FACULDADE DO LITORAL SUL PAULISTA - FALS IDENTIFICAÇÃO AUTOMÁTICA E CAPTURA DE DADOS RFID

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Transcrição:

FACULDADE DO LITORAL SUL PAULISTA - FALS IDENTIFICAÇÃO AUTOMÁTICA E CAPTURA DE DADOS RFID TIAGO BARBOSA DA ROCHA PRAIA GRANDE 2010

TIAGO BARBOSA DA ROCHA IDENTIFICAÇÃO AUTOMÁTICA E CAPTURA DE DADOS RFID Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial, para obtenção do Grau de Bacharel em Sistemas de Informação apresentado à Faculdade do Litoral Sul Paulista FALS, orientado pelo Professor Caio Alexandre Sales. FACULDADE DO LITORAL SUL PAULISTA PRAIA GRANDE 2010

TIAGO BARBOSA DA ROCHA IDENTIFICAÇÃO AUTOMÁTICA E CAPTURA DE DADOS RFID Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial, para obtenção do Grau de Bacharel em Sistemas de Informação apresentado à Faculdade do Litoral Sul Paulista FALS, orientado pelo Professor Caio Alexandre Sales., de de. Local data Parecer da Banca Examinadora: TCC - Aprovado ( ) Aprovado com Louvor ( ) Reprovado ( ) (nome, titulação e assinatura) (nome, titulação e assinatura) (nome, titulação e assinatura)

TIAGO BARBOSA DA ROCHA IDENTIFICAÇÃO AUTOMÁTICA E CAPTURA DE DADOS RFID Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial, para obtenção do Grau de Bacharel em Sistemas de Informação apresentado à Faculdade do Litoral Sul Paulista FALS, orientado pelo Professor Caio Alexandre Sales. AVALIAÇÃO: NOTA: ( ), de de. Local data

DEDICATÓRIA A Marinez e Manoel, meus pais, que com amor, admiração e gratidão por sua compreensão, carinho, presença e incansável apoio ao longo do período de elaboração deste trabalho.

AGRADECIMENTOS Ao nosso orientador, Caio Alexandre Sales, pela dedicação e empenho durante o processo de definição e orientação. Ao Prof. Paulo Cândido, que no decorrer desta nossa jornada, muito nos ensinou, contribuindo para o nosso crescimento científico e intelectual. A Faculdade do Litoral Sul Paulista FALS, pela oportunidade de realização do curso de graduação.

EPÍGRAFE Quatro coisas para o sucesso: Trabalhar e orar, pensar e acreditar. (Dr. Norman Vincent Peale)

RESUMO O trabalho irá abordar as características tecnológicas da tecnologia RFID. O leitor é o componente de comunicação entre o sistema RFID e os sistemas externos de processamento de informações. A tecnologia dos leitores depende do tipo de etiqueta (tag) e das finalidades dos mesmos. Já os avançados tem funções para verificar (check) a paridade de erro e correção de dados. PALAVRAS-CHAVE: RFID; AVANÇADOS; SISTEMAS.

ABSTRACT The work will address the technological characteristics of RFID technology. The reader is the component of communication between the RFID system and external systems for information processing. Technology readers depends on the type of label (tag) and the purposes thereof. Already has the advanced functions to verify (check) the parity error and data correction. KEYWORDS: RFID; RADIO; SYSTEMS.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 Exemplo de comunicação RFID...16 Figura 2 Centro de fabricação da HP...26

LISTA DE SIGLAS RFID 2D MIT RAF EPC CDB GPA CeBit Radio Frequency Identification Two Dimensional Massachussetts Institute of Technology Força Aérea Real Electronic Product Code Companhia Brasileira de Distribuição Grupo Pão de Açúcar Centrum der Büro-und Informationstechnik

SUMÁRIO INTRODUÇÃO...13 1 O QUE É O RFID...14 1.1 RFID É IGUAL AO CÓDIGO DE BARRAS?...15 1.2 RFID NO BRASIL...16 2 PRIVACIDADE...19 3 PADRONIZAÇÃO...20 4 LIMITES E PERSPECTIVAS DA TECNOLOGIA...21 5 EMPRESAS QUE INVESTEM PESADO NA TECNOLOGIA...22 6 RFID NO PORTO DE SANTOS...23 7 POR QUE O RFID JÁ DEU CERTO?...24 7.1 A EXCELÊNCIA DA HP...25 7.2 IMPLANTAÇÃO NO BRASIL...27 7.3 RESULTADOS OBTIDOS PELA HP...29 7.4 CANON...30 7.5 POR QUE DEU CERTO COM A CANO?...31 8 A PRIMEIRA PATENTE DO RFID...32 9 CONTROLADORES RFID...34 10 USO HOSPITALAR COM O RFID...35 11 USO DO RFID EM BIBLIOTECA...38 12 SEGURANÇA DO RFID...39 12.1 VULNERABILIDADES E AMEAÇAS DO RFID...40 CONCLUSÃO...41 BIBLIOGRAFIA...42

INTRODUÇÃO Há vários tipos de leitura para a identificação, o que é mais utilizado é armazenar um número de série que autentique uma pessoa ou produto, ou qualquer outra informação, em um microchip. Hoje o RFID não é utilizado no lugar do código de barras, pois ela é um método da tecnologia de transformação ajuda a reduzir desperdício, diminui roubos, ajudar na logística e potencializa a produtividade. As maiores vantagens dos sistemas RFID é permitir a codificação em ambientes hostis e em produtos onde o uso de código de barras não é eficaz. Ao longo deste trabalho as informações e aplicações desta tecnologia serão desmistificadas.

