Nuevas Ideas en Informática Educativa TISE 2014



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Transcrição:

Ambientes Virtuais de Aprendizagem e Redes Sociais Virtuais: Resultados Preliminares de um Mapeamento Sistemático no Contexto da Informática na Educação Yulianne M. S. Bezerra yulimsb@yahoo.com.br Jorge S. Correia-Neto jorgecorreianeto@gmail.com Ronnie E. S. Santos Centro de Informática (CIn) Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) ronnie.gd@gmail.com Guilherme Vilar guilherme_vilar@yahoo.com.br Cleyton V. C. Magalhães Centro de Informática (CIn) Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) ronnie.gd@gmail.com Leandro M. Queiros leandromarquesrr@gmail.com ABSTRACT As distance education becomes popular, virtual learning environments become, increasingly a key tool for the success of this type of education. In this sense, virtual social networks have been more and more used to aggregate and enhance the interactivity between members of communities of learners that are structured based on this technological tool in pursuit of common interests. But as has been given this integration? What kind of research in the computer science education community has been conducting this direction? Through analysis of the published research in this universe during the last years, one can observe that this type of research is recent, not a focus of consolidation. According to the analysis, it was found that the highest purpose of social networking in education is to serve as a bridge for communication, integrating individuals linked to courses, ie the basics of social networking. RESUMO À medida que a educação a distância se populariza, os ambientes virtuais de aprendizagem tornam-se, cada vez mais, uma ferramenta-chave para o sucesso dessa modalidade de ensino. Nesse sentido, as redes sociais virtuais têm sido, mais e mais, utilizadas para agregar e aumentar a interatividade entre os membros das comunidades de alunos que se estruturam com base nessa ferramenta tecnológica em busca de interesses comuns. Mas como tem se dado essa integração? Que tipo de pesquisa a Permission to make digital or hard copies of all or part of this work for personal or classroom use is granted without fee provided that copies are not made or distributed for profit or commercial advantage and that copies bear this notice and the full citation on the first page. To copy otherwise, or republish, to post on servers or to redistribute to lists, requires prior specific permission and/or a fee. XXXXXXXXXXXXX As informações serão preenchidas no proceso de edição dos Anais. comunidade de informática na educação vem conduzindo nesse sentido? Por meio da análise das pesquisas publicadas neste universo durante os últimos anos, pode-se observar que este tipo de pesquisa é recente, sem um foco de consolidação. De acordo com a análise realizada, verificou-se que a maior finalidade das redes sociais na educação é servir como ponte para a comunicação, integrando os indivíduos vinculados aos cursos, ou seja, o básico das redes sociais. Descritor de Categorias e Assuntos D.3.3 [Programming Languages]: Language Constructs and Features abstract data types, polymorphism, control structures. Este é somente um exemplo, por favor use as categorias e assuntos corretos para sua submissão. O esquema de classificação da ACM Computing encontra-se em: Termos Gerais Informatics for Education. http://www.acm.org/class/1998/ Palavras Chaves Rede social, informática na educação, pesquisa exploratória. 1. INTRODUÇÃO Nas últimas décadas diversas ferramentas tecnológicas têm sido agregadas ao processo de ensino-aprendizagem, tais como os ambientes virtuais de aprendizagem e as redes sociais virtuais, visando ampliar o acesso e potencializar a aprendizagem social e colaborativa. Os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) são salas de aula online, desenvolvidas para suportar diversos tipos de cursos. Estes AVA oferecem as ferramentas necessárias para o processo de 888

