaluation of six commercial systems and the National Committee for Clinical Laboratory Standards M27-A Broth Microdilution Method for fluconazole susceptibility testing of Candida species. J Clin Microbiol 40:2953-2958. Mullis K, Faloona F 1987. Specific synthesis of DNA in vitro a polymerase catalyzed chain reaction. Meth Enzym 155:335-335. 71

Munõz P, Burillo A, Bouza Emilio 2000. Criteria used when initiating antifungal therapy against Candida spp. In the intensive care unit. Int J Antim Agents15:83-90. Murray SC, Dawber RP 2002. Onychomycosis of toenails: orthopaedic and podiatric considerations. Australas J Dermatol 43: 105-112. Naglik JR, Albrecht A, Bader O, Hube B 2004. Candida albicans proteinase and host/pathogen interations. Cel Microbiol 6:915-926. Naglik JR, Challacombe SJ, Hube B 2003. Candida albicans secreted aspartyl proteinases in virulence and pathogenesis. Microbiol Mol Biol Rev 67: 400-428. National Committee for Clinical Laboratory Standards 2002. Reference method for broth dilution antifungal susceptibility testing of yeasts: approved standardsecond edition. National Committee for Clinical Laboratory Standards document M27-A2. Villanova, PA, v. 17, n. 9. National Committee for Clinical Laboratory Standards. Method for antifungal disk diffusion susceptibility testing of yeasts: approved guideline M44-A. National Committee for Clinical Laboratory Standards. Wayne, Pa, 2004. Nenoff P, Oswald U, Haustein UF 1999. In vitro susceptibility of yeasts for fluconazole and itraconazole. Evaluation of a microdilution test. Mycosis 42:629-639. Odds FC 1988. Candida and candidosis 2 a ed. London, Bailliére Tindall, 468p. Odds FC 1994. Candida species and virulence. ASM News; 60: 31-38. Odio CM, Araya R, Pinto LE, Castro CE, Vasquez S, Alfaro B, Saenz A, Herrera CE, Walsh TJ 2004. Caspofungin therapy of neonates with invasive candidíases. Pedriatr Infect Dis J 23:1093-1097. 72

Pfaller MA 2000. Epidemiologic of nosocomial candidiasis: the importance of molecular typing. Braz Jour Infect Dis 4:161-167. Pfaller MA, Diekema DJ, Messer SA, Boyken L, Hollis RJ 2003. Activities of fluconazole and voriconazole against 1,586 recent clinical isolates of Candida species determined by broth microdilution, disk diffusion, and Etest methods: report from the ARTEMIS Global Antifungal Suscetibility Program, 2001. J Clin Microbiol 41:1440-1446. Pfaller MA, Messer SA, Hollis RJ 1999. Trends in species distribution and susceptibility to fluconazole among bloodstream isolates of Candida species in the United States. Diagn Microbiol Infect Dis 33:217-222. Pfaller MA, Messer SA, Hollis RJ, Jones RN, Diekema DJ 2002. In vitro activities of ravuconazole and voriconazole compared with those of four approved systemic antifungal agents against 6.970 clinical isolates of Candida spp. Antimicrob Agents Chemother 46:1723-1727. Pincus DH, Coleman DC, Pruitt WR 1999. Rapid identification of Candida dubliniensis with commercial yeast identification systems. J Clin Microbiol 37:3533-3539. Pinto PM, Resende MA, Koga-Ito CY, Tendler M 2004. Genetic variability analysis among clinical Candida spp. Isolates using random amplified polymorphic DNA. Mem Inst Oswaldo Cruz 99:147-152. Pizzo PA 2000. Empirical therapy and prevention of infection in the immunocompromised host. En: Mandell GL, Douglas GR, Bennett JE, editors. Principales and practice of infectious diseases. New York Churchill Livingstone, p.3102-11. Pulcine C, Pradier C, Samat-Long C, Hyvernat H, Bernardin G, Ichai C, Dellamonica P, Roger PM 2006. Factors associated with adherence to infectious diseases advice in two intensive care units. J Antimicrobil Chemoth 57:546-550. 73

