ESTUDO PARA A DEFINIÇÃO DE MEDIDAS QUE PROMOVAM A REDUÇÃO DO IMPACTE AMBIENTAL ASSOCIADO AOS SACOS DE PLÁSTICO DISPONIBILIZADOS PELA DISTRIBUIÇÃO

Documentos relacionados
Ambiente e Sustentabilidade CTCV 8 /9 FEV centro tecnológico da cerâmica e do vidro coimbra portugal

Marisa Almeida. Ambiente e Sustentabilidade CTCV 29 NOV centro tecnológico da cerâmica e do vidro coimbra portugal

Avaliação de ciclo de vida. Profa. Dra. Dione Mari Morita Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental

EIMPack. Projeto EIMPack. Economic Impact of the Packaging and Packaging Waste Directive. Equipa científica:

O Mito da Degradação como Solução. Eloísa E. C. Garcia CETEA / ITAL

Ciclo de Vida dos produtos

Plástico e Meio Ambiente: Uma visão através da Avaliação do Ciclo de Vida - ACV

Declarações Ambientais de Produto DAP Habitat

Design para a sustentabilidade: Novos desafios

Sacolas Bioplásticas e a Coleta Seletiva da cidade de São Paulo

Diferentes Abordagens para Desenvolver uma ACV. Conceitos, metodologia e aplicações

GUIA BÁSICO DE ANÁLISE DO CICLO DE VIDA (ACV)

SISTEMA DE REGISTO NACIONAL DE DECLARAÇÕES AMBIENTAIS DE PRODUTO PARA O HABITAT. Marisa Almeida Plataforma Construção Sustentável

Declaração Ambiental de Produto - Instrumento de desempenho ambiental com base na avaliação de ciclo de vida

07/06/2015 Imprimir Implementação de Sistemas de Gestão Ambiental: Motivações,... Gestão Ambiental Naturlink

Balanço da Recolha Selectiva de Resíduos Orgânicos na LIPOR. LIPOR Susana Lopes

PROJECTO DE RESOLUÇÃO N.º 327/XI/2ª

Desenvolvimento de uma economia verde. A relevância dos sistemas de gestão de resíduos. Paulo Ribeiro

Case study. Estratégia LIPOR 2M MENOS RESÍDUOS, MENOS CARBONO EMPRESA ENVOLVIMENTO

PROJECTO DE LEI N.º 593/XI/2.ª

Case study. Análise do ciclo de vida das rolhas de cortiça MENOS CO2 PARA A ATMOSFERA EMPRESA ENVOLVIMENTO

Workshop Produção Ecoeficiente na Fileira dos Lacticínios Vairão (Vila do Conde) 25 Julho 2014

PROGRAMA NACIONAL DE REFORMAS 20 20

Workshop Produção Ecoeficiênte na Fileira da Carne Castelo Branco 24 Julho 2014

AVALIAÇÃO DE CICLO DE VIDA COMPARATIVA ENTRE COPOS DESCARTÁVEIS E REUTILIZÁVEIS

Eng. Luís Fernandes Administrador Delegado da AMES Boas Práticas na Gestão de Resíduos 18 de Outubro de 2007

Miguel Bahiense Neto Presidente

SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO DE RESÍDUOS DE EMBALAGENS E MEDICAMENTOS MATÉRIAS A ABORDAR NO RELATÓRIO ANUAL DE ATIVIDADES. Versão 1.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL Câmara Municipal de Alfândega da Fé

07/06/2015 Imprimir Sensibilização Ambiental Importância e Relação com a... Gestão Ambiental Naturlink

Plano Municipal de Gestão de Resíduos do Município de Lisboa

É constituído por três tipos de acções:

Workshop Produção Ecoeficiente na Fileira da Carne Castelo Branco 24 Julho 2014

Projecto de Valorização de Resíduos de Construção e Demolição

TRATOLIXO E.I.M., S.A.

