Brazilian Journal of Biomotricity ISSN: Universidade Iguaçu Brasil

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Transcrição:

Brazilian Journal of Biomotricity ISSN: 1981-6324 marcomachado@brjb.com.br Universidade Iguaçu Brasil Faccioni Girardi, Gabriela; Arias Brentano, Michel; Tagliari, Monica; Souza Gomes, Marisa Graziela de; Dornelles, Michele; Martins Kruel, Luiz Fernando ESTIMATIVA DE DIFERENTES VOLUMES E INTENSIDADES NA PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS EM AULAS DE GINÁSTICA LOCALIZADA Brazilian Journal of Biomotricity, vol. 3, núm. 3, septiembre, 2009, pp. 287-299 Universidade Iguaçu Itaperuna, Brasil Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=93012711010 Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe, Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto

ORIGINAL PAPER (ARTIGO ORIGINAL) ESTIMATIVA DE DIFERENTES VOLUMES E INTENSIDADES NA PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS EM AULAS DE GINÁSTICA LOCALIZADA ESTIMATION OF DIFFERENT VOLUMES AND INTENSITIES PRESCRIPTION IN THE CLASS OF GYMNASTICS Gabriela Faccioni Girardi, Michel Arias Brentano, Monica Tagliari, Marisa Graziela de Souza Gomes, Michele Dornelles & Luiz Fernando Martins Kruel Grupo de Pesquisa em Atividades Aquáticas e Terrestres (GPAT), Laboratório de Pesquisa do Exercício, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil. Corresponding author: Michel Arias Brentano, MsC GPAT, Laboratório de Pesquisa do Exercício, UFRGS Rua Felizardo, 750, CEP: 90690-200. Porto Alegre, RS Brasil. Fax: 555133085842. Tel: 555133085820. E-mail: michel.brentano@terra.com.br Submitted for publication: October 2009 Accepted for publication: June 2009 RESUMO GIRARDI, G. F.; BRENTANO, M. A.; TAGLIARI, M.; GOMES, M.G.S.; DORNELLES, M.; KRUEL, L. F. M. Estimativa de diferentes volumes e intensidades na prescrição de exercícios em aulas de ginástica localizada. Brazilian Journal of Biomotricity, v. 3, n. 3, p. 287-299, 2009. Existem coeficientes de estimativa de força máxima (1RM) em exercícios de musculação baseados na massa corporal (MC) e massa magra (MM). Podemos relacionar a musculação com a ginástica localizada (GL) por terem variáveis de treino semelhantes. Entretanto, não existem estudos que mostrem coeficientes de estimativa de força máxima na GL. O objetivo do estudo foi estabelecer coeficientes relacionados à MC e à MM para a determinação da carga de (1RM) e estimar o número de repetições com diferentes porcentagens de 1RM em exercícios de GL. Quarenta (40) mulheres (treinadas (13) e não-treinadas (27) em força) foram submetidas à avaliação de composição corporal e teste de 1RM nos exercícios de supino, agachamento, rosca bíceps e extensão do quadril. Posteriormente, realizaram o maior número de repetições nos mesmos exercícios em diferentes intensidades (40, 60 e 80% de 1RM). Os resultados apresentados mostram que há uma relação entre força e MC e MM, podendo assim usar os coeficientes em aulas de ginástica para a prescrição de carga em diferentes percentuais de 1RM. Foram obtidos os coeficientes para o grupo treinado: supino (MC: 0,59 + 0,1, MM: 0,73 + 0,06), rosca bíceps (MC: 0,3 + 0,05, MM: 0,38 + 0,05), agachamento (MC: 1,45 + 0,27, MM: 1,86 + 0,3) e extensão de quadril (MC: 0,45 + 0,07, MM: 0,58 + 0,08);. E para o grupo não-treinado: supino (MC: 0,5 + 0,76, MM: 0,67 + 0,1), rosca bíceps (MC: 0,24 + 0,04, MM: 0,32 + 0,06), agachamento (MC: 1,30 + 0,22, MM: 1,7 + 0,28) e extensão de quadril (MC: 0,39 + 0,06, MM: 0,52 + 0,08). O exercício de extensão de quadril apresentou um número menor de repetições quando comparado aos demais exercícios a 40% de 1RM e maior com 80% de 1RM. Palavras-chave: composição corporal, força máxima, ginástica localizada.

