Efeitos imediatos de duas técnicas de alongamento muscular



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FISIO ISIOTERAPIA Efeitos imediatos de duas técnicas de Aline Soares de Souza Pesquisadora Cristina Maria Nunes Cabral Orientadora Resumo O objetivo deste estudo foi verificar os efeitos imediatos de duas técnicas de (passivo e contraçãorelaxamento). Foram selecionados 30 homens sem nenhuma lesão musculoesquelética no membro inferior, com idade entre 18 e 36 anos e encurtamento dos músculos isquiotibiais e estes foram divididos em dois grupos de 15 indivíduos: o Grupo 1 (G1) realizou alongamento passivo dos músculos isquiotibiais e o Grupo 2 (G2) contração-relaxamento dos mesmos músculos. Na avaliação, foi medida a amplitude de extensão da perna, a flexibilidade global, a mobilidade lombossacral e a intensidade da dor. Em ambos, foram feitas cinco repetições com 30 segundos de duração e 30 segundos de descanso, em uma única sessão. As variáveis obtidas antes e após o alongamento foram analisadas pelo teste de Wilcoxon e entre os grupos pela Anova e teste de Duncan ou Anova de Friedman (±<0,05). Os resultados demonstraram que tanto G1 quanto G2 apresentaram uma diminuição do encurtamento dos músculos isquiotibiais e aumento da flexibilidade global e da mobilidade lombossacral. Já a intensidade da dor não apresentou diferença significante para G1 e G2. Palavras-chave: Alongamento. Flexibilidade. Isquiotibiais. ADM. 65 Abstract The objective of this study was to verify the immediate effect of two techniques of muscular stretching (passive and contraction-relaxation). It was selected 30 men without muscle skeletal injury in the lower limb, between 18 and 36 years and hamstring tightness and they were divided in two groups of 15 subjects: Group 1 (G1) made through passive stretching of the hamstring muscles and Group 2 (G2) with contraction-relaxation of the same muscles. In the evaluation, the following variables were measured: amplitude of leg extension, global flexibility, lombossacral mobility and pain intensity. In both, 30 seconds of duration and 30 seconds of rest, in an only session. The variables that were got before and after the stretching was analyzed by the test of Wilcoxon and between the groups by the Anova and test of Duncan or Anova of Friedman (±<0.05). The results had demonstrated that as G1 as G2 had presented a reduction of the hamstring muscles tightness and increasing of global flexibility and lombossacral mobility. Pain intensity did not present significant difference for G1 and G2. Key words: Stretching. Flexibility. Hamstring. ROM.

Aline Soares de Souza 66 1 Introdução Flexibilidade é a habilidade de uma ou mais articulações em mover-se com fluidez, ou seja, através de uma amplitude de movimento (ADM) livre de dor e sem restrições (JUNIOR, 1996; BANDY; IRION; BRIGGLER, 1997; KISNER; COLBY, 1998; ALTER, 1999; LARDNER, 2001; BERNARDES; GUEDES, 2003). A flexibilidade depende da extensibilidade dos tecidos periarticulares, em especial do tecido muscular (KISNER; COLBY, 1998; ALTER, 1999; LARDNER, 2001). O alongamento é um método terapêutico utilizado para aumentar o comprimento de estruturas moles patologicamente encurtadas e tem como finalidade aumentar a flexibilidade e a mobilidade articular, diminuindo assim a chance de se instalarem alterações posturais (KISNER; COLBY, 1998; GASHU et al., 2001). Pode ser subdividido em alongamento balístico, estático, por facilitação neuromuscular (FNP), contração muscular excêntrica e global (KISNER; COLBY, 1998; ALTER, 1999; SHRIER; GOSSAL, 2000; LARDNER, 2001; BRODY, 