Cidadania dos REALIZAÇÃO adolescentes Dicas para promover a participação de adolescentes nos municípios da Amazônia APOIO



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Transcrição:

REALIZAÇÃO Cidadania dos adolescentes Dicas para promover a participação de adolescentes nos municípios da Amazônia APOIO

FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA Cidadania dos Adolescentes Dicas para promover a participação de adolescentes nos municípios da Amazônia Selo UNICEF Município Aprovado Edição 2009-2012 a 1 Edição UNICEF Brasília, 2010

Cidadania dos adolescentes - Amazônia 3 Realização Fundo das Nações Unidas para a Infância - UNICEF O que é o Selo UNICEF Município Aprovado? Créditos Marie-Pierre Poirier Representante do UNICEF no Brasil Escritório da Representante do UNICEF no Brasil o SEPN 510 - Bloco A - 2 andar Brasília / DF - 70750-521 www.unicef.org.br www.selounicef.org.br Cidadania dos Adolescentes Dicas para promover a participação de adolescentes nos municípios da Amazônia Selo UNICEF Município Aprovado Edição 2009-2012 Edição de texto Nadja Vladi Projeto gráfico e diagramação KDA Design Fotos João Ripper Manuela Cavadas Revisão KDA Design A reprodução desta publicação, na íntegra ou em parte, é permitida desde que citada a fonte. É no município onde cada criança e adolescente nasce, cresce e se desenvolve. O município é o local onde os meninos e meninas vivem com suas famílias e, portanto, onde podem acontecer mudanças concretas para melhorar sua situação de vida. Com esse objetivo, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) lançou o Programa Selo UNICEF Município Aprovado. A proposta é mobilizar gestores, técnicos, conselheiros de direito, conselheiros tutelares, lideranças comunitárias, comunicadores, além dos próprios adolescentes e crianças, para avançar todos juntos na garantia dos direitos de cada criança e adolescente. Os municípios que demonstram maior esforço em melhorar essa realidade recebem o reconhecimento do UNICEF. A ideia nasceu no Ceará em 1999. Depois, ampliou-se para todo o Semiárido e em, 2009, chegou à Amazônia Legal Brasileira. Neste momento, mais de 1.800 municípios de 19 Estados brasileiros participam do. O ponto de partida é a adesão assinada pelo prefeito ou prefeita. A partir daí, o município inicia um amplo processo de mobilização, de desenvolvimento de capacidade técnica, além de monitoramento de indicadores sociais. Tudo isso para conhecer melhor a situação da infância e adolescência, fortalecer as políticas públicas locais e avançar na garantia dos direitos de cada criança e adolescente. Mas os municípios não estão sozinhos nesse desafio. O Selo UNICEF faz parte do Pacto Nacional Um mundo para a criança e o adolescente do Semiárido Amazônia Semiárido, compromisso firmado em junho de 2004 e renovado em 2007 pelo presidente da República, ministros de Estado, 11 governadores, organizações da sociedade civil, organismos internacionais e empresas. Na Amazônia, por sua vez, o Selo é uma contribuição para a Agenda Criança Amazônia, compromisso pactuado pelos governadores da Amazônia Legal Brasileira com o objetivo de assegurar os

4 Cidadania dos adolescentes - Amazônia 5 direitos de cada uma das crianças e adolescentes da região. A Agenda Criança Amazônia está em sintonia com o compromisso Mais Amazônia pela Cidadania, assinado em 2008 pelo presidente Lula e os governadores da Amazônia Legal. Com o Selo, o UNICEF busca contribuir para que o Brasil torne realidade o que está garantido no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Federal 8.069/90), reduza suas disparidades regionais e alcance os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). O governo do Brasil e de outros 188 paísesmembros da Organização das Nações Unidas (ONU) assumiram no ano de 2000 o compromisso de alcançar até 2015 os seguintes Objetivos de Desenvolvimento do Milênio: Erradicar a extrema pobreza e a fome; Atingir o ensino básico universal; Como o município marca pontos com a sua participação? A avaliação dos municípios para conquista do Selo UNICEF Município Aprovado acontece em três eixos. O eixo do Impacto Social avalia as condições de vida de meninos e meninas por meio de 13 indicadores das áreas de saúde, educação, proteção e meio ambiente. O eixo da Gestão de Políticas Públicas, por sua vez, avalia o avanço nas políticas públicas, ações e programas realizados pelo município por meio de 19 indicadores quantitativos e qualitativos. Para completar, o Eixo da Participação Social avalia a capacidade do município de promover e qualificar a participação social. Neste eixo, será incentivada e avaliada a capacidade dos municípios de mobilizar setores da comunidade para realizar fóruns comunitários e atividades temáticas. Na avaliação, serão consideradas: a diversidade dos envolvidos; a forma como foram conduzidos os processos de mobilização social; os produtos resultantes das atividades temáticas; e a sustentabilidade das ações de participação realizadas. Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres; Reduzir a mortalidade infantil; Melhorar a saúde materna; Combater o HIV/aids, a malária e outras doenças; Sobretudo, a sua participação será levada em consideração. Ganha pontos o município que demonstra sua capacidade de valorizar e incluir as próprias crianças e adolescentes em processos participativos. O CMDCA vai enviar informações sobre a participação dos adolescentes nas atividades do Selo aos escritórios do UNICEF nos Estados e, com essas informações, será calculada a pontuação. Garantir a sustentabilidade ambiental; Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.

sumário Boas-vindas 9 1. Por que participar do Selo UNICEF? 10 2. Como o município vai promover minha participação no Selo? 11 3. Mobilizando e participando das ações do Selo 14 4. Organizando núcleos e escolhendo representantes 16 5. Conhecendo a situação das crianças e adolescentes no município 21 6. Desenvolvendo seus projetos e atividades no Selo 25

