LEVANTAMENTO ESTATÍSTICO SOBRE A COMPOSIÇÃO DO QUADRO DE MEMBROS E SERVIDORES DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO (SEGUNDO OS CRITÉRIOS COR/RAÇA,



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LEVANTAMENTO ESTATÍSTICO SOBRE A COMPOSIÇÃO DO QUADRO DE MEMBROS E SERVIDORES DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO (SEGUNDO OS CRITÉRIOS COR/RAÇA, GÊNERO E DEFICIÊNCIA) 1/13

LEVANTAMENTO ESTATÍSTICO SOBRE A COMPOSIÇÃO DO QUADRO DE MEMBROS E SERVIDORES DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO (SEGUNDO OS CRITÉRIOS COR/RAÇA, GÊNERO E DEFICIÊNCIA)

COORDENAÇÃO: Coordenadoria Nacional de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (COORDIGUALDADE) ANDREA NICE SILVEIRA LINO LOPES Coordenadora nacional e Procuradora do Trabalho (PRT da 9ª Região) FLÁVIO HENRIQUE FREITAS EVANGELISTA GONDIM Vice-Coordenador Nacional e Procurador do Trabalho (PRT da 13ª Região) THEREZA CRISTINA GOSDAL Gerente do projeto Igualdade de Oportunidade para Todos e Procuradora do Trabalho (PRT da 9ª Região) MARIA JULIETA TEPEDINO DE BRAGANÇA Vice-gerente do projeto Igualdade de Oportunidade para Todos e Procuradora do Trabalho (PRT da 1ª Região) ELABORAÇÃO: Assessoria de Planejamento e Gestão Estratégica ADRIANA RODRIGUES (Assessora-Adjunta) ANDRÉ LUÍS DE SOUZA (Analista Estatística/Perito) ALFREDO SALGADO (Analista Estatística/Perito) DANIELLE LOSSIO (Analista Administrativa) COLABORAÇÃO: Departamento de Recursos Humanos Charles Gama Barroso (Coordenador de Cadastro de Pessoal) Dezembro de 2012 3

1. Objetivo do estudo Estimulada pelo recente recrudescimento do debate em torno da validade jurídica de medidas de ação afirmativa voltadas a assegurar diversidade no mercado profissional (público e privado), a Coordenadoria Nacional de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade) vislumbrou a necessidade de desvendar, por meio de levantamento estatístico, a composição do quadro de membros e servidores do Ministério Público do Trabalho. Tal iniciativa foi motivada pela constatação de que a identificação do perfil dos integrantes do quadro de pessoal da instituição, além de configurar importante ferramenta de autoconhecimento organizacional e transparência, permitiria avaliar com maior propriedade a eficácia, no âmbito interno, das medidas de ação afirmativa já existentes 1 e a eventual necessidade/conveniência da implementação de novas políticas pró-inclusão. A partir de informações coletadas pelo Departamento de Recursos Humanos, o presente estudo, elaborado com o valioso auxílio da Assessoria de Planejamento e Gestão Estratégica, procura traçar panoramas do corpo funcional do Ministério Público do Trabalho a partir de três diferentes critérios, a saber: cor/raça, gênero e deficiência. 2. Metodologia empregada Para a confecção do presente estudo, foi observada a seguinte metodologia: - o levantamento estatístico acerca dos integrantes do Ministério Público do Trabalho se baseou em informações extraídas da base de dados do Departamento de Recursos Humanos da Procuradoria Geral do Trabalho no dia 24 de agosto de 2012; - os dados disponibilizados pelo Departamento de Recursos Humanos da Procuradoria Geral do Trabalho foram obtidos a partir de declarações pessoais (autodeclaração) dos membros e servidores e membros do Ministério Público do Trabalho; 1 A exemplo da reserva de vagas para pessoas com deficiência e integrantes de minorias étnico-raciais em seleções de estagiários e da reserva de vagas para pessoas com deficiência em concursos públicos. 4

- os números apurados a respeito do Ministério Público do Trabalho foram confrontados com dados do censo demográfico realizado pelo IBGE no ano de 2010. O parâmetro de cotejo utilizado foi a população ocupada, com dez ou mais anos de idade 2 ; - Nas análises consideraram-se três diferentes contextos: (a) seleção para ingresso na carreira de membros e servidores; (b) progressão de membros na carreira; e (c) escolha de servidores para ocupação de cargos comissionados; - a base de dados do Ministério Público do Trabalho contém referência às cores/raças amarela, branca, indígena, negra e parda. Para o IBGE as cores/raças são amarela, branca, indígena, parda e preta. Para manter a comparabilidade das duas fontes de informações usadas, no presente relatório a distinção segundo o critério cor ou raça seguiu convenção adotada por pesquisadores sociais e economistas, reputando-se negros as pessoas que se declararam de cor/raça pretas, pardas ou negras. Os brancos são, por sua vez, as pessoas que se autoclassificaram como brancas ou amarelas. 3. Resultados Segundo informações constantes da base de dados do Departamento de Recursos Humanos da Procuradoria Geral do Trabalho no dia 24 de agosto de 2012, o quadro de pessoal do Ministério Público do Trabalho se encontra assim estruturado: Tabela 1- Número de membros segundo nível da carreira Procuradores Subprocuradores Procuradores Regionais do Gerais do Total do Trabalho Trabalho Trabalho 574 121 24 719 2 No âmbito do Projeto de Promoção da Igualdade de Oportunidades para Todos, utiliza-se como parâmetro de cotejo a população economicamente ativa, que é a soma dos ocupados e dos desocupados (não trabalham, mas procuram de maneira efetiva ocupação no mercado de trabalho). No presente estudo, a Assessoria de Planejamento e Gestão Estratégica utilizou como referência o número de pessoas ocupadas, com dez ou mais anos de idade, em conformidade com os dados encontrados no sítio do IBGE. 5

