UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO Programa de Pós-Graduação em História Mestrado e Doutorado Industrialização e classe trabalhadora no Brasil Republicano: interpretações e debates no campo das Ciências Sociais Disciplina Optativa 1º Semestre de 2017 4 créditos Segunda-feira (9h às 12h) Instituto Multidisciplinar Prédio da Pós-Graduação Prof. Felipe Ribeiro felipe_ffp@yahoo.com.br I- Objetivos gerais: Apresentar as principais interpretações, no campo das Ciências Sociais, relativas aos processos de industrialização e urbanização ocorridos no Brasil Republicano, tendo como foco os debates sobre formas de organização e participação política da classe trabalhadora, os diferentes impactos regionais destes processos ao longo do período, bem como discutindo seus reflexos para a compreensão do Brasil atual. II- Objetivos Específicos: 1) Identificar as principais linhas interpretativas que compõem a pesquisa histórica sobre classe trabalhadora no Brasil; 2) Compreender os pressupostos teórico-metodológicos de algumas dessas correntes historiográficas a partir de suas pesquisas empíricas, analisando as implicações políticas e técnicas de tais escolhas (como recorte dos objetos de pesquisa, abordagens, principais referências e documentação utilizada); 3) Caracterizar os impactos dessas correntes historiográficas no debate público sobre a realidade brasileira em contextos e regiões específicos, bem como dimensionar sua perenidade, a partir da análise de fontes da imprensa, literatura, música e demais manifestações culturais; 4) Identificar novas correntes e abordagens que buscam superar interpretações cristalizadas tanto na historiografia, quanto na sociedade. Industrialização e classe trabalhadora no Brasil Republicano: interpretações e debates no campo das Ciências Sociais - 1 de 6 -
III- Conteúdo programático: 1) Balanços historiográficos sobre movimento operário na década de 1990 Introdução/apresentação da disciplina; Objetivos, bibliografia, cronograma e metodologia; Panoramas interpretativos sobre o movimento operário; Fim da URSS e seu possível impacto nos estudos históricos; Da visão pessimista às expectativas de efervescência nesse campo de estudos; Novos desafios para a história do trabalho. 2) Da história militante as sínteses sociológicas Personagens ligados ao movimento operário escrevem sua história (anos de 1920/30); Primeiros estudos acadêmicos na Sociologia; Sínteses sociológicas que pretendem interpretar o Brasil; Debates sobre o país arcaico e moderno ; Imigrantes, migrantes nacionais, consciência política e cidadania; O golpe de 1964 e seus impactos nos estudos sobre trabalhadores. 3) Contribuições da Ciência Política e primeiros estudos na área de História Conflitos operários na primeira década da ditadura militar; Cientistas políticos e novas perspectivas para análise do movimento operário; Greves do ABC paulista e novo sindicalismo ; Primeiros estudos de historiadores sobre história do trabalho (fim da década de 1970); Compilação e publicação de documentos sobre a história do trabalho no Brasil; Busca por autonomia da História como área específica para esse campo de estudo; Contribuição de brasilianistas desde a década de 1960; Novas abordagens (condições de vida e relações com o empresariado e o estado); Industrialização e classe trabalhadora no Brasil Republicano: interpretações e debates no campo das Ciências Sociais - 2 de 6 -
4) Revisão historiográfica e novas perspectivas para a História do Trabalho Autonomismo e revisão historiográfica; Interdisciplinaridade e contribuições da Antropologia e da Sociologia; Novos estudos sobre a Primeira República; Novos centros de documentação dedicados à história do trabalho; Dispersão da historiografia do trabalho a partir da década de 1980; Múltiplas temáticas, periodicidades e referências metodológicas; Mútuas influências entre a historiografia da escravidão e do movimento operário; Debates internacionais sobre história do trabalho e sua recepção no Brasil; História do trabalho vista para além do movimento operário; Busca por superação de dicotomias (escravo x livre, rural x urbano, local x global); Raça, etnias, gênero e a história do trabalho; Diversificação regional dos estudos; e Balanços historiográficos recentes e novas perspectivas para repensar o Brasil. IV Avaliação Trabalho escrito (60%) e participação (40%). V Bibliografia básica: ALVIM, Rosilene. A sedução da cidade: os operários-camponeses e a Fábrica dos Lundgren. Rio de Janeiro: Graphia, 1997. AUED, Bernardete Wrublevski. A vitória dos vencidos: Partido Comunista Brasileiro PCB e Ligas Camponesas (1955-64). Florianópolis: Editora UFSC, 1986. BATALHA, Cláudio. A historiografia da classe operária no Brasil: trajetória e tendências. In: FREITAS, Marcos Cezar (org.). Historiografia Brasileira em Perspectiva. São Paulo: Contexto, 1998.. Os desafios atuais da história do trabalho. Anos 90, Porto Alegre, 13 (23/24), jan.- dez. 2006. ; SILVA, Fernando Teixeira da; FORTES, Alexandre (org.). Culturas de classe: Identidade e diversidade na formação do operariado. Campinas: Editora UNICAMP, 2004. CARNEIRO, Ana; e CIOCCARI, Marta. Retrato da Repressão Política no Campo Brasil 1962-1985: Camponeses torturados, mortos e desaparecidos. Brasília, DF: MDA, 2011. CHALHOUB, Sidney. Trabalho, lar e botequim: o cotidiano dos trabalhadores do Rio Janeiro da belle époque. 3. ed. Campinas, SP: editora da Unicamp, 2012. ; e SILVA, Fernando Teixeira da. Sujeitos no imaginário acadêmico: escravos e trabalhadores na historiografia brasileira desde os anos 1980. Cadernos AEL. v.14, n.26, p.13-45, 2009. Industrialização e classe trabalhadora no Brasil Republicano: interpretações e debates no campo das Ciências Sociais - 3 de 6 -
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