9 boas-vindas Olá, Seja bem-vinda, seja bem-vindo ao Selo UNICEF Município Aprovado Edição 2009-2012! O Selo UNICEF é uma iniciativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e tem por objetivo contribuir com os municípios para que eles sejam, cada vez mais, um lugar melhor para meninas e meninos viverem. Para atingir a esse objetivo, contamos com o apoio de vários parceiros. Agora, esperamos contar com sua participação também. Queremos muito que esta publicação seja uma oportunidade para você conhecer melhor seus direitos, a realidade de seu município e as pessoas com quem você convive. Desta forma, poderemos juntos avançar na garantia dos direitos de cada criança e cada adolescente que vivem na sua região. Este manual traz dicas e exemplos sobre como organizar e promover processos participativos; como conhecer melhor a situação das crianças e adolescentes do seu município; como realizar oficinas e desenvolver produtos de comunicação; como identificar as expressões culturais que fazem parte da diversidade da sua região, como por exemplo as expressões culturais de origem africana ou indígena; e como promover eventos culturais, sociais e esportivos em favor dos direitos da criança e do adolescente do seu município. Aqui, você vai compreender melhor a importância de expressões como participação social, mobilização, organização de grupos, ação política, democracia, diversidade e transformação social. Sua participação poderá abrir novas janelas para você ver seu município e o mundo com outros olhos. Esperamos que este aprendizado possa ser divertido e desafiador. Chegou a vez de mostrar toda energia, criatividade e determinação dos adolescentes. Contamos com você! Este guia também está disponível em versão eletrônica no site www.unicef.org.br e www.selounicef.org.br Boa leitura! Marie-Pierre Poirier Representante do UNICEF no Brasil

10 11 1 Por que participar do Selo UNICEF? 2 Como o município vai promover minha participação no Selo? A participação é um direito de todos, e não só dos adultos. Sendo adolescente, você também tem direito de expressar sua opinião, ser ouvido e participar de decisões que lhe dizem respeito. Sobre isso, um documento muito importante chamado Convenção sobre os Direitos da Criança, diz em seu Artigo 12: Os países signatários devem garantir o direito de toda criança que for capaz de formar opiniões próprias de expressar-se livremente sobre toda e qualquer questão que lhe diz respeito e que sua opinião deve ser levada em consideração sempre de acordo com o seu desenvolvimento Quase todos os países, inclusive o Brasil, foram signatários, ou seja, assinaram o documento. Aqui, a proposta da Convenção se transformou em lei, com o surgimento do Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990. O Brasil reconheceu que cada criança e adolescente tem muitos direitos, incluindo o direito a participar. Mas o direito à participação não foi um presente: ele teve de ser conquistado. Crianças e adolescentes do País inteiro tiveram que se organizar e se organizam até hoje para expressar suas ideias e anseios sobre temas que afetam sua vida, como educação, saúde, sexualidade, lazer, preservação de sua história e cultura, entre outros tantos. Nas várias regiões do Brasil, gente da sua idade participa de atividades para discutir e fazer mobilização pelos seus direitos. O objetivo da sua participação no Selo UNICEF é tornar mais forte a sua voz dentro do município, aproximando você das pessoas responsáveis por defender, promover e proteger os direitos da criança e do adolescente. Participando, você pode ser um importante ator social e fazer valer as leis que já existem para protegê-lo e quem sabe até ajudar a melhorá-las. Por isso, convide seus amigos, colegas, vizinhos, parentes chame todo mundo que você conhece para participar. o quê? ATOR SOCIAL não é alguém que interpreta peças de teatro, mas é quem realiza ações em prol da sociedade. Assim como o ator de dramaturgia tem um papel em um espetáculo, o ator social tem um papel a cumprir na sua comunidade. Para fazer parte do Selo UNICEF, o prefeito ou prefeita do seu município assinou um termo de adesão e se comprometeu a melhorar a situação de vida de cada criança e adolescente que mora na sua cidade. O primeiro passo foi indicar um articulador ou articuladora municipal do Selo. Outro compromisso foi criar (caso não existisse) e garantir o funcionamento do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e do Conselho Tutelar. o que são os conselhos? O artigo 227 da Constituição Federal determina que os direitos da criança e do adolescente são de responsabilidade do Estado, da sociedade e da família. Quando surgiu o Estatuto da Criança e do Adolescente, (Lei 8.069, de 13 de julho de 1990), ele definiu que esses direitos vão ser assegurados com uma forte participação da sociedade por meio dos Conselhos de Direitos e dos Conselhos Tutelares. Conselhos de Direitos Com o objetivo de elaborar as políticas de promoção, garantia e defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes, o Estatuto criou os Conselhos de Direitos. Eles são responsáveis por sugerir, formular e fiscalizar políticas que ajudem a União, os Estados e os municípios a garantir os direitos estabelecidos no Estatuto. Por isso, no nível federal, existe o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA); em cada Estado, existe um Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDCA); e em cada município, existe o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA). Todos esses Conselhos de Direitos são compostos por metade de representantes do governo e outra metade de representantes da sociedade civil. É muito importante que você conheça o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente da sua cidade e converse com os conselheiros do seu município sobre a melhor forma de garantir a participação dos adolescentes. Marque no calendário: a próxima conferência municipal dos direitos da criança e do adolescente é em 2011! Uma tarefa importante dos Conselhos de Direitos é organizar as conferências municipais, estaduais e nacional sobre os direitos da criança e do adolescente. Essas conferências são encontros organizados a cada dois anos. Nelas são tomadas importantes decisões sobre políticas para a infância e adolescência.

