Receptação. Receptação imprópria art. 180, caput, 2.ª parte, do CP

Documentos relacionados
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (continuação)

Crimes contra o Patrimônio Estelionato e outras fraudes

Direito Penal. Receptação e Imunidades Patrimoniais

Crimes contra o Patrimônio Receptação

Direito Penal. Estelionato e Receptação

CÓDIGO PENAL MILITAR CFS Cap Rogério. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO Arts

Tipo Penal. Tipo penal é a conduta descrita como criminosa na lei

Direito Penal. Roubo e Extorsão

DIREITO PENAL. 1. Roubo art. 157, CP:

Reparação de Dano. A reparação do dano sempre beneficia o agente

TJ - SP Direito Penal Dos Crimes Praticados Por Funcionários Públicos Emerson Castelo Branco

PÁGINA ONDE SE LÊ LEIA-SE 1506 (...) (CP, ART. 121) FEMINICÍDIO (INCLUÍDO PELA LEI Nº , DE 2015) VI - CONTRA A MULHER POR RAZÕES DA CONDIÇÃO DE

Direito Penal. Art. 130 e Seguintes II

XXII EXAME DE ORDEM DIREITO PENAL PROF. ALEXANDRE SALIM

Conteúdo Edital PMGO

Pena - reclusão de 1 a 4 anos, e multa.

Direito Penal. Crimes Contra a Administração Pública

ESTELIONATO. Pena - reclusão, de um a cinco anos, e. multa.

RECEPTAÇÃO CULPOSA: BREVE ANÁLISE TÍPICA

CONCURSO DE PESSOAS. pág. 2

Direito Penal. Furto e Roubo

PONTO 1: Crimes contra patrimônio PONTO 2: Tipos penais em espécie. 1. Crimes contra o patrimônio disposições gerais arts.

DESISTÊNCIA ARREPENDIMENTO

ROTEIRO DE ESTUDO DIREITO PENAL : PARTE ESPECIAL. Prof. Joerberth Pinto Nunes. Crimes contra a Administração Pública

Direito Penal Prof. Joerberth Nunes

Direito Penal. Consumação e Tentativa

05/05/2017 PAULO IGOR DIREITO PENAL

A pessoa que possui apenas o desejo de praticar um fato típico. criminosa, motivo pelo qual não são punidos os atos preparatórios do crime.

Art. 272 FALSIFICAÇÃO, CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE SUBSTÂNCIA OU PRODUTOS ALIMENTÍCIOS

DIREITO PENAL MILITAR

26/08/2012 DIREITO PENAL IV. Direito penal IV

Tipo Penal. Tipo penal é a conduta descrita como criminosa na lei

1. CRIMES QUALIFICADOS OU AGRAVADOS PELO RESULTADO. Art. 19 do CP Agente deve causar pelo menos culposamente.

Direito Penal - Professor Sandro Caldeira. Concurso de Pessoas

CURSO PREPARATÓRIO. RIO Polícia Rodoviária Federal DIREITO PENAL CONCEITO DE CRIME EXCLUDENTES DE CONDUTA. b) Vis absoluta

Conceito de Erro. Falsa representação da realidade.

Ponto 9 do plano de ensino

DIREITO PENAL MILITAR

A segurança pública e a incolumidade pública.

É uma norma Penal em branco, ou seja, é aquela que necessita da complementação de outra norma para ter eficácia.

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

Reparação de Dano. A reparação do dano sempre beneficia o agente

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA

EU NÃO SONHEI COM O SUCESSO EU TRABALHEI PARA ELE

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal

Pós Penal e Processo Penal. Legale

1. TEORIA CONSTITUCIONALISTA DO DELITO FATO TÍPICO

PROCESSO PENAL 1. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. Reclusão e detenção está reservada para os crimes e a prisão simples para as contravenções.

26/08/2012 DIREITO PENAL IV. Direito penal Iv

Direito Penal. Concurso de Crimes

SUMÁRIO. FURTO DE COISA COMUM (ART. 156 DO CP) Introdução...14 Classificação doutrinária...14 Objeto material...14

Direito Penal Prof. Joerberth Nunes

SUMÁRIO. Capítulo I - Generalidades.

ROUBO. (continuação)

Direito Penal. Extorsão e Extorsão Mediante Sequestro

ÍNDICE 1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS ERRO DO TIPO ERRO DE TIPO ESSENCIAL ERRO DO TIPO ACIDENTAL... 12

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR (arts. 299 a 318)

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (continuação)

3- Qual das seguintes condutas não constitui crime impossível?