2001; BERNARDES; GUEDES, 2003; ROSÁRIO; MARQUES; MALUF; 2004). Os efeitos do alongamento dividem-se em agudos e crônicos. Os efeitos agudos representam os resultados imediatos e a curto prazo do alongamento, o que resulta no alongamento do componente elástico da unidade musculotendinosa, conseqüentemente aumentando a ADM e a tolerância ao alongamento. Os efeitos crônicos representam os resultados a longo prazo do alongamento prolongado e resultam no acréscimo de sarcômeros em série (SHRIER; GOSSAL, 2000; BRODY, 2001; DE DEYNE, 2001; ROSÁRIO; MARQUES; MALUF, 2004). Para a aplicação de um programa de alongamento é necessário levar em consideração alguns fatores essenciais que vão determinar a efetividade do programa. São eles: alinhamento ou posicionamento adequado do paciente, do segmento ou de um músculo específico, intensidade, tempo de manutenção, freqüência, número de repetições e a técnica de alongamento. (BRODY, 2001; KISNER; COLBY, 2005). Entre estas variáveis do alongamento podemos destacar o tempo de manutenção e o número de repetições que são muito controversas na literatura consultada. Bandy, Irion, Briggler (1997) utilizaram 30 segundos e 1 minuto como tempo de manutenção em 97 indivíduos adultos-jovens, enquanto Passos e Hubinger (2005) utilizaram 15, 30 e 60 segundos de alongamento passivo em mulheres com idade entre 20 e 30 anos. Grandi (1998) utilizou 1 e 4 repetições de alongamento estático em indivíduos com idade entre 22 e 33 anos; já Spernoga et al. (2001) realizaram em sua pesquisa 5 repetições da técnica contraçãorelaxamento em homens saudáveis. E todos os autores observaram uma melhora da flexibilidade após o alongamento. O é um método terapêutico muito importante, pois um músculo que permanece um período longo de tempo encurtado desenvolve um encurtamento persistente que é resistente ao alongamento. Ou seja, desenvolve uma contratura muscular e esta acarreta uma série de complicações, tais como, diminuição ADM e da mobilidade articular que conseqüentemente prejudica a flexibilidade, ocasiona dor e, se a contratura permanecer, pode se tornar irreversível (KISNER; COLBY, 1998; SALTER, 2001).

Efeitos imediatos de duas técnicas de 2 Objetivos O objetivo geral da pesquisa foi verificar os efeitos imediatos de duas técnicas de (passivo e contração-relaxamento), a fim de investigar qual é a mais eficiente no ganho de flexibilidade global e alongamento da cadeia posterior e, também, qual causaria mais dor durante sua realização. 3 Método Foram avaliados 30 indivíduos saudáveis, estudantes universitários, adultos-jovens, do gênero masculino, sedentários e praticantes de exercício físico, que o realizassem no mínimo 2 vezes por semana, com idade entre 18 a 36 anos, sem nenhum tipo de lesão musculoesquelética, há pelo menos 2 anos no membro inferior avaliado. Além disso, todos os voluntários possuíam encurtamento de no mínimo 30 graus dos músculos isquitibiais. O membro inferior mais encurtado foi o escolhido para a realização do alongamento. O material utilizado para o estudo incluiu um termo de consentimento, ficha de avaliação, colchonete e um goniômetro. A avaliação e a execução do alongamento foram realizadas no Laboratório I de Fisioterapia do UNIFIEO. Primeiramente, apresentou-se um termo de consentimento para que os indivíduos permitissem a utilização dos seus dados na realização do estudo, segundo acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Depois foi realizada uma breve anamnese seguida de uma avaliação física dos indivíduos para garantir a homogeneidade da amostra. A avaliação física incluiu testes