12 13 Seu município contribuirá criando e desenvolvendo espaços de diálogo entre você e os atores sociais responsáveis pela garantia de seus direitos. Procure saber quem é o (a) articulador (A) do selo unicef no seu município Diversos segmentos da sociedade envolvidos na luta pelos seus direitos participam desse momento inclusive você pode participar. Na Conferência Nacional de 2009, estiveram presentes cerca de 600 adolescentes do Brasil inteiro, eleitos em seus municípios e Estados como delegados. Conselho Tutelar O Conselho Tutelar é um colegiado formado por cinco pessoas escolhidas pela comunidade para fiscalizar a aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente e atuar de forma imediata para encaminhar os casos de ameaça ou violação dos direitos de crianças e de adolescentes. A maioria das cidades tem um Conselho Tutelar. Cidades maiores podem ter mais de um Conselho Tutelar. É papel do Conselho Tutelar, entre outros: aplicar medidas de proteção previstas no Estatuto; atender e aconselhar os pais ou responsável; requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança; requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário; e assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente. DICA o O 1 Fórum Comunitário do Selo UNICEF deverá acontecer nos municípios até o dia 30 de setembro de 2010. Os mais variados representantes da comunidade são chamados a refletir sobre os direitos de crianças e adolescentes. É uma ótima oportunidade de os adolescentes marcarem presença na discussão. Participe! Durante o processo do Selo UNICEF, estão previstos dois fóruns comunitários. Eles fazem parte do eixo da Participação Social e serão uma oportunidade valiosa para a comunidade conhecer melhor a realidade das crianças e adolescentes no município, dar sugestões e avaliar os projetos e políticas sociais já realizados. É um espaço de diálogo que estimula a participação da população e fortalece o compromisso de gestores públicos com a garantia dos direitos das crianças e adolescentes. Para completar as atividades do Eixo da Participação Social, o seu município será convidado a desenvolver atividades em três temas: (1) Mudança Climática e o Impacto na Vida das Crianças e Adolescentes; (2) Cultura e Identidade: Comunicação para a Igualdade Étnico-racial; e (3) Esporte e Cidadania. Em todos eles, o seu envolvimento será essencial. E você encontrará dicas sobre como participar dessas atividades na última parte deste guia. Tanto o articulador ou articuladora municipal do Selo como representantes do CDMCA fazem parte da Comissão Municipal Pró-Selo. O UNICEF recomenda que essa comissão seja criada para fortalecer as parcerias e articulações em torno dos objetivos do Selo. Ela deve ser diversa e representativa dos diferentes setores e instituições do município, incluindo de maneira especial as lideranças adolescentes. RESUMÃO Após o primeiro encontro de capacitação com os articuladores e representantes do CMDCA, seu município se comprometeu em organizar um processo de mobilização no intuito de escolher dois adolescentes mobilizadores um menino e uma menina, entre 12 e 17 anos para fazer parte da Comissão Municipal Pró-Selo. Para essa participação se ampliar e se fortalecer, pode ser organizado inclusive um Núcleo de Mobilização de Adolescentes. MOBILIZAÇÃO é chamar outras pessoas para participar de uma determinada ação. Com a sua ajuda e de outros adolescentes, o CMDCA e a Comissão Pró Selo vão realizar um estudo sobre a situação dos meninos e meninas do município. Esse o estudo, chamado de Diagnóstico Participativo, será apresentado e validado no 1 Fórum Comunitário do Selo UNICEF. o quê? Você receberá apoio do município para: Compor um Núcleo de Mobilização de Adolescentes; Ter representação na Comissão Pró-Selo; Contribuir para investigar a situação dos meninos e meninas do município por meio de um Diagnóstico Participativo; Participar dos Fóruns Comunitários e da construção do Plano Municipal de Ação; Desenvolver seus próprios projetos em temas específicos para os quais receberá orientações.

14 3 Mobilizando e participando das ações do Selo O PRIMEIRO PASSO para participar das atividades do Selo UNICEF é procurar o Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) do seu município. Lá, você será informado sobre como fazer parte das ações do Selo no município. DICA Pergunte na sua casa, na escola ou na prefeitura onde está o CMDCA. Caso não o encontre, entre em contato com o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDCA) ou até mesmo com o Conselho Nacional dos Diretos da Criança Os grêmios escolares e os grupos que existem na sua cidade são pontos de partida perfeitos para começar a convocar as pessoas. Mas o mais importante é não ficar só entre amigos: é convidar outros adolescentes para que, assim, possamos ter diversidade. Adolescentes da zona rural e da zona urbana; das comunidades indígenas e quilombolas; com deficiência ou não; sem esquecer de equilibrar o número de meninos e meninas quanto mais variado for o grupo, mais força e mais ideias ele terá. O UNICEF acredita que é fundamental garantir a diversidade da participação social no Selo. o quê? DIVERSIDADE é uma característica importante da vida em sociedade. A presença de pessoas com diferentes culturas, religiões, origens étnicas e raciais, diferentes orientações sexuais, opiniões políticas, visões de mundo constitui uma riqueza para toda a sociedade. A diversidade da sociedade brasileira está na presença dos negros, dos brancos, dos povos indígenas, dos ribeirinhos, dos ciganos... das várias religiões, crenças, ritmos, tradições e de tudo aquilo que constitui o nosso jeito de ser e de se expressar. Nesse sentido, a diversidade é um valor que precisa ser respeitado, pois é a base de uma sociedade democrática que respeita os direitos humanos. 15 conanda@sedh.gov.br e do Adolecente pelo email. Na mensagem, não se esqueça de dizer seu nome e a cidade onde vive. O CMDCA será seu principal aliado para organizar o processo de mobilização de outros adolescentes para participar nos espaços de discussão e decisão sobre os direitos das crianças e adolescentes do seu município. DICA Como organizar um processo de mobilização? Imagine que você vai dar uma festa para todos os seus amigos os da escola, os da rua e os parentes. Como você faz para convidar tanta gente? É bem provável que seja de várias formas. Aqueles que você encontra sempre, certamente, vai convidar pessoalmente. Para os outros, você mandará recados, e vai telefonar, ou até mesmo enviar um e-mail ou uma mensagem no Orkut. Na mobilização, o processo é o mesmo. Só que, desta vez, o convite é para garantir os seus direitos e de todos os adolescentes e crianças. Você vai contribuir com as ações de mobilização, participando e chamando mais gente para participar.