Tabela 2 Número de Servidores segundo tipo de vínculo Efetivos Ocupantes de cargo em comissão Total * 1.938 362 2.300 Compreende no total o pessoal cedido e requisitado. 3.1. Contexto do ingresso na carreira de membros e servidores 3.1.1. Análise segundo o critério sexo De acordo com o censo demográfico de 2010, a população ocupada, com 10 anos ou mais de idade, somava 86.353.839 pessoas (45,27% dos brasileiros), sendo 57,70% homens e 42,30% mulheres (gráfico 1). O quadro de pessoal do Ministério Público do Trabalho reúne, entre membros e servidores, 3.019 pessoas, que se distribuem em 52,73% de homens e 47,27% de mulheres (gráfico 2). Gráfico 1 - Percentual dos brasileiros de 10 anos ou mais ocupados, segundo sexo - Censo 2010 Gráfico 2 - Percentual dos integrantes do MPT, segundo sexo - Departamento de Recursos Humanos 42,30% 57,70% 47,27% 52,73% Homem Mulher Homem Mulher Observa-se que a participação das mulheres nos quadros funcionais do Ministério Público do Trabalho é superior, em 4,97 pontos percentuais, à participação das mulheres na composição da população ocupada brasileira, o que revela que nos processos de seleção dos integrantes do MPT está devidamente assegurada a representatividade feminina. 6

3.1.2. Análise segundo o critério cor/raça No tocante ao critério cor/raça, os brasileiros ocupados com idade igual ou superior a 10 anos se dividem em 51,15% de brancos, 48,52% de negros e 0,34% de indígenas 3 (gráfico 3). No âmbito do Ministério Público do Trabalho, os brancos representam 67,90% dos membros e servidores ativos, os negros, 24,71% e os índios, 0,17%. Integrantes do MPT que não informaram a cor/raça equivalem a 7,22% (gráfico 4). Gráfico 3 - Percentual dos brasileiros de 10 anos ou mais ocupados, segundo cor/raça - Censo 2010 0,34% Gráfico 4 - Percentual dos integrantes do MPT, segundo cor/raça - Departamento de Recursos Humanos 0,17% 7,22% 48,52% 51,15% 24,71% 67,90% Branca Indígena Negra Sem declaração Branca Indígena Negra Sem declaração De acordo com os gráficos 3 e 4, os brancos, que são 51,15% entre os brasileiros ocupados com mais de 10 anos de idade, representam 67,90% dos integrantes do MPT, uma diferença de 16,75 pontos percentuais para mais. Os negros ocupados e de mesma idade são 48,52% da população ocupada versus 24,71% dos membros e servidores do MPT, diferença de 22,81 pontos percentuais para menos. Os indígenas, por sua vez, representam 0,34% da população brasileira e se limitam a 0,17% dos membros e servidores do MPT, revelando uma diferença de 0,17 pontos percentuais para menos. Dessa forma, os brancos têm maior expressividade no âmbito do MPT do que em relação à população ocupada brasileira, ao passo que os negros e indígenas têm maior representatividade na população ocupada brasileira do que entre os membros e servidores do MPT. 3 Apenas 0,0003% das pessoas alcançadas pelo IBGE não informou sua cor/raça. 7

3.1.3. Análise segundo o critério deficiência Dentre a população ocupada brasileira, as pessoas com deficiência, consideradas como tais as que apresentam deficiência mental, intelectual, auditiva, visual ou motora, segundo critérios do IBGE, correspondem a 23,92% da população (gráfico 5). No quadro do Ministério Público do Trabalho, as pessoas com deficiência somam 1,62% dos membros e servidores (gráfico 6). Gráfico 5 - Percentual dos brasileiros com ou sem algum tipo de deficiência - Censo 2010 Gráfico 6 - Percentual dos integrantes do MPT com ou sem algum tipo de deficiência - DRH 23,92% 1,62% 76,08% 98,38% Com deficiência Sem deficiência Com deficiência Sem deficiência Na tabela 3 observa-se que no universo de 719 membros, 3 têm de deficiência (2 visual e 1 deficiência física) e que dos 2.300 servidores, 46 têm alguma modalidade de deficiência (9 deficiência auditiva, 27 deficiência física, e 10 deficiência visual). Tabela 3 Número de membros e servidores segundo tipo de deficiência Tipo de deficiência Membros Servidores Auditiva 0 9 Física 1 27 Visual 2 10 Total 3 46 8

3.2. Contexto da progressão de membros na carreira 3.2.1. Análise segundo o critério sexo Dos 574 Procuradores do Trabalho, 51,22% são do sexo masculino e 48,78% do sexo feminino (