PG 26. Identificação e Avaliação de Aspectos Ambientais 1/ 11

Sustentabilidade dos Biocombustíveis em Portugal

Posição da APESB - Associação Portuguesa de Engenharia Sanitária e Ambiental sobre os Biorresíduos e a revisitação urgente do PERSU 2020

Ferramentas de promoção da sustentabilidade para o setor das tintas

Boletim Estatístico de Papel e Cartão 2012

PROJETO DE LEI N.º 747/XIII/3.ª

AVALIAÇÃO DE CICLO DE VIDA COMPARATIVA ENTRE COPOS DESCARTÁVEIS E REUTILIZÁVEIS

Esta iniciativa legislativa é mais um contributo, uma proposta que o PEV apresenta com vista à redução da utilização do plástico.

Qualidade Ambiental - Contexto LIPOR -

AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA DO PRODUTO

Taxa de gestão de resíduos

Dimitrios Papadimoulis, Stefan Eck, Luke Ming Flanagan, Stelios Kouloglou, Kostas Chrysogonos em nome do Grupo GUE/NGL

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: Artigo 1.º Objeto

O Desperdício Alimentar no Plano de Ação para a Economia Circular e na Revisão do Pacote de Resíduos. Ana Cristina Carrola

Proposta de DIRETIVA DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO. relativa à redução do impacto de determinados produtos de plástico no ambiente

MINISTÉRIO DO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS Portaria n. 1081/95 de 1 de Setembro

A compostagem como estratégia de gestão de resíduos verdes e de resíduos hortícolas

BOLETIM ESTATÍSTICO DE PAPEL E CARTÃO

LEGISLAÇÃO COMUNITÁRIA NO DOMÍNIO DO AMBIENTE. Principais diplomas legais em 2011

EMBALAGENS DE MADEIRA E RECICLAGEM

BOLETIM ESTATÍSTICO DE PAPEL E CARTÃO

PARCEIRA DAS EMPRESAS 01 TRIA INDÚS

MATÉRIAS A ABORDAR NO RELATÓRIO ANUAL DE ATIVIDADES

Embalagens e Resíduos de Embalagem

Marisa Almeida. Ambiente e Sustentabilidade CTCV 20/26 JUN centro tecnológico da cerâmica e do vidro coimbra portugal 1 11/02/2019

GINO FRANCESCO MAZZOCCATO ASPECTOS AMBIENTAIS NAS EMBALAGENS DE MADEIRA PARA FIOS E CABOS

SEMINÁRIO 14 DEZEMBRO 2011 ITeCons - COIMBRA

A Prevenção no Projecto Lipor. Uma Estratégia de Futuro.

Environmental, Economic and Technical Performance: A Comparative Study of Carrier Bags CARVALHO, J. S.; MACEDO, J. R. N.; OLIVEIRA, S. A.; ROSA, D.

LEGISLAÇÃO COMUNITÁRIA NO DOMÍNIO DO AMBIENTE. Principais diplomas legais em 2013

FUNCIONAMENTO DA SPV

Avaliação e Controlo dos Efeitos. decorrentes da Aplicação dos. Paulo Areosa Feio

Ecoparque da Ilha de São Miguel

Relações da VALORMED com os embaladores e/ou responsáveis pela colocação de medicamentos no mercado nacional. Luís Figueiredo 17 Novembro

CONSELHO DE MINISTRO. Exposição de Motivos

Case study. Mais-valias para clientes através de serviços ambientais RECOLHA DE ÓLEOS ALIMENTARES USADOS EMPRESA ENVOLVIMENTO

SACOLAS PLÁSTICAS Os Mitos e os Verdadeiros Interesses. II Seminário de Resíduos Sólidos FEEVALE 09/06/2016

A Reciclagem de Poliestireno no Sistema Ponto Verde

Descarbonizar, circular e valorizar: uma economia competitiva

Decreto-Lei n.º 488/85 de 25 de Novembro

Papel dos Sumidouros na Economia do Carbono

Plano de Ação para a Energia Sustentável

Matriz de GEE e Plano de Ação para a Sustentabilidade Energética

Balanço de materiais de Lisboa

EMAS III - Regulamento (CE) n.º 1221/2009

MITIGAÇÃO DAS MC EM MOÇAMBIQUE. Telma Manjta MICOA

Sistema Integrado de Gestão de Embalagens e Resíduos em Agricultura. António Lopes Dias at Seminários Uso Sustentável PFF