ABSTRACT GIRARDI, G. F.; BRENTANO, M. A.; TAGLIARI, M.; GOMES, M.G.S.; DORNELLES, M.; KRUEL, L. F. M. Estimation of different volumes and intensities prescription in the class of gymnastics. Brazilian Journal of Biomotricity, v. 3, n. 3, p. 287-299, 2009. There are coefficients to estimate maximal strength (1RM) in strength training exercises, based on body mass (BM) and lean body mass (LBM). We can relate strength training and ginástica localizada resistance training (GL) due similar training variables. However, there is no data about coefficients in GL. The aim of this study was create coefficients related to BM and LBM to determinate 1RM values and estimate the number of repetitions performed with different 1RM percentages in different resistive exercises used in GL. Forty (40) woman (trained (13) and non-trained (27)) were submitted to body composition evaluation and 1RM test in the following exercises: bench press, squat, arm curl and hip extension. Posteriorly, they performed the higher number of repetitions in these exercises with different intensities (40, 60 and 80% 1RM). The results showed a relation between BM, LBM and maximal strength, making capable to use the coefficients to prescribe the selected exercises, with different percentages of 1RM. It was obtained the following coefficients in trained group, bench press (BM: 0,59 + 0,1, LBM: 0,73 + 0,06), arm curl (BM: 0,3 + 0,05, LBM: 0,38 + 0,05), squat (BM: 1,45 + 0,27, LBM: 1,86 + 0,3) and hip extension (BM: 0,45 + 0,07, LBM: 0,58 + 0,08); and to non-trained group: bench press (BM: 0,5 + 0,76, LBM: 0,67 + 0,1), arm curl (BM: 0,24 + 0,04, LBM: 0,32 + 0,06), squat (BM: 1,30 + 0,22, LBM: 1,7 + 0,28and hip extension (BM: 0,39 + 0,06, LBM: 0,52 + 0,08). The hip extension exercise showed a lower number of repetitions compared to other exercises at 40% 1RM and higher number, at 80% 1RM. Key Words: body composition, maximal strength, ginástica localizada. INTRODUÇÃO A força muscular é um dos componentes da aptidão física relacionada à saúde (GUISELINE, 2004), e pode ser definida como a capacidade do músculo de produzir tensão ao ativar-se, ou seja, ao contrair-se no deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina nas estruturas denominadas miofibrilas (BADILLO & AYESTARÁN, 2001). A força muscular pode ser desenvolvida através de um treinamento resistido (TR) que é conceituado como o uso de halteres, pesos, aparelhos e outros equipamentos com o propósito de melhorar o condicionamento físico, a aparência e/ou o desempenho esportivo (BAECHLE & GROVES, 2000). Esse treinamento pode ser realizado através da musculação, na qual são realizados exercícios com pesos e a principal capacidade motora treinada seria a força (GUEDES, 2003); são utilizadas séries, repetições e pausas de acordo com o objetivo a ser alcançado em cada treino. Outro tipo de treinamento que objetiva o desenvolvimento da força é a ginástica localizada (GL), que apresenta características semelhantes à musculação (como séries, carga, pausas, repetições) e se difere pela utilização de trilha musical, na qual padroniza a velocidade de execução dos movimentos, em aulas coletivas (SABA, 2003). No entanto, para um bom desenvolvimento da força é necessária uma prescrição adequada, com uma estrutura que possui um determinado volume de treino (número de séries, repetições, treinos por semana) e também manipulando a intensidade (carga externa utilizada, as pausas, a ordem dos exercícios). Sabe-se que uma das variáveis mais importantes para o aumento da força é a intensidade, descrita pelo aumento de carga externa utilizado durante o treinamento (TAN, 1999). Para que esse aumento da intensidade seja correto e adequado, muitas técnicas vêm sendo criadas e utilizadas. Estudos mostram diferentes métodos para prescrição da intensidade em exercícios com pesos, como o trabalho de Hoeger (1987), o qual demonstra a relação existente entre o número de repetições e porcentagens selecionadas de uma repetição máxima (1RM) em diferentes exercícios de musculação, sugerindo que existe uma diferença no número de repetições realizada nos diferentes exercícios, e propondo também o número de repetições para um adequado ganho de força. Em outro