1 O QUE É O RFID? RFID é a sigla para Radio Frequency Identification, ou Identificação por Radiofreqüência. Trata-se de uma tecnologia em ascensão que foi desenvolvida pelo Massachussetts Institute of Technology (MIT), nos EUA, e que utiliza ondas eletromagnéticas para acessar dados armazenados em um microchip. A solução é descendente da tecnologia dos transponders que foram utilizados pelos ingleses na 2ª Guerra Mundial. O transponder ainda é usado e funciona recebendo e transmitindo sinais quando uma pergunta, em forma de pulso eletrônico, é feita. Quando foi utilizado na 2ª Guerra, ele identificava os aviões da Royal Air Force (RAF Força Aérea Real). Assim, quando uma aeronave surgia no radar e não respondia com seu transponder, ela era identificada como inimiga e abatida. O RFID pode ser visto como um transponder muito mais bara to e simples e que por isso pode ser usado para identificar praticamente qualquer coisa. Como um CPF ou RG, a parte de identificação do RFID é composta por um conjunto de números. Cada chip tem um código eletrônico de produto que é único (também conhecido como EPC Electronic Product Code) e que pode ser consultado por meio de antenas de radiofreqüência. Ou seja, quando a etiqueta é colada em uma lata de refrigerante, uma televisão, um cachorro ou uma pessoa, a etiqueta, ou tag, transmite a informação para antenas com freqüência compatível e essas antenas ativam o chip, eletronicamente, identificando o produto.

1.1 RFID É IGUAL AO CÓDIGO DE BARRAS? O código de barras define uma unidade de estoque. Por exemplo, para todas as latas de 300g de massa de tomate há um único código. Já no RFID cada etiqueta tem um EPC, ou um número único o que facilita o controle de estoque e o rastreamento dos produtos. O RFID pode resgatar qualquer informação vinculada a um produto devidamente etiquetado com o chip.

1.2 RFID NO BRASIL O baixo custo do RFID possibilita a ampliação do número de aplicações da tecnologia. O custo é relativamente baixo, cerca de R$ 0,10 por chip etiquetado. No Brasil, o sistema de cobrança de pedágio Sem Parar que permite o trânsito livre de veículos por pedágios e estacionamentos de shoppings utiliza a tecnologia RFID. O carro, quando passa, é identificado e ao final do mês, o dono daquela identidade eletrônica recebe uma conta do que foi consumido com a tal etiqueta. Figura 1 Exemplo de comunicação RFID

A antena emite sinais de rádio para ativar o Tag, ler e escrever dados. A antena é o canal entre o Tag e o transceptor, que controla a aquisição de dados e comunicação do sistema. A antena pode ter várias formas e tamanhos e pode ser instalada em locais como portas, para captar os dados de pessoas ou objetos identificados com tags que passam através dela, ou montada em uma cabine de pedágio para monitorar o tráfego em uma auto-estrada, por exemplo. O campo eletromagnético produzido por uma antena pode ser constante, mas se a leitura contínua não for necessária, o campo pode ser ativado por um sensor. E o RFID começa a ganhar espaço no varejo brasileiro. A Companhia Brasileira de Distribuição (CDB), que faz parte do Grupo Pão de Açúcar (GPA), e as empresas Gillette, Procter&Gamble, CHEP e Accenture realizaram um projeto-piloto com o uso de RFID no Brasil. O Grupo Pão de Açúcar participou com sua estrutura de distribuição, a Gillette e a Procter&Gamble contribuíram com seus produtos. Já a CHEP e a Accenture ficaram com a infra-estrutura e a consultoria tecnológica do projeto. A primeira fase do projeto foi concluída em fevereiro de 2005 e durou cinco meses. O projeto envolveu cerca de 1000 paletes, plataformas nas quais são armazenadas as caixas dos produtos. Esses produtos receberam etiquetas RFID e foram monitorados durante o processo de transporte da área de armazenamento até as lojas do Grupo Pão de Açúcar. Ou seja, nessa fase, não foi testado o uso do RFID em pontos-de-venda. "Esse experimento será importante para o desenvolvimento gradual do mercado, que precisa se preparar e se adequar com novas ferramentas para atender as mudanças que esse conceito provocará na cadeia de suprimentos", afirma Ney Santos, diretor de Tecnologia da CBD. Todos os dados de controle de entrega foram armazenados em um aplicativo comum aos participantes do projeto. Com isso, foi possível acompanhar o ciclo dos pedidos, montar inventários em tempo real, inibir o roubo de cargas, identificar em qual fase do processo de entrega houve danos aos paletes e produtos e facilitar o planejamento da encomenda de novos produtos. "Os custos para a implantação total desse novo sistema no país são elevados, mas há de se buscar formas alternativas e criativas para solucionar a questão", declara Santos.