educação a distância, destacando-se o Moodle, o TeleEduc e o AulaNet, tanto pelo volume de usuários como pelo fato de potencializarem o intercâmbio de informações e conhecimentos [1]. Contudo, os recursos de interação disponibilizados nestes ambientes, como fóruns e chats, não têm favorecido a percepção do outro no ambiente de aprendizagem, sendo esse um problema recorrente dos AVA tradicionais, que pouco oferecem para diminuir o isolamento dos usuários [2]. Por outro lado, atualmente, a atenção das pessoas tem se voltado para as redes sociais virtuais (RSV), pois elas permitem a avaliação coletiva de materiais, a interação, o compartilhamento de informações, a discussão entre os internautas, etc., sendo um dos principais responsáveis pelo aumento do tráfego de informação na web. As RSV surgiram em meados dos anos 90, e uma de suas principais características é a capacidade do relacionamento ocorrer sem existir desigualdade social [3]. Algumas redes sociais estão montadas especificamente ao redor de interesses especiais como redes de relacionamentos, profissionais, comunitárias, políticas e educacionais, dentre outros [4]. Atualmente as RSV as mais conhecidas são: Facebook, Twitter, Instagram, e Google+. Originalmente, tinham como finalidade proporcionar lazer, mas algumas delas, como o Facebook e o Google+, hoje são também utilizadas para auxiliar outras categorias, por exemplo, a educação. Muitas instituições fazem uso dessas redes para compartilhar diversas informações, sejam estas sobre eventos, horários de aulas, etc. Devido à importância que estas redes têm tido ultimamente, o estudo dessas redes sociais no contexto educacional tem recebido crescente atenção. É o que mostra um recente mapeamento sistemático que analisou 12 edições do Simpósio Brasileiro de Informática na Educação (SBIE), tendo como objetivo analisar informações quantitativas e qualitativas sobre a produção científica apresentada no evento, subdividindo as 835 publicações da área em uma lista com 24 tópicos de interesse da comunidade de informática na educação, construída através da chamada de trabalhos de várias edições do evento (quadro 1). Dentre estes tópicos destaca-se o de Redes Sociais na Educação, que continha apenas oito pesquisas, o de menor quantidade entre os vários tópicos do SBIE (figura 2). Ao se analisar esse tópico na edição 2013, verificou-se que duas novas pesquisas foram publicadas, mas mesmo assim, sua posição de último colocado entre as pesquisas realizadas permanece. Desse modo, o presente trabalho tem por objetivo avaliar e debater as pesquisas da comunidade brasileira de informática na educação na área de redes sociais educacionais dos últimos anos, levando em consideração a investigação, observação e considerações das 10 pesquisas identificadas no mapeamento sistemático. Este artigo está dividido em cinco seções, a partir desta introdução. A segunda seção expõe uma breve apresentação sobre o mapeamento sistemático aplicado a partir do SBIE. A terceira seção trata da metodologia do artigo e de que forma foram obtidos os resultados. Na quarta seção são apresentados os resultados da pesquisa e, por fim, a quinta seção tece as considerações finais e descreve as contribuições e propostas para trabalhos futuros. Ao final deste artigo é fornecido um apêndice contendo informações sobre as 10 pesquisas analisadas e discutidas. 2. MAPEAMENTO SISTEMÁTICO DO SIMPÓSIO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO A Comissão Especial de Informática na Educação (CEIE), da Sociedade Brasileira de Computação (SCB), promove anualmente o Simpósio Brasileiro de Informática na Educação (SBIE), desde a década de 1990, tendo por objetivo divulgar a produção científica nacional na área de educação, possibilitando a troca de experiências e ideias entre professores, estudantes e pesquisadores, motivando assim, o surgimento de grupos de pesquisas. O mapeamento sistemático desenvolvido na pesquisa de Magalhães et al. [5], com o objetivo de verificar os estudos sobre informática na educação no Brasil, discute sobre fatores históricos, conceituais e metodológicos, e analisou todos os trabalhos publicados no SBIE de 2001 à 2012. O mapeamento envolveu um total de 835 pesquisas, de instituições públicas e privadas das cinco regiões do Brasil e de outros países. Com base nesse mapeamento (figura 1) [5], nota-se que, com o passar do tempo, mais pesquisas têm sido publicadas, denotando o crescimento da informática na educação, seja através de jogos, sistemas de software educacionais ou redes sociais (figura 2). Como alguns temas são mais remotos que outros, a quantidade de pesquisas chega a ser significativamente discrepante. Um exemplo claro é com relação ao tema de maiores publicações, Avaliação e Desenvolvimento de Software Educativo (ADS), que adquiriu um total de 241 pesquisas, enquanto que o tema Usabilidade e Acessibilidade (USA), penúltima colocada, alcançou o número de 15 pesquisas publicadas. Pareado ao tema ADS, encontra-se o tema Educação a Distância (EAD) e ao tema USA encontram-se os temas Hipermídia (HIP) e Redes Sociais na