Rennert G, Pitilik S, Finkelstein R, Kitzes-Cohen R 2000. Epidemiology of candidemia. A nationwide survey in Israel. Infection, 20:26-29. Rex JH, Pfaller MA 2002. Has antifungal susceptibility testing come of age? Clin Infect Dis 35:982-989. Rex, JH, Pfaller MA, Barry AL, Nelson PW, Webb CD 1995. Antifungal susceptibility testing of isolates from a randomized multicenter trial of fluconazol versus amphotericin B as treatment of nonneutropenic patients with candidemia. Antimicrobiol Agents Chemother 39:40-44. Richardson MD, Warnock, DW 1994. Fungal Infection Diagnosis and management. 4ª ed. Blackwell Scientific Publication, Oxford, 207p. Richet H, Roux P, Des Champs C, Esmult Y, Andremont A and the French Candidemia Study Group 2002. Candidemia in French hospitals: incidence rates and characteristics. Clin Microbiol Infect 2002, 8:405-412. Richet H, Roux P, Des Champs C, Esnault Y, Andremont A, and the French Candidemia Study Group 2002. Candidemia in French hospitals: incidence rates and characteristics. Clin Microbiol Infect Dis 8:405-412.Rodriguez JLN, Moreira JLB 1999. Infecções fúngicas nosocomiais. In: Sidrim JJC & Rocha MFC, ed. Fundamentos Clínicos de Laboratoriais da Micologia Médica. Rio de Janeiro. Guanabra Koogan p.212-214. Rodriguez JLN, Moreira JLB 1999. Infecções fúngicas nosocomiais. In: sidrim JJC & Rocha MFC, ed. Fundamentos Clínicos de Laboratoriais da Micologia Médica. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan p.212-214. Rüchel R, Tegeler R, Trost TM 1982. A comparison of secretory proteinases from different strains of Candida albicans. Sabouraudia 20: 233-244. Saballs P, Torres-Rodríguez JM, Salvadó M, Sales P, Gimeno Bayón JL, Knobel H, Colomés JLL, Serrano C, Drobnic L 2000. La candidemia en el 74

sindrome de inmunodeficiencia adquirida. Estudo retrospectivo de nueve casos. Rev Iberoam Micol 17:2-5. Sabo JA, Abdel-Rahman SM 2000. Voriconazole: a new triazole antifungal. Ann Pharmacother 34:1032-1043. Safdar A, Perlin DS, Armstrong D 2002. Hemoatogenous infections due to C. parapsilosis, changing trends in fungemia patients at a comprehensive cancer center during the last four decades. Diagn Microbiol Infect Dis 44:11-16. Saleh S, Al-Hedaithy A 2003. The yeast species causing fungemia at a university hospital in Riyath, Saudi Arábia, during a 10-year period. Mycoses 46:275-280. Samaranayake LP, Fidel PL, Naglik JR, Sweet SP, Teanpaisan R, Coogan MM, Blignaut E, Wanzala P 2002. Fungal infections associated with HIV infection. Oral Diseases 8:151-160. Samaranayake LP, MacFarlane TW 1990. Oral candidosis, Boston, Wright. p265 Samaranayake LP, Raeside JM, Macfarlane TW 1984. Factors affecting the phospholipase activity of Candida species in vitro. Sabouraudia 22:201-207. Sandven P 2000. Epidemiology of candidemia. Rev Iberoam Micol 17:73-81. Schaller M, Borelli C, Korting HC, Hube B 2005. Hydrolytic enzymes as virulence factors of Candida albicans. Mycoses 48:365-377. Schönian G, Meusel O, Tietz HJ, Meyer W, Graser Y, Tausch I, Presber W, Mitchell TG 1993. Identification of clinical strains of Candida albicans by DNA fingerprinting with the polymerase chain reaction. Mycoses 36:171-179. 75