para detectar encurtamento da cadeia posterior, descritos a seguir: teste do 3º dedo solo: avalia a flexibilidade global do indivíduo (MARQUES, 2003). Teste de Schober: mede a mobilidade do segmento lombossacral da coluna lombar (MARQUES, 2003); ADM da extensão da perna: avalia encurtamento dos músculos isquiotibiais (BANDY; IRION; BRIGGLER, 1997; MARQUES, 2003); Escala Visual Analógica (EVA): avalia a intensidade da dor (HUSKISSON, 1974; REVILL et al., 1976). Após a avaliação, iniciou-se o alongamento da seguinte forma: os 30 indivíduos foram divididos aleatoriamente em 2 grupos de 15 pessoas. O primeiro grupo (G1) foi submetido ao alongamento passivo dos músculos isquiotibiais com 30 segundos de duração e 30 segundos de descanso, e o segundo grupo (G2) foi submetido à técnica de contraçãorelaxamento dos mesmos músculos, com o mesmo tempo de duração e de descanso. Na técnica contraçãorelaxamento, o tempo de contração isométrica foi de 6 segundos, seguido de 3 segundos de relaxamento antes de se realizar o alongamento até o ponto de restrição. Estes exercícios realizaram-se em uma única sessão, com 5 repetições de cada técnica. Os alongamentos levaram o indivíduo a se posicionar em decúbito dorsal sobre um colchonete, com o membro inferior contralateral ao que foi alongado posicionado em flexão de coxa e de perna. O membro inferior alongado foi posicionado em 90º de flexão de coxa e extensão da perna até o ponto de restrição; então o avaliador realizou o alongamento dos músculos isquiotibiais passivamente, ou através da técnica contração-relaxamento. Após o exercício ocorreu novamente a avaliação para comparar a 67

Aline Soares de Souza técnica mais eficiente no ganho de flexibilidade global e alongamento da cadeia posterior. As variáveis obtidas antes e após o alongamento foram analisadas pelo teste de Wilcoxon e entre os grupos pelo Anova e teste de Duncan ou Anova de Friedman (±<0,05). 68 4 Resultados Os dados demográficos da população estudada estão na Tabela 1, na qual é observada a distribuição de idade, massa, estatura, índice de massa corporal (IMC) e o membro inferior mais encurtado nos 2 grupos. Não foi encontrada diferença significante entre os grupos para estes dados, o que demonstra que os grupos eram homogêneos (idade: p=0,196, massa: p=0,272, estatura: p=0,187, IMC: p=0,609). * Diferença estatisticamente significante antes e após o alongamento (p< 0,05) Tabela 2 Médias e desvio-padrão dos valores obtidos antes e depois do alongamento para o grupo 1 e valores de p (n=15), Osasco 2007. Os resultados apresentados na tabela 3 mostram que G2, grupo que foi submetido ao alongamento contração-relaxamento apresentou diferença significante na flexibilidade global (p=0,001), mobilidade lombossacral (p=0,009) e encurtamento de isquiotibiais (p=0,001) após o alongamento. Para a variável intensidade da dor não foi observada diferença significativa. Tabela 1 Médias e desvio-padrão da idade, massa, estatura, índice de massa corporal (IMC) e membro inferior mais encurtado para os dois grupos, Osasco - 2007. Houve diferença significante para G1 que realizou alongamento passivo nas variáveis flexibilidade global (p=0,002), mobilidade lombossacral (p=0,001) e encurtamento de isquiotibiais (p=0,001) após o alongamento. Para a variável intensidade da dor não foi observada diferença significante. Estes dados estão expostos na tabela 2. * Diferença estatisticamente significante antes e após o alongamento (p< 0,05) Tabela 3 Médias e desvio-padrão dos valores obtidos antes e depois do alongamento para o grupo 2 e valores de p (n=15), Osasco 2007.