PROJETO DE LEI N.º 882/XIII/3.ª

Gerente da Qualidade do Ar - INEA Luciana Mª B. Ventura DSc. Química Atmosférica

O Papel da ERSAR na gestão dos resíduos de embalagem

Planeamento e Gestão de Resíduos de Construção e Demolição (RCD)

TRANSFERÊNCIA DE RESÍDUOS E RASTREABILIDADE Webinar sobre Resíduos, Dupla Contagem, Fraude e Fiscalização e Biocombustíveis Avançados

5º Seminário de Responsabilidade Social no Varejo Sustentabilidade na Cadeia de Valor. Vicente Trius Presidente do Wal-Mart Brasil

CIÊNCIAS NATURAIS 8.º ANO DE ESCOLARIDADE PLANIFICAÇÃO ANUAL ANO LETIVO 2017/2018

Eco new farmers. Módulo 1 - Introdução á agricultura biológica. Sessão 7 Marketing de produtos biológicos

PLANIFICAÇÃO A MÉDIO / LONGO PRAZO

Recursos minerais explorados para a obtenção de um determinado elemento metálico que faz parte da sua constituição.

Eficiência Hídrica em Edifícios e Espaços Públicos

REDE PROCURA + PORTUGAL: CAPACIDADE BÁSICA EM COMPRAS SUSTENTÁVEIS. Mónica Monteiro Patrícia Leão 16 de setembro de 2014 O CASO LIPOR

INSTITUTO DOS RESÍDUOS

A exploração e distribuição dos recursos energéticos

Metas Curriculares. Ensino Básico. Ciências Naturais

MATÉRIAS A ABORDAR NO RELATÓRIO ANUAL DE ATIVIDADES

1) Sensibilização e formação das Pessoas nas áreas de Gestão de Energia

Transcrição:

ESTUDO PARA A DEFINIÇÃO DE MEDIDAS QUE PROMOVAM A REDUÇÃO DO IMPACTE AMBIENTAL ASSOCIADO AOS SACOS DE PLÁSTICO DISPONIBILIZADOS PELA DISTRIBUIÇÃO - Estudo executado pelo INETI/CENDES para a APED - Abril de 2008 Equipa de trabalho: Rui Frazão, Ana Paula Duarte, Paulo Martins, Clara Fiuza. 1

Índice 1. Objectivo 2. Metodologia 3. Distinção entre sacos de utilização única e sacos reutilizáveis 4. Fim-de-vida dos sacos de plástico utilizados em Portugal 5. Avaliação do ciclo de vida dos sacos de plástico e outras alternativas para 5.1 Objectivo e definição do âmbito 5.2 Inventário do ciclo de vida 5.3 Avaliação dos impactes do ciclo de vida 5.4 Interpretação 6. Medidas para a redução do impacte ambiental associado aos sacos de plástico 7. Proposta de metodologia para determinar o impacte ambiental das diferentes soluções para disponibilizadas pela distribuição 2

Anexos A. Resumo da informação recolhida sobre definições de sacos de utilização única e de sacos reutilizáveis B. Caracterização do ciclo de vida das alternativas em estudo C. Origem dos impactes principais por categoria de impacte para cada solução estudada D. Fluxograma da pontuação para cada solução estudada (SimaPro) E. Descrição do método de avaliação de impactes Eco-Indicator 99 H/A F. Principais características dos materiais estudados G. Resumo da informação recolhida sobre estratégias de redução do impacte ambiental associado ao consumo de sacos de plástico 3

1 Objectivo Identificar de medidas que permitam a redução progressiva do impacte ambiental resultante do consumo de sacos de plástico em Portugal. Identificar e avaliar soluções alternativas aos sacos disponibilizados em termos de ciclo de vida, funcionalidade e custos associados. Pretende-se nomeadamente: Avaliar o impacte ambiental associado ao consumo dos sacos de plástico (ACV); Definir critérios para distinção de sacos de utilização única e sacos reutilizáveis; Determinar o destino dos sacos de utilização única em Portugal; Calcular a contribuição dos sacos de plástico para o total de RSU produzidos; Definir uma metodologia para a determinação do impacte ambiental resultante dos diferentes tipos de sacos disponibilizados pela distribuição em Portugal; Avaliar alternativas aos sacos de plástico de utilização única em Portugal; Identificar e analisar um conjunto de medidas susceptíveis de contribuir para a redução do impacte ambiental resultante do consumo de sacos de plástico. 4