Schwesinger G, Junghans D, Schroder G, Bernhardt H, Knoke M 2005. Candidosis and aspergillosis as autopsy findings from 1994 to 2003. Mycoses 48: 176-180. Segal E 2004. Candida, still number one-what do we know and where are we going from there? Mycoses 48:3-11. Sheehan DJ, Hitchocock CA, Sobley CM 1999. Current and emerging azole antifungal agents. Clin Microbiol Rev 12:40-79. Soll DR 2000. The ins and outs of DNA fingerprinting the infectious fungi. Rev Clin Microbiol 13:332-370. Sota M, Ezpeleta C, Cisterna R 1999. Description of 165 of fungemia: a multicenter study. Rev Iberoam Micol 16:30-35. Souza EMB, Paula CR, Purchio A, Gambale W, Corrêa B, Cury AE 1990. Aspectos morfológicos, fatores de virulêcia e sensibilidade a antifúngicos de amostras de Candida albicans, sorotipos A e B, isoladas em São Paulo, Brasil. Rev Microbiol 21:247-253. Takakura S, Fujihama N, Saito T, Kudo T, Iinuma Y, Ichiyama S, and the Japan Invasive Mycosis Surveillance Study Group 2004. National surveillance of species distribuition in blood isolated of Candida species in Japan and their susceptibility to six antifungal agents including voriconazole and micafungin. J Antimicrobiol Chemother 53:283-289. Tavares FCA, Echeverrigaray S, Gomes LH 1992. Identificação molecular de leveduras de fermentação. Stab: Açúcar, Álcool e Sub-Produtos 10:34-39. Taylor BN, Fichtenbaum C, Saavedra M, Slavinski J, Swoboda R, Wozniak K, Arribas A, Powderly W, Fidel PL Jr 2000. In vivo virulence of Candida albicans isolates causing mucosal infections in people infected with the human Immunodeficiency Virus. J Infect Dis 182: 955-959. 76

Trick WE, Fridkin SK, Edwards JR, Hajjeh RA, Gaynes RP, and the National Nosocomial Infections Surveillance System Hospitals 2002. Secular trends of hospital-acquired candidemia among intensive care unit patients in the United States during 1989-1999. Clin Infect Dis 35:627-630. Uijthof JMJ, Hoog GS, Cock AWAM 1994. Patogenicity of strains of the black yeast Exophiala (Wangiella) dermatitidis: an evolution based on polymerase chain reaction. Mycosis 37:235-242. Vanden Bossche H 1997. Mechanisms of antifungal resistance. Rev Iberoamer Micol 14: 44-49. Vardar-Ünlü G 1998. Identification of fibronectin adhesin on Candida albicans. J Med Sciences 28:475-480. Vargas K, Messer SA, Pfaller M, Lockhart SR, Stapleton JT, Hellstein J, Soll DR 2000. Elevated phenotypic swintching and drug resistance of Candida albicans from human immunodeficiency virus-positive individuals prior to first thrust episode. J Clin Microbiol 38:3595-3607. Venkatesan P, Perfect JR, Myers SA 2005. Evaluation and management of fungal infections in immunocompromised patients. Dermatol Therapy 18:44-57. Vincent JL, Anaissie E; Bruining H, Demajo W, el-ebiary M; Haber J, Hiramatsu Y, Nitenberg G, Nystrom PO, Pittet D, Rogers T, Sandven P, Sganga G, Schaller MD, Solomkin J 1998. Epidemiology, diagnosis and treatment of systemic Candida infection in surgical patients under intensive care. Intensive Care Med 24: 206-216. Voss A, Pfaller MA, Hollis RJ, Rhine-Chalberg J, Doebbeling BN 1995. Investigation of Candida albicans transmission in a surgical intensive care unit cluster by using genomic DNA typing methods. J Clin Microbiol 33:576-580. 77