Efeitos imediatos de duas técnicas de Na análise antes e após o alongamento entre os grupos, a única variável que apresentou diferença significante foi a mobilidade lombossacral (p=0,003), sendo que a maior média foi 15,90 com relação às demais. Os valores obtidos antes e após o alongamento estão expostos na tabela 4. * Diferença estatisticamente significante entre os grupos (p<0,05) Tabela 4 Médias e desvio-padrão dos valores da mobilidade lombossacral obtidos antes e depois do alongamento para o grupo 1 e 2 e valores de p (n=15), Osasco 2007. 5 Discussão O presente estudo escolheu as técnicas de alongamento mais utilizadas no meio terapêutico (passivo e contração-relaxamento). Além disso, o grupo muscular eleito foi dos músculos isquiotibiais, porque este é um grupo muscular comumente utilizado para a execução de estudos sobre alongamento. O tempo de manutenção foi de 30 segundos, pois é o indicado na literatura consultada para indivíduos adultos-jovens. O número de repetições foi de 5, tanto para o alongamento passivo, quanto para a contração-relaxamento. O tempo de manutenção da contração isométrica na técnica contração-relaxamento ainda se mostra controverso na literatura consultada. Bonnar, Deivert e Gould (2004) utilizaram 3, 6, e 10 segundos para verificar a relação entre a duração da contração isométrica, durante a técnica de alongamento contração-relaxamento na melhora da flexibilidade dos músculos isquiotibiais. E não encontraram diferença significante entre os tempos estudados. Neste estudo optou-se por 6 segundos de contração isométrica, já que não há diferença nos tempos de manutenção da contração isométrica, e o tempo adotado é coerente com a forma com que se utiliza a técnica contração-relaxamento na clínica. Indica-se que, antes de se realizarem exercícios de alongamento, seja utilizado algum recurso para aquecer o músculo, porque o aumento da temperatura tecidual facilita o alongamento e o torna mais seguro. Estudos de Knigth et al. (2001) e Pinfildi et al. (2004) utilizaram o calor profundo antes de executarem o alongamento, e verificaram que o aquecimento influencia de modo a aumentar ainda mais a flexibilidade. Enquanto Weijer Gorniak e Shamus (2003) concluem que a associação de exercício de aquecimento, antes do alongamento, não possui resultado significante no aumento da flexibilidade dos músculos isquiotibiais. Estas diferenças se devem ao tipo de calor gerado no músculo. Os exercícios de aquecimento aumentam menos a temperatura tecidual que o calor profundo, por isso, o calor profundo é mais eficaz, pois aquece mais o tecido. Para a realização deste estudo não se realizou nenhum recurso de aquecimento tecidual antes do alongamento, porque o intuito do trabalho foi comparar duas técnicas de, e o aquecimento poderia interferir nos resultados. A avaliação realizada neste estudo incluiu os seguintes testes: teste 3º dedo solo, teste de Schober, ADM da extensão da perna e escala visual analógica (EVA). 69

Aline Soares de Souza 70 Comim e Perea (2004) utilizaram uma Escala Comportamental de dor, para verificar a diminuição desta no joelho de pacientes portadores de artrose, após o uso de ultra-som e do alongamento. Gashu et al. (2005) utilizaram a EVA para verificar a diminuição da dor em pacientes fibromiálgicas, após um programa de exercícios de alongamento associado à estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS). E Pracideli e Cabral (2005) utilizaram o teste 3º dedo solo para avaliar a flexibilidade de estudantes, após um programa de alongamento. Existem diferentes maneiras de mensurar o encurtamento dos músculos isquiotibiais. Bandy, Irion, Briggler (1997), Grandi (1998), Conceição e Dias (2004), Neves et al. (2006) utilizaram a ADM da extensão da perna para mensurar o encurtamento. Já Passos e Hubinger (2005) e Tanigawa (1972) utilizaram a elevação da perna estendida. Neste estudo optou-se pela ADM da extensão da perna, pois é o método mais utilizado na literatura e, além disso, o mais coerente com relação à anatomia desta musculatura (origem e inserção). Nossos resultados demonstraram melhora significante da flexibilidade global para os grupos 1 (G1) e 2 (G2), resultados semelhantes aos de Pracideli e Cabral (2005). Estes sugeriram que o alongamento produz uma melhora na flexibilidade global. Não houve, porém, diferença significante entre os grupos para a flexibilidade global. Para a mobilidade lombossacral também se observou melhora significante para G1 e G2, e entre os grupos, porém não há estudos que avaliaram esta variável. Este sendo um resultado importante, pois os músculos isquiotibiais estão totalmente ligados à pelve, desta forma acabam influenciando na mobilidade lombossacral. Ocorreu diminuição significante do encurtamento dos músculos isquiotibiais