2 Metodologia a) Inquérito às empresas de distribuição Levantamento dos diferentes tipos de sacos disponibilizados ao consumidor. b) Recolha de informação sobre gestão de resíduos Identificar os destinos dados aos sacos de plástico; Traçar cenários de fim-de-vida para os sacos de plástico; Avaliar a contribuição dos sacos de plástico para o total de resíduos sólidos urbanos. c) Recolha de informação sobre soluções alternativas Identificar soluções alternativas aos sacos de plástico; Recolher informação sobre o ciclo de vida das soluções alternativas aos sacos de plástico. d) Avaliação do ciclo de vida (SimaPro 7.1; EcoInvent 2.0; Eco-Indicator 99) Avaliar o impacte ambiental associado ao consumo dos sacos de plástico; Avaliar o impacte ambiental associado às soluções alternativas aos sacos de plástico. 5

3 Distinção entre sacos de utilização única e sacos reutilizáveis Com base em: Directiva 94/62/EC relativa às embalagens e resíduos de embalagens Norma CEN EN 13429:2004 Embalagem Reutilização Inquérito - Características dos sacos utilizados em Portugal Anexo A - Resumo de definições de sacos de utilização única e de sacos reutilizáveis. Propõe-se que seja considerado: sacos de utilização única, sacos em PE com espessura inferior a 30 µm. sacos reutilizáveis, os sacos de PE deverão ter uma espessura superior a 30 µm, - valorização pelos consumidores, reduz o abandono no ambiente e promove a reutilização - Os sacos reutilizáveis deverão ter o seu custo transferido para o consumidor e ter implementado um sistema de retoma e troca gratuita. A retoma dos sacos quando estes estiverem inaptos para reutilização permitirá: redução do consumo de recursos naturais (renováveis e não renováveis), aumento das taxas de reciclagem. 6

4 Fim-de-vida dos sacos de plástico utilizados em Portugal Contactos iniciais: SPV e a Plastval. Valorsul, Tratolixo e Amarsul. Resultado: Ausência de informação específica relativa a sacos de plástico, Alguns dados aglomerados da categoria Filme, que inclui os sacos de PE. Contactos adicionais: APIP e cerca de 20 dos seus associados. APED Resultado: A APIP não dispõe de informação específica relativa a sacos de plástico e não obteve resposta dos seus associados. Uma estimativa anteriormente existente apontava para 20.000 toneladas/ano de sacos de plástico (2006-2007). A APED consultou os seus associados e chegou-se a uma estimativa de 39.400 toneladas de sacos de plástico comprados em 2006 7

4 Fim-de-vida dos sacos de plástico utilizados em Portugal SPV - 3.947.549 toneladas de RSU produzidos no ano 2006 em Portugal. SPV - 171.413 toneladas de embalagens de plástico colocadas no mercado no ano 2006. Estimativa - 39.400 toneladas de sacos de plástico comprados em 2006. Estima-se que: As embalagens de plástico representam no máximo 4,3% do peso dos RSU; Os sacos de plástico representam no máximo 1% do peso dos RSU. (0,5% dos RSU, utilizando a estimativa da APIP - 20.000 toneladas de sacos) Com base nos dados recolhidos, mas também porque não se encontrou qualquer evidência em contrário, assumiu-se que os sacos de plástico terão um fim-devida semelhante ao das embalagens de plástico presente na figura a seguir apresentada. 8

Fim-de-vida das embalagens de plástico em Portugal 9

Objectivo Comparar o desempenho ambiental em termos de ciclo de vida de um conjunto de soluções alternativas a disponibilizar pelas lojas de distribuição em Portugal aos seus clientes para o. Definição do âmbito Três tipos diferentes de lojas de distribuição: Hipermercados, Supermercados e Lojas Especializadas. Unidade Funcional: estabelece base para avaliação comparativa do impacte ambiental associado ao consumo dos sacos tradicionais e alternativas disponíveis. Escolha das alternativas soluções mais utilizadas nas lojas de distribuição em Portugal: sacos de plástico de utilização única e sacos de plástico reutilizáveis, sacos de plástico reutilizáveis e sacos de papel soluções ainda não tão utilizadas mas que começam a estar disponíveis no mercado: cabazes adaptáveis, trolleys, sacos biodegradáveis e sacos de nylon 10