Direito Penal. Lei de drogas Lei /2006. Parte 2. Prof.ª Maria Cristina

26/08/2012 DIREITO PENAL III. Direito penal IV

Curso Resultado. Mapeamento das provas do MP-SP 2010, 2011, 2012, 2013 e 2015 Versão com gabaritos DEMONSTRAÇÃO. Trabalho atualizado em julho/2017.

Teoria geral do crime

Série Resumos. Direito Penal Parte Geral FORTIUM. Brasília, DF (81) G971d

CRIMES AMBIENTAIS. Conduta omissiva (deixar de impedir); Conduta comissiva (poderia agir para impedir).

Direito Penal. Dano e Apropriação Indébita

Subtrair e coisa alheia móvel já foram objeto de análise no módulo relativoao crime de furto.

NOÇÕES GERAIS DE PARTE GERAL DO CP E CPP ESSENCIAIS PARA O ENTENDIMENTO DA LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER. Magistratura Estadual 9ª fase. Direito Penal. Concurso de Pessoas. Período

Polícia Legislativa Senado Federal

NOÇÕES DE DIREITO PENAL PROFESSOR: ERNESTIDES CAVALHEIRO. QUESTÕES PARA FIXAÇÃO - AULAS 1 e 2

7.3 Crime doloso Teorias sobre o dolo Espécies de dolo Outras categorias Mais classificações 7.4 Crime culposo 7.4.

Direito Penal. Concurso de Crimes. Professor Joerberth Nunes.

26/08/2012 DIREITO PENAL IV. Direito penal IV

Espécies ou critérios classificadores de Infração penal (crimes, delitos e contravenções): a) Critério Tripartido ( França, Espanha)

CRIMES - FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA ADMINISTRAÇÃO

PROVA OBJETIVA DA POLÍCIA FEDERAL DELEGADO DE POLÍCIA QUESTÕES DE DIREITO PENAL QUESTÃO 58

Direito Penal Promotor de Justiça - 4ª fase

DIREITO PENAL MILITAR

Direito Penal. Tentativa. Professor Joerberth Nunes.

Provas escritas individuais ou provas escritas individuais e trabalho(s)

Questões de Direito Penal Polícia Civil da Bahia

Legislação Penal Especial Lei de Tortura Liana Ximenes

NOÇÕES DE DIREITO PENAL PROFESSOR: ERNESTIDES CAVALHEIRO. QUESTÕES PARA FIXAÇÃO - AULAS 1 e 2

PRÉ-AULA TÍTULO II DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO CAPÍTULO I DO FURTO. Art Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:

Direito Penal Material de Apoio Professor Antonio Pequeno.

EDUARDO FÁRIAS DIREITO PENAL

Cabe comentar que no tipo em apreço o significado de água potável está em sentido amplo, ou seja, não precisa ser quimicamente pura.

Objetivos: 1. Definir Infrações Penais, apresentando as diferenças entre o Crime e Contravenção. Distinguir o Crime Doloso do Culposo.

Aula nº. 62 USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA (PARTE II) (...) Art Usurpar o exercício de função pública:

Direito Administrativo e Constitucional

Direito Penal. Contravenção Penal e Lei de Drogas

Direito Penal. Erro de Tipo, Erro de Proibição e Erro sobre a Pessoa. Professor Joerberth Nunes.

(D) extinguem a punibilidade. (E) excluem a tipicidade.

16/09/2012 DIREITO PENAL IV. Direito penal IV

Sumário. Resumo de Direito Penal Militar Parte Geral e Especial. CAPÍTULO 2 Art. 9º do CPM Definição de crime militar... 25

Direito Penal Analista - TRF - 4ª fase

TEORIA DO CRIME. Prof: Luís Roberto Zagonel. Pós-graduado em Direito Penal e Processo Penal Academia Brasileira de Direito Constitucional

Transcrição:

