Aula 1 de 4 Versão Professor

Documentos relacionados
Aula 1 de 4 Versão Aluno

Proposta para a apresentação ao aluno. Alunos de 1ª a 4ª série

Colégio Santa Dorotéia

A PRÉ-HISTÓRIA BRASILEIRA CAPÍTULO 4

Kit educativo de Lagoa Santa

Jimboê. História. Avaliação. Projeto. 4 o ano. 1 o bimestre

COLÉGIO XIX DE MARÇO

Arqueologia e História Indígena em Museu de Território

O BRASIL ANTES DOS PORTUGUESES HISTÓRIA PRÉ-CABRALINA DO BRASIL

Colégio Santa Dorotéia

Parque Arqueológico e Museu do Côa

Arte Rupestre as diferentes marcas deixadas pelo homem pré-histórico

EXERCÍCIO DE REVISÃO DE HISTÓRIA BOM TRABALHO! (d) é somente o conjunto de ações de governantes e heróis.

Casas subterrâneas: a arqueologia nas regiões Sul e Sudeste do Brasil

Jornal da Ciência. A Paleontologia foi criada em 1812, pelo naturalista francês George Cuvier, um grande pesquisador de animais extintos.

Aula 3 de 4 Versão Professor

O que é arqueologia.

OS PRIMEIROS HABITANTES DO BRASIL

Indicações no livro Retratos da Arte 1 a edição atualizada

Colégio Santa Dorotéia Área de Ciências Humanas Disciplina: História Ano: 6º Ensino Fundamental Professoras: Júlia Melo e Amanda Rezende

Código 0183P Objetos de Conhecimento e Habilidades BNCC (V3)

Objetos de Conhecimento e Habilidades BNCC (V3)

Critérios para atuação do IPHAN no licenciamento de loteamentos Lúcia Juliani

Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural de São João del-rei MG Conselheiro José Antônio de Ávila Sacramento

Kit educativo da Amazônia Central

Autor: Anne-Marie Pessis Editora: FUMDHAM Ano: 2003 ISBN: Páginas: 307. Sinopse:

Roteiro de Estudo para a Recuperação Semestral HISTÓRIA 6º ano

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

Vista da cidade de Iguape e do Porto de Cananéia. 56 Navigator

Instruções: Não é permitido o uso de corretivo, rasuras acarretarão a anulação da questão.

Prova Geral P-01. Tipo EF4-03/ 2018 G A B A R I T O 01. B 05. C 09. D 13. D 02. D 06. C 10. A 14. C 03. D 07. B 11. C 15. B 04. D 08. C 12.

MARIA FLORES. Disciplina: HISTÓRIA

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

2º Trimestre / Critérios de Avaliação 6 Ano

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

Kit educativo de Arqueologia Urbana

ARTE DAS CAVERNAS Pg.14

PRÉ-HISTÓRIA HISTÓ RIA (?) (?)

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

Colégio Santa Dorotéia

A PRÉ-HISTÓRIA DE SANTA LUZIA

Proposta de trabalho - Mostra Cultural Trabalho em Geografia:

Arte na Pré-História

Objetos de Conhecimento e Habilidades BNCC (V3)

18/04/13. E. E. Ernesto Solon Borges Disciplina: Arte Professora: Lurdinha Aluno:Ana Paula e Amanda Data: 04/02/2013

Código 0222P Objetos de Conhecimento e Habilidades BNCC (V3)

HISTÓRIA DA ARTE. Pré-História e Antiguidade Das cavernas para o mundo. Professor Isaac Antonio Camargo

ARQUEOLOGIA ENTRE RIOS E A GESTÃO INTEGRADA DO TERRITÓRIO - SANTA CATARINA BRASIL.

DATA: 05 / 05 / 2016 I ETAPA AVALIAÇÃO ESPECIAL DE HISTÓRIA 6.º ANO/EF

HISTÓRIA DA ARTE. Professor Isaac Antonio Camargo

QUESTÃO 02. Identifique os pontos cardeais e colaterais de acordo com os números e letras que estão na Rosa. dos Ventos. 1: a: 2: b: 3: c: 4: d:

Colégio XIX de Março Educação do jeito que deve ser

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

COMO A HISTÓRIA COMEÇOU? PROFA. KLLARICY OLIVEIRA

Licenciamento Ambiental nos Sítios de Interesse Histórico Andrey Rosenthal Schlee, IPHAN

Plano de Trabalho Docente Ensino Médio

Pré-História. Conceito dividido em período. Paleolítico Neolítico Idade dos Metais. Período histórico anterior a invenção da escrita

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

Festa da Arqueologia Objectivos:

Educação Patrimonial - Mais Educação VERSÃO PRELIMINAR. Ficha do Projeto. Título do Projeto: Nome da Escola/Bairro/Município/Estado.