Hipermercado Maior quantidade de compras, frequência mensal Unidade funcional - volume de compras efectuadas por uma pessoa num ano num hipermercado (um carrinho de hipermercado - 130 L - por mês) Saco HDPE 16L Saco HDPE 16L com aditivo pró-degradante Saco verde 24L Cabaz adaptável a carrinho de compras 40L Saco pano 10L Saco biopolímero 25L 11

Hipermercado Frequência mensal, volume anual de compras - 1.560 litros. Solução Volume (l) % vol. utilizada Capacidade útil (l) Quantidade total Saco HDPE (utilização única) 16 75 12 130 Saco HDPE com aditivo pró-degradante (utilização única) 16 75 12 130 Saco verde (reutilizável 4 vezes) 24 75 18 22 Saco verde (reutilizável 7 vezes) 24 75 18 13 Cabaz adaptável a carrinho de compras (sempre reutilizável) 40 90 36 4 Saco pano (sempre reutilizável) 10 75 7,5 18 Saco biopolímero (utilização única) 25 75 18,75 84 12

Supermercado Menor quantidade de compras, frequência semanal Unidade funcional - volume de compras efectuadas por uma pessoa num ano num supermercado (meio carrinho de supermercado - 110/2 = 55 litros - por semana) Saco HDPE 40L Saco HDPE 40L com aditivo pró-degradante Saco verde 24L Trolley 30L Saco pano 10L Saco biopolímero 25L Saco nylon 10L 13

Supermercado Frequência semanal, volume anual de compras - 2.860 litros. Solução Volume (l) % vol. utilizada Capacidade útil (l) Quantidade total Saco HDPE (utilização única) 40 75 30 96 Saco HDPE com aditivo pró-degradante (utilização única) 40 75 30 96 Saco verde (reutilizável 4 vezes) 24 75 18 40 Saco verde (reutilizável 7 vezes) 24 75 18 23 Trolley (sempre reutilizável) 30 90 27 2 Saco pano (sempre reutilizável) 10 75 7,5 8 Saco biopolímero (utilização única) 25 75 18,75 153 Saco nylon (sempre reutilizável) 10 75 7,5 8 14

Loja Especializada Menor quantidade de compras, frequência ocasional Unidade funcional - definida com base num volume médio de um saco de 14 litros, dada a diversidade de produtos dos diferentes tipos de lojas Saco LDPE 14L Saco LDPE 14L com aditivo pró-degradante Saco papel kraft 14L Saco PP 14L 15

Loja Especializada Frequência ocasional, volume pontual de compras - 14 litros. Solução Volume (l) Quantidade total Saco LDPE 14 1 Saco LDPE com aditivo pró-degradante 14 1 Saco papel kraft 14 1 Saco PP 14 1 16

Sistema em estudo Matérias-primas Origem, extracção e processamento de matériasprimas e componentes necessários para o fabrico das soluções em estudo; Fabrico das soluções em estudo; Meios de transporte envolvidos e distâncias percorridas; Fim-de-vida das soluções em estudo. Transporte Fabricante Transporte Centro de Distribuição Transporte Lojas São excluídas: Utilização das soluções em estudo; Utilização pelo consumidor Processos de impressão das soluções em estudo. Fim-de-vida Reutilização 17

Avaliação dos impactes do ciclo de vida Método de Avaliação do Ciclo de Vida - Eco-indicador 99 (SimaPro 7.1). 11 categorias de impacte distribuídas por 3 categorias de dano: Danos para a saúde humana Substâncias cancerígenas Efeitos respiratórios de compostos orgânicos Efeitos respiratórios de compostos inorgânicos Alterações climáticas Radiação Depleção da camada de ozono Danos para a qualidade do ecossistema Ecotoxicidade Acidificação e eutrofização Uso do solo Danos em recursos Depleção de minerais Depleção de combustíveis fósseis 18