Receptação Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. - Introdução: - Trata-se de crime acessório, cuja existência exige a prática de um delito antecedente. O tipo menciona produto de crime para a caracterização da receptação, portanto, aquele que tem sua conduta ligada a uma contravenção anterior não comete receptação. - Receptação própria art.180, caput, 1.ª parte, do CP -Elementos do tipo: - São cinco as condutas típicas: - Adquirir: obter a propriedade a título oneroso ou gratuito. - Receber: simplesmente aceitar. - Ocultar: esconder. - Conduzir: estar na direção, no comando do veículo. - Transportar: levar de um lugar para outro. - Em proveito próprio ou alheio Elemento subjetivo especial. - Coisa que sabe ser produto de crime.- dolo direto. - A receptação distingue-se do favorecimento real (art. 349 do CP) porque nesse o agente oculta o objeto material do crime pretendendo auxiliar o infrator; naquela, o fato é praticado em proveito próprio ou alheio, há intenção de lucro e não de favorecer o sujeito ativo do delito anterior. Receptação imprópria art. 180, caput, 2.ª parte, do CP A receptação imprópria consiste em influir para que terceiro, de boa-fé, adquira, receba ou oculte objeto produto de crime. Influir - significa persuadir, convencer etc. Para que terceiro adquira, receba ou oculte A pessoa que influi chama-se intermediário, não pode ser o autor do delito antecedente e necessariamente tem de conhecer a origem espúria do bem, enquanto o terceiro (adquirente) deve desconhecer o fato.

Quem convence um terceiro de má-fé é partícipe da receptação desse. - Destaques: - A receptação é crime contra o patrimônio, porém, o crime antecedente não precisa estar previsto no título dos crimes contra o patrimônio, mas é necessário que cause prejuízo a alguém (ex.: receber coisa produto de peculato). - Existe receptação de receptação, sendo que respondem pelo crime todos aqueles que, nas sucessivas negociações envolvendo o objeto, tenham ciência da origem espúria do bem. Desse modo, ainda que tenha ocorrido uma quebra na seqüência, haverá receptação. Hungria é contra, para ele, a quebra da corrente descaracteriza o crime de receptação. - Ex.: o receptador A vende o objeto para B, que não sabe da origem ilícita e, por sua vez, vende-o a C, que tem ciência da origem espúria do objeto. É óbvio que nesse caso A e C respondem pela receptação, pois o objeto não deixa de ser produto de furto apenas porque B não sabia da sua procedência. Sujeito Ativo: Pode ser praticado por qualquer pessoa, desde que não seja o autor, coautor ou partícipe do delito antecedente. Caso o agente tenha de qualquer forma concorrido para o crime anterior, responderá por tal crime, não pela receptação. O advogado não se exime do crime com o argumento de que está recebendo honorários advocatícios. - Sujeito Passivo: É a mesma vítima do crime antecedente. - Elemento subjetivo: É o dolo direto, o agente deve ter efetivo conhecimento da origem ilícita do objeto, não basta a dúvida (o dolo eventual), evidenciado pelo termo sabe ser produto de crime. O dolo subseqüente não configura o delito, como no caso de o agente vir a descobrir posteriormente que a coisa por ele adquirida é produto de crime. - Objeto Jurídico: É o patrimônio. - Objeto Material: É o produto do crime anterior. P.: Imóvel pode ser objeto de receptação? R.: Embora doutrina não seja pacífica, na opinião de Damásio de Jesus e Nelson Hungria, a palavra receptação pressupõe o deslocamento do objeto, tornando prescindível que o tipo especifique coisa móvel; dessa forma, excluem a possibilidade de um imóvel ser objeto de receptação. É a posição do STF.

- Classificação: Comum, acessório, material, crime de ação múltipla, crime material (receptação própria) e formal (receptação imprópria). - Momento Consumativo: - Na receptação própria o delito é material, consumando-se quando o agente adquire, recebe, oculta, conduz ou transporta, sendo que os três últimos núcleos tratam de crime permanente cuja consumação protrai-se no tempo, permitindo o flagrante a qualquer momento. - Na receptação imprópria, a consumação ocorre no exato instante em que o agente mantém contato com o terceiro de boa-fé, ainda que não o convença a adquirir, receber ou ocultar crime formal. Assim, não se admite tentativa, pois ou o agente manteve contato com o terceiro configurando-se o crime ou não, tornando-se fato atípico. - Tentativa: É possível. 3.7. Receptação Qualificada art. 180, 1. º, CP 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime: Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.. Essa figura foi introduzida para principalmente punir mais severamente os desmanches de carros. Diferencia-se da receptação do caput pelos seguintes elementos: exercício de atividade comercial ou industrial; O crime é próprio, já que só pode ser cometido por comerciante ou industrial. deve saber ser produto de crime. Interpretação da expressão deve saber: Trata-se de dolo eventual (STF, Grecco e Damásio de Jesus). Significa culpa (Nélson Hungria e Magalhães Noronha). P.: Como punir o comerciante que sabe da procedência ilícita (dolo direto)? R.: A questão não é pacífica: Alguns entendem que também incide a forma qualificada, uma vez que é conduta mais grave. Grecco e STF.