EJA 3ª FASE PROF.ª GABRIELA ROCHA PROF.ª QUEILA POLTRONIERI

Apresentação para Sala de Aula para alunos de 1ª a 4ª série

Existem duas formas básicas de processos de formação da estacão: Processos Culturais e Processos não Culturais; i. Factores Culturais - são aqueles

Plano de Execução ou Utilização do material escolar - 6 ano/2018 Lei Distrital nº 4.311/2009 Anexo da lista de material

Atividades de Recuperação Paralela de Geografia

Arqueólogo da UFS comanda primeira missão do Brasil no Egito

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

A arqueologia como elemento indispensável nos processos de licenciamento ambiental. O papel da consultoria

PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E ARQUEOLÓGICO

CARTA DO RIO DE JANEIRO SOBRE O PATRIMÔNIO CULTURAL DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA 1

CAPÍTULO 09 ARQUEOLOGIA - VESTÍGIOS HUMANOS DE OUTROS TEMPOS. Simone Aparecida de Almeida Jéssica Aparecida Prandel Pollyne Teixeira de Lara

ROTEIRO DE ESTUDO III ETAPA LETIVA GEOGRAFIA

ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO II ETAPA LETIVA GEOGRAFIA 4.º ANO/EF 2017

Calendário Data Disciplina Horário Professor Sala 26/04 6ª. feira. 14h40 às 16h /04 2ª feira. 16h30 às 18h Simone Prado

Ensino Fundamental I 5º ano PLANO DE ENSINO. PROFESSORA: Michely Botelho Pires Araújo. CARGA HORÁRIA TURMA ANO LETIVO TOTAL SEMANAL A e B 2017 EMENTA

p15 Foto: Juliano Gouveia Niède Guidon TEXTO CARLA MENDES DATA DA REPORTAGEM 08/2007 Trilobites na mão de Niède Guidon, 2007 Arqueologia Brasil

DATA: 04 / 05 / 2015 I ETAPA AVALIAÇÃO ESPECIAL DE GEOGRAFIA 5.º ANO/EF ALUNO(A): N.º: TURMA: PROFESSOR (A): VALOR: 8,0 MÉDIA: 4,8 RESULTADO: %

LEIA OS TEXTOS PARA RESPONDER ÀS QUESTÕES 3 E 4

N1a Levantamento, Histórico e Danos. patrimônio arquitetônico prof. lucas jordano

A FAUNA REPRESENTADA NOS ARTEFATOS DO SAMBAQUI ILHA DAS OSTRAS BAHIA - BRASIL

Saber orientar-se pelas direções cardeais e por meio de mapa simples.

DISCIPLINA DE GEOGRAFIA

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

Relatório mergulho Nossa Senhora do Rosário e Santo André (1737) Baía de Todos os Santos/BA

ROTEIRO DE ESTUDOS III ETAPA LETIVA GEOGRAFIA 4.º ANO/EF 2018

LOCALIZAÇÃO DEFINIÇÃO DEFINIÇÃO CONTEMPORÂNEA

Mapa hipsométrico. Fonte: Laboratório de Tratamento de Imagens e Geoprocessamento (LTIG/PUCRS). Adaptado de Weber, Hasenack & Ferreira (2004).

Descrever o lugar. Nesta aula, que inicia o segundo módulo do

Ano: 6º Turma: 6.1 / 6.2

Duração da prova: 1 hora e permanência mínima de 30 minutos.

O QUE É HISTÓRIA? História dos egípcios, dos gregos, dos romanos: Mudanças e permanências no modo de vida desses povos numa determinada época.

2.Disciplina (s) envolvida (s): Português, Matemática, História, Geografia, Ciências, Ciências, Literatura,

A Representação do Espaço

A arte não evolui. Ela retrata a condição do homem na história, suas necessidades, suas crenças, seu modo de vida, sua forma de se organizar.