Em países como os EUA e a Alemanha, o RFID já é usado para controle de estoque. Com o uso dessas etiquetas, será possível registrar automaticamente quando e o quê os consumidores selecionam nas gôndolas. Assim, a solicitação para reposição imediata do produto comprado é feita automaticamente. Isso reduz custos operacionais de administração de estoques, explica Regiane. Outra utilidade já dada às etiquetas é a prevenção de furtos em lojas, shoppings e supermercados. A idéia é que os caminhões e as mercadorias possuam os tags. Assim será possível rastrear a mercadoria durante todo o processo de distribuição. Isso também ajuda a evitar o roubo de cargas, uma vez que os veículos poderão estar integrados a um sistema de rastreamento por satélites, completa a professora.

2 PRIVACIDADE Mas à medida que cresce o uso da tecnologia RFID, aumentam também as discussões éticas que envolvem o tema. As etiquetas em si não têm capacidade para armazenar dados pessoais dos consumidores; elas apenas guardam um número que possibilita a identificação de um produto adquirido por essas pessoas. A polêmica, porém, tem início quando as lojas começam a associar o comprador ao produto sem o seu consentimento - o que pode ser feito também, mas não somente, com a tecnologia RFID. Abre-se um canal para que cartões bancários sejam enviados sem solicitação, e que promoções indesejadas sejam oferecidas sem prévio consentimento do usuário.

3 PADRONIZAÇÃO Ainda não há definição legal quanto à padronização da tecnologia o que facilitaria o estabelecimento de um regulamento ético a ser seguido. A EPCglobal é uma das entidades mundiais sem fins lucrativos que defende a padronização da identificação por radiofreqüência. A GS1 também trabalha para o estabelecimento de padrões de uso para a tecnologia. A proposta para um padrão único já existe e está sendo discutida mundialmente, conta Roberto Matsubayashi, gerente de soluções da GS1 Brasil. O executivo explica que as especificações surgem à medida que a tecnologia é implantada. As empresas explicam o que precisam, como maiores distâncias de leitura das etiquetas, novas chaves para criptografia, ou maior taxa de transferências de dados, e a gente tenta elaborar um padrão que dê conta de todas essas necessidades, diz. A privacidade do consumidor também é levada em conta quando se discute o assunto e que um Comitê de Políticas Públicas foi criado para tratar de questões que envolvem o assunto. Os produtos que usam a tecnologia deverão contar com algum tipo de selo que informe o cliente que sobre o uso de etiquetas RFID, por exemplo, conta. Inutilizar a etiqueta assim que ela sai da loja é outra medida que, segundo o executivo, é válida para proteger o comprador. Quanto à segurança no uso da tecnologia, Regiane Relva lembra que a tecnologia está exposta. Como é baseada em redes sem fio o RFID está sujeito às invasões de hackers e vírus, alerta Relva.

4 LIMITES E PERSPECTIVAS DA TECNOLOGIA Segundo Regiane Relva, uma série de dificuldades tecnológicas ainda tem de ser superadas para que o RFID conquiste mais espaço no mercado. Entre os obstáculos, está dificuldade de leitura e gravação de dados em ambientes próximos a metais ou líquidos - supermercados, por exemplo. Alguns desses problemas foram constatados no projeto piloto conduzido pelo Grupo Pão de Açúcar. Docas metálicas, líquidos e gel atrapalharam a leitura de dados, o que exigiu o reposicionamento das antenas de captação de sinal. Mesmo assim, o índice de leitura obtido foi de 97%, segundo o Pão de Açúcar. Para Regiane Relva, ainda há vários detalhes a acertar, mas o RFID já está engatinhando e quase aprendendo a andar, comemora. Muitos dos novos usos da solução foram apresentados durante a CeBIT 2006, uma das maiores feiras de tecnologia do mundo que acontece anualmente em Hannover, na Alemanha. Uma delas é a geladeira do futuro. Com um leitor de chips RFID, o eletrodoméstico identifica os produtos estocados e avisa ao usuário quando um produto com a etiqueta está acabando ou perderá a validade. Já a máquina de lavar roupas do futuro identifica a roupa pelo chip e avisa ao usuário qual ciclo da máquina deve ser utilizado para não estragá-la. Outra novidade que se vale da tecnologia é o provador do futuro. Trata-se de um espelho que interage com o público à medida que as roupas etiquetadas são retiradas das gôndolas. A idéia do protótipo é que no futuro, o próprio cliente seja escaneado dos pés à cabeça e que ele se veja vestido com as roupas sem ter que experimentá-las.

5 EMPRESAS QUE INVESTEM PESADO NA TECNOLOGIA A revolução prometida pela tecnologia da Radio Frequence Identification (RFID) vem ganhando espaço no orçamento das grandes empresas de varejo, distribuição, logística e fabricantes de produtos voltados ao consumidor final. A conclusão é de uma pesquisa realizada recentemente pela consultoria Deloitte em parceria com a norte-americana Retail Systems Alert Group. A pesquisa envolveu 90 grandes grupos empresariais de todo o mundo, 60% dos quais são redes varejistas, 26% fabricantes, 11% distribuidores e 3% transportadores (logística). Entre as empresas participantes da pesquisa que faturam anualmente a partir de US$ 5 bilhões, 25% afirmam estar investindo entre US$ 500 mil e US$ 10 milhões em projetos para adoçado de RFID em suas operações (dados extraídos entre junho de 2004 e maio de 2005. No entanto, o levantamento indica uma redução nos aportes feitos por organizações de menor porte nesta área. Apesar de a maioria das empresas entrevistadas revelar investimentos abaixo de US$ 500 mil, o relatório da pesquisa indica que esses montantes podem aumentar substancialmente a partir do próximo ano fiscal, à medida em que a tecnologia passar a compor os processos logísticos das maiores corporações. Cerca de 70% das companhias ouvidas têm a expectativa de que a RFID levará a algum incremento nas vendas já nos primeiros cinco anos de sua adoção. Em contrapartida, o nível mais baixo de projeção está entre os fabricantes: 56% deles acreditam que a rádio freqüência incrementará em muito pouco suas vendas. Ao todo, 80% dos distribuidores apostam que a RFID permitirá acelerar o processamento de pedidos e pagamentos, diferentemente dos fabricantes, entre os quais, 44% demonstram o mais baixo grau de expectativa em relação a isso. Mesmo com o relativo otimismo em todos os segmentos, a maior parte das empresas pesquisadas, especialmente os distribuidores e varejistas de menor porte, afirmam não possuir um plano estruturado, até o momento, para a implementação da tecnologia, mesmo entre aqueles que já investem nas soluções.