16 17 4 Organizando núcleos e escolhendo representantes MÃOS À OBRA Organizar um Seminário Se o grupo tem mais de 30 PESSOAS, faça um seminário. Agora que estão todos convidados a participar do Selo UNICEF, é hora de começar a nossa trajetória. É hora de reunir os interessados para compor um time, o Núcleo de Mobilização. É fazendo parte do Núcleo de Mobilização que você poderá contribuir com as atividades do Selo. Cada município deverá ter no mínimo 15 integrantes dentro do seu núcleo. No entanto, não existe um número máximo. Quanto mais gente, melhor para enfrentar os desafios que virão. Organizado pelo CMDCA, o primeiro encontro do Núcleo deve ser marcante e empolgante. Por isso, a sugestão é que se realize alguma atividade especial. Pode ser uma oficina, uma assembleia, seminário ou qualquer outro tipo de atividade de mobilização. Eis aqui algumas orientações de como realizá-lo: 1 2 3 4 5 6 Escolha um tema de interesse de todos a ser apresentado e debatido; Convide alguém que saiba falar sobre o tema: um professor, um funcionário público, alguém do CMDCA, o articulador do Selo ou outro especialista; Além do palestrante, convide também alguém para ser o coordenador da mesa. A tarefa do coordenador será abrir o evento falando sobre o objetivo do seminário e apresentar ao público o palestrante, que em seguida dará início à sua fala; Um terceiro convidado para a mesa deve exercer o papel de facilitador. O facilitador é quem fica responsável por encontrar maneiras de organizar as perguntas que o público tem para o palestrante. Ele pode, por exemplo, passar uma folha, durante o seminário, para que as pessoas que queiram fazer perguntas coloquem o seu nome. Ao final da exposição, ele pode chamar essas pessoas pelo nome, para que elas se levantem e perguntem. O facilitador pode também pedir que as pessoas lhe enviem perguntas em pedaços de papel e, ao final da palestra, ele mesmo lê as perguntas para o palestrante; Uma vez tendo as três pessoas que formarão a mesa do seminário, escolha o local e a data do evento e convide o maior número de pessoas possível; Ao fim do seminário, o coordenador convida os presentes a participar do Núcleo de Mobilização. Sugestões de tema para as atividades: Direitos da Criança e do Adolescente; Educação de Qualidade; Violência; Gravidez na Adolescência; Meio ambiente e Mudança Climática.

18 19 MÃOS À OBRA Organizar uma oficina MÃOS À OBRA Organizar uma reunião 1 2 3 4 5 6 Se o grupo tem entre 15 e 30 PESSOAS, uma oficina é uma boa pedida. Reúna todos e divida-os em pequenos grupos. Cada grupo deverá elaborar tarefas relacionadas a um tema que escolher; A primeira tarefa pode ser: coloque em um papel tudo que o grupo sabe sobre o tema escolhido; em outra folha, escreva todas as dúvidas que o grupo tem sobre o tema. Duas pessoas do grupo podem ser responsáveis por escrever; Estime um tempo específico para cada tarefa, mas oriente o grupo a ser democrático, permitindo que cada integrante tenha o mesmo tempo para se expressar que os outros. Uma pessoa do grupo pode ser responsável por controlar o tempo da tarefa; Ao fim da tarefa, cada grupo escolhe um representante para apresentar aos demais um resumo do que foi escrito; Após a apresentação de cada grupo, estimule um tempo para que todos possam falar o que aprenderam sobre cada tema. Estime um tempo para esta atividade. Ao fim da oficina, passe uma lista para que aqueles que tiverem interesse em participar do Núcleo de Mobilização possam assinar. Se o grupo tem o número mínimo de participantes, isto é, 15, a maneira mais fácil de integrá-lo pode ser com uma reunião. 1 2 3 4 Convide o articulador da Comissão Municipal Pró-Selo ou outro representante do CMDCA para um bate-papo sobre como será o processo de participação dos adolescentes no Selo UNICEF; É importante que o representante convidado explique que o propósito deste primeiro encontro é o de formar um Núcleo de Mobilização, cuja função é mobilizar mais adolescentes para participarem das ações do Selo UNICEF na cidade; Selecione também alguém para ser o facilitador e um outro para ser o relator da reunião. O facilitador deve orientar os participantes a manter uma ordem na hora de fazer perguntas ou dar sugestões sobre o que foi dito. O relator deve anotar tudo para, no fim, haver um informe da reunião contando tudo o que foi discutido; Ao final do encontro, com todas as dúvidas e sugestões dos participantes devidamente dadas, passe uma lista para quem tiver interesse em fazer parte do Núcleo de Mobilização possa assinar e colocar seus contatos. Após a formação do Núcleo de Mobilização, os participantes podem escolher quem irá representar o grupo na Comissão Municipal Pró-Selo. No mínimo, deverão ser dois adolescentes, um menino e uma menina, chamados de adolescentes mobilizadores. Quem tiver interesse em ser representante pode apresentar ao núcleo as suas propostas para mobilizar outros adolescentes da cidade. Esta é uma boa maneira de observar quem se sairá melhor no papel. Uma vez conhecendo os nomes dos candidatos, é preciso organizar um processo de escolha democrático, no qual o desejo da maioria vença. É importante que os representantes: Tenham entre 12 e 17 anos de idade; Possam dialogar e representar bem o grupo que os elegeu; Sejam responsáveis e não faltem às atividades que assumirem; Estejam matriculados na escola e façam parte de um grupo organizado por adolescentes; Tenham o compromisso de repassar aos demais colegas do núcleo as informações que recebem.