repetições de leg press e 11 de flexão de joelhos; e mulheres realizam 46 repetições do exercício de leg press e 15 na flexão de joelhos. É importante salientar portanto, que o número máximo de repetições por série para ocorrer um aumento de força varia de acordo com o exercício, com o grupo muscular a ser trabalhado e com o gênero, pois o número de repetições realizadas em cada percentual de 1RM varia de exercício para exercício (FLECK, 2003). Já no estudo de Raso et al. (2000) foi feita a determinação da sobrecarga de trabalho em exercícios de musculação através da percepção subjetiva de esforço (PSE) de mulheres idosas. A PSE vem sendo utilizada para controlar a intensidade de treinamento, servindo como um indicador para a obtenção do grau do esforço físico (MOURA et al., 2003). No entanto, quando não há realização do teste de 1RM, a PSE perde sua credibilidade, pois se os indivíduos não obtiverem uma carga de referência (mínima e máxima) não existe uma relação estatisticamente significativa entre PSE e força dinâmica (RASO et al., 2000). Por isso a PSE se torna uma forma de prescrição de intensidade questionável, pois é necessária a realização do teste de 1RM para que se tenha um valor de PSE confiável. Sabe-se da relação existente entre massa corporal (MC) e massa corporal magra (MM) com a força muscular. Isso é demonstrado no trabalho de Roemmich e Sinning (1997), no qual eles demonstraram uma estreita relação existente entre a produção de força e a MM. Por isso, uma forma de estimar a força máxima na musculação é através de coeficientes, para posteriormente poder ser feita a prescrição da intensidade dos exercícios. A literatura mostra diversas maneiras de prescrever a intensidade de exercícios na musculação. Entretanto não existem estudos que apresentem algum tipo de prescrição na GL, pois mesmo sendo semelhante à musculação; na GL os exercícios seguem um determinado ritmo, e não são utilizadas máquinas. Por isso fica inviável associar os resultados encontrados na musculação com a GL. Então esse trabalho tem como objetivo analisar a relação existente entre os parâmetros antropométricos e a força muscular, estabelecendo assim coeficientes relacionados à MM e à MC para estimativa da força máxima em diferentes exercícios de GL; e também verificar o número de repetições realizadas em quatro exercícios em diferentes percentuais de 1RM. MATERIAIS E MÉTODOS A amostra foi voluntária e incluiu 40 mulheres entre 18 e 36 anos, treinadas (n=13) ou não-treinadas (n=27) em força; sem histórico de lesão neuromuscular. O termo de consentimento informado foi assinado previamente em duas vias, e através dele foi explicado como iriam ocorrer as coletas, quais as avaliações seriam feitas, quais os exercícios seriam realizados, os cuidados a serem tomados e as conseqüências decorrentes dos exercícios realizados. Os indivíduos foram avisados para não realizarem exercício intenso durante pelo menos 24 horas antes de cada coleta. - Cronograma das coletas A coleta de dados foi realizada em 7 sessões. Nas três primeiras sessões foi realizada a familiarização com os exercícios (supino, rosca bíceps, agachamento e extensão de quadril). Para definição da carga para familiarização foram utilizados coeficientes (tabela I) encontrados no trabalho piloto desse mesmo estudo, e assim foram selecionados diferentes percentuais do 1RM estimado.