6 RFID NO PORTO DE SANTOS Já está em operação o projeto piloto de controle de containeres por radiofreqüência da importadora de café Sara Lee no porto de Santos (SP). A medida é parte do programa norteamericano "Operação de Comércio Seguro", cujo objetivo é aumentar a segurança no transporte de produtos por containeres que chegam aos portos do país. O projeto foi desenvolvido no Brasil em conjunto com as autoridades portuárias de New Jersey e New York, e é considerado "piloto" por ser um teste das soluções que poderão ser adotadas pelo governo norte-americano como padrão de importação de mercadorias por containeres. A mercadoria é etiquetada e monitorada desde o carregamento do container até o momento em que chega aos Estados Unidos. Com a ajuda do sistema, é possível comunicar rapidamente se houve alguma violação na carga durante o trajeto até New Jersey. O objetivo é evitar tentativas de violação dos containeres, garantindo a segurança da mercadoria, e agilizar o processo de liberação da mercadoria nos portos americanos, já que as autoridades locais são constantemente avisadas das condições do transporte. O levantamento da cadeia de suprimentos da Sara Lee foi feito em janeiro deste ano pela Unisys. Além da rota Santos/New Jersey, o governo dos EUA selecionou outras 17 rotas, em todo o mundo, para a realização dos projetos-piloto de Operação de Comércio. Os projetos-piloto deverão ser oficializados em 2015, prazo estipulado pelo governo norte-americano. A partir daí, o governo poderá definir as regras e os padrões para o controle de importação de containeres pelos EUA. Atualmente, mais de 21 mil containeres chegam aos portos dos Estados Unidos todos os dias, e, segundo a agência norte-americana, os mecanismos de segurança utilizados nos portos até hoje ainda são muito vulneráveis.

7 POR QUE O RFID JÁ DEU CERTO? O que mais se ouve pelos corredores das empresas brasileiras sobre a identificação por radiofrequência é que a tecnologia é cara e pouco funcionalidade em alguns produtos permanece uma dúvida. Entretanto, algumas empresas enxergaram além dos mitos que cercam a tecnologia e resolveram arriscar, colocar a mão na massa e experimentar as vantagens e as desvantagens da tecnologia no próprio dia a dia. Umas com intuito de se preparar para o futuro, outras para ganhar produtividade em determinadas etapas de suas operações. A HP e a Canon são algumas dessas empresas que conquistaram não só excelentes resultados com variável, principalmente porque o preço das tags (etiquetas) ainda é elevado e a implementação da RFID, como romperam paradigmas em relação à tecnologia de identificação.

7.1 A EXCELÊNCIA DA HP Responsável por um centro de excelência em RFID, localizado em Sorocaba, interior de São Paulo, a Hewlett-Packard ou apenas HP, como é popularmente conhecida, deu início ao estudo dessa tecnologia praticamente por curiosidade. Afinal, em 2002, quando a empresa começou os primeiros investimentos para compreender a RFID, ainda não havia os padrões estabelecidos pelo EPC Global (associação do código eletrônico de produtos) e poucas informações abordavam todas as possibilidades da tecnologia. O que parecia um problema para a HP, na verdade se tornou uma vantagem, pois a falta de informações, equipamentos e estudos sobre o assunto incentivaram a fabricante a investir em meios para produzir seu próprio conhecimento sobre radiofrequência. Não demorou muito para a empresa ter certeza de que estava no caminho certo. Cerca de um ano depois, em 2003, a matriz da rede norte-americana Wal-Mart enviou um mandatário a boa parte de seus fornecedores, informando que a partir daquele ano só embarcariam produtos para a rede os fabricantes que já utilizassem a radiofrequência. Nessa época, a HP já tinha desenvolvido dois projetos-pilotos voltados para a produção no intuito de avaliar diferentes fornecedores de hardware, etiquetas, middleware e principalmente a capacidade de integração dos sistemas de chão de fábrica e do WMS dos operadores logísticos que a atendiam. Os estudos de RFID ganharam outro rumo ao desembarcar no Brasil. Antes concentrados na Europa e nos Estados Unidos, onde a planta produtiva da empresa é fragmentada, ou seja, cada país é responsável por uma etapa da produção, os estudos de radiofrequência precisavam de uma avaliação completa e que abrangesse todas as fases da produção. Sorte do Brasil: única sede da multinacional (terceirizada para a Flextronics) que detém toda a linha de produção de impressoras, o país logo foi incentivado a implementar pilotos de RFID em sua fábrica. Em 2005, os primeiros resultados das pesquisas realizadas no País foram apresentados à presidência da HP para a América Latina, que se animou com os ganhos de produtividade apontados pelo estudo. Os responsáveis pelo projeto resolveram aproveitar a oportunidade para aconselhar a implementação das etiquetas de radiofrequência não apenas na área de