Vrion G, Matsiota-Bernard P 2001. Molecular typing of Candida isolates from patients hospitalized in an intensive care unit. J Infection 42:50-56. Wade JC 1993. Management of infections in patients with acute leukemia. Hematol Oncol Clin North Am 7:293-315. Werner H 1966. Untersuchunger uber die lipase-aktivitat bei hefen und hefeahnliehen pilzen. ZbL Bakt Hyg I Abt A 200:113-124. Williams JGK, Kubelik AR, Livak KJ 1990. DNA polymorphisms amplified by arbitrary primers are useful as genetics markers. Nucl Ac Researc 18:6531-6535. Wingard JR, Merz WG, Rinaldi MG, Johnson TR, Karp JE, Saral R 1991. Increase in Candida krusei infection among patients with bone marrow transplantation and neutropenia treated prophylactically with fluconazole. N Engl J Med 325:1274-1277. Yang YL 2003. Virulence factors of Candida species. J Microbiol Immunol Infect 36:223-228. Yang YL, Cheng HH, Ho YA, Hsiao CF, Lo HJ 2003. Fluconazole resistance rate of Candida species from different regions and hospital types in Taiwan. J Microbiol Immunol Infect 36:187-191. Yang YL, Li SY, Cheng HH, Lo HJ 2005. The trend of susceptibilities to amphotericin B and fluconazole of Candida species from 1999 to 2002 in Taiwan. Inf Dis 5:1-5. Zardo V, Mezzan A 2004. Os antifúngicos nas infecções por Candida sp. NewLab 63:136-146. 78

7 ANEXOS 7.1 Normas para publicação na revista Medical Mycology Instructions to Authors (Artigo 3) The official publication of the International Society for Human and Animal Mycology, Medical Mycology is an international journal which focuses on original and innovative studies of all aspects of medical, veterinary and environmental mycology. The topics include, but are not limited to mycological, biochemical and molecular investigations of etiological agents of mycoses; aspects of pathogenesis, immunology, and epidemiology of mycotic diseases; case reports of unusual medical or veterinary fungal infections; laboratory approaches to the identification of fungal pathogens, antifungal therapy and prophylaxis; mode of action, pharmacokinetics and assessments of new antifungal agents; investigations of the mycological aspects of the indoor environment, with a focus on human and animal health. The aim of the journal is to present the best scientific reports from throughout the world and in so doing to provide a comprehensive reference base for medical mycologists, microbiologists, clinicians, and environ-mental specialists. Further information about the Journal including links to the online sample copy, contents pages and copyright assignment form can be found on the Journal homepage. 79

Please note that you and your co-authors in submitting this manuscript are confirming that all authors have (a) made a substantial contribution to the information or material submitted for publication, (b) read and approved the final manuscript, and (c) no direct or indirect financial incentive associated with publishing the article. In addition, by submitting your work, you and your co-authors are stipulating that the manuscript is not, either in whole or in part, currently under consideration by any other scientific journal or has been previously published in either hard copy or electronic format. Types of Papers Original papers. These may be of any length, but must have; (a) a Cover-Page listing all authors and their affiliations and contact information for the corresponding author, (b) a separate page for a Summary, (c) text consisting of Introduction, Materials & Methods, Results, and Discussion, (d) References, (e) Tables with footnoted descriptions of all abbreviations contained in the table, and (f) Figures, with appropriate figure legends allowing a reader to understand their content without reference to the text. Manuscripts should be in English, double-spaced, in no less than size 12 font. Pages should be numbered consecutively, beginning with the cover-page. References are to be 80

numbered, in brackets, e.g., [1], in order of their citation in the text and listed in the Reference section by their appearance in the text. Reviews. Authors must first electronically submit an outline of their proposed article for evaluation by the Editor. The outline should be no more than two, double-spaced pages in 12 font, in which the authors describe the objectives and contents of the report. The outline must be submitted to the Reviews Editor, Francoise Dromer: dromer@pasteur.fr. Once the proposal has been evaluated, the authors will be informed of the results of the Review Editor s initial consideration of their proposal. NOTE - the journal does NOT accept uncommisioned reviews for publication. Case Reports. Such articles must make a distinct, novel contribution to the understanding of the etiologic agents, its clinical manifestations, and/or its treatment. They should NOT be based merely on the first incidence of a known cosmopolitan or widely distributed etiologic agent in the nations of the authors residence. Reports of unusual etiologic agents MUST be substantiated with a living culture deposited in an internationally recognized professional culture collection, defined as a collection that has full-time staff dedicated to receiving, preserving and shipping of culture cultures. Manuscripts MUST be in English and 81

