DESEMPENHO NA DISTRIBUIÇÃO DE RIQUEZA MEDIDA POR MEIO DA DVA DO SETOR BANCÁRIO BRASILEIRO Autores: Piêrro Thómaz dos Santos Graduado em Ciências Contábeis/FACE/UFMG José Roberto de Souza Francisco Depto. Ciências Contábeis/FACE/UFMG Setembro/2016
Contextualização Incentivo por parte dos Órgãos reguladores (IUDÍCIBUS et al. 2013): Obrigatoriedade de publicação do Balanço Social França 1977 Ampliar discussão sobre responsabilidade social das Entidades Elaboração e publicação já vinham sendo incentivadas (Parecer de Orientação CVM 24/92) - NBCT 3.7, CPC 09, Lei 11.638/07 Fatores que contribuem para a evidenciação da DVA (MIRANDA et al. 2002): Crescimento do grau de evidenciação das informações contábeis Necessidade informação sobre o ambiente ao qual a Empresa está inserida Como a riqueza da Empresa é gerada e de que forma é distribuída Importância da DVA nas Instituições Bancárias (BACEN, 2014): Setor financeiro representa 6,98%do total do valor adicional bruto no período de 2000 e 2009 (IBGE, 2014) 84% dos ativos médios do SFN Desenvolvimento do mercado está fortemente ligado ao crescimento do PIB Importante instrumento de medição do desempenho da empresa
Problema de Pesquisa Como ocorreu a distribuição do valor adicionado das instituições bancárias brasileiras entre os agentes formadores da riqueza no período compreendido entre 2009 a 2013?
Objetivo Geral Investigar a distribuição do valor adicionado entre os agentes formadores da riqueza das 10 (dez) maiores instituições bancárias brasileiras em ativos médios e que publicaram a Demonstração do Valor Adicionado no período de 2009 a 2013.
Referencial Teórico Sistema Financeiro Nacional (NETO, 2007): Setor por transferir recursos entre agentes econômicos Responsável pelo crescimento do mercado (monetário, crédito, câmbio e capitais) Medidas adotadas visando o controle do setor Manter estrutura adequada de forma a atender às demandas da sociedade Arcabouço Legal propiciou expansão dos intermediários financeiros Lei 4595/64 Lei 4728/65 Lei 6385/76 Lei 6404/76
Referencial Teórico Banco Central do Brasil (GOMES e NIYANA, 2012): Executor das políticas do CMN Zelar pela estabilidade do SFN Promover aperfeiçoamento Manter liquidez Estimular a poupança Autorizar funcionamento Exercer o controle do crédito Fiscalizar as Instituições Financeiras
Referencial Teórico Estrutura Operacional Bancária (FORTUNA, 2010): Criação dos Bancos Múltiplos - (Res. 1524/88) Carteira Comercial/Investimento Redução dos Custos Ampliação das receitas Produtos, Prestação de Serviços e Operações Acessórias Adaptação às necessidades da globalização Capacidade de evolução Agilidade e eficiência Reter e atrair mais clientes
Referencial Teórico Demonstração do Valor Adicionado DVA (CUNHA, 2002): Riqueza gerada em determinado período Ambiente econômico produção do período Ambiente contábil realização da receita DRE lucro apurado pela empresa DVA valor agregado sócios, credores, empregados e governo
Metodologia de Pesquisa Pesquisa Descritiva (MARCONI E LAKATOS, 2002) Estabelecer relações entre variáveis e fatos Pesquisa Documental (Beuren, 2008) Reunir dados e classifica-los para inferir informações Amostragem não Probabilística (MARTINS, 2007) 10 Instituições Financeiras 6 Capital Aberto (Bradesco, Brasil, BTG, Banrisul, Santander, Itaú) 2 Capital Fechado (Votorantim, HSBC) 2 Capital Público (CEF, BNDES) Representatividade da amostra 84% dos ativos médios do SFN Tratamento dos dados Avaliação Individualizada Análise global das IF Análise das Instituições Financeiras com ações na BM&Fbovespa