produção, mas no produto final também. Segundo Marcelo Pandini, gerente de estratégia de operação e logística de manufatura, um dos responsáveis pelo projeto, a ideia foi aceita pela presidência com uma condição: a leitura por radiofrequência deveria ser implementada em toda a cadeia. De acordo com Marcelo, a fábrica brasileira era ideal para esse projeto, pois além de ter toda a linha produtiva na mesma região, mantinha um volume de produção pequeno se comparado ao das outras unidades da empresa. A partir desse desafio, a HP criou um centro de estudos de RFID, com laboratórios capazes de dar suporte às pesquisas e aos testes práticos e multivariados. Não por acaso, a fabricante logo se tornou referência nessa tecnologia e passou a fornecer conhecimento, por meio de palestras e visitas ao Centro de Excelência em RFID. Marcelo relata que, além das filiais da HP ao redor do mundo, outras indústrias costumam consultar a HP com intuito de levantar informações quanto à implementação de RFID em suas empresas. Figura 2 Centro de fabricação da HP

7.2 POR QUE DEU CERTO COM A HP? Rompendo os tabus: a empresa não desistiu do projeto mesmo com os desafios que a radiofrequência impõe. O preço foi um deles. A HP não se intimidou com o senso comum de que a tecnologia é cara e foi em busca de soluções com preços mais acessíveis, tanto que no início da utilização das tags a empresa pagava US$ 1 e atualmente paga US$ 0.10 por tag. Segundo Marcelo, a HP também se preocupou em ajudar empresas brasileiras a desenvolver a fabricação de etiquetas eletrônicas. Inclusive, de acordo com Marcelo, vigora desde 2008 uma lei federal de incentivo aos fabricantes brasileiros que desenvolverem tags eletrônicas. Muito se falava sobre a improbabilidade da leitura da etiqueta em material que contenha metal, realidade de muitos produtos fabricados pela HP. Mesmo assim, a empresa viabilizou diversos testes até encontrar a melhor solução para que o metal das impressoras não atrapalhasse a radiofrequência. Os testes implicam identificar uma etiqueta com alta capacidade de leitura (formato da antena), o melhor posicionamento dentro do produto, os componentes que podem ficar perto da tag, etc. Segundo Marcelo, o metal hoje já não é uma limitação para a radiofrequência dentro da HP. A tecnologia de radiofrequência é reconhecida na HP como um projeto e não só como uma ferramenta de manufatura e logística. Segundo Marcelo, criou-se a cultura de que nenhum estudo de RFID termina quando se encontra um bom resultado. Pelo contrário, ele continua num processo de evolução até que novas possibilidades possam ser apresentadas. Testando na prática: mais do que pesquisas e estudos sobre RFID, a HP faz constantes testes práticos em seus laboratórios e, inclusive, no próprio chão de fabrica e no armazém. Os testes avaliam diversas possibilidades de implementação da tecnologia, os formatos de antena das etiquetas, a capa-cidade de leitura dos equipamentos in loco, entre outros itens. Relacionando-se com o mercado: a HP não se fechou para o mercado quan-do deu início aos estudos de RFID. A empresa entendeu que era importante manter o relacionamento com os fornecedores, o meio acadêmico e outras indústrias, afinal a concorrência muitas vezes pode levantar dúvidas que ainda não são a realidade da HP, mas muito podem acrescentar para as pesquisas. A HP também acompanhou o processo de padronização do

EPC Global e se tornou uma das empresas de maior representatividade no grupo, obtendo o reconhecimento como Centro de Excelência em RFID.

7.3 RESULTADOS OBTIDOS PELA HP Além de ganhar destaque como centro de referência, a HP também conseguiu agilizar a operação e reduzir as perdas. Os produtos perecíveis, como os cartuchos de impressora, passaram a ser facilmente identificados e deixaram de vencer no estoque. A empresa também reduziu em 12% os tempos de embarque dos produtos e em 17% os tempos de inventário e eliminação dos erros de registro das transações, além de implementar o realtime na movimentação interna dos produtos, resultado da agilidade das transações sistêmicas. Para a HP, o grande ganho é a eliminação de análises da operação por meio de médias, tornando as avaliações e as ações mais precisas e focadas. Com a radiofrequência em toda a cadeia, elimina-se as médias e ajustamos a operação de acordo com números exatos.

7.4 CANON A fabricante de equipamentos eletrônicos mantém no Brasil o segmento de locação de impressoras para grandes empresas, serviço também conhecido como outsourcing. Insatisfeita por recolher dos clientes impressoras modificadas e com peças de baixa qualidade instaladas erroneamente pelo próprio cliente e sem seu consente-mento, a Canon resolveu implementar a tecnologia de radiofreqüência para detectar, na entrada do produto na fabricante, se as peças que foram registradas na saída se mantinham nas máquinas ou tinham sido alteradas. A Seal, empresa especializada em implementação de RFID, instalou todo o sistema de radiofrequência na sede da Canon. As tags foram afixadas às principais peças das impressoras e os resultados foram percebidos não só na segurança das peças, mas também na área de estocagem dos equipamentos, que puderam ser localizados com maior precisão. Para a Canon, os ganhos permitiram à empresa detectar possíveis gargalos na separação, montagem, revisão e despacho de produtos.