Avaliação dos impactes do ciclo de vida - Hipermercado utilização de fertilizantes (plantação de algodão); uso do solo (plantação) produção de electricidade (fabrico tecido) uso do solo (plantação) consumo fuel e gás natural (produção de amido modificado) opção reutilizável reciclagem do alumínio opção reutilizável 19

Avaliação dos impactes do ciclo de vida - Supermercado utilização de fertilizantes (plantação de algodão); uso do solo (plantação) produção de electricidade (fabrico tecido) transporte do aditivo uso do solo (plantação) consumo fuel e gás natural (produção de amido modificado) opção reutilizável possível subavaliação do impacte opção reutilizável opção reutilizável possível subavaliação do impacte 20

Avaliação dos impactes do ciclo de vida Loja Especializada produção electricidade (fabrico fio PP) impacte positivo da reciclagem fabrico papel transporte 21

Análise de sensibilidade influência do período de tempo considerado na definição da unidade funcional algumas das soluções poderão ter um tempo de vida superior ao considerado novas avaliações: unidade funcional para período de 2 anos unidade funcional para período de 5 anos 22

Análise de sensibilidade: Avaliação dos impactes do ciclo de vida (2 anos) Hipermercado impactes associados ao ciclo de vida do saco de pano são mais importantes do que os ganhos obtidos por ser uma solução reutilizável soluções de utilização única vão-se tornando cada vez mais desfavoráveis, em especial o saco de biopolímero 23

Análise de sensibilidade: Avaliação dos impactes do ciclo de vida (5 anos) Hipermercado impactes associados ao ciclo de vida do saco de pano são mais importantes do que os ganhos obtidos por ser uma solução reutilizável soluções de utilização única vão-se tornando cada vez mais desfavoráveis, em especial o saco de biopolímero 24

Análise de sensibilidade: Avaliação dos impactes do ciclo de vida (2 anos) Supermercado desempenho relativo das soluções mais reutilizáveis melhora significativamente o saco de pano apresenta um desempenho mais favorável - características das compras efectuadas nos supermercados (maior frequência e menor quantidade de compras) soluções de utilização única vão-se tornando cada vez mais desfavoráveis, em especial o saco de biopolímero 25

Análise de sensibilidade: Avaliação dos impactes do ciclo de vida (5 anos) Supermercado desempenho relativo das soluções mais reutilizáveis melhora significativamente o saco de pano apresenta um desempenho mais favorável - características das compras efectuadas nos supermercados (maior frequência e menor quantidade de compras) soluções de utilização única vão-se tornando cada vez mais desfavoráveis, em especial o saco de biopolímero 26

Tipo de recursos Em geral, poderá considerar-se a utilização de recursos renováveis mais adequada aos objectivos do desenvolvimento sustentável do que a utilização de recursos não renováveis para a mesma finalidade. No entanto, é preciso ter em conta a taxa de utilização dos recursos renováveis, que terão de ser geridos de forma sustentável para que o impacte positivo seja efectivo Soluções que utilizam recursos renováveis: Saco de pano: plantação de algodão (agricultura intensiva); produção de electricidade para o fabrico do tecido. Saco de biopolímero: plantação de milho (efeito positivo nas alterações climáticas, agricultura intensiva); consumo de combustíveis fósseis e produção de electricidade e calor necessários a montante do fabrico do saco. A utilização de materiais agrícolas para a indústria compete com a sua utilização para a alimentação, comportando risco de aumento nos preços dos produtos alimentares. Saco de papel: gestão sustentável das florestas, reciclagem do papel, contributo positivo para alterações climáticas. O fabrico de papel continua a ser um processo altamente poluente e consumidor de água e combustíveis fósseis. 27

Risco de abandono de sacos problemas de poluição visual e aquática risco de sufoco para os animais Análise qualitativa Probabilidade de abandono dos sacos: Alta Média Baixa Persistência dos sacos no ambiente: Alta Média Baixa 28