Educação (RED). Como conclusões daquele mapeamento [5], também se obteve a evolução da aplicação de métodos empíricos como meio de avaliação. Observou-se que, em 2001, este método era escasso, situação que se inverteu mais recentemente. Mesmo assim, mais da metade das publicações não são empíricas, mostrando que quando o assunto é Informática na Educação, o país ainda tem muito que desenvolver no aspecto avaliativo. Como esta pesquisa engloba diversas questões, e por motivo de limitação do modelo de publicação, não foi possível abordar todas as pesquisas de cada tema. Por isso, definiu-se para o presente trabalho um tema dentre os 23 disponíveis (quadro 1), para se obter uma explanação mais ampla e aprofundada. A quantidade tópicos disponíveis no SBIE soma 24 temas, contudo, já foi realizada uma pesquisa mais detalhada abordando o tópico 15, isto é, Engenharia de Software Aplicada à Informática na Educação (ENG) [5]. Figura 1. Trabalhos publicados de 2001 a 2012. Fonte: Magalhães et al., 2013. 889

Figura 2. Quantidade de pesquisas publicadas de acordo com o tema. Fonte: Magalhães et al. (2013). 1. Adaptação, Personalização e Avaliação em Aprendizagem 13. Inteligência Artificial Aplicada à Educação (IAA). Suportada por Computador (APA). 2. Aprendizagem Colaborativa Apoiada por Computadores 14. Métodos, Processos e Ferramentas para Ensino de (COL). Computação (ENS). 3. Arquiteturas e Métodos de construção de Software 15. Engenharia de Software Aplicada à Informática na Educativo (ARQ). Educação (ENG). 4. Aspectos Sociais da Informática na Educação (SOC). 16. Mineração de Dados, Padrões e Repositórios Digitais de Materiais Educacionais (MIN). 5. Avaliação e Desenvolvimento de Software Educativo 17. Objetos de Aprendizagem (OAP). (ADS). 6. Comunidades Virtuais de Aprendizagem (COM). 18. Políticas para Informática na Educação (POL). 7. Educação à Distância (EAD). 19. Realidade Virtual e aumentada na Educação (REA). 8. Fundamentos Pedagógicos e Psicológicos da Informática na 20. Redes Sociais na Educação (RED). Educação (PED). 9. Hipermídia (HIP). 21. Simuladores e Jogos Educativos (JOG). 10. Interfaces de Software Educacional (IHC). 22. Tecnologias Wireless, Móvel e Ubíqua na IE (UBI). 11. Informática na Educação Especial (ESP). 23. Usabilidade e Acessibilidade (USA). 12. Informática na Escola e na Sala de Aula (ESC). 24. Web Semântica e Ontologias na Educação (ONT). Quadro I Tópicos de Interesse da Informática na Educação Fonte: Magalhães et al. (2013). 3. METODOLOGIA A pesquisa foi realizada através das publicações do Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, entre os anos 2001 e 2013, onde se escolheu um tema dentre dos 24 extraídos a partir do mapeamento sistemático, explanado na seção dois. Com base no mapeamento pretende-se analisar e discutir o estado da arte das pesquisas no que tange às redes sociais ligadas à educação. A primeira etapa da pesquisa, que é do tipo teórica, consistiu na seleção dos trabalhos, onde se fez uso de uma planilha eletrônica com a classificação realizada pelo mapeamento. Os 10 trabalhos selecionados foram organizados em ordem cronológica ascendente, sendo identificados pelo código atribuído a eles, por exemplo, [REDXXX] na medida em que iam sendo adicionados na planilha. É possível visualizar essa lista no Apêndice I. Na segunda e última etapa, extraíram-se informações dos trabalhos (tabela 1), onde estas informações foram analisadas por apenas um pesquisador. Tabela 1. Informações retiradas das pesquisas elegidas Informação Título Ano Publicado Problema de Pesquisa Método de Pesquisa Considerações Finais Descrição Título do artigo publicado Ano em que o artigo foi publicado Objetivo, justificativa e problema de pesquisa Solução sugerida pelos pesquisadores Conclusões, contribuições e considerações finais 890

4. RESULTADOS DISCUSSÕES As pesquisas relacionadas ao uso das redes sociais na educação estiveram distribuídas apenas nos últimos anos, levando em consideração todo o período da pesquisa (2001 2013), ocorrendo ausência entre os anos 2001 e 2009, conforme apresenta a distribuição cronológica da figura 3. Figura 3. Evolução histórica das publicações no SBIE sobre redes sociais A pesquisa (RED001) tinha como finalidade usar a rede social como meio de comunicação entre as equipes para o desenvolvimento de uma aplicação, sendo que estas equipes estavam em posições geográficas diferentes. A RSV era corporativa e focava em gestão do conhecimento organizacional. A comunicação ocorria de forma síncrona (chat) e assíncrona (fórum), além de