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Cartilha de Contribuição

1) O QUE É A CONTRIBUIÇÃO SINDICAL? É a principal fonte de custeio das entidades sindicais. Ela objetiva o fortalecimento das empresas que representa, pois financia as diversas atividades que as entidades desenvolvem, tais como a elaboração de estudos e pareceres diversos, desenvolvimento de estratégias de aproximação e apresentação de pleitos junto aos órgãos públicos, promoção de cursos e eventos, atualização com relação às novidades legislativas e oportunidades de negócios no setor, entre inúmeras outras ações. Sua obrigatoriedade decorre de imposição estabelecida pelo art. 578 e seguintes da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Como o recolhimento é realizado pela Guia de Recolhimento da Contribuição Sindical Urbana (GRCSU), emitida pela Caixa Econômica Federal, seu valor é automaticamente partilhado entre o Sindicato (60%), Federação (15%), Confederação (5%) e Ministério do Trabalho e Emprego (20%). Considerando que parte do valor arrecadado é destinada automaticamente ao Ministério do Trabalho, este tem competência para fiscalizar seu recolhimento, juntamente com outras obrigações trabalhistas. 2) QUAL O VALOR DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL? A tabela de valores da contribuição sindical, elaborada por faixas de capital social, deve ser consultada diretamente junto à entidade sindical que representa a empresa. Referida tabela é divulgada anualmente pela confederação que representa a respectiva categoria (exemplo: comércio, indústria e transporte). 3) POR QUE AS TABELAS DIVULGADAS PELAS CONFEDERAÇÕES SINDICAIS E PELOS SINDICATOS SÃO DIFERENTES DAQUELAS APRESENTADAS PELO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE)? Para entender a diferença, é preciso, primeiramente, entender a história da tabela da contribuição sindical, A versão inicial para cálculo da contribuição sindical estava prevista no inciso III do art. 580 da CLT. Ocorre que esta tabela foi, ao longo do tempo, corrigida por diversos índices de atualização, até o MVR e a UFIR. Mas a UFIR acabou sendo extinta, sem que houvesse a indicação de um índice oficial para substituí-la.

Neste cenário o Ministério do Trabalho e Emprego, em total dissonância das técnicas consagradas pela economia e pelo próprio governo para atualização de valores, elaborou uma nova tabela fazendo a mera conversão dos valores em UFIR para o Real, sem proceder a qualquer outra atualização. É por isso que os valores apresentados na tabela do MTE, além de serem absolutamente incorretos, são tão baixos. Já as tabelas publicadas pelas entidades sindicais seguem à risca as técnicas econômicas de atualização de valores, utilizando índices de correção e atualização conforme cálculos aos quais se dá ampla publicidade. Por fim, vale lembrar também que o Ministério do Trabalho não tem competência para legislar e, portanto, não tem legitimidade para elaborar qualquer tabela em substituição à CLT com força impositiva. As notas técnicas, recorrentemente publicadas por ele sobre este e outros assuntos, refletem apenas o entendimento daquele órgão para efeito de orientação para seus agentes na fiscalização e procedimentos internos, não possuindo nenhum efeito legal vinculativo. Por outro lado, a Constituição Federal de 1988, que alterou a CLT em diversos pontos, consagrou os princípios da autonomia e auto-organização sindical em seu art. 8º. Desta forma, as entidades sindicais foram plenamente autorizadas a elaborar seus regulamentos e estatutos e, inclusive, resolver assuntos como a atualização de valores da tabela sindical. 4) QUAL O PRAZO PARA RECOLHIMENTO? O vencimento da contribuição sindical patronal ocorre para as pessoa jurídica em geral no dia 31 de janeiro e para os autônomos no dia 28 de fevereiro de cada ano. Para os que venham a estabelecer-se após esses meses, a contribuição sindical deverá ser recolhida na ocasião em que requeiram às repartições o registro ou a licença para o exercício da respectiva atividade. ( Fundamento legal: arts. 583 e 587 da CLT.

5) EM CASO DE RECOLHIMENTO ATRASADO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL, QUAIS SERÃO OS ACRÉSCIMOS LEGAIS? O recolhimento da contribuição sindical fora do prazo será acrescido do seguinte, conforme determina o art. 600 da CLT: multa de 10%, nos 30 primeiros dias; com adicional de 2% por mês subsequente, além de juros de 1% ao mês e correção monetária. 6) O QUE SÃO AS CONTRIBUIÇÕES ASSISTENCIAL E ASSOCIATIVA? A contribuição assistencial (prevista na Constituição Federal, CLT e aprovada por assembleia) tem o escopo de complementar os recursos das entidades sindicais, para suplementar suas atividades. Entre suas finalidades está a de subsidiar os custos com as negociações coletivas da categoria ou, ainda, participação dos sindicatos em dissídios coletivos. É impositiva a todas as empresas integrantes da categoria, filiadas ou não ao sindicato, tenham elas empregados ou não, pois como a convenção coletiva, ou dissídio, ficam à disposição de toda a categoria, a contribuição também é devida por empresas. Fundamento legal: art. 548 da CLT e art. 8º, IV da Constituição Federal. Por outro lado, diferentemente da contribuição sindical patronal ou da assistencial, a contribuição associativa é uma espécie de mensalidade que pode ser cobrada pelos sindicatos apenas dos formalmente associados (aqueles que livre e espontaneamente manifestaram sua intenção de participar ativamente do sindicato, tendo acesso a benefícios exclusivos), Portando, só é obrigatória para os associados do sindicato. 7) O QUE É A CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA? A instituição da contribuição confederativa também tem base na Constituição Federal. Destina-se ao custeio da interligação do Sistema Confederativo de Representação Sindical, ou seja, de ações conjuntas e constante comunicação entre a confederação, federação e respectivos sindicatos a fim de garantir a defesa dos interesses da empresas representadas pela categoria em mais de um nível de representação (local, regional e nacional). Tal contribuição, uma vez instituída, por competente e específica assembleia, torna-se obrigatória aos integrantes da categoria.