Comparação de preços - Hipermercado Solução Custo ( ) Prazo entrega Origem Saco HDPE 18,30 3 semanas Europa, Ásia, EUA Saco HDPE com aditivo pródegradante 19,58 3 semanas Europa, Ásia, EUA Saco verde 100,00 1-2 dias Portugal Cabaz adaptável a carrinho de compras 677,10 20 semanas Ásia Saco pano 439,20 18 semanas Ásia Saco biopolímero 128,10 8 semanas Europa, Oceânia, EUA 29

Comparação de preços - Supermercado Solução Custo ( ) Prazo entrega Origem Saco HDPE 35,60 3 semanas Europa, Ásia, EUA Saco HDPE com aditivo pródegradante 38,09 3 semanas Europa, Ásia, EUA Saco verde 100,00 1-2 dias Portugal Trolley 2.543,70 20 semanas Ásia Saco pano 439,20 18 semanas Ásia Saco biopolímero 128,10 8 semanas Europa, Oceânia, EUA Saco nylon 494,10 20 semanas Ásia 30

Comparação de preços Loja Especializada Solução Custo unitário ( ) Saco LDPE 0,035 Saco LDPE com aditivo pródegradante 0,037 Saco papel kraft 0,925 Saco PP 0,423 31

Quadro-resumo Hipermercado Categorias impacte Eco- Indicator Saco HDPE Saco HDPE deg. Cabaz adapt. Saco pano Saco biopolímero Saco verde 4x Saco verde 7x Substâncias cancerígenas 100 100 70 443 43 90 53 Efeitos respiratórios compostos inorgânicos 100 134 128 1.772 174 97 57 Alterações climáticas 100 118 52 886 129 95 56 Ecotoxicidade 100 122 668 906 436 93 55 Acidificação e Eutrofização 100 152 189 1.869 230 99 59 Uso do solo 100 100 116 44.92 2 4.533 93 55 Depleção minerais 100 101-24.782 185 27 93 55 Depleção combustíveis fósseis 100 112 17 186 140 89 53 Tipo recursos NR NR NR R R NR NR Probabilidade abandono alta alta baixa baixa alta média média Persistência ambiente alta média alta baixa baixa alta alta Estimativa preços (unid. func.) 100 107 114 332 452 92 55 32

Quadro-resumo Supermercado Categorias impacte Eco-Indicator Substâncias cancerígenas Efeitos respiratórios comp. inorg. Saco HDPE Saco HDPE deg. Saco pano Saco biopolímero Saco nylon Saco verde 4x Saco verde 7x Trolley 100 100 104 42 25 86 50 134 100 135 414 166 22 93 53 297 Alterações climáticas 100 118 207 124 27 91 52 134 Ecotoxicidade 100 123 212 417 31 89 51 278 Acidificação e Eutrofização 100 154 436 220 25 95 55 237 Uso do solo 100 100 10.504 4.344 0 89 51 1.664 Depleção minerais 100 101 43 26 2 88 51 18 Depleção combustíveis fósseis 100 113 43 135 14 85 49 50 Tipo recursos NR NR R R NR NR NR NR Prob. abandono alta alta baixa alta média média média baixa Persistência ambiente alta média baixa baixa alta alta alta alta Est. preços (unid. func.) 100 107 200 1.116 225 117 67 290 33

Quadro-resumo Loja Especializada Categorias impacte Eco-Indicator Saco LDPE Saco LDPE deg. Saco papel Saco PP Substâncias cancerígenas 100 100 47 332 Efeitos respiratórios compostos inorgânicos 100 117 149 1.139 Alterações climáticas 100 109 95 615 Ecotoxicidade 100 122 422 566 Acidificação e Eutrofização 100 127 146 864 Uso do solo 100 100 6.628 347 Depleção minerais 100 101 392 37 Depleção combustíveis fósseis 100 107 56 211 Tipo recursos NR NR R NR Risco abandono média média baixa baixa Persistência ambiente alta média baixa alta Estimativa preços (unid. funcional) 100 107 973 238 34