Indicadores para análise DVA Indicador Descrição Forma de cálculo Variáveis Participação de empregados no valor adicionado (PEVA) Participação de governos no valor adicionado (PGVA) Indica o percentual de participação de empregados no valor adicionado total a distribuir. PEVA = VADE/VAT *100 Indica o percentual de participação de governos no valor adicionado total a distribuir PGVA = VADG/VAT*100 VADE = Valor adicionado distribuído aos empregados; VAT = Valor adicionado total a distribuir. VADG = Valor adicionado distribuído aos governos; Participação de terceiros no valor adicionado (PTVA) Indica o percentual de participação de terceiros no valor adicionado total a distribuir. PTVA = VADT/VAT*100 VAT = Valor adicionado total a distribuir VADT = Valor adicionado distribuído a terceiros; VAT = Valor adicionado total a distribuir Participação dos acionistas no valor adicionado (PAVA) Grau de retenção do valor adicionado (GRVA) Grau de capacidade de produzir riqueza (GCPR) Indica o percentual de participação dos acionistas no valor adicionado total a distribuir. Aponta o percentual de retenção do valor adicionado sob a forma de lucros retidos. Mostra a real capacidade da entidade em produzir riqueza. PAVA = VADA/VAT*100 GRVA = LR/VAT*100 GCPR = VALPE/VAT*100 VADA = Valor adicionado distribuído aos acionistas; VAT = Valor adicionado total a distribuir. LR = Lucros retidos; VAT = Valor adicionado total a distribuir. VALPE = Valor adicionado líquido produzido pela entidade; Grau de riqueza recebida em transferência (GRRT) Assinala qual o percentual de riqueza recebida em transferência pela entidade. GRRT = VART/VAT*100 VAT = Valor adicionado total a distribuir. VART = Valor adicionado recebido em transferência; Grau de participação dos empregados na riqueza gerada (GPERG) Grau de contribuição dos ativos na geração de riqueza (GCAGR) Grau de contribuição do patrimônio líquido na geração de riqueza (GCPLGR) Indica qual foi a contribuição per capta dos empregados de uma entidade na formação da riqueza. Aponta a contribuição dos ativos na geração da riqueza de uma entidade. Indica qual o potencial do capital próprio para geração de riqueza de uma entidade. Fonte: Elaborado pelo Autor (2014), Adaptado de Dalmácio (2003). GPERG = VALPPE/QE GCAGR = VAT/AT*100 GCPLRGR = AT/PL*100 VAT = Valor adicionado total a distribuir VALLPE = Valor adicionado líquido produzido pela entidade; QE = quantidades de empregados de uma entidade. VAT = Valor adicionado total a distribuir; AT = Ativo total. VAT = Valor adicionado total a distribuir; PL = Patrimônio Líquido.
Análise dos Resultados Tabela 1 Índices utilizados na análise da DVA (Amostra) Índice/ano 2009 2010 2011 2012 2013 PEVA 33,74% 33,63% 37,23% 40,02% 41,44% PGVA 28,43% 27,11% 21,83% 21,85% 19,64% PTVA 2,27% 2,23% 2,50% 2,80% 3,09% PAVA 35,57% 37,02% 38,44% 35,34% 35,82% GRVA 23,92% 22,43% 24,40% 17,65% 20,91% GCPR 96,24% 96,83% 95,65% 96,59% 95,44% GRRT 3,76% 3,17% 4,35% 3,41% 4,56% GPERG 284,06 307,57 310,37 306,47 320,44 GCAGR 4,72% 4,30% 3,84% 3,25% 3,11% GCPLGR 55,50% 47,55% 45,90% 41,31% 43,22% Fonte: Elaborada pelo autor (2014).