7.5 POR QUE DEU CERTO COM A CANON? Antes de dar início a implementação da tecnologia, foram avaliadas todas as etapas do projeto, para que a fase dos testes fosse certeira. Além de implementar as etiquetas eletrônicas nas principais peças das impressoras, a Seal precisou encontrar uma solução para relacionar a leitura das etiquetas com os metais e os cartuchos de tinta das máquinas sem criar conflitos ou que bloqueios para a passagem do sinal de radiofrequência. Para isso a empresa criou caixas de isolamento de espuma para impedir que o sinal enviado para as etiquetas pudesse se dissipar nos metais próximos a ela. Outro desafio da Seal era encontrar uma forma de instalar a tag sem que ela pudesse ser facilmente identificada e assim alterada ou danificada pelo cliente. A empresa estudou todas as peças das impressoras, com cilindros e roletes, para identificar e testar o local mais viável para a leitura. Configurada a localização, não divulgada pela empresa, a Seal elaborou um relatório similar a um manual para que os montadores de impressoras pudessem identificar o local correto de anexar a tag, pois qualquer alteração poderia proporcionar erros de leitura. Por essa razão, este é mais um exemplo de busca por alternativas capazes de tornar realidade a tecnologia de RFID.

8 A PRIMEIRA PATENTE DO RFID Mario W. Cardullo solicitou a patente para uma etiqueta ativa de RFID com uma memória regravável em 23 de janeiro de 1973. No mesmo ano, Charles Walton, um empreendedor da Califórnia, recebeu a patente por um transponder que recebia os dados para destravar uma porta sem a utilização de uma chave. Um cartão com um transponder embutido comunicava-se com um receptor localizado perto da porta. No momento em que o receptor detectava um número de identificação válido armazenado na etiqueta RFID, a porta era destravada através de um mecanismo. O governo dos Estados Unidos também tem voltado atenção para os sistemas RFID. Na década de 1970, o laboratório nacional de Los Alamos teve um pedido solicitado pelo departamento de energia para desenvolver um sistema para rastrear materiais nucleares. Um grupo de cientistas idealizou um projeto onde seria colocado um transponder em cada caminhão, e nele corresponderia com uma identificação e potencialmente outro tipo de informação, como, por exemplo, a identificação do motorista. No começo da década de 90, engenheiros da IBM desenvolveram e patentearam um sistema de RFID baseado na tecnologia UHF (Ultra High Frequency). O UHF oferece um alcance de leitura muito maior (aproximadamente 6 metros sobre condições boas) e transferência de dados mais velozes. Apesar de realizar testes com a rede de supermercados Wal-Mart, não chegou a comercializar essa tecnologia. Em meados de 1990, a IBM vendeu a patente para a Intermec, um provedor de sistemas de código de barras. Após isso, o sistema de RFID da Intermec tem sido instalado em inúmeras aplicações diferentes, desde armazéns até o cultivo. Mas a tecnologia era muito custosa comparada ao pequeno volume de vendas, e a falta de interesse internacional. O RFID utilizando UHF teve uma melhora na sua visibilidade em 1999, quando o Uniform Code Concil, o EAN internacional, a Procter & Gamble e a Gillette se uniram e estabeleceram o Auto-ID Center, no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Dois professores, David Brock e Sanjay Sarma, têm realizado pesquisas para viabilizar a utilização de etiquetas de RFID de baixo custo em todos os produtos feitos, e rastreá-los. A ideia

consiste em colocar apenas um número serial em cada etiqueta para manter o preço baixo (utilizando-se apenas de um micro-chip simples que armazenaria apenas pouca informação). A informação associada ao número serial de cada etiqueta pode ser armazenada em qualquer banco de dados externo, acessível inclusive pela Internet.

9 CONTROLADORES RFID O controlador de RFID é o dispositivo de interface que controla todo o sistema periférico de RFID (antena ou leitora e transponders) além da comunicação com o resto do sistema ou host. O Middleware desenvolvido para a integração de aplicações RFID muitas vezes passa despercebido por rodar em background no sistema, ele é o responsável pela depuração das informações recebidas pelas antenas (eliminando redundâncias, etc) e convertendo essas informações em algo que o sistema do usuário possa interpretar. Entendase por sistema um software de WMS, SAP, Microsiga, etc. O middleware permite uma fácil integração com o sistema legado e facilita consideravelmente a implantação de projetos. Toda a inteligêngia em administrar Idepotência, RSSI e outras funcões do RFID já estão inclusas nesse middleware.existem vários controladores de RFID disponíveis para vários protocolos de comunicação. Os sistemas de RFID também podem ser definidos pela faixa de frequência em que operam: Sistemas de Média e Alta Frequência (30 a 500 KHz): Para curta distância de leitura e baixos custos. Normalmente utilizado para controle de acesso, localização e identificação. Sistemas de Ultra Alta Frequência (850 a 950 MHz e 2,4 a 2,5 GHz): Para leitura em médias ou longas distâncias e leituras em alta velocidade. Normalmente utilizados para leitura de tags em veículos ou recolha automática de dados numa sequência de objectos em movimento. Um exemplo de aplicação é a via verde, sistema de pagamento electrónico da BRISA, Autoestradas de Portugal.