20 21 MÃOS À OBRA Escolher seus representantes A escolha dos adolescentes mobilizadores pode ser feita de várias formas, mas sempre democrática! Aqui, você tem algumas sugestões para organizar as eleições. Usando cartões coloridos Esta opção é a mais adequada para um grupo de mais de 30 adolescentes. Cada candidato é associado a um cartãozinho colorido, feito de cartolina ou lápis de cor. Em seguida, um a um, os candidatos se apresentam à frente do grupo para dizer por que consideram importante a participação dos adolescentes no município. Assim que todos encerrarem suas falas, cada participante levanta ao mesmo tempo o cartão na cor do seu candidato preferido. Uma pessoa neutra conta o número de votos para cada candidato e, se houver empate, o processo se repete, mas agora para decidir apenas entre aqueles que empataram. Usando uma urna Esta opção é a mais adequada para um grupo de 15 a 30 adolescentes. Os candidatos se apresentam e colocam seu nome em um quadro ou papel na frente do grupo, de forma que todos possam visualizar. Depois, cada candidato apresenta três propostas concretas para mobilizar os adolescentes no município. Após apresentarem seus planos, os participantes podem escrever os nomes dos candidatos que tiveram as melhores propostas em pedaços de papel e depositar em uma urna. Ao final, uma pessoa que não está envolvida no processo de escolha abrirá a urna e outra contará os votos na frente de todos os participantes. 5 Conhecendo a situação das crianças e adolescentes no município Com o Núcleo de Mobilização formado, procure o Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente do seu município para combinar de que forma os adolescentes vão participar do estudo que eles estão fazendo sobre a situação dos direitos da criança e do adolescente no seu município. O técnico do time é o CMDCA, o principal responsável pela elaboração desse estudo, chamado de Diagnóstico Participativo. Portanto, cabe ao CMDCA distribuir as funções dentro do grupo que fará parte da elaboração deste estudo. É muito importante que o Diagnóstico leve em consideração como você e seu grupo vêem as condições em que vivem no município. Portanto, dê sua opinião e coopere com vontade na construção desse estudo. Para ajudar no diagnóstico, você e seu grupo podem construir com o CMDCA um roteiro que responda às seguintes perguntas: Que dados vamos coletar? Isto vai depender da situação que despertará maior interesse no grupo. Pode ser que queira colaborar com informações sobre o acesso à educação; à saúde; ao esporte e ao lazer; sobre a situação do trabalho infantil; o acesso à água de qualidade e a coleta de lixo ou mesmo investigar outras políticas sociais, programas, planos e leis relativos a situações diferentes dessas. Fica a critério do grupo. Usando quadradinhos Esta opção é ideal para uma reunião com até 15 adolescentes. Cada candidato apresenta três propostas para mobilizar os O que vale é combinar tudo democraticamente, respeitando as regras estabelecidas pelo grupo. adolescentes do município. Os demais participantes podem votar em voz alta em um primeiro e um segundo lugar, por ordem de preferência com relação as propostas apresentadas. Alguém anota os nomes de cada candidato em uma lousa ou em um papel à frente do grupo e cada voto é anotado como o lado de um quadrado. Ao final, alguém conta número de quadrados que cada candidato Com quem vamos falar? Busque a população, os beneficiários das políticas, e também funcionários públicos, gestores, políticos, organizações sociais, associações, sindicatos etc. O que vamos perguntar? As entrevistas só podem ser realizadas depois que o roteiro de perguntas já estiver pronto, por isso, o seu grupo deve saber antes exatamente quais serão as informações necessárias. Isso vai depender da situação pesquisada e das pessoas a ser entrevistadas. Como fazer um roteiro de entrevista? Faça perguntas que ajudem o grupo a entender como uma determinada política pública chega até a vida das pessoas. Por exemplo: Quais os serviços de atendimento disponível? Quantas pessoas são atendidas por esse serviço? Como e quanto chega de dinheiro para execução da política ou de um determinado programa?