Nome: Nº: Turma: Este caderno contém questões de: Português Matemática História Geografia Ciências - Espanhol

SÍTIO ESCOLA VILA DE SANTO ANTÔNIO

FICHA DE REGISTRO DE SÍTIO ARQUEOLÓGICO

Transcrição:

Aula 1 de 4 Versão Professor

O QUE É ARQUEOLOGIA? O objetivo da Arqueologia é entender as culturas no passado e no presente. Conhecer seus modos de vida, costumes, sistemas sociais, econômicos, políticos e de crenças. Para chegar a este objetivo, estuda-se o registro arqueológico, que é formado pelo conjunto contextualizado dos registros Professor, ao explicar o conceito de Cultura Material (como expressão material de uma Cultura particular), exemplifique mostrando como diferentes tipos de objetos podem representar uma cultura particular: compare cerâmicas de diferentes culturas, ou moedas de países diferentes, por exemplo. materiais da presença humana em determinado local, seja um sítio arqueológico, uma região inteira ou uma paisagem. Este conjunto distribuído e organizado em um dado espaço constitui a expressão materializada da cultura, e que por isso é chamada de Cultura Material.

A Arqueologia é uma ciência multidisciplinar, por isso, diferentes professores podem trabalhá-la em sala de aula segundo a natureza e os conteúdos de suas disciplinas: Professor de História: considerar a dimensão histórica temporal e espacial e social da evidência arqueológica: o objeto foi produzido, consumido e descartado por pessoas que viviam em sociedade e no interior de uma cultura. Professor de Geografia: considerar o contexto geográfico passado e presente da região onde se desenvolveu a cultura estudada: relevo, hidrografia, vegetação, clima, fauna e flora. É possível, por exemplo, quando se discutir indústrias líticas, explorar formações rochosas, tipos de rochas, níveis de dureza de minerais. Professor de Português: no caso de culturas indígenas, discutir a existência de outros idiomas no Brasil, além do português. Influências dos idiomas indígenas no português brasileiro; conhecer a produção literária da época, tanto geral quanto específica da região, quando houver. Professor de Artes: explorar a dimensão estética da evidência arqueológica: questões conceituais, como o belo (arte indígena), por exemplo; questões de história da Arte e Arquitetura no Brasil; especificidades da arte local como materializada na evidência arqueológica (arte rupestre, cerâmica, pintura corporal, etc.). Professor de Ciências (Biologia, Física, Química): explorar questões de datação de materiais (datação por C14 e decaimento de moléculas Química Orgânica), questões sobre a relação entre gasto de energia corporal em deslocamentos sobre relevos no deslocamento de materiais arqueológicos, etc. Sugestões de leituras MILLER, T. O. Usos da Arqueologia na sala de aula. Revista HISTEDBR On line. Campinas, n. 34, 2009, p. 167-179 (http://www.histedbr.fae.unicamp.br/revista/edicoes/34/art11_34.pdf) Artigos publicados em Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issues&pid=0101-4714&lng=en&nrm=iso)

O QUE ESTUDA A ARQUEOLOGIA? A Arqueologia procura entender as culturas humanas através do estudo das evidências materiais: ferramentas, utensílios, cerâmicas, construções e todo tipo de traço material da presença humana. Escavação de Sítio Arqueológico Artefato lítico Costume de pesca com arco e flecha. Paisagem formada por morro construído com conchas (sítio sambaqui). Professor, nesta parte da aula procure incentivar o aluno a pensar se os objetos que usamos hoje foram os mesmos do passado e questione o que pode ter acontecido com eles. Pergunte ao grupo se, em casa, existe algum objeto que tenha sido usado pelos bisavós ou avós, e qual o seu uso atual.

Professor, procure exemplificar as diferenças da paisagem antes e depois da interferência das organizações humanas e as mudanças ocorridas no meio natural que ocupavam a partir de suas atividades. A paisagem também faz parte do registro arqueológico, na medida em que ela é resultado da relação entre homem e ambiente. Por isto, a Arqueologia também estuda a paisagem natural para tentar compreender como era o ambiente em que as culturas viviam, e como ocorreram as mudanças ambientais no decorrer do tempo. Considerando isto, o espaço e a paisagem em que as pessoas viveram também são tidos como Patrimônio Arqueológico, pois trazem evidências materiais das culturas estudadas e, por isso, são o Patrimônio Cultural de todos nós.