10 USO HOSPITALAR COM O RFID Pesquisadores da área de saúde sugerem que um dia um pequeno chip RFID implantado embaixo da pele, poderá transmitir seu número e automaticamente acessar um completo registro de sua saúde. Funcionários do hospital, remédios e equipamentos também podem ser etiquetados, criando um potencial de administração automática, reduzindo erros e aumentando a segurança. O RFID pode criar ambientes mais seguros e confortáveis para pacientes em hospitais de varias maneiras. Uma das maneiras mais usadas já nos Estados Unidos é o uso de pulseiras acopladas com tags RFID (pulseiras inteligentes) em bebes recém nascidos. Para sempre garantir que aquele bebe pertence a aquela mãe e que eles não estão sendo transportados para fora do hospital sem devida permissão. Alem disso, um alarme sonoro é ativado se as pulseiras são quebradas,como se tivessem sido retiradas sem autorização. O uso de pulseiras inteligentes em pacientes pode ter uso bem mais sofisticados, como alem de identificar um paciente especifico, conter todo seu histórico de saúde incluindo remédios que deveria tomar. Este pequeno banco de dados portátil poderia conter informações como tipo de sangue, alergias, doenças passadas. Novos dados também poderiam ser gravados nas pulseiras inteligentes em tempo real de consulta. Assim dando aos médicos e enfermeiras informações verdadeiras em tempo real. Outras aplicações médicas: existem os implantes de tags em humanos que contém toda a informação de um paciente, podendo ser facilmente lida por um médico assim que o paciente chega ao hospital. Uma outra interação com a área médica pode ser no uso de lentes especiais com um transponder implantado no olho de um paciente com glaucoma. Muitos hospitais têm começado a adotar sistemas RFID ativos com o objetivo de localizar peças de equipamentos quando o pessoal médico os necessita. Esta rastreabilidade serve a dois propósitos. Primeiro, o pessoal médico, especialmente enfermeiros, pode gastar menos tempo caçando" equipamentos de que precisam, o que faz com que dediquem proporcionalmente mais tempo de atenção direta aos pacientes. Em segundo lugar, os

hospitais podem utilizar de forma mais eficiente os equipamentos que têm, gerando menos despesas relativas à locação e aquisição de equipamentos adicionais. Tais sistemas RFID tem sido chamado de "sistemas de localização interna. Outros hospitais começaram a adotar RFID ativo para identificar e localizar pacientes e membros da equipe. Por exemplo, dispositivos RFID foram incorporados em pulseiras de identificação de pacientes para que o pessoal médico possa identificá-los eletronicamente antes de cirurgias e transfusões sanguíneas, e antes de administrar medicamentos. Além disso, estes sistemas foram implementados com o objetivo de localizar e acompanhar movimentos e fluxos de pacientes e de materiais através do hospital. A equipe médica recebe etiquetas RFID ativas incorporadas em crachás, a fim de recolher dados sobre presença e encontrar ineficiências nas operações hospitalares. Estes últimos tipos de sistemas têm sido implementadas principalmente em prontos socorros e centros cirúrgicos, que são locais onde há grandes volumes de pacientes e os riscos crescentes de erro médico. No Huntsville Hospital, que fica no estado do Alabama (EUA), a tecnologia de etiquetas de identificação por radiofreqüência (RFID) está ajudando o departamento operatório a ficar alerta. Com o sistema de RFID passivo instalado, o setor se tornou mais eficiente e cuidadoso, porque os pacientes são identificados com precisão em cada etapa que percorrem durante sua estadia. Segundo o RFID Journal, que veiculou a informação, o Huntsville está usando o sistema da Aionex, o Advanced Patient Response Platform (APRP), um software de comunicação integrada e de transações que pode monitorar acompanhantes e ajudar a manter o alerta nos pacientes. O sistema, segundo a reportagem, impulsiona as etiquetas SkyeTek passive 13.56 MHz e pode obedecer com ISO 15693, ISO 14443 e ISO 18000-3. As etiquetas estão embutidas em adesivos e em chaves discretas, que são colocadas nos pacientes assim que eles chegam ao departamento cirúrgico, podendo ser lida desde pelo anestesista até o médico responsável pelos cuidados pós-cirurgicos. O adesivo é codificado com um único número de identificação que é correlacionado com o nome ou outras informações do paciente na base de dados do Aionex. Na medida em que

avança no processo cirúrgico, as enfermeiras escaneiam a etiqueta e o número de identificação é automaticamente colocada em um quiosque próximo com uma CPU embutida, com tela touch-screen, cartão Wi-FI e escaner RFID. De acordo com o RFID Journal, cerca de um ano atrás o Hospital começou a testar o sistema com poucas enfermeiras. Depois de alguns meses, o sistema funcionou primeiro em quartos pré-operatórios, na seqüência partiu para salas de operação e finalmente chegou ao pósoperatório. Hoje o Hospital usa 2,4 mil etiquetas de RFID por mês em forma de adesivos e 25 chaves chaves, entregues aos anestesistas no começo do projeto.