prepared as is an original article, EXCEPT that the text should consist of an Introduction, Case Report and Discussion. Short Communications. These manuscripts are to provide an opportunity for the presentation of preliminary or brief observations that do not warrant a full paper. The manuscript should be prepared as is an original article, except they may be no more than 10 double-spaced pages in no less than size 12 font (including cover-page, abstract, text, references, and tables/figures). Letters. Letters to the Editor are intended to provide an opportunity to discuss issues related to previous published original articles, case reports or short communications and should not be used for the presentation of the authors preliminary data from their own investigations. Letters should be no more than 2 double-spaced pages, in no less than size 12 font, including references. Submission of manuscripts All submissions to this journal should be made via the Manuscript Central site: http://mc.manuscriptcentral.com/tmmy. Users who have not used the site before must create an account from the link on the login page. Assistance with this and all other areas of the site are available in 82

the User Guide, which is accessed via the Get Help Now button at the top right of all Manuscript Central web pages. Preparation of manuscripts 1. Manuscripts must be written in English and submitted as a Word for Windows (PC) file. 2. Manuscripts must be prepared in 12pt font with one (1) inch margins all around and double spaced. 3. Papers should be organized as follows: Full title and Short title; Name(s) and affiliations of author(s); Full postal address, telephone and fax numbers, and email address for the corresponding author; Summary (maximum 200 words); Keywords (up to five); Introduction; Materials and Methods; Results; Discussion (as appropriate to the article); Acknowledgements; References; Tables; Figure captions. 4. Statistics and measurements should be given in numerals when followed by a unit (e.g., 2 mg but two patients). SI units must be used. 5. Abbreviations should be defined when first used in the text. References Use the Vancouver system in preparing the references. They should be numbered sequentially in the order in which they first appear in the text. References should be cited in the text within brackets. e.g., [1]. In 83

preparing your reference list, please note that works with six (6) or more authors should be cited by the names of the first three (3) authors, with the remaining authors included by et al. Journal names must be abbreviated without the use of periods and should be in italic font. The journal number should be in bold font and issue numbers should not be included. In addition, include all page numbers of the citations. The following examples illustrate the correct style for the different types of references: 1. Journal article Author AB, Author CD, Author EF, et al. [if six or more] Title of paper. J Title Abbrev 1995; 00: 000-000. 2. Book chapter Author AB, Author CD, Author EF, et al. [if six or more] Chapter title. In: Editor AB, Editor CD, eds. Book Title With Initial Uppercase Letters, 5th edn. Place: Publisher, 1995: 000-000. 3. Book Author AB, Author CD (eds). Book Title With Initial Uppercase Letters, 5th edn. Place: Publisher, 1995. 84

4. Thesis Author AB. Paper title with lowercase initials to all words. PhD thesis, University, 1995. 5. Conference proceedings Author AB. Paper title. In: Editor AB, ed. Proceedings Title, place, date. Place: publisher, 1995: 000-000 (for abstracts the abstract number should be cited instead of the page number). 6. Personal communications, Unpublished results etc References to personal communications, unpublished results and papers submitted for publication (but not yet accepted) should only appear in the text, and in the following form: [A. B. Author, unpublished results]. [C. D. Author, personal communication]. 7. Journal article on the Internet Abood S. Quality improvement initiative in nursing homes: the ANA acts in an advisory role. Am J Nurs [serial on the Internet]. 2002 Jun [cited 2002 Aug 12];102(6):[about3 p.]. Available from: <http://www. nursingworld.org/ajn/2002/june/wawatch.htm> 85

8. Monograph on the Internet Foley KM, Gelband H, editors. Improving palliative care for cancer [monograph on the Internet]. Washington: National Academy Press; 2001 [cited 2002 Jul 9]. Available from: <http://www.nap.edu/books/0309074029/html> 9. Homepage/Web site Cancer-Pain.org [homepage on the Internet]. New York: Association of Cancer Online Resources, Inc.; c2000-01 [updated 2002 May 16; cited 2002 Jul 9]. Available from: <http://www.cancer-pain.org> 10. Part of a homepage/web site American Medical Association [homepage on the Internet]. Chicago: The Association; c1995-2002 [updated 2001 Aug 23; cited 2002 Aug 12]. AMA Office of Group Practice Liaison; [about 2 screens]. Available from: <http://www.ama-assn.org/ama/pub/category/1736. html> 11. Database on the Internet Open database: Who s Certified [database on the Internet]. Evanston (IL): The American Board of Medical Specialists. c2000-[cited 2001 Mar 8]. Available from: <http://www.abms.org/newsearch.asp_/www.abms.org/newsearch.asp> 86