Análise dos Resultados PEVA Participação Empregados no Valor Adicionado Tx. Crescimento 22,85% (de 33,74% para 41,44%) Maior distribuição de riqueza gerada Votorantim 93,06% BNDES 7,87% PAVA Participação Acionistas no Valor Adicionado Tx. Crescimento 0,72% (de 35,57% para 35,82%) 2ª maior distribuição da riqueza gerada BNDES 61,81% Votorantim (26,05%) GPERG Grau de Participação Empregados na Riqueza Gerada Tx. Crescimento 12,81% (de R$284,06 para R$320,44) BNDES R$4.039,81 por empregado Votorantim R$156,60 por empregado GCPLGR Grau de Contribuição do PL na Geração Riqueza Tx. Redução (22,13%) (de 55,50% para 43,22%) CEF 92,43% Votorantim 14,22%
Terceiros; 2,59% Análise dos Resultados Gráfico 2 - Amostra: Distribuição do Valor Adicionado (2009-2013) Governo; 23,57% Sócios/acion istas; 36,45% Pessoal; 37,38% Valor Adicional Total (R$) Itaú R$187,1 Votorantim - R$5,5 Fonte: Elaborado pelo autor (2014). Tx. Crescimento Total (22%) BTG 254,04% Votorantim (82,05%) Valor Adicionado Total R$ (Bilhões) 2009 142,2 2010 158,2 2011 165,7 2012 163,7 2013 173,6 Total 803,4
Análise dos Resultados Tabela 13 Participação dos Acionistas no Valor Adicionado (PAVA) das empresas listadas na BM&FBovespa Instituições Financeiras Valor Adicionado Total (R$ Bilhões) PAVA (%) Itaú 187,13 36,20 Brasil 184,93 32,57 Bradesco 143,56 37,11 Santander 71,78 41,61 BTG 14,51 52,65 Banrisul 12,77 29,75 Fonte: Elaborado pelo autor (2014).
Conclusões Aumento na capacidade de produzir riqueza (22,08% no período) Percebeu-se que a Contabilidade por meio da DVA representa importante papel na busca do bem-estar social A pesquisa revelou que: 95% do total do valor adicionado foi gerado dentro das próprias Instituições Financeiras (em se tratando deste tipo de empresa é relevante para o País) Maior parte da riqueza distribuída na amostra destinada aos Empregados, seguida de perto para os Sócios Menor parte da riqueza distribuída para terceiros
Sugestões Futuras Verificar se a tendência de retração de participação do Governo se confirma Pesquisar a geração e distribuição em Cooperativas de Créditos (Instituição Financeiras Creditícias) que vem recebendo atenção especial no SFN
Principais referências BANCO CENTRAL DO BRASIL. (2014). Composição do Sistema Financeiro Nacional. Recuperado em 18 abril, 2014, de <https://www.bcb.gov.br/?sfncomp> BENTLEY,,Trevor. (1981). Added Value and Contribution. Management Accounting. [S.J.], v. 59, n. 3, March, p, 17-21. BURCHELL, Stuart; (1985). CLUBB, Colin; HOPWOOD, Antony G. Accounting in its social eontex: tomards a history of value added in the United Kingdom. Accounting, Organizations and Society. [s.j], v. 10, n. 4, p. 382-413 COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS. (2008). Deliberação Cvm nº 557/08: Aprova o Pronunciamento Técnico CPC 09, que trata da Demonstração do Valor Adicionado. Recuperado em 18 de abril, 2014, de <http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/atos_redir.asp?tipo=d&file=\deli\deli557.doc COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. (2008). Pronunciamento Técnico CPC 09 Demonstração do Valor Adicionado. Recuperado em 02 de junho, 2014, de <http://static.cpc.mediagroup.com.br/documentos/175_cpc_09.pdf> CUNHA, Jaqueline Veneroso Alves da; RIBEIRO, Maisa de Souza; SANTOS, Ariovaldo dos. (2005). A demonstração do valor adicionado como instrumento de mensuração da distribuição da riqueza. Revista Contabilidade & Finanças, São Paulo, n. 37, p. 7 23, jan. / abr. 2005. Recuperado em 20 de janeiro, 2014, de <http://www.revistas.usp.br/rcf/article/view/34146/36878> NIYAMA, Jorge Katsumi; GOMES, Amaro L. Oliveira. (2012). Contabilidade de Instituições Financeiras. 4.ª ed. São Paulo: Atlas. SANTOS, Ariovaldo dos Santos; HASHIMOTO, Hugo. (2003). Demonstração do valor adicionado: algumas considerações sobre carga tributária. Revista da Administração, São Paulo, v. 38, n. 2, p. 153 164, abr./maio/jun. 2003. Recuperado em 21 de janeiro, 2014, de <http://www.rausp.usp.br/busca/artigo.asp?num_artigo=1088>.
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