Teologia Sistemática
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- Jorge Viveiros Neiva
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1 Teologia Sistemática Patriarcado de Lisboa Instituto Diocesano de Formação Cristã Escola de Leigos 1º Semestre 2014/2015 Docente: Juan Ambrosio Fernando Catarino
2 Tema da sessão 1. A morte de Jesus A morte como acontecimento O sentido da morte de Jesus. 2. A ressurreição de Jesus A ressurreição como acontecimento O sentido da ressurreição de Jesus.
3 O acontecimento da morte A morte de Jesus é um acontecimento incontornável da história. É uma morte violenta; Por crucificação. A cruz é um escândalo estético para os gregos, ético para os romanos, religioso para os judeus. O crucificado é para eles um pobre homem, um escravo, um insurreto, um maldito. Dois poderes antagónicos unem-se neste momento.
4 O acontecimento da morte As razões porque mataram Jesus serão as mesmas pelas quais morreu? Sim! Morreu como consequência do modo de viver e de agir que foi condenado pelos diversos poderes. Não! Morreu comprometido com a concretização do Reino de Deus.
5 O sentido da morte de Jesus Descobrir o sentido que Jesus deu à sua morte é fundamental. Saber se a previu e se a integrou na sua mensagem do Reino; saber como a viveu e que significado lhe deu, são questões fundamentais. Aquilo que dá sentido à vida de um ser humano é também aquilo que pode ajudar a descobrir o sentido da sua vida no momento da morte.
6 O sentido da morte de Jesus Jerusalém e a morte são lugar e hora nos quais Jesus acredita o Reino. Nesse lugar realiza gestos que deixam pressentir que se aproxima a hora. Por um lado olha para o passado, tentando mostrar o que está a ser ultrapassado. Com o gesto do templo, Jesus devolve-o à sua missão original de ser casa de oração e abre-o à universalidade de todos os povos e, simultaneamente, apresenta-se como o novo templo. Ele é o novo lugar da presença de Deus, bem como o novo lugar do encontro do ser humano com Deus.
7 O sentido da morte de Jesus Por outro lado, olha para o futuro propondo um novo caminho. Com a última ceia, que consuma as anteriores refeições com os pecadores e multidões famintas e com os apóstolos após a ressurreição, Jesus antecipa interpreta e incorpora a sua morte. Com gestos e palavras aponta o sentido final do seu viver (e do seu morrer) como solidariedade fiel ao Pai e ao ser humano. A última ceia é o símbolo real no qual Jesus incorpora o seu caminho e se oferece em liberdade. A partir daqui se ilumina o sentido da cruz.
8 O sentido da morte A eucaristia é ponto final (cronologia) e finalizador (sentido) na vida de Jesus e, por isso, inicial (cronologia) e sustentador (sentido) na vida da Igreja. A eucaristia, como última ceia de Jesus antes da sua paixão e como ceia com o Senhor ressuscitado, é mediação realizadora da unidade entre Jesus e a Igreja.
9 O sentido da morte Em todos estes momentos, onde a vida de Jesus atinge uma enorme intensidade, podemos destacar algumas palavras, que acabam por nos dar o sentido com que Jesus os viveu: «Pai perdoa-lhes não sabem o que fazem» (Lc 23, 34 ) A crucificação converte-se em misericórdia e em perdão. «Meu Deus, meu Deus por que me abandonaste?» (Mc 15, 34) Jesus dá voz a todos os esquecidos e abandonados. «Pai em tuas mãos entrego o meu espírito» (Lc 23, 46) A entrega confiada à qual o Pai responde com a ressurreição.
10 O acontecimento da ressurreição A ressurreição é um facto, é um acontecimento real que acontece na história. Mas não é sem mais um acontecimento histórico. Ao facto em si da ressurreição não temos verdadeiramente acesso. Mas temos acesso às suas consequências históricas: O túmulo está vazio. O ressuscitado aparece aos discípulos. Os discípulos convertem-se e mudam de atitude. A comunidade crente é edificada. Nós os cristãos.
11 O sentido da ressurreição A ressurreição é um acontecimento escatológico. É da ressurreição que surge a confissão de fé, o NT, o cristianismo, a cristologia. A ressurreição não é o retorno de Jesus à anterior vida biológica, mas o adentramento na vida de Deus, na forma definitiva da existência por Ele querida para a vida humana. A ressurreição é um acontecimento salvífico, que implica que Deus se dá ao ser humano como criador de uma nova vida, que é a sua própria. A ressurreição é a antecipação da consumação da história e da existência humanas.
12 O sentido da ressurreição A ressurreição é um acontecimento teológico. Nela é o próprio Deus que age. Deus responde em fidelidade a quem por fidelidade viveu a sua vida. Nela a ação de Deus recai sobre Jesus arrancando-o do domínio da morte e, com isso, acreditando o seu agir, falar e viver. Nela a vida de Jesus renova-se, constituindo a renovação da sua pessoa. Ele está realmente vivo. Não se trata de uma simples perduração na memória e no amor.
13 O sentido da ressurreição Jesus ressuscita verdadeiramente e recolhe os apóstolos que estão dispersos, constituindo-os em comunidade. A ressurreição suscita nos apóstolos uma nova vida, que implica também uma transformação cognitiva, afetiva e volitiva. A ressurreição de Jesus é primícia para toda a humanidade. O destino de Jesus é o destino que Deus quer para toda a humanidade. Nele se antecipa o futuro da humanidade. Por isso ele é o salvador. O seguimento do ressuscitado que consiste não só em acreditar nele, mas também em viver como ele, implica que vivamos: Como ressuscitados. Como ressuscitadores.
14 Teologia Sistemática Patriarcado de Lisboa Instituto Diocesano de Formação Cristã Escola de Leigos 1º Semestre 2014/2015 Docente: Juan Ambrosio Fernando Catarino
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