4 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DE SANTA CATARINA ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA PROFª GRACINDA AUGUSTA MACHADO MARIA DAS GRAÇAS MENEGHEL FRANCISCO ANÍSIO DE PAULA ANA MARIA BRAGA AS REVOLTAS POPULARES NA PRIMEIRA REPÚBLICA DO BRASIL IMBITUBA 2012
ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA PROFª GRACINDA AUGUSTA MACHADO MARIA DAS GRAÇAS MENEGHEL FRANCISCO ANÍSIO DE PAULA ANA MARIA BRAGA AS REVOLTAS POPULARES NA PRIMEIRA REPÚBLICA DO BRASIL Trabalho apresentado ao Curso de Ensino Médio da E.E.B Profª Gracinda Augusta Machado, como requisito parcial à obtenção da nota de 1º Bimestre do Componente Curricular História. Profº. Esp. Diego Fernandes Custódio IMBITUBA 2012
SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO... 05 2. AS REVOLTAS POPULARES NA PRIMEIRA REPÚBLICA DO BRASIL. 07 2.1. AS REVOLTAS URBANAS... 07 2.1.1. A Revolta da Vacina... 12 2.1.2. A Revolta da Chibata... 17 Etc... 20 1. AS REVOLTAS RURAIS... 22 2.2.1. O Contestado... 24 2.2.2. Canudos... 29 Etc... 29 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS... 39 REFERÊNCIAS... 41 APÊNDICES... 43 ANEXO... 49
4 1. INTRODUÇÃO (Texto meramente ilustrativo) História é um termo originário do idioma grego, que significa investigação. O estudo da História busca um maior entendimento do presente, da realidade diária, por meio do conhecimento e da reflexão sobre os acontecimentos do passado, estabelecendo relações entre o passado próximo ou distante e o momento em que vivemos. Portanto, o objeto de estudo da História é o ser humano e sua ação ao longo do tempo, nos diferentes espaços, ou seja, o ser humano envolvido em processo constante de mudanças e permanências, continuidades e rupturas, de experiências individuais e coletivas, modificando e construindo seu tempo e seu espaço em um processo que é dinâmico e constante o processo histórico. Dessa maneira, a investigação proposta pela História se dá em virtude do processo histórico, ou seja, o historiador investiga o fato para compreender o processo histórico. Essa investigação é pautada em um método científico, o que caracteriza a história enquanto ciência social. A investigação na História se dá por meio de um conjunto de ciências auxiliares, que constituem o caráter erudito da história. Do ponto de vista das técnicas de pesquisa, a história está em desenvolvimento constante. Desde as primeiras investigações gregas até o uso do computador, as formas de registrar os fatos históricos e de utilizar suas fontes vêm tendo um contínuo aperfeiçoamento. (BORGES, 1993). Essas técnicas vão ajudar o historiador a reconstituir e analisar o contexto estudado, auxiliando-a a escolher os documentos significativos, situá-los no tempo e no espaço, classificá-los quanto ao gênero e criticá-lo quanto ao grau de credibilidade.