ser colaborativa, visto que as equipes compartilhavam documentos, problemas e soluções em comum. De acordo com as conclusões desta pesquisa, os integrantes das equipes afirmavam que a rede social tinha sido fundamental para o desenvolvimento e alteração da aplicação. O trabalho (RED002) tinha como proposta potencializar a integração entre alunos e professores que faziam uso do Moodle. Para alcançar tal objetivo, um software gerava, de forma automática, uma rede social online para alunos do Moodle. Como conclusões, essa rede social provia novas formas de interação e colaboração entre alunos e professores que acessavam o Moodle. No trabalho (RED003), o propósito era estabelecer diretrizes que viabilizassem a construção de redes sociais orientadas à difusão de inovações. Para isso, utilizou-se a teoria de difusão da inovação, e apresentou-se o framework Contagious, que contém as diretrizes computacionais que dão suporte ao objetivo proposto. Como conclusões, o trabalho proporcionou a interação de áreas antes consideradas tão distintas e, portanto, trouxe uma contribuição significativa à computação, principalmente no que diz respeito à efetivação de um olhar sociocultural no desenvolvimento de um sistema de software. Na pesquisa (RED004), o objetivo foi o de apresentar um mecanismo para realizar a integração entre o Moodle e o Facebook, com o intuito de explorar o potencial dessa RSV em prol da educação. A solução para este caso se dá a partir da RSV agregada ao Moodle, tendo como função o que ocorrer no Moodle ser informado no Facebook, por exemplo, um novo post criado pelo professor. A ideia foi aproveitar o grande entusiasmo dos alunos pelo Facebook, em muitos casos, incorporado ao seu cotidiano, e permitir que eles estudem por meio de uma ferramenta que lhes é familiar e, com isso, possivelmente aumentar a participação dos alunos no processo de aprendizagem. Já na pesquisa (RED005), o seu objetivo era o de verificar se o uso de uma mídia social como ambiente virtual de aprendizagem colaborativa podia ampliar ou motivar a colaboração em atividades de aprendizagem. Para isso, criou-se um espaço em uma mídia social onde estudantes de duas turmas, de uma disciplina de graduação, desenvolveram algumas atividades. Uma terceira turma (de controle) desenvolveu as mesmas atividades em um ambiente AVA. Ao final pôde-se perceber que a colaboração é uma ação que pode surgir espontaneamente, independente da intencionalidade de uma atividade de aprendizagem. No trabalho (RED006) o objetivo era o de investigar o potencial da rede social Facebook como parte de uma arquitetura pedagógica. Discutiu-se a utilização do Facebook como parte de uma arquitetura pedagógica a partir de uma experiência consolidada em 2011. Da análise desta experiência sobressai que o Facebook pode ser considerado uma arquitetura pedagógica, desde que a mediação pedagógica seja realizada de forma intensa pelo docente, com objetivos definidos para ou com o grupo. O objetivo da pesquisa (RED007) era o de determinar se o usuário pode reutilizar o conhecimento de uma aplicação para outra, usando a primeira como âncora conceitual para aprender a segunda aplicação. O estudo de caso foi feito a partir das redes socais Facebook e Oxwall Software, que é uma rede educacional. Chegou-se à conclusão de que funcionalidade, percepção, nomeação e iconografia podem ser consideradas indicadores de reutilização do conhecimento. A proposta da pesquisa (RED008) foi investigar o uso de exergames (jogo de tênis de mesa do Xbox Kinect) em rede como uma oportunidade para o ensino de Educação Física no cyberspace. Por meio do modo multiplayer em rede, os usuários trocavam informações, em tempo real, sobre a experiência motora do jogo, as capacidades físicas envolvidas, etc. O trabalho (RED009) tinha como proposta apresentar um curso a distância por meio da ferramenta REDU Rede Social Educacional. Os dados foram coletados a partir de perguntas feitas a alunos, entretanto, a pesquisa foi dada como em andamento, podendo fazer uso dos dados obtidos para a realização de novos estudos nesta área, e que tivessem o intuito de aproximar cada vez mais alunos e professores. O trabalho (RED010) teve por objetivo identificar o humor de estudantes de graduação da rede social Facebook por meio da ferramenta SocialMoodle e com o auxílio da metodologia de autoavaliação Manikin (SAM), um campo da Psicologia. O sistema filtra o conteúdo fornecido na web e isola certas palavras, estabelecendo uma faixa de valores, segundo a percepção positiva, negativa ou neutra. A