Tabela I coeficientes de estimativa de 1RM baseados na relação existente entre força e MM e entre força e MC nos exercícios de supino, agachamento, rosca bíceps e extensão de quadril. Exercícios MM MC (1RM/MM) (1RM/MC) Supino 0,72 0,56 Agachamento 1,68 1,29 Rosca bíceps 0,35 0,27 Extensão de quadril 0,48 0,37 Na quarta sessão foram realizadas as avaliações de composição corporal e o teste de 1RM nos quatro exercícios. Nas últimas três sessões (5 a, 6 a e 7 a ) foram realizados testes de repetições máximas (RM) em diferentes percentuais de 1RM. Abaixo segue a descrição do cronograma. 1 a sessão: intensidade de 40% de 1RM estimado, sendo feitas duas séries de vinte repetições (2X20) com intervalo de 1 entre as séries. 2 a sessão: intensidade de 60% de 1RM 3 X12 com intervalo de 1 30 entre as séries. 3 a sessão: intensidade de 80% de 1RM 3 X 6 com intervalo de 2 entre as séries. Na familiarização os exercícios foram feitos na seguinte ordem: supino, extensão de quadril, rosca bíceps e agachamento. 4 o sessão: foram coletados composição corporal e o 1RM nos exercícios de supino, rosca bíceps, agachamento e extensão de quadril; 5 o sessão: foi feito o teste de RM com uma porcentagem de 1RM (40, 60 ou 80%) nos quatro exercícios; 6 o sessão: foi feito o teste de RM com outra porcentagem de 1RM (40, 60 ou 80%) nos quatro exercícios; 7 o sessão: foi feito o teste de RM com a porcentagem restante de 1RM (40, 60 ou 80%) nos quatro exercícios; A ordem do percentual de carga e dos exercícios tanto no teste de 1RM quanto nos testes de RM foi randomizada, sempre alternando um exercício para membro superior e um exercício para membro inferior. Entre cada sessão de coleta o intervalo realizado era de 48 a 72 horas. - Composição corporal Para análise de composição corporal a amostra compareceu no local da coleta de dados com traje de duas peças. Primeiro foi mensurada a estatura de cada indivíduo através de um estadiômetro de metal da marca FILIZOLA com resolução de 1mm, e a MC com uma balança analógica da marca FILIZOLA com resolução de 0,1kg. Para a estimativa da densidade corporal foi utilizada a equação proposta por Jackson et al. (1980), sendo coletadas 7 dobras cutâneas (subescapular, tríceps, peitoral, abdominal, supra-ilíaca, axilar média e coxa) que foram marcadas com auxílio de uma fita métrica flexível com resolução de 1mm e coletadas em forma de circuito com o posicionamento de acordo com

CESCORF, com resolução de 0,1mm. As dobras foram coletadas três vezes, utilizando uma média das três. Se as duas primeiras coletas fossem iguais, a terceira não era realizada. A composição corporal foi estimada através da fórmula de Siri (HEYWARD & STOLARCZYK, 2001). - Teste de força máxima O teste de 1 RM foi realizado nos seguintes exercícios: supino, agachamento, rosca bíceps e extensão do quadril. Para calcular a carga teste, foram utilizados coeficientes encontrados no piloto desse mesmo estudo (Tabela I). Primeiramente foi feito alongamento e aquecimento geral (feito com música, sendo realizados deslocamentos e movimentos combinados de membros superiores e inferiores de flexão, extensão, circundução, adução e abdução envolvendo as articulações do quadril, joelho, ombro e cotovelo). Após um aquecimento específico com a metade da carga teste estimada. Posteriormente o indivíduo realizou o número máximo de repetições que conseguisse com a carga proposta, alcançando até, no máximo, 10 repetições. A carga era redimensionada através da tabela de Lombardi (1989) até que o indivíduo