22 23 Levantando informações: Reúna todas as informações que você consiga coletar sobre determinada situação, organize-as a partir de uma ordem de importância. Lembre-se: quanto mais pessoas forem afetadas pelo assunto mais importante ele é. Considere também como informações valiosas todas aquelas que foram comprovadas com documentos oficiais e aquelas que são novidade. Onde buscar as informações e dados? Em órgãos públicos, escolas, pontos de cultura, unidades do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), Projovem, associações comunitárias, conselhos tutelares e onde mais achar conveniente. Divida o grupo para coletar os dados iniciais e para realização de entrevistas. Como reunir e analisar os dados coletados? É importante que o grupo faça encontros periódicos para avaliar a tarefa e trocar informações durante todo o processo. Por isso, faça uma agenda desses encontros. Ao final, junte o material, discuta com o grupo o que foi levantado e defina em conjunto qual o diagnóstico geral da situação com base nas informações coletadas. Como planejar a elaboração do relatório? Fica a critério do grupo escolher que informações vão entrar e como elas vão entrar no relatório a ser entregue ao CMDCA. O ideal é que alguém seja eleito responsável por coordenar a redação, que pode ser feita por tópicos, cada membro do grupo ajudando a fazer uma parte. O importante é que, ao final, esse único responsável reúna todas as partes e dê unidade ao texto, isto é, encaixe todos os tópicos de maneira que o relatório não fique confuso a um leitor de fora do grupo. MÃOS À OBRA Fazer um mapeamento Uma opção para contribuir de forma criativa com o diagnóstico é realizar um mapeamento da situação da infância e adolescência no município. Além de ser divertido, o mapeamento permite que você e outros meninos e meninas relatem como é a vida em relação aos espaços que fazem parte da sua cidade, do lugar onde você mora, onde estuda e aonde vai para brincar. Para a produção do mapeamento, você vai precisar de canetas coloridas, papéis e um mapa do município ou comunidade onde mora. Existem diversos modos de se conseguir um mapa do seu município: uma opção é pedi-lo na sua escola, na Prefeitura Municipal ou até nas companhias de água ou de eletricidade. Outra opção é imprimir do site do Google Earth/Maps (www.googleearth.com). Você pode, ainda, querer desenhar seu próprio mapa, sinta-se livre para fazê-lo. Em seguida, será preciso reunir grupos de crianças e adolescentes que vivem em diferentes lugares da cidade. Eles participarão de duas oficinas. DICA Troque informações com o CMDCA durante todo o processo de investigação. Pode ser que o CMDCA já tenha disponível parte das informações de que o grupo precisa. O Diagnóstico Participativo servirá de base para a construção de um Plano de Ação com projetos pensados para melhorar a qualidade de vida dos meninos e meninas do seu município. Na primeira oficina, cada grupo de crianças e adolescentes constrói o que chamamos de árvore dos desejos. Peça para que cada grupo desenhe uma árvore. Depois cada um, individualmente, pode desenhar ou escrever na árvore um desejo, uma expectativa, um sonho e/ou esperança sobre a comunidade ou a cidade. Na segunda oficina, os desejos, expectativas, sonhos e esperanças levantados devem ser transferidos em forma de desenhos para um mapa do município, da comunidade ou do bairro. A partir dos desenhos, é possível identificar onde essas crianças e adolescentes vivem, estudam, brincam ou trabalham; e também se faltam escolas, postos de saúde, médicos e medicamentos, espaços de lazer e esporte, etc. Após o preenchimento do mapa, o grupo elabora um documento final composto pelo mapa, legendas explicativas do que foi colocado nele e também as declarações dos participantes por escrito. A ideia é que o texto complemente as informações visuais do mapa e vice-versa. Deixe o mapa bem colorido e as legendas, fáceis de entender.

24 25 É muito importante que o Diagnóstico Participativo leve em consideração como você e seu grupo veem as condições em que vivem no município. Portanto, dê sua opinião e coopere com vontade na construção desse estudo. Sua presença é fundamental nos fóruns comunitários. Combine com o CMDCA como será a participação do seu grupo. Independente da forma que você e seu grupo escolham para contribuir com o Diagnóstico Participativo, o resultado dessa ajuda fará parte da apresentação sobre a situação da infância e adolescência a ser o realizada durante o 1 Fórum Comunitário. 6 Desenvolvendo seus projetos e atividades no Selo Depois de mobilizar outros adolescentes; ter se organizado em Núcleos; ter escolhido seus representantes; ter contribuído para a realização de um diagnóstico sobre a infância e adolescência; ter participado ativamente do 1º Fórum Comunitário; chegou a hora de desenvolver seus próprios projetos e ações concretas em relação aos temas de Participação Social do Selo UNICEF. Você vai participar de diálogos, debates e pesquisa sobre educação, meio ambiente, esporte, arte e cultura. Vai produzir vídeos, programas de rádio, jornal mural e blogs. Vai conhecer melhor o mundo das políticas públicas e o mais importante vai poder influenciar nas decisões que são tomadas no seu município para melhorar a vida das crianças e adolescentes. Três temas foram definidos para o desenvolvimento de projetos e atividades na região da Amazônia Legal Brasileira: Mudança Climática e o Impacto na Vida das Crianças e Adolescentes Cultura e Identidade: Comunicação para a Igualdade Étnico-racial Esporte e Cidadania O UNICEF enviará guias específicos para a realização de ações em cada um dos temas, e o município vai formar um grupo mobilizador para acompanhar cada um deles. É importante que as ações realizadas em cada tema contem com a participação ativa das crianças e adolescentes. As escolas serão suas principais aliadas para desenvolver projetos e ações nos temas, mas as atividades podem (e devem) ir além da escola. Use sua criatividade e busque outras parcerias! DICA

26 27 Enquanto você aguarda orientações detalhadas dos guias específicos sobre cada um dos temas, aqui vão algumas dicas e sugestões. Tema 1 MUDANÇA CLIMÁTICA E O IMPACTO NA VIDA DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES O clima da região, a fauna e a flora amazônica podem ser estudados para que as meninas e meninos descubram maneiras de diminuir o impacto das mudanças climáticas na sua vida. Ações, como reflorestamento, podem ajudar na luta contra o aquecimento global. Também são válidas discussões e debates, nas escolas e comunidades, sobre como contribuir no enfrentamento de emergências, tais quais enchentes e estiagens. DICA Para desenvolver seus projetos neste tema, você pode formar uma Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida (COM-VIDA) na sua escola, se ainda não existir. Veja como fazer na cartilha elaborada pelo Ministério da Educação (MEC), disponível no site: http://portal.mec.gov.br/secad/cnijma/arquiv os/com_vida.pdf Você também pode fazer parte de um Coletivo Jovem pelo Meio Ambiente. Esses coletivos existem em todo o País e estão ligados nacionalmente pela Rede da Juventude pelo Meio Ambiente e Sustentabilidade. Saiba onde há um Coletivo Jovem mais próximo de você pelo endereço www.rejuma.org.br DICA Começando pelas escolas, pode ser feito um mapeamento da rede de distribuição de água ou do sistema de coleta de lixo do município. Os alunos podem visitar as escolas locais para saber se nelas há fornecimento de água de qualidade ou para saber se possuem um bom sistema de coleta de lixo. Tema 2 CULTURA E IDENTIDADE: COMUNICAÇÃO PARA A IGUALDADE ÉTNICO-RACIAL Você pode ajudar a promover o patrimônio artístico e cultural do seu município descobrindo poetas, artesãos, repentistas, músicos, atores, artistas, grupos folclóricos, quituteiras, religiosos, dançarinos, capoeristas, entre outros que exerçam atividades simbólicas para a cidade. Você precisará conhecer os grupos culturais e as tradições folclóricas do seu município. Para isso, converse com as pessoas mais velhas da comunidade e busque informações nas escolas e centros comunitários sobre as atividades desenvolvidas por cada grupo. Ao final, coloque essas informações em forma de desenhos em um mapa que mostre onde estão esses grupos e quais são suas atividades. Ah, não se esqueça de fazer a legenda e de encontrar um lugar bem legal para divulgar o mapa cultural da sua cidade. Uma outra boa atividade na qual você também pode ajudar é na identificação e reconhecimento dos diversos grupos étnicos-raciais que habitam o seu município. Por exemplo, as comunidades indígenas ou quilombolas. Para desenvolver essa atividade, a ideia é marcar no mapa do município onde vivem todos os grupos étnicos-raciais que você conhece, relatando na legenda suas diversas formas de vida e seus costumes.