Dentre as ciências auxiliares da história, podemos aludir algumas principais, tais como: a cronologia (estudo da fixação das datas), a epigrafia (estudo das inscrições), a sigilografia (estudo dos selos ou sinetes), a numismática (estudo das moedas), a diplomática (estudo dos diplomas), a onomástica (estudo dos nomes próprios), a genealogia (estudo das linhagens familiares), a filologia (estudo dos documentos antigos), a arqueologia (estudo dos vestígios materiais), a antropologia (estudo das relações culturais humanas), a teologia (estudo de Deus ou da Divindade ), entre outros. Neste sentido, ao realizarmos uma pesquisa histórica, temos como princípio a utilização de algumas dessas ciências auxiliares para compreendermos o tema, bem como buscarmos uma possível resposta para a situação-problema. Desta maneira, optamos pelo método de procedimento etnográfico para a possível obtenção desta resposta. Por se tratar de uma pesquisa de caráter etnográfico, ou seja, de uma análise de um determinado grupo social, com ênfase na relação entre cotidiano e religião, optamos por uma abordagem que contempla o auxílio da arqueologia histórica, para identificar esta relação nos vestígios materiais produzidos pelo grupo pesquisado; da antropologia, para a compreensão do vínculo sócio-cultural e dos vestígios não materiais do grupo pesquisado; e da teologia, como caminho para poder compreender a relação da religião com o cotidiano do grupo em questão. O caráter etnográfico da pesquisa é dado pela própria concepção de História. Sabemos que a história somente existe em função do homem, na sua relação com a sociedade e na sua própria humanidade. Para referendar esta afirmação, temos Borges (1993): A história é a história do homem, visto como um ser social, vivendo em sociedade. É a história das transformações humanas, desde o seu aparecimento na terra até os dias que estamos vivendo. Desde o início, podese tirar uma conclusão fundamental: quer saibamos ou não, quer aceitemos ou não, somos parte da história, e todos desempenhamos nela um papel. E temos então todos desde que nascemos, uma ação concreta a desempenhar nela. Borges ainda nos confirma a importância do estudo etnográfico, da compreensão de uma parcela da sociedade, uma vez que um historiador seria incapaz de estudar a humanidade inteira, dado o seu grau de complexidade: A humanidade não é um todo homogêneo, e a história não a analisa assim. Na realidade dificilmente o historiador pode tratar ao mesmo tempo de toda a humanidade. Ao escrever a história, em geral ele se ocupa especificamente
de uma determinada realidade concreta, situada no tempo e no espaço. (BORGES, 1993). Para compreender o grupo escolhido, qual seja a comunidade do Distrito de Mirim, optou-se, quanto ao nível de profundidade da pesquisa, pela denominada pesquisa explicativa. A Pesquisa Explicativa tem como finalidade identificar as causas do evento estudado. No caso deste tema, a pesquisa tenta identificar a causa da relação estabelecida entre o profano e o religioso na Festa do Divino Espírito Santo e sua a influência no cotidiano do grupo estudado. A pesquisa explicativa justifica-se pois, [...] o historiador, em virtude da sua necessidade de compreender o passado, é compelido simultaneamente, como o cientista, a simplificar a multiplicidade de suas respostas, a subordinar uma reposta a outra, a introduzir alguma ordem e unidade no caos de ocorrências e no caos das causas específicas. [...] Ao historiador compete trabalhar através da simplificação tanto quanto da multiplicação de causas. A história, como ciência, avança por esse processo duplo e aparentemente contraditório (BURGUIÈRE, 1999) Assim, a metodologia ainda apresenta um papel decisivo nas controvérsias históricas, já que ela recobre ao mesmo tempo os procedimentos práticos do ofício do historiador e os confrontos teóricos sempre camuflados. Para atingir o nível de profundidade explicativo, elege-se o método indutivo, uma vez que, através deste, há uma preocupação básica em ampliar o alcance dos conhecimentos que se inicia sempre pelas constatações e observações particulares. deste método: Na fala de Ciro Flamarion Cardoso, temos a justificativa da utilização Como sabe qualquer historiador, afirmar que os acontecimentos históricos são únicos irredutivelmente, supõe um postulado inaceitável: o de que a história humana tem se desenvolvido monoliticamente, segundo uma linha única; ou, dito de outra maneira, que há uma única sociedade humana e não uma multiplicidade de sociedades. (CARDOSO, 1979). Quando nos referimos a utilização do método indutivo, para resolução de uma pesquisa de profundidade explicativa e procedimento etnográfico, não nos resta dúvida que a abordagem da mesma tenha que ser quali-quantitativa, uma vez que o principal objetivo desta é conhecer as percepções dos sujeitos pesquisados acerca da situação-problema, mas que também busca identificar de forma objetiva e quantificar a relação entre as pessoas e o tema proposto.