conseguisse realizar apenas uma repetição, tendo até 5 tentativas para atingir a carga máxima. O intervalo entre cada tentativa era de 2 minutos para que as reservas energéticas fossem restauradas (SMITH et al., 1998). A cadência dos exercícios foi controlada através de música a 129 batidas por minuto (bpm), sendo um segundo para fase concêntrica e um segundo para fase excêntrica. - Teste de resistência muscular localizada Com a finalidade de analisar o número de repetições realizadas nos diferentes exercícios a 40, 60 e 80% de 1RM, o teste de RM foi realizado nos quatro exercícios propostos. Após alongamento e aquecimento geral e específico, o indivíduo deveria realizar o número máximo de repetições possíveis até a falha concêntrica nas três porcentagens de 1RM determinadas (40, 60 e 80%). Foi respeitado um intervalo de 48 a 72 horas entre cada teste. A velocidade de execução foi controlada por música a 129 batidas por minuto (bpm), sendo um segundo para fase concêntrica e um segundo para fase excêntrica. - Coeficientes Após análise da correlação entre força e MM e entre força e MC, foi feita uma normalização dos valores de força pela MC e pela MM. Essa normalização possibilitou a elaboração de coeficientes de estimativa de força máxima nos exercícios propostos a partir desses dois parâmetros. - Procedimentos estatísticos Depois de serem coletados e tabulados os dados, foi utilizado um teste de normalidade (shapiro-wilk). Após uma Correlação Linear de Produto Momento de Pearson para verificar a relação existente entre MC e MM com o 1RM de cada exercício. Uma análise de variância (ANOVA One way) foi usada para verificar possíveis diferenças no número de repetições em cada porcentagem nos diferentes exercícios, e também um ANOVA One way medidas repetidas para verificar se houve diferença no número de repetições em cada exercício nas diferentes porcentagens. Como teste complementar foi utilizado um post hoc Bonferroni para saber onde se encontravam as diferenças. E por fim, um test t-independente foi utilizado para comparar os dois grupos: treinados e não-treinados. Nível de significância de (p < 0,05) foi considerado em todas as avaliações. O programa utilizado foi SPSS (Statistical Package for Social Sciences) versão 11.5.

RESULTADOS A caracterização da amostra é apresentada na tabela II. Podemos perceber que os dois grupos (treinado e não-treinado) possuem características semelhantes em todas as variáveis analisadas. Tabela II Variáveis de caracterização da amostra Variáveis Treinado Não-treinado Média DP Média DP Idade (anos) 24,3 4,6 23,7 2,7 Estatura (cm) 163,2 4,8 162,2 6,5 Peso (kg) 57,6 7 58,5 6,4 Massa magra (kg) 43,8 4,2 45,3 4,5 % gordura 22,3 4,8 23,6 4,9 Os valores de força muscular são apresentados na figura 1. Pode-se perceber que os valores de 1RM foram significativamente maiores no grupo treinado. Peso (kg) 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 * Treinado Não-treinado Supino Agachamento Rosca bíceps Extensão quadril * * Figura 1 Valores de 1RM nos exercícios de supino, agachamento, rosca bíceps e extensão de quadril nos dois grupos treinado e não-treinado. (*) significativamente maiores no grupo treinado (p<0,05). Analisando a relação entre força e variáveis antropométricas, houve correlação entre força e MC e força e MM nos exercícios de supino, rosca bíceps e extensão de quadril conforme é mostrado na figura 2. No entanto, percebe-se que o exercício de agachamento não apresentou correlação da força nem com a MC e nem com a MM.

