Teologia Sistemática
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- Beatriz Meneses Casqueira
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1 Teologia Sistemática Patriarcado de Lisboa Instituto Diocesano de Formação Cristã Escola de Leigos 1º Semestre 2014/2015 Docente: Juan Ambrosio Fernando Catarino
2 Tema da sessão A Igreja 1. Identidade e Missão 2. Anúncio do Evangelho 3. Celebração da fé 4. Amor e serviço fraterno 5. Elementos estruturantes de uma comunidade cristã local. ESCOLA DE LEIGOS Nossa Senhora do Amparo
3 Identidade e Missão A Igreja tem dois modos fundamentais de realização: A comunhão. A missão. São as dimensões estruturantes e fundamentais do ser e do viver da Igreja. ESCOLA DE LEIGOS Nossa Senhora do Amparo
4 Identidade e Missão Há uma dupla polarização: A participação comum nos dons de Deus (participação e testemunho dos dons de Deus num movimento de concentração (para dentro). Testemunho dessa realidade em que se participa como impulso missionário, para fora. Há uma simultaneidade entre contemplação e ação, com uma realidade mística e política. ESCOLA DE LEIGOS Nossa Senhora do Amparo
5 Identidade e Missão A Igreja é comunhão: Povo congregado na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Assim, ela exprime-se em três fórmulas: Povo de Deus. Corpo de Cristo. Templo do Espírito Santo. ESCOLA DE LEIGOS Nossa Senhora do Amparo
6 Identidade e Missão A Igreja é missão, mistério de comunhão para a missão; é sinal e instrumento de salvação para o mundo. A sua razão de ser e o seu fundamento permanente é o plano salvífico de Deus. A comunhão está na origem da missão, e é o seu objetivo final, bem como o seu próprio caminho, condição do ser e do agir missionários da Igreja A comunhão e a missão são indissociáveis. O Cristão é chamado a participar na edificação da Igreja, e na edificação do mundo. ESCOLA DE LEIGOS Nossa Senhora do Amparo
7 Identidade e Missão Isto acontece: Na escuta comum da Palavra de Deus; No acolhimento ativo da Fé; No testemunho e transmissão da Fé Na celebração comunitária da Fé; No serviço (diaconia) comum; Na transformação do mundo a partir da Fé. O Dom e a Missão estão sempre antes de todas as diferenças (por mais importantes que estas sejam). ESCOLA DE LEIGOS Nossa Senhora do Amparo
8 Identidade e Missão A realidade da Igreja concretiza-se em 3 funções fundamentais: Testemunho (Martyria) O anúncio do Evangelho pela Palavra e pela vida (Pastoral Profética da Igreja). Liturgia (Leiturgia) A celebração da Fé no culto e nos Sacramentos (Pastoral Litúrgica). Amor e Serviço (Diakonia) Construção da Comunidade a todos os níveis (Pastoral social). ESCOLA DE LEIGOS Nossa Senhora do Amparo
9 Identidade e Missão Cada uma destas dimensões são lugares fundamentais da presença e da ação do Senhor Ressuscitado e operante do seu Espírito. É por elas que a Igreja é visibilidade, mediação e sacramento de Jesus Cristo e do seu Espírito. Cristo está presente na e pela Palavra anunciada e testemunhada, na celebração da Fé no culto, nos sacramentos, no serviço da caridade. ESCOLA DE LEIGOS Nossa Senhora do Amparo
10 Identidade e Missão Não há realidade eclesial sem estas expressões da vida crente. Estas funções e realizações distinguem a Igreja de outras comunidades humanas (por mais meritória que a própria Igreja seja em termos de visão do mundo, de construção de fraternidade entre pessoas e povos, de sensibilidades às necessidades humanas). Por outro lado, a Igreja não se pode delimitar numa perspeciva eclesiocêntrica, mas deve ser vivida em abertura ao mundo e consequente superação das barreiras eclesiásticas.
11 Identidade e Missão Estas 3 dimensões exprimem ao mesmo tempo o sentido global da Igreja. Trata-se de viver o que a Igreja é em si mesma. Não são compartimentos estanques. São interdependentes. É impossível considerar alguma delas superior à outra. Anúncio sem amor e serviço é estéril (e até contraditório); Serviço e amor sem anúncio do evangelho podem ser filantropia, mas não alcançam nem traduzem o específico cristão em toda a sua profundidade e amplitude. Estão tão ligados que o anúncio é uma forma de servir e de amar; amar e servir são também uma forma de anunciar!
12 Identidade e Missão Há quem formule numa divisão quadripartida (Act 2,42): Martyria (proclamação e doutrina) Leiturgia (o culto divino) koinonia (a vida em comunhão) Diakonia (serviço mútuo e serviço ao mundo) Atenção que a expressão koinonia tem um significado mais amplo do que a simples vida em comum.