AS DIFERENTES ÁREAS DA ARQUEOLOGIA A ARQUEOLOGIA PRÉ-HISTÓRICA E A ARQUEOLOGIA HISTÓRICA O que diferencia a Arqueologia Pré-Histórica da Arqueologia Histórica é ausência ou presença de evidência escrita direta (histórica). As duas surgiram em contextos diferentes, com objetivos diferentes e, por isso, tem metodologias de trabalho distintas uma da outra. A Arqueologia Pré-Histórica nasceu ligada às preocupações do século XIX sobre a determinação da Antiguidade da Humanidade e surgiu bastante ligada à Geologia e às demais Ciências Naturais e, mais tarde, à História e à Antropologia. A Arqueologia Histórica surgiu a partir dos estudos Renascentistas sobre as Antiguidades Clássicas (Grega e Romana) e Médio Orientais (Egito e Mesopotâmia) e, por isso, nasceu como uma área da Arqueologia ligada mais à História e ao estudo de Línguas.

AS DIFERENTES ÁREAS DA ARQUEOLOGIA A ARQUEOLOGIA PRÉ-HISTÓRICA A Arqueologia Pré-Histórica se ocupa dos grupos humanos sem escrita, o que abarca culturas que cobrem todo o período de existência humana sobre a Terra. No Brasil, a Arqueologia Pré-Histórica se dedica ao material desde os primeiros grupos indígenas que aqui viveram há milhares de anos, até materiais mais recentes. Através de diferentes técnicas de pesquisa a Arqueologia recupera vestígios associados ao cotidiano destes grupos antigos, tais como instrumentos de caça e de pesca, restos alimentares, arte rupestre, sepultamentos, entre outros. O estudo destes vestígios fornece elementos para o conhecimento da Pré-História brasileira.

AS DIFERENTES ÁREAS DA ARQUEOLOGIA A ARQUEOLOGIA HISTÓRICA No Brasil, a Arqueologia Histórica estuda os diferentes cenários de ocupação humana iniciados a partir do processo colonizador europeu, até os dias atuais. Busca ampliar os conhecimentos sobre o passado mais recente, documentado também pelos textos. Através destes estudos é possível estudar episódios menos conhecidos pela Historiografia Sugestão de Leitura FUNARI, P. P. A. Teoria e Método na Arqueologia Contemporânea: o contexto da Arqueologia Histórica. Mneme, v. 6, n. 13, 2004-2005 (http://www.cerescaico.ufrn.br/mneme/pdf/mneme13/124.pdf) e grupos humanos não contemplados por esta (as minorias).

MÉTODOS DE CAMPO Em terra São os métodos usados em campo para a localização, registro e recuperação de informações arqueológicas. Basicamente, tratam-se de métodos de prospecção e de escavação. Escavação em trincheiras A prospecção arqueológica é o reconhecimento geral de uma área, do qual também se pode obter informações (coleta de material de superfície, descoberta de novos sítios). Pode ser feito através do caminhamento sobre uma área dividida em setores, de sondagens pelo terreno ou, ainda, através de fotografias aéreas (úteis para elaborar mapas arqueológicos). Os métodos de escavação podem ser em quadras, trincheiras e superfícies amplas.. Professor, procure enfatizar a precisão do trabalho do arqueólogo em procurar objetos antigos, questionando o que acontece com coisas que ficam debaixo da terra por muito tempo. Para isto, você pode fazer uso de fenômenos como a umidade, a infiltração e a sedimentação. Sondagem a partir de poços-teste Acervo: Documento Projeto: UHE Jirau

MÉTODOS DE CAMPO Arqueologia Subaquática O patrimônio arqueológico subaquático brasileiro é formado por todos aqueles testemunhos de atividades humanas, isolados ou associados, que se encontram submersos, naufragados, ou na área de transição dos ambientes marítimos, lagoas, rios ou em ambientes que já foram submersos, mas que depois foram aterrados. Através de técnicas específicas de mergulho, o arqueólogo subaquático realiza as mesmas atividades do arqueólogo terrestre: levantamento, escavação, registro, estudo e preservação. Professor, seria uma boa ideia dar exemplos de alguns navios que naufragaram e cidades que foram inundadas para explicar porque é necessário procurar material arqueológico debaixo d água. Conferir o artigo RAMBELLI, Gilson. Temas em debate: Um mergulho na Arqueologia Subaquática brasileira. Jornal Arqueologia em Debate, n. 2, p. 2010, p. 23ss (http://www.sabnet.com.br/jornal/images/jornal_arqueologia_em_debate- 02.pdf) Um museu que possui um importante acervo proveniente da Arqueologia Subaquática é o Museu Náutico da Bahia (no Forte da Barra, em Salvador), veja: http://www.museunauticodabahia.org.br/