Figura 2 Gráficos de dispersão representativos das correlações entre os níveis de força nos exercícios supino, agachamento, rosca bíceps e extensão de quadril com massa corpora e massa magra.* Nível de significância da correlação < 0,01. ** Nível de significância da correlação < 0,05. Os coeficientes tanto relacionados à MC quanto à MM foram significativamente maiores no grupo de mulheres treinadas como mostra a tabela III, exceto o coeficiente do exercício de supino relacionado à MM e os coeficientes encontrados no exercício de agachamento.

Tabela III Coeficientes de estimativa de força máxima nos exercícios de supino, agachamento, rosca bíceps e extensão de quadril nos grupos treinados e não-treinados. Treinado Não-treinado Média DP Média DP Supino (MC) 0,59* 0,10 0,50 0,07 (MM) 0,73 0,61 0,67 0,10 Agachamento (MC) 1,45 0,27 1,30 0,22 (MM) 1,87 0,30 1,70 0,28 Rosca bíceps (MC) 0,30* 0,05 0,24 0,04 (MM) 0,38* 0,05 0,32 0,06 Extensão quadril (MC) 0,45* 0,07 0,39 0,06 (MM) 0,58* 0,08 0,51 0,08 Analisando as repetições feitas nos diferentes exercícios, percebe-se que na intensidade de 40% o número de repetições realizadas no exercício extensão de quadril foi significativamente menor quando comparado aos demais exercícios, sendo que a 80% o exercício de extensão de quadril teve um número de repetições significativamente maior que os demais exercícios. Já a 60% não houve diferença significativa no número de repetições entre os exercícios (tabela IV). Tabela IV Número de repetições realizadas nos diferentes percentuais de 1RM, nos quatro exercícios analisados nos dois grupos treinados e não-treinados. (*)significativamente maior que os demais exercícios (p<0,05). (**)significativamente menor que os demais exercícios (p<0,05). Quando o mesmo exercício é analisado nos diferentes percentuais percebe-se que conforme aumenta o percentual da carga diminui o número de repetições realizadas significativamente (figura 3) em cada exercício.

FIGURA 3 Número de repetições realizadas nos diferentes percentuais nos exercícios de supino (1), agachamento (2), rosca bíceps (3) e extensão de quadril (4) nos grupos treinado e não treinado. (*)significativamente menor que 40% (p<0,05); (**) significativamente menor que 60% (p<0,05). DISCUSSÃO No presente estudo foram encontrados valores significativos de correlação da força muscular com a MM e com a MC nos exercícios de supino, rosca bíceps e extensão de quadril, permitindo assim a criação de coeficientes de estimativa de força máxima. Outros estudos mostram a relação existente entre força muscular e MM (ROEMMICH & SINNING, 1997; HICKNER et al., 2001). Silva et al. (2005) também encontraram relação entre a força máxima e MM e MC criando coeficientes de estimativa de força máxima na musculação. No entanto, os baixos valores de correlação encontrados no nosso trabalho, sugerem que outros aspectos podem influenciar na produção de força máxima em exercícios resistidos utilizados nas aulas de ginástica localizada. É importante salientar que a MM parece apresentar uma correlação mais forte com a força quando comparada a MC, e por isso um melhor indicador da força muscular e também um melhor parâmetro para a criação de coeficientes. Esses resultados corroboram com os encontrados no estudo de Silva et al. (2005). O exercício de agachamento não apresentou correlação significativa nem com a MM e nem com a MC em nenhum dos grupos analisados (treinado e não-treinado). Isso pode ser explicado pelo fato do agachamento ser um exercício de difícil execução, poliarticular exigindo um grande controle corporal (flexão do tronco, quadril e joelhos) e necessitar de um tempo prolongado de adaptação neural (CHILIBECK et al., 1998). No presente estudo, foram elaborados coeficientes de estimativa de força máxima relacionados à MM e à MC para os exercícios de supino, rosca bíceps e extensão de quadril que poderão ser utilizados em aulas de ginástica localizada. Beachle e Groves (2000) propuseram coeficientes relacionados somente com a MC e não levaram em consideração o nível de treinamento dos participantes, dividindo a amostra somente pelo gênero. Já no estudo de Silva et al. (2005) foram criados coeficientes relacionados à MM e à MC para facilitar a execução do teste de 1RM na musculação; nesse estudo a amostra era formada por dois grupos: homens treinados e não-treinados em força.