28 29 A comunicação é um direito e, além do mais, abre as portas para que se conquistem muitos outros direitos. Fazendo comunicação Em todos os temas, seu grupo também pode fazer comunicação. Saiba que, da mesma forma que você tem direito a receber informação de qualidade, você também pode comunicar a visão de mundo do seu grupo. Você vai gostar muito de ouvir o outro, conhecer outras cabeças, mas é importante estar aberto ao novo, superando qualquer tipo de preconceito. Os produtos de comunicação são bons instrumentos para mobilizar pessoas e organizações para participar das atividades e projetos no Selo UNICEF. Nesse caso, o produto deve dialogar principalmente com crianças e adolescentes sobre seus direitos, portanto, o formato e a linguagem devem estar adaptados para alcançar esse público. MÃOS À OBRA Fazer um programa de rádio O seu grupo pode discutir e planejar o conteúdo de um programa de rádio e dividir as tarefas: A primeira coisa a se fazer é escolher o conteúdo que o programa de rádio terá, por exemplo, a importância da participação de adolescentes para o fortalecimento da democracia. Busque informações sobre a situação no seu município. Por exemplo: Quantos adolescentes eleitores existem no seu município? Depois de coletar todas as informações que conseguir, o grupo deve pensar em como estruturar o programa. O ideal é que o programa seja dividido em três ou quatro blocos de 5 minutos cada. Para cada bloco, reserve um elemento especial. Um pode conter uma entrevista; outro, uma reportagem. E música à vontade, ao final de cada bloco. Busque parcerias para gravar e veicular o seu programa. Procure a direção das principais emissoras da sua cidade, comerciais ou comunitárias. Explique que o programa tem conteúdo de interesse público. (Vale lembrar que as rádios são concessões públicas e que, por lei, devem destinar espaço para programas dessa natureza). Batalhe um horário de maior audiência na grade de programação, como meio dia e final da tarde. Tente exibir o programa também em escolas e outros espaços comunitários; e disponibilize-o também na internet, por meio de sites e blogs. Na hora de escrever o roteiro (o texto a ser gravado) do seu programa de rádio, tenha em mente: Use sempre palavras simples e fáceis de entender. Caso seja preciso usar algum termo técnico, explique-o em seguida. Procure colocar os verbos no presente. A campanha começa hoje. As frases devem ser curtas. Frases longas atrapalham a compreensão do assunto. A locução deve ser natural, sem modificar totalmente a maneira de falar. Não precisa, por exemplo, mudar o sotaque da sua região.

30 31 MÃOS À OBRA Fazer um jornal MÃOS À OBRA Fazer um jornal mural Seu grupo pode optar também por fazer um jornal ou boletim impresso. Basta começar: Escolha o nome do jornal/boletim. O grupo pode discutir o conteúdo do jornal/boletim e dividir as tarefas. O conteúdo das notícias pode conter os resultados, a repercussão e a importância de uma ação, uma atividade ou projeto desenvolvido pelos adolescentes. Projetos em desenvolvimento também contam. Agora é hora de montar o jornal/boletim. Em uma folha de ofício (frente e verso) pode caber muita coisa: notícias curtas, entrevistas, uma reportagem ou artigo, fotos, ilustrações, quadros, gráficos, etc. Tudo depende da diagramação isto é, de dispor todo o conteúdo no espaço da página. A diagramação pode ser feita por um ou mais participantes do grupo; ou por alguém da comunidade que possua habilidade e tenha condições de ajudar voluntariamente. Uma vez montado, é hora de imprimi-lo. Pode-se utilizar impressora ou fotocopiadora. Caso a tiragem (o número de cópias feitas) seja grande, pode-se procurar o serviço e a parceria de alguma gráfica. Essa tiragem deve ser definida de acordo com o público que vai receber o produto. O jornal mural é um veículo muito popular e de fácil produção. É também uma opção de baixo custo que costuma dar certo quando o espaço em que ele é afixado é bem localizado. O jornal-mural fica mais atraente se for atualizado regularmente. Para montar um: O grupo deve escolher o local de instalação do jornal-mural em comum acordo com a comunidade. Defina o material que vai servir de base para o painel. Pode ser papelão, cartolina, cortiça, madeira, isopor, plástico e até metal. A produção de conteúdo do jornal-mural é praticamente a mesma do jornal impresso. O que muda é que, aqui, o texto deve ser ainda mais direto e simples, pois é um veículo feito para pessoas que estão de passagem. Ilustre os textos utilizando recortes com matérias de jornais, revistas, desenhos, ilustrações, fotos, etc. Na distribuição, é importante reparar a maneira como as pessoas recebem o jornal/boletim para que não seja mais um papel entregue na rua. Vale observar se houve leitura imediata, agradecimentos, elogios e comentários. Na hora da diagramação, atente: Não deixe uma matéria continuar em outra página. Não coloque um corpo de letra muito pequeno. No mínimo, utilize o tamanho 8. Fotografias, ilustrações, gráficos ou quadros devem ocupar espaços proporcionais ao texto.