11 USO DO RFID EM BIBLIOTECA Nas bibliotecas e centros de informação, a tecnologia RFID é utilizada para identificação dos livros, possibilitando leitura e rastreamento dos exemplares físicos das obras. Funciona fixando uma etiqueta de RFID (tag) plana (de 1 a 2 mm), adesiva, de dimensões reduzidas (50 x 50 mm em média), contendo no centro um micro-chip e ao redor deste uma antena metálica em espiral, que um conjunto com sensores especiais e dispositivos fixos (portais), de mesa ou portáteis (manuais) possibilitam a codificação e leitura dos dados dos livros na mesma, principalmente seu código identificador - antes registrado em códigos de barras. A etiqueta é inserida normalmente na contracapa dos livros, perto da lombada, dentro de revistas e sobre materiais multimídia (CD-ROM, DVD) para ser lida à distância. É possível converter facilmente os códigos identificadores existentes atualmente no código de barras para etiquetas RFID através de equipamentos próprios para esta conversão. Algumas aplicações em bibliotecas: Auto-atendimento Controle de acesso de funcionários e usuários Devolução Empréstimo Estatística de consulta local Leitura de estante para inventário do acervo Localização de exemplares indevidamente ordenados no acervo Localização de exemplares em outras bibliotecas da rede Re-catalogação Também é possível o uso de etiquetas RFID para segurança anti-furto de acervo (algumas etiquetas permitem gravar a informação se está ou não emprestado em um bit de segurança). Podendo o metal ainda blindar ou bloquear os sinais de rádio impossibilitando a leitura da etiqueta. Ao invés do sistema tradicional de segurança eletromagnético (vulgo EM) adaptado em bibliotecas, facilmente anulado com recurso a um magneto e que exige um par de hastes EAS, um sistema de detecção de furto com recurso a etiquetas RFID apenas necessita de uma haste (na sua configuração mais simples).

12 SEGURANÇA DO RFID As modernas etiquetas RFID representam a evolução da tecnologia e do baixo custo da computação embarcada. Além disso, têm o tamanho de um grão de arroz e possuem lógica embutida, elementos acoplados e memória. Entretanto, apesar de apresentar grandes progressos na vida cotidiana das pessoas, tal tecnologia pode trazer grandes problemas aos seus usuários. As etiquetas RFID possuem um grande problema: não contém nenhuma rotina ou dispositivo para proteger seus dados. Mesmo as etiquetas passivas, que tem raio de ação de poucos metros, podem sofrer interceptação e extravio de suas informações. Pensando em etiquetas activas, o problema torna-se bem mais crítico. Se a tecnologia RFID realmente tomar as proporções esperadas, todas pessoas terão etiquetas em todos os seus objetos e até no seu próprio corpo. Assim, dados pessoais poderão ser obtidos por qualquer pessoa que tiver em mãos uma leitora RFID. Para que isso não ocorra, soluções já vêm sendo estudadas e testadas(talvez o segredo não esteja em armazenar informações no tag de identificação e sim na leitora ou em um computador).

12.1 VULNERABILIDADES E AMEAÇAS DO RFID O RFID possuí a característica essencial de armazenar informações do material em que está aplicado. Além de, tal material pode ser facilmente rastreado. A implantação desta tecnologia sem um tratamento minucioso em segurança pode acarretar em graves problemas aos seus usuários. Em resumo, alguns dos problemas que podem surgir com esta tecnologia são: Violação da integridade física: a etiqueta possui dados específicos do material em que está localizada. Quando colocada em outro material, pode causar danos ao seu usuário. Por exemplo: se um ladrão trocar a etiqueta de um produto caro (ex: televisão) com a de um produto barato (ex: pilha), irá lesar o estabelecimento,logo trará prejuízo a ele. Cópia de etiquetas: sendo detentora do conhecimento de criação de etiquetas, uma pessoa pode copiar dados de uma etiqueta alheia, usando um leitor, e criar uma nova com os dados idênticos.por exemplo: alguns carros atuais possuem um dispositivo com RFID não tornando necessário o transporte da chave. Facilmente um ladrão pode realizar a copia da etiqueta do dispositivo e fazer a cópia desta. O roubo se tornaria simples e discreto. Monitoramento da etiqueta: obtendo os dados das etiquetas para uso indevido sem envolver fisicamente a etiqueta. Por exemplo: um sequestrador pode rastrear os dados bancários de uma pessoa e, sabendo que esta possui grande quantia de dinheiro, obrigar que ela saque o dinheiro em caixa eletrônico. Estes são alguns dos problemas que possivelmente trarão mais complicações às pessoas caso a tecnologia RFID seja implantada em larga escala e sem ter o devido cuidado em segurança.

CONCLUSÃO A tecnologia RFID já é realidade, por isso, sua tendência é atuar junto ou substituir o código de barras, em aplicações onde a eficácia, a rapidez e a segurança sejam prioridades. Estas aplicações variam desde gerenciamento de estoque até controle do gatilho de armas. Entretanto, por ser uma nova tecnologia é necessário frisar que a maioria dessas aplicações é composta por protótipos ainda em desenvolvimento,seja para a indústria, para o comércio, para estabelecimentos simples, como forma de pagamento e controle de estoque. Este trabalho apresentou um estudo sobre o controle de acesso de funcionamento desta tecnologia.

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