Pode-se perceber que, apesar dos valores antropométricos da amostra serem semelhantes nos dois grupos, as mulheres treinadas apresentaram um valor de 1RM significativamente superior em todos os exercícios comparado ao grupo não-treinado. Isso pode ser pelo fato de o grupo treinado estar familiarizado com os exercícios de força, sendo que o treinamento resistido proporciona mudanças no sistema nervoso causando adaptações neurais ocorrendo assim, um aumento na força muscular (CARROLL et al., 2001). Em relação ao número de repetições nos diferentes percentuais, não foram encontradas diferenças significativas nos exercícios de supino, agachamento e rosca bíceps, no entanto o exercício de extensão de quadril apresentou um número menor a 40% e um número maior de repetições a 80% de 1RM. Isso pode ser explicado pela distribuição de fibras rápidas e lentas nessa musculatura. Pressupõe-se que a musculatura extensora de quadril apresente um número maior de fibras rápidas, pois a 40% foi significativamente menor o número de repetições. Já nos 80% apresentou um número significativamente maior que os demais exercícios. Fibras de contração rápida são ricas em enzimas glicolíticas, as quais lhe proporcionam grande capacidade anaeróbica. E por outro lado apresentam um número relativamente pequeno de mitocôndrias sendo limitada a capacidade do metabolismo aeróbico, tornando-as menos resistentes à fadiga quando comparadas às fibras lentas (POWERS & HOWLEY, 2000). Hoeger et al. (1987) analisaram diversos exercícios e encontraram diferença no número de repetições em alguns deles em diferentes percentuais analisados. O exercício de leg press apresentou um número significativamente maior de repetições a 40% de 1RM, puxada e supino apresentaram semelhança no número de repetições, mas diferindo dos demais exercícios; já os exercícios de rosca bíceps, extensão de joelhos e flexão de joelhos mostraram semelhança entre si diferindo dos demais. Por isso, dependendo do exercício o número de repetições para um mesmo percentual pode variar para a manutenção da carga escolhida. Pois, para um mesmo percentual, exercícios que envolvam grandes grupos musculares tendem a realizar um número maior de repetições. Pode-se dizer que a prescrição na GL poderá ser feita de acordo com o número de repetições realizadas, pois estaremos trabalhando num mesmo percentual de 1RM (exceto extensão de quadril a 40 e 80% de 1RM). O que pode ter influenciado nesse resultado é o ritmo de execução que é controlado nessa modalidade, fazendo com que todos os exercícios sejam realizados a 129 bpm (1 segundo na fase concêntrica e 1 segundo na fase excêntrica). O estudo de LaChance e Hortobagyi (1994) apresenta a avaliação da influência de três cadências (velocidade máxima, 2/2 e 2/4) utilizadas numa performance muscular máxima durante o exercício de puxada e supino. Os autores encontraram que em cadências rápidas ocorre um maior número de repetições realizadas, um melhor trabalho muscular e uma maior potência utilizada. Mostrando assim que o número de repetições é influenciado pela cadência que se está trabalhando. Esse estudo irá facilitar a prescrição em aulas de GL, na medida em que a carga a ser utilizada será individualizada e terá valores referência. CONCLUSÃO Os resultados do estudo permitem a criação de coeficientes relacionados tanto à MM como à MC nos exercícios de supino, rosca bíceps e extensão de quadril. Os coeficientes relacionados à MM parecem ser uma melhor opção para prescrição de carga por