6 Medidas para redução do impacte ambiental associado aos sacos de plástico Com base nas conclusões da ACV, procuraram-se medidas que reduzam o impacte ambiental sobretudo da fase de pré-produção: - Medidas que incentivem a substituição por soluções mais favoráveis; - Medidas que incentivem a reutilização dos sacos; - Medidas que incentivem a reciclagem dos materiais. Tendo também em consideração os conteúdos da tabela resumo das diversas estratégias nacionais na Europa e no resto do mundo, delinearam-se a seguintes alternativas: 1 Acordo voluntário para redução do impacte ambiental dos sacos de plástico. 2 Criação de legislação específica para redução do impacte ambiental dos sacos de plástico. 3 Transferência dos custos dos sacos de plástico, de utilização única, para os consumidores. 4 Proibição da importação, produção, distribuição e utilização de sacos de plástico com espessura inferior a 30 mícron. 35

6.1 Acordo voluntário para redução do impacte ambiental dos sacos de plástico. Acordo voluntário entre Governo, empresas de distribuição e associações empresariais. Estratégia individual para cada organização cumprir, até 2011, as metas estabelecidas. Previsão do seu potencial de redução: Reciclagem pelo menos 22,5% dos sacos de plástico colocados no mercado anualmente; Redução de 70 a 90% do consumo de sacos de plástico Constrangimentos: Adesão por parte dos distribuidores e cumprimento das metas estabelecidas. Clima de confiança empenho real de todos os intervenientes. Previsão de períodos necessários à implementação: 3 anos (médio prazo) Previsão de custos associados: Fundos governamentais de apoio ao acordo. Investimento de cada organização, dependerá da estratégia por si implementada. A venda dos sacos não está excluída e poderá servir para financiar a implementação. 36

6.2 Legislação específica para redução do impacte ambiental dos sacos de plástico. Elaboração de legislação específica que deverá incluir metas quantificáveis, indicadores, sistema de monitorização e comunicação dos resultados obtidos numa base anual. Previsão do seu potencial de redução: Reciclagem pelo menos 22,5% dos sacos de plástico colocados no mercado anualmente; Redução de 75 a 90% do consumo de sacos de plástico. Constrangimentos: Sistema de fiscalização e de penalização para eventuais incumprimentos Esclarecimento e sensibilização para promoção e aceitação dos objectivos e metas a cumprir, dirigida aos consumidores e empresas de distribuição. Previsão de períodos necessários à implementação: 3 anos (médio prazo) Previsão de custos associados: Investimento de cada organização, dependerá da estratégia por si implementada. A venda dos sacos não está excluída e poderá servir para financiar a implementação. 37

6.3 Transferência do custo dos sacos de utilização única para os consumidores. Esta tem sido a medida mais adoptada a nível mundial. Poderá ter um carácter obrigatório ou voluntário. Deve ser acompanhada por um reforço da disponibilização de alternativas que incentivem a reutilização, nomeadamente as soluções mais favoráveis resultantes da ACV deste estudo. Previsão do seu potencial de redução: Redução de 70 a 90% do consumo de sacos de plástico. Constrangimentos: Necessita de formação dos trabalhadores, especialmente os operadores de caixa. Necessita de uma campanha de sensibilização direccionada aos consumidores. Previsão de períodos necessários à implementação: 1 ano (curto prazo) Previsão de custos associados: Não se prevê custos adicionais se as acções forem incluídas noutras já previstas. O valor cobrado pelos sacos poderá constituir uma receita. 38

6.4 Proibição total de sacos de plástico com espessura inferior a 30 mícron. Medida já adoptada por vários países, estando prevista, para 2010, a sua concretização em França e na Itália. Poderá incentivar a utilização de sacos reutilizáveis no geral, que não deverão ser gratuitos, e terá de incluir um sistema de retoma, envio para reciclagem e troca gratuita dos sacos em fim de vida. Previsão do seu potencial de redução: Redução de 100% do consumo de sacos de plástico de utilização única. Constrangimentos: Sensibilização para a utilização responsável de sacos dirigida aos consumidores. Risco acrescido no caso de abandono no ambiente (espessura e tempo de degradação). Previsão de períodos necessários à implementação: 3 anos (médio prazo) Previsão de custos associados: Aumento dos custos de produção dos sacos quando comparado com os sacos de utilização única, dependente da solução escolhida. 39

40