13 Anúncio do Evangelho Anúncio do Evangelho Está no início da identidade e missão da Igreja. A comunidade reúne para escutar a Palavra de Deus e para celebrar a sua ação salvadora. A Palavra tem lugar primordial. A revelação de Deus é entendida como acontecimento dialógico, autodoação e autocomunicação de Deus que se oferece e entra em diálogo com a humanidade. Já no AT, se sublinha a importância da Palavra.
14 Anúncio do Evangelho A Palavra de Deus interpela a atitude crente em todos os aspetos da vida teologal: Interpela a fé (é revelação) Interpela a esperança (é promessa) Interpela a caridade (é regra de vida) Ela é encontro pessoal e salvífico com o próprio Deus. Ela é atualização do Evangelho. Ela é realização da Igreja.
15 Anúncio do Evangelho A Palavra de Deus é meio de salvação, é modo de presença eficaz do Senhor Glorificado, de encontro pessoal com o próprio Deus (dimensão sacramental da Palavra). É a Palavra que torna percetíveis e eficazes todos os sinais cristãos. A Igreja vive da pluralidade de formas de escuta e testemunho da Palavra de Deus. Sem a Palavra de Deus, a caridade seria caridadezinha e a liturgia seria magia.
16 Celebração da fé Porque celebramos a Fé? A celebração faz parte do viver humano, como indivíduos e como comunidades. Vive os acontecimentos e interpreta-os à luz da sua visão da vida. Celebra-os, de quando em vez, dando-lhe um sentido mais profundo. Recordando o passado, dá densidade ao presente e manifesta as esperanças no futuro.
17 Celebração da fé Assim os cristãos: Vivem a sua fé. Interpretam o que vivem a partir da visão cristã da vida. Celebram os acontecimentos marcantes e significativos da existência à luz da Fé. A celebração recorda (atualizando) as razões por que acreditamos, revigora a nossa existência presente, renova (e alimenta) a esperança cristã. Teologicamente, a celebração litúrgica emerge como ato festivo e agradecido pela ação de Deus em Jesus Cristo.
18 Amor e serviço fraterno No sentido estrito da palavra, diakonia é o serviço do amor fraterno. É Seguimento de Jesus, do seu modo de ser e viver. É viver a centralidade evangélica do amor ao próximo. Manifesta a prática do Amor como caminho de salvação. Explicita o Amor Salvador de Deus. É serviço à humanização deste mundo à luz de Deus. Expressa a opção fundamental pelos pobres.
19 Amor e serviço fraterno A diakonia não é apenas um dado envolvente, mas estruturante da existência cristã. Não é de cristãos individuais, mas constitui a própria Igreja. A diakonia é também condição de credibilidade do testemunho cristão. Ela é expressão celebrativa quotidiana da fé (só assim a celebração cristã espelha a unidade de amor de Deus e do próximo). A partilha do pão eucarístico não se pode dissociar da partilha de serviços fraternos. A experiência cristã é uma aprendizagem do sentido de diakonia presente na vida.
20 Elementos estruturantes de uma comunidade cristã local Experiência original na família expressão como comunidade cristã paroquial. As paróquias, em comunhão com o Bispo, manifestam, tornam visível e atualizam a Igreja em cada local concreto. É uma comunidade de pessoas, num determinado local, fundada pela Palavra, pelos Sacramentos, pela Diaconia. Unida e dirigida através do serviço ministerial, convocada para glória de Deus e para o serviço do ser humano; em unidade com toda a Igreja, acredita que Jesus é o Filho de Deus, Salvador, e testemunha a salvação que n Ele é oferecida.
21 Elementos estruturantes de uma comunidade cristã local Emerge sobretudo na Eucaristia. É uma comunidade que se reúne regular e publicamente para celebrar a fé. Realiza-se na unidade e na diversidade dos carismas, serviços e ministérios que nela existem. Há uma tensão complementar entre as várias tarefas de serviço e a co-responsabilidade inalienável e a missão específica de cada pessoa. A estrutura é constituída pela relação entre o ministério ordenado e a comunidade dos fiéis. O ministério ordenado está dentro da comunidade cristã e face a ela. Ele é chamado a impulsionar e fortalecer todos os serviços e ministérios.
22 Elementos estruturantes de uma comunidade cristã local O Valor da experiência comunitária. O uso preferencial do termo comunidade (colocando de algum modo em segundo plano a expressão paróquia ) sugere uma sensibilidade diferente no modo de encarar a vida eclesial. O termo comunidade não fixa tanto as perspetivas de reflexão e ação teológico-pastorais em aspetos territoriais, mas sublinha o aspeto comunidade de pessoas. Não se deve desvalorizar, no entanto, o significado simbólico da delimitação territorial.
23 Orientações Bibliográficas José Eduardo Borges de Pinho, Igreja: identidade e Missão, Sebenta para uso dos alunos da Licenciatura em Ciências Religiosas, Faculdade de Teologia, Ano letivo 2012/2013.
24 Teologia Sistemática Patriarcado de Lisboa Instituto Diocesano de Formação Cristã Escola de Leigos 2º Semestre 2012/2013 Docente: Juan Ambrosio Fernando Catarino
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