ALGUMAS ESPECIALIZAÇÕES DA ARQUEOLOGIA Zooarqueologia Zooarqueologia é o estudo dos vestígios de animais presentes em contextos arqueológicos, isto é, de animais que estiveram no convívio humano. Pode informar sobre o convívio e os usos que os homens faziam dos animais enquanto alimento, meios de transporte, assim como usos de restos de animais para a confecção de instrumentos (como flechas de ossos ou roupas de peles, por exemplo), entre outros.

ALGUMAS ESPECIALIZAÇÕES DA ARQUEOLOGIA Paleobotânica Estuda os vestígios florísticos (madeira, pólen, restos de folhagens ou flores preservados) em contextos arqueológicos, podendo dar importantes informações sobre os hábitos alimentares e também determinar os ambientes antigos, conhecidos como paleoambientes, onde viveram os grupos humanos em períodos mais recuados. Os dados paleobotânicos também são úteis para o estabelecimento de datações para o ambiente e para os estratos onde são encontrados vestígios arqueológicos, através da datação pelo pólen, ou da dendrocronologia (pelos anéis da madeira das árvores).

ALGUMAS ESPECIALIZAÇÕES DA ARQUEOLOGIA Etnoarqueologia Estuda sociedades atuais e seus modelos de ocupação, com ênfase na pesquisa de sua cultura material. O resultado destes trabalhos pode contribuir na compreensão de contextos antigos, fornecendo modelos de modos de vida. A isto se dá o nome de "analogia", que significa uma forma de leitura indireta do passado humano, através de situações observadas no presente. O etnoarqueólogo procura também entender a maneira como estes vestígios materiais acabam se incorporando no registro arqueológico, ou seja, qual a trajetória que os objetos têm, desde o momento em que foram confeccionados, usados e abandonados, até serem escavados pelo arqueólogo, vários anos, séculos ou milênios depois. A Etnoarqueologia é praticada através da participação ativa e essencial das comunidades através dos procedimentos definidos pela Arqueologia Colaborativa. Sugestão de Leitura Para saber mais sobre como trabalha a Etnoarqueologia e como é feita a analogia, leia: DAVID, Nicholas, KRAMER, Carol. Teorizando a Etnoarqueologia e a analogia. Horizontes Antropológicos, v. 8, n. 18, 2002 (http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0104-71832002000200002&script=sci_arttext)

ARTE RUPESTRE Desde o início da Humanidade os povos deixaram suas marcas através de gravações e pinturas. Desta forma expressavam seu cotidiano, sua religiosidade e identidade. Estas manifestações artísticas são chamadas de Arte Rupestre. Os lugares mais utilizados para realizar arte rupestre são paredes e tetos de cavernas e abrigos, blocos no chão, pedras nos leitos de rios ou lajes a céu aberto. Sobre eles eram desenhadas formas geométricas, humanas e animais que retratavam vários aspectos da cultura de cada povo. No Brasil, as pinturas mais antigas são datadas de 12. 000 anos e estão localizadas na região do Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí. Um dos maiores desafios do arqueólogo no estudo da arte rupestre é compreender o significado das figuras no contexto histórico e cultural daqueles que a produziram.

Sugestão Professor: Incentive o grupo a produzir desenhos do seu cotidiano. Como eles representariam o seu dia-a-dia. Organize uma pequena exposição na sala de aula ou em uma área onde outras turmas também possam observar as criações dos seus companheiros. Faça a seguinte brincadeira com os alunos: Já pensou se você fosse um homem das cavernas? Quer tentar? Então, represente através de desenhos cenas e/ou manifestações do seu cotidiano.

Aos professores e todos os profissionais envolvidos com a educação, desejamos um ótimo trabalho! Lembrem-se de que todos vocês são agentes sociais essenciais para o aprendizado da comunidade sobre sua identidade histórica e cultural! Apareceremos sempre que pudermos contribuir com sugestões para suas aulas! Até a próxima!