em ambos os grupos. Lembrando que G1 realizou alongamento passivo e G2 contração-relaxamento. Tanto G1 quanto G2 fizeram 5 repetições de alongamento com 30 segundos de manutenção e 30 segundos de descanso em uma única sessão. Resultados que estão de acordo com os estudos de Weijer, Goniak, Shamus (2003) que realizaram 3 repetições de alongamento estático, com 30 segundos de duração e 10 segundos de descanso em uma única sessão. Entretanto não houve diferença significante entre os grupos para essa variável, fato que se assemelham com os estudos de Conceição e Dias (2004) que utilizaram 2 técnicas de alongamento (contraçãorelaxamento-antagonista-contração e ativo) e observaram que ambas diminuem o encurtamento dos músculos isquiotibiais, porém não houve diferença significante entre os grupos. Vários estudos realizados sobre alongamento muscular observaram uma diminuição significante do encurtamento dos músculos isquiotibiais após a execução do alongamento. Bandy, Irion, Briggler (1997) utilizaram alongamento estático com 3 repetições de 30 segundos e 1 repetição de 1 minuto e observaram uma diminuição do encurtamento dos músculos isquiotibiais; Grandi (1998) também utilizou o alongamento estático, sendo que o alongamento foi repetido 4 vezes com 18 segundos de manutenção e 1 vez com 30 segundos de manutenção e Neves et al. (2006) chegou a esta mesma conclusão utilizando alongamento estático com diferentes tempos de manutenção. Todos os autores citados acima utilizaram a ADM da extensão da perna como método para avaliar o encurtamento dos músculos isquiotibiais

Efeitos imediatos de duas técnicas de o que está de acordo com o nosso estudo que também utilizou este método. Apesar da intensidade da dor não ter sido uma variável que apresentou diferença significante neste estudo, verificamos que para a técnica contração-relaxamento a variável foi quase significante (p=0,053) o que não ocorreu com a técnica passiva (p=0,953). Portanto após a contraçãorelaxamento os indivíduos apresentaram mais dor quando comparado ao alongamento passivo. A contração-relaxamento requer uma contração ativa do paciente o que pode resultar em dor após o alongamento; já no alongamento passivo o terapeuta realiza o alongamento para o paciente sem que este necessite realizar nenhum esforço. Winters et al. (2004) afirmam que o alongamento passivo é a técnica de alongamento que deve ser escolhida para não gerar ou não aumentar a intensidade da dor. Por outro lado, é importante salientar que o movimento ativo é de extrema importância para as atividades de vida diária, pois o paciente deve apresentar uma boa força muscular para a realização das mesmas. O nosso estudo obteve resultados imediatos do alongamento passivo e da técnica contração-relaxamento. Spernoga et al. (2001) e Weijer, Gorniak e Shamus (2003) também obtiveram os resultados imediatos do alongamento e concluíram que estes resultados perduram por até 6 minutos e 24 horas respectivamente, porém os melhores resultados ocorrem imediatamente após o alongamento. Enquanto Conceição e Dias (2004) e Macedo e Gusso (2004) realizaram alongamento durante 3 e 5 semanas, respectivamente, e verificaram melhora da flexibilidade. É importante ressaltar que os efeitos imediatos do alongamento resultam em alongar o componente elástico da unidade musculotendínea, o que conseqüentemente aumenta a ADM e a tolerância ao alongamento. Já os efeitos prolongados resultam no acréscimo de sarcômeros em série. 6 Conclusão Através dos resultados obtidos neste estudo, podemos sugerir que tanto o alongamento passivo quanto a contração-relaxamento são indicadas para o aumento da flexibilidade global e alongamento da cadeia posterior. Se houver a presença de dor, o alongamento passivo deve constituir a técnica eleita, pois a contração-relaxamento poderá aumentar a intensidade da dor. 71 Referências ALTER, M. J. Ciência da flexibilidade. Tradução de Maria da Graça Figueiró da Silva. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 1999. p. 18-24; 30-68; 141-159; 173-190. Título original: Science of flexibility. BANDY, W. D.; IRION, J. M.; BRIGGLER, M. The effect time and frequency of static stretching on flexibility of the hamstring muscles. Physical Therapy, v. 77, n. 10, p. 1090-1096, out. 1997 BERNARDES, R. C. ; GUEDES, P. F. Flexibilidade. In: COHEN, M.; ABDALLA, R. J. Lesões nos esportes: diagnósticos, prevenção e tratamento. 1. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2003. p. 394-397. BONNAR, B. P.; DEIVERT, R. G.; GOULD, T. E. The relationship between isometric contraction durations during hold-relax stretching and improvement of hamstring flexibility. The Journal of Sports Medicine and Physical Fitness, v. 44, n. 3, p. 258-261, 2004.

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