Closed database: Jablonski S. Online Multiple Congential Anomaly/Mental Retardation (MCA/MR) Syndromes [database on the Internet]. Bethesda (MD): National Library of Medicine (US). c1999 [updated 2001 Nov 20; cited 2002 Aug 12]. Available from: <http://www.nlm.nih.gov/mesh/jablonski/syndrome_title.html> 12. Part of a database on the InternetMeSH Browser [database on the Internet]. Bethesda (MD): National Library of Medicine (US); 2002-[cited 2003 Jun 10]. Meta-analysis; unique ID: D015201; [about 3 p.]. Available from: <http://www.nlm.nih.gov/mesh/mbrowser_/www.www.nlm.nih.gov/mesh/ MBrowser> Files updated weekly. Tables Tables should be numbered according to their sequence in the text; all tables should be referred to in the text. Each table should be supplied on a separate sheet, never within the body of the text. The table heading should be brief and self explanatory. Column headings should be brief and include units in parentheses where applicable. Only horizontal rules should be used. 87

Figures Graphics must be submitted as JPEG, GIF or BMP files. Scanned images should be of a sufficient resolution: 300 dpi for halftones/color; 500 dpi for combination halftones; 1000 1200 dpi for line art. Illustrations should be submitted separate from the manuscript text file, either as individual files or together in a single file. The journal has a limited number of free colour pages within its annual page allowance. Authors should consult the editorial office with respect to colour reproduction at submission stage. Authors may be required to pay to guarantee colour reproduction. Any figure submitted as a colour original may appear in colour within the journal s online edition. Nomenclature Proposals for names of new taxa of fungi must conform with the requirements of the current International Code of Botanical Nomenclature, as should the scientific names used for fungi. Binomials should appear in italic; each must be spelt out in full at first mention in both the abstract and text (thereafter, the generic name may be appropriately abbreviated) and whenever used in the titles of figures and tables. 88

Animals in research Manuscripts containing information related to the experimental use of animals must clearly state that the studies complied with relevant professional and institutional animal welfare policies. Specifically, that procedures involving animals conformed to the ILAR Guide for the Care and Use of Laboratory Animals (1996 and later editions) of the Institute of Laboratory Animal Research, Commission on Life Sciences, National Research Council (http://www.nap.edu/catalog/5140.html). Disclosures of potential conflicts of interest Authors of research articles should disclose at the time of submission any financial arrangement they may have with a company whose product is pertinent to the manuscript or with a company making a competing product. Such information will be held in confidence while the paper is under review and will not influence the editorial decision, but if the article is accepted for publication, a disclosure statement will appear in the journal. The intent of this policy is not to prevent authors with these relationships from publishing work, but rather to adopt transparency such that readers can make objective judgements on conclusions drawn. 89

Authorship contributions Contributions must be substantial in order to warrant authorship. Each author should have participated sufficiently in the work to take public responsibility for the content. All other contributors should be listed in the acknowledgements. Electronic proofs When proofs are ready, corresponding authors will receive e-mail notification with a password and Web address from which to download a PDF. Hard copies of proofs will not be mailed. To avoid delays in publication, corrections to proofs must be returned within 48 hours, by electronic transmittal, fax or mail. Offprints Corresponding authors will receive either fifty printed offprints or a PDF of the final version of the paper. Preferences should be stipulated when returning proofs. Copyright It is a condition of publication that authors assign copyright or licence the publication rights in their articles, including abstracts, to ISHAM. This enables us to ensure full copyright protection and to disseminate the 90

article, and the journal, to the widest possible readership in print and electronic formats as appropriate. Authors may, of course, use the article elsewhere after publication without prior permission from Informa UK Ltd., provided that acknowledgement is given to the journal as the original source of publication, and that Informa Healthcare is notified so that our records show that its use is properly authorised. Authors retain a number of other rights under the Informa UK Ltd. rights policies documents. These policies are referred to at the Copyright FAQs page. 91

7.2 Protocolo do CEPMHA/HC/UFG 92

93

94

95