apresentarem uma correlação mais forte com a força que a MC. Além disso, nos exercícios selecionados a escolha de um determinado percentual de 1RM possibilita a execução do mesmo número de repetições nesses exercícios, exceto na extensão de quadril a 40 e 80% de 1RM, diminuindo a necessidade de ajustes nesse percentual na execução de exercícios de ginástica localizada. APLICAÇÕES PRATICAS Os coeficientes elaborados nesse estudo poderão colaborar com profissionais que trabalham com ginástica localizada, ajudando e facilitando na prescrição e acompanhamento do treinamento. Os coeficientes, por possibilitarem a escolha de cargas iniciais mais adequadas para a realização do teste de 1RM, diminui o tempo necessário para essa avaliação, tornando mais viável a sua utilização para a prescrição em grandes grupos. Além disso, tendo o valor de 1RM estimado, a prescrição poderá ser feita em qualquer % com um número determinado de repetições. REFERENCIAS BADILLO, J. J. G.; AYESTARÁN, E. G. Fundamentos do Treinamento de Força, aplicação ao alto rendimento desportivo. 2 ed. Porto Alegre. Artes Médicas, 2001. BAECHLE, T. R.; GROVES, B. R. Treinamento de Força: passos para o sucesso. Porto Alegre. Artes Médicas, 2000. CARROLL, T. J.; RIEK, S.; CARLSON, R. G. Neural Adaptations to Resistance Training. Sports Medicine, v. 31, p. 829-840, 2001. CHILIBEK, P. D.; CALDER, A. W.; SALE, D. G.; WEBBER, C. E. A comparison of strength and muscle mass increases during resistance training in young women. European Journal of Applied Physiology, v. 77, p. 170-175, 1998. FLECK, S. J. Treinamento de força para fitness e saúde. São Paulo. Phorte, 2003. FLECK, S. J.; KRAEMER, W. J. Fundamentos do treinamento de Força Muscular 2 ed. Porto Alegre. Artes Médicas, 1999. GUEDES, D. P. Musculação: Estética e saúde feminina. São Paulo. Phorte, 2003. GUISELINE, M. Aptidão física, saúde e bem-estar: Fundamentos teóricos e exercícios práticos. São Paulo. Phorte, 2004. HEYWARD, V. H.; STOLARCZYC, L. M. Avaliação da composição corporal aplicada. São Paulo. Manole, 2001. HICKNER, R. C.; MEHTA, P. M.; DYCK, D.; DEVITA, P.; HOURMARD, J. A.; KOVES, T.; BYRD, P. Relationship between fat-to-fat-free mass ratio and decrements in leg strength after downhill running. Journal of Applied Physiology, v. 90, p. 1334-1341, 2001. HOEGER, W. W. K.; BARETTE, S. L.; HALE, D. F.; HOPKINS, D. R. Relationship between repetitions and selected percentages of one repetition maximum. Journal of Applied Sport Science Research, v. 1, p. 11-13, 1987. LACHANCE, P. F.; HORTOBAGYI, T. Influence of cadence on muscular performance during push-up and pull-up exercise. Journal of Strength and Conditioning Research, v. 8, p. 76-79, 1994. LOMBARDI, V. P. Beginning weight training: the safe and effective way. Dubuque, 1989.

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Nome: Michelle Dornelles Atividade Profissional:Educadora Física Titulação: Graduada em Licienciatura Plena na Universidade Federal do Rio Grande do Sul Interesses de Pesquisa: Força, funcional, fitness E-mail: midornell@hotmail.com Nome: Mônica Tagliari Atividade Profissional: Educadora Física Titulação: Mestre em Ciências do Movimento Humano - UFRGS Interesses de Pesquisa: Treinamento desportivo, treinamento resistido, treinamento funcional, fitness E-mail: motagliari@ig.com.br Nome: Luiz Fernando Martins Kruel Atividade Profissional: Professor Universitário Titulação: Doutor Interesses de Pesquisa: Alterações fisiológicas e biomecânicas durante atividades físicas E-mail: kruel@esef.ufrgs.br