base de dados resume os resultados, auxiliando na construção e visualização de perfis comportamentais. SocialMood mostrou-se eficiente para traçar o humor do perfil dos alunos. Assim, pode-se monitorar o comportamento do aluno através de suas postagens no Facebook, observando mudanças em seu comportamento. Desta forma, a equipe da universidade podia interferir positivamente no aluno, ajudando-o a resolver eventuais problemas. Com base nessas informações é possível notar que cinco pesquisas (RED002, RED004, RED005, RED006 e RED007) fazem uso das redes sociais com o intuito de potencializar a integração entre alunos e professores, principalmente da educação à distância e usuários do Moodle. Dentre estas cinco pesquisas, três trabalharam com a RSV de maior número de usuários de hoje, o Facebook, com o intuito de atrair a atenção do aluno, seja por 891

(i) desenvolver uma ferramenta voltada para a educação, mas com similaridade de interface; (ii) por usar a própria rede social com aplicações educacionais; (iii) ou devido ao acesso ser constante e servir como uma ponte de informações, isto é, o que acontecer na ferramenta educacional será exibido no Facebook (tabela 2). As pesquisas de códigos (RED001, RED008 e RED009) usaram as RSV com a finalidade de proporcionar comunicação assíncrona, a fim de compartilhar conhecimentos técnicos de um determinado assunto de forma ágil e iterativa, e por este motivo, atuam de forma colaborativa. Vale ressaltar que a RED009 trabalha com os dois tipos de comunicação, tanto o síncrono quanto o assíncrono (tabela 2). Já as demais pesquisas atuaram de forma individual com relação aos dez trabalhos. Enquanto a pesquisa (RED003) trabalha com a questão de RSV orientada a inovação, a (RED010) usa RSV para investigar o comportamento de uma determinada quantidade de pessoas. Ou seja, estas são pesquisas opostas ao que se pretende analisar (tabela 2). Tabela 2. Informações presentes nos estudos Característica Comunicação síncrona Comunicação assíncrona Educação colaborativa Potencializar a integração Outras questões Publicações RED001 RED008 RED002 RED009 RED004 RED009 RED001 RED008 RED009 RED005 RED006 RED007 RED003 RED010 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Como contribuições principais deste trabalho destacam-se o próprio estudo realizado, onde algumas experiências foram analisadas, cujo ponto principal trata a relação entre as redes sociais virtuais integradas à educação, seja essa a distância ou presencial. Posteriormente, identificou-se de que forma as redes podem contribuir com a educação. Verificou-se que uma de suas maiores contribuições é a realização da comunicação, visto que, em algumas ferramentas educacionais, não é possível comunicar-se em tempo real. Além disso, muitas delas são consideradas, pelos alunos, monótonas. Já a partir das redes sociais, isso é possível de ocorrer de maneira mais rápida e dinâmica, contando também, com o auxílio da ascensão de algumas redes sociais. Como intuito final, essas RSV aproximam/integram cada vez mais alunos e professores. Outra caraterística útil à educação é a forma colaborativa com que a aprendizagem pode acontecer. Isso acaba facilitando o acesso à informação e motivando a aprendizagem, pois, quando um grupo de estudo é criado, a finalidade é um ajudar o outro e assim todos crescerem juntos. Uma das maneiras do grupo se ajudar é compartilhando arquivos do interesse de todos. Como trabalhos futuros podem ser sugeridos (i) ampliar o mapeamento sistemático realizado por Magalhães et al. [5] de maneira a identificar publicações neste contexto em outros eventos nacionais e internacionais e (ii) identificar outras formas das redes sociais contribuírem com a educação, considerando que este tipo de estudo é recente e para o evento SBIE existiam pesquisas apenas nos últimos 4 anos. 6. REFERÊNCIAS [1] MACIEL, I. M. Educação a Distância. Ambiente Virtual: Construindo Significados. SENAC. Disponível em: <http://www.senac.br/bts/283/boltec283e.htm> Acesso em 10 ago. 2014. 2003. [2] LIMA, L. C. Análise das Práticas Docentes de Planejamento e Mediação em Redes Sociais no Ensino Médio. Universidade Federal de Pernambuco, 2011. p.132. Ciência da Computação do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 2011. [3] BOYD, D.M.; ELLISON, N.B. Social Network Sites : Definition, History, and Scholarship. Journal of Computer- Mediated Communication. v. 13, n. 1, article 11, 2007. [4] SOUZA, M. V.; SIMON, R. M.; BLANK, H. L.; MATOS, C. O. R. 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