8) A ME OU EPP OPTANTE PELO SIMPLES NACIONAL DEVE RECOLHER A CONTRIBUIÇÃO SINDICAL PATRONAL? Apesar da Lei do Simples Nacional (LC 123/06) não ter criado, de forma expressa, isenção específica da contribuição sindical para os optantes do Simples, o Supremo Tribunal Federal (STF) proferiu decisão na qual registrou o entendimento de que referida lei traria em seu bojo, genericamente, o tratamento diferenciado para as micro e pequenas empresas que, entre outros, implicaria em isenção também da contribuição mencionada. Mas é preciso considerar que a isenção reconhecida pelo STF pode representar um golpe mortal contra o sindicalismo empresarial brasileiro, já que fulmina a principal fonte de custeio das entidades sindicais, justamente em prejuízo das menores empresas, que são as que mais precisam e se valem delas. Ora, se a contribuição sindical exatamente objetiva o fortalecimento da categoria e, no Brasil mais de 90% das empresas são ME ou EPP, como o sindicalismo brasileiro poderá cumprir sua função constitucional diante do entendimento do STF? Além disso, como são justamente as menores empresas aquelas que mais demandam o suporte técnico das entidades sindicais (trabalhista, tributário, etc), caberá exclusivamente ao empresário a decisão sobre efetuar ou não o recolhimento da contribuição, ponderando sua decisão com base no interesse de seu negócio e de toda a categoria representada. Finalmente, vale lembrar: a isenção reconhecida pelo STF refere-se apenas aos optantes do Simples Nacional (e não às micro e pequenas empresas em geral), cabendo ao empresário, na hipótese de não-pagamento, apresentar ao Sindicato o devido comprovante de que, no ano de incidência da contribuição, encontrava-se regularmente inscrito no Simples Nacional. 9) EMPRESAS SEM EMPREGADOS DEVEM RECOLHER A CONTRIBUIÇÃO SINDICAL? Sim. Vejamos as principais razões:

a - A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foi publicada em momento histórico no qual não eram comuns figuras societárias muito complexas e preponderava o modelo patrão-empregado, inspirado na Revolução Industrial. Por isso, a expressão empregador era considerada sinônima de empresa. O próprio conceito de empregador do art. 2º da CLT já traz claramente esta constatação. Além disso, a CLT utiliza tais palavras mais de 240 vezes como se tivessem o mesmo significado. b - O art. 579 da CLT estabelece que a contribuição sindical é devida por todos aqueles que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional. Logo, não há nesta determinação qualquer exclusão da obrigatoriedade do recolhimento da contribuição sindical para empresas sem empregados. O fato gerador do tributo é justamente ser integrante da categoria representada pelo sindicato. O art. 580 da CLT, que fala da forma do recolhimento da contribuição (e não de seu fato gerador) é uma destas já mencionadas ocasiões em que a expressão empregador é utilizada como sinônima de empresa. c - O parágrafo 4º do art. 580 da CLT determina que recolhimento da contribuição sindical de empresas constituídas por profissionais liberais ou autônomos deve ser feito de forma idêntica à hipótese prevista para os empregadores. Ou seja: a CLT deixa claro, mais uma vez, que o fato de a empresa ter ou não empregados não faz qualquer diferença na configuração da situação que estabelece a obrigatoriedade de seu recolhimento. d - Por ser um diploma da década de 40, a CLT não pode ter sua interpretação literal, mas sim lógico-sistematizada (que é a mais usada e indicada para fins jurídicos). Além disso, é mecanismo de interpretação tributária a figura da analogia, que, dando respostas equivalentes a situações semelhantes, resolve cabalmente a questão: todos os integrantes de determinada categoria (ver determinação do art. 579, já mencionado) são beneficiados pela atuação do sindicato representativo e, por isso, todos devem financiar suas atividades através do recolhimento da contribuição sindical. e - Embora o Ministério do Trabalho, contrariando totalmente a disposições da CLT, tenha se manifestado no sentido de que as empresas sem empregados,

supostamente, não estariam obrigadas ao recolhimento desta contribuição, é de se considerar que referida manifestação não tem qualquer força de lei, pois não têm competência para legislar. Como já dito anteriormente, as notas técnicas publicadas por ele, sobre este e outros assuntos, refletem apenas o entendimento daquele órgão, destinadas a orientação de seus agentes na fiscalização e procedimentos burocráticos internos, não possuindo nenhum efeito legal vinculativo. f - Ainda que haja decisões judiciais em outros sentidos, segue recente decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST): RECURSO DE REVISTA SOB A ÉGIDE DA LEI Nº 13.015/2014. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. EMPREGADOR. EMPRESA SEM EMPREGADOS. Os arts. 578 e 579 da CLT se dirigem a todos aqueles que pertençam a uma determinada categoria econômica, não fazendo qualquer exigência quanto à necessidade de contratação de empregados pela reclamada. Assim, onde a lei não distingue, não cabe ao intérprete fazê-lo. Recurso de revista conhecido e provido. (RR - 1357-39.2013.5.09.0016, Relator Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Rua Boa Vista, 356-15ª andar - Centro - São Paulo (SP) - Telefone (11) 3488-8200 www.sincomavi.org.br - sincomavi@sincomavi.org.br Selected by freepik