Damásio defende a necessidade de aplicar o princípio da tipicidade plena, por isso o comerciante que sabe (dolo direto) só pode ser punido pela figura simples do caput Enquanto o comerciante que deve saber responde pela forma qualificada do 1 º. Por essa interpretação a condenação torna-se injusta, pois a conduta mais grave terá pena menor. O Min. do STF Celso de Mello, deferiu liminar, no HC 92525, para aplicar a pena do caput, haja vista que a receptação simples (DOLO DIRETO) tem a pena maior do que a conduta menos grave de receptação qualificada (DOLO INDIRETO EVENTUAL). A POSIÇÃO DE DAMÁSIO E. JESUS. Art. 180, 2. º, do CP 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência. Para fins penais, considera-se comerciante aquele que exerce sua atividade de forma irregular ou clandestina, mesmo que em residência. É uma norma de extensão, pois explica o que se deve entender por atividade comercial. Receptação Culposa Art. 180, 3. º, do CP 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas. Adquirir ou receber são os verbos do tipo, que excluiu a conduta ocultar por se tratar de hipótese reveladora de dolo. Os crimes culposos, em geral, têm o tipo aberto, a lei não descreve as condutas, cabendo ao juiz a análise do caso concreto. A receptação culposa é exceção, pois a lei descreve os parâmetros ensejadores da culpa: Desproporção entre o valor de mercado e o preço pago: deve haver uma desproporção considerável, que faça surgir no homem médio uma desconfiança. Natureza do objeto: certos objetos exigem maiores cuidados quando de sua aquisição. Ex.: armas de fogo deve-se exigir o registro. Condição do ofertante: quando é pessoa desconhecida ou que não tem condições de possuir o objeto, como no caso do mendigo que oferece um relógio de ouro. O tipo abrange o dolo eventual, mesmo tratando-se de modalidade culposa. Entende a doutrina e a jurisprudência que o dolo eventual não se adapta à hipótese do caput do art. 180 do CP, que pune apenas o dolo direto, enquadrando-se na receptação culposa prevista no 3.º do artigo.

Consumação Quando a compra ou o recebimento se efetivam. Não cabe tentativa, porque não se admite tentativa de crime culposo. Art. 180, 4.º, do CP 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa. Trata-se de norma penal explicativa que impõe a autonomia da receptação, traçando duas regras: a receptação é punível ainda que desconhecido o autor do crime antecedente, ou isento o mesmo de pena São causas de isenção de pena que não atingem o delito de receptação: excludentes de culpabilidade (p. ex.: inimputabilidade); escusas absolutórias (art. 181 do CP). Comete crime de receptação quem adquire objeto furtado por alienado mental, ou por alguém que subtraiu do ascendente, p. ex. De acordo com o disposto no art. 108 do CP, a extinção da punibilidade do crime anterior não atinge o delito que dele dependa, salvo duas exceções, abolitio criminis e anistia. Art. 180, 5. º, do CP 5º - Na hipótese do 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplicase o disposto no 2º do art. 155. O parágrafo prevê o perdão judicial (na primeira parte) e a aplicação do 2.º do art. 155 do CP privilégio (na 2.ª parte). Não exige que seja de pequeno valor a coisa, como no furto. O perdão judicial somente é aplicado à receptação culposa, exigindo que: o agente seja primário; o juiz considere as circunstâncias. Essas circunstâncias, segundo Nucci, são: a) diminuto valor da coisa; b) bons antecedentes; c) ter o agente atuado com culpa levíssima. Causa de Aumento Art. 180, 6. º, do CP 6º - Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro.

É o antigo 4.º, que cuidava de qualificadora, tendo sua natureza jurídica modificada pela Lei n. 9.426/96, tratando-se agora de causa de aumento. Se o objeto é produto de crime contra a União, Estado, Município, concessionária de serviço público ou sociedade de economia mista, a pena aplica-se em dobro. O agente deve saber que o produto do crime atingiu uma das entidades mencionadas. Se assim não fosse, haveria responsabilidade objetiva. A figura do 6. º só se aplica à receptação dolosa do caput.