Sabemos, também, por meio da História, que a compreensão da influência das várias teorias do conhecimento, estabelece parâmetros de avaliação, critérios de verdade, objetivação, metodologia, e relação sujeito/objeto para os vários tipos de conhecimento, seja ele científico, religioso, filosófico, popular ou artístico. Conhecimento, então, é a relação que se estabelece entre sujeito que conhece ou deseja conhecer e o objeto a ser conhecido ou que se dá a conhecer. O tema aparentemente não apresenta diferencial algum ou inovação científica qualquer. No entanto, vale ressaltar que nas produções historiográficas há uma preocupação evidente em registrar a história da Festa do Divino Espírito Santo, mas em relação a comunidade na qual está inserida, os costumes, as tradições e os condicionamentos oriundos da festa elas são quase nulas. Conforme Köche (1997, p.17), o conhecimento científico surge não somente da necessidade de resposta às necessidades práticas, mas também como meio de possibilitar a explicação de forma sistemática de conceitos passíveis de compreensão empírica, ou seja, possíveis de comprovação e testagem através dos sentidos. Neste sentido, abordaremos a influência da Festa (ou culto) do Divino Espírito Santo do Distrito de Mirim, no cotidiano da comunidade do Distrito de Mirim, Município de Imbituba, Estado de Santa Catarina, cultura de base açoriana, sob um olhar antropológico e histórico dos aspectos sagrados e profanos nela presentes, observando as variações ocorridas ao longo dos anos. O objetivo maior desse estudo é compreender a influência da Festa do Divino Espírito Santo no cotidiano e na formação do comportamento sócio-cultural, numa estreita relação entre o Sagrado e o Profano, do povo oriundo e/ou vivente no Distrito de Mirim, Imbituba, Santa Catarina e vice-versa. Aqui, vale ressaltar a motivação desse estudo, que embora já mencionadas acima as questões científicas, também tem um cunho de redescobrimento pessoal, dado o fato que retrata os ensinamentos recebidos por este pesquisador desde à infância até os dias de hoje, bem como a influência que o Culto ao Espírito Santo teve em nossa vida. Neste sentido, partiremos de objetivos mais específicos, que delinearam o curso desse estudo: Historiar sobre a ocupação da Vila de Mirim enfocando a cultura de base açoriana, suporte para a Festa do Divino Espírito Santo;
Identificar, nas produções historiográficas e na tradição oral, a origem das festas do Divino, como requisito para a compreensão da origem da Festa do Divino Espírito Santo de Mirim, Imbituba, Santa Catarina; Registrar a estrutura e elementos da vida cotidiana do habitante de Mirim, ao longo de seu processo de construção histórica; Registrar a estrutura e elementos, litúrgico-teológicos e populares da Festa do Divino Espírito Santo do Distrito de Mirim, Imbituba, Santa Catarina; Identificar qual a influência da religião na vida cotidiana, tendo por base a Festa do Divino Espírito Santo. A priori, veremos como o culto ao Divino Espírito Santo surge enquanto doutrina dogmática cristã e suas raízes enquanto culto popular na Europa Medieval e nas suas manifestações no Brasil. Neste sentido, estaremos buscando na Teologia e na Antropologia, suportes teórico-metodológicos para proceder o estudo. Investigamos, também, como se dá a formação da identidade culturalreligiosa brasileira, a partir da chegada dos portugueses ao Brasil. Nesta seção, observamos como se deu o processo de ocupação do território nacional, em especial o litoral catarinense e por conseqüência o Distrito de Mirim. É neste historiar da ocupação portuguesa e de seus consectários que estaremos vendo conceitos como brasilidade e sincretismo cultural-religioso, os quais permeiam a existência do Culto ao Divino Espírito Santo em Mirim. Por conseguinte, vimos a influência da Festa do Divino Espírito Santo na formação da identidade cultural do povo mirinense. Neste sentido, buscamos observar elementos e conceitos como imaginário e cultura popular, bem como, buscamos na História da Igreja na comunidade de Mirim, alguma referência sobre a força desse culto na tradição local. Esta seção estará fortemente evidenciada a História Oral e o Método de Procedimento Etnográfico aplicado ao estudo.