32 33 MÃOS À OBRA Usar alto-falante O alto-falante é um veículo utilizado tanto em pequenas como em grandes comunidades, dependendo da estrutura que se tem. O seu alcance depende da quantidade de bocas de alto-falante e da potência do som. A sua programação é semelhante à de uma emissora de rádio, com mais liberdade e leveza, uma vez que é um meio de comunicação bem popular e flexível, pois qualquer pessoa pode participar ao vivo, sem muita dificuldade, o que poderia ser mais difícil numa emissora. O conteúdo geralmente é informativo, de entretenimento e de utilidade pública. Seu grupo pode se reunir para definir se aproveita algum serviço de altofalante existente em seu município ou se monta seu próprio serviço. Neste último caso, é preciso procurar um local adequado para instalar as bocas de alto-falante. É importante observar que a instalação de um alto-falante só deve ser feita em comum acordo com a população e as autoridades locais. Os equipamentos necessários para montar um sistema de alto-falante são: Um amplificador de som de boa qualidade Uma ou mais bocas de alto-falante Um ou mais microfones O grupo deve discutir as condições de funcionamento, como os melhores dias e horários para levar sua mensagem ao ar. O ideal é fazer programas diários ou semanais. Tema 3 ESPORTE E CIDADANIA Cada criança e adolescente tem o direito de se divertir, de brincar e praticar atividades físicas. As atividades do Selo UNICEF sobre o esporte não são para preparar atletas para competições, mas para abordar o esporte como instrumento de educação, socialização, inclusão social e que ajuda no desenvolvimento de meninos e meninas. O esporte deve ser uma oportunidade para promover a solidariedade, a aprendizagem e o desenvolvimento saudável, bem como a redução da violência, do racismo e de qualquer tipo de discriminação. Afinal, o esporte também é um espaço de convivência com pessoas diferentes e pode ajudar a valorizar e respeitar a diversidade. DICA Meninas e meninos em idade escolar, educadores, lideranças da comunidade e outros atores envolvidos no tema podem desenvolver um conjunto de ações para lembrar que o esporte é um direito das crianças e adolescentes e é importante na construção da cidadania. Essas atividades podem ser gincanas, caravanas e outras modalidades que serão sugeridas no guia específico sobre o tema.

Uma mensagem especial O mais importante em participar das ações propostas neste guia não é só ajudar seu município a ganhar o Selo UNICEF Município Aprovado, mas também contribuir para que a participação das crianças e adolescentes passe a ser um processo permanente no município. Para que isso aconteça de verdade, os conselhos, as escolas, os órgãos públicos e organizações comunitárias do município deverão abraçar a proposta de que meninos e meninas tenham presença contínua e permanente nos seus espaços de participação. A ideia é ocupar esses espaços de modo que sua opinião seja considerada na hora de tomar decisões com relação aos seus direitos e que, portanto, lhe dizem respeito. O UNICEF vem desenvolvendo diversas formas de apoio a você e ao seu município por meio do Selo UNICEF Município Aprovado. Nós estamos torcendo por você e por seu município. Todos juntos vamos construir um município melhor onde cada criança e cada adolescente tenham seus direitos assegurados. Conte conosco! o SEPN 510 - Bloco A - 2 andar Brasília / DF - 70750-521 Caixa Postal: 08584 - CEP 70312-970 Telefone: 61 3035 1900 Fax: 61 3349 0606 E-mail: brasilia@unicef.org Representante do UNICEF no Brasil: Sra. Marie-Pierre Poirier UNICEF Belém - Escritório responsável pelos projetos no Pará, Amapá, Mato Grosso e Tocantins Av. Alcindo Cacela 287 - Bloco B Prédio da Universidade da Amazônia - Umarizal Belém / PA - 66060-000 Telefone: 91 3073 5700 Fax: 91 3073 5709 E-mail: belem@unicef.org UNICEF Manaus - Escritório responsável pelos projetos no Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia Av. Darcy Vargas 77 - Secretaria de Assistência Social do Estado do Amazonas - Bairro da Chapada Manaus / AM - 69050-020 Telefone: 92 3642 8016 E-mail: hgirade@unicef.org Conheça os escritórios do UNICEF que atuam na Amazônia Legal Brasileira UNICEF Brasília - Escritório da Representante do UNICEF no Brasil UNICEF São Luís - Escritório responsável pelos projetos no Maranhão Rua Santo Antônio 246 - Centro São Luís / MA - 65010-590 Telefone: 98 4009 5700 Fax: 98 4009 5708 E-mail: saoluis@unicef.org

Como utilizar este material? Este material é dirigido aos adolescentes. Seu objetivo é promover o direito de cada menino e menina de participar dos espaços de discussão e processos de tomada de decisão sobre temas que lhes dizem respeito. Cada município participante do Selo UNICEF Município Aprovado Edição 2009-2012 receberá alguns exemplares desta publicação para circular entre os adolescentes. É importante que os adultos envolvidos, especialmente o articulador local do Selo e o presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, possam conversar com os adolescentes sobre a iniciativa do Selo e o processo vivido pelo município, bem como sobre o conteúdo deste guia. As sugestões e dicas propostas poderão ser seguidas e adaptadas de acordo com a etapa de trabalho desenvolvida por cada município. Para saber mais... Consulte no site http://www.selounicef.org.br referência do Selo: outros materiais de Guia Metodológico Selo UNICEF Município Aprovado Edição 2009-2012 o Guia do 1 Fórum Comunitário Selo UNICEF Município Aprovado Edição 2009-2012 Guias temáticos específicos (disponíveis no site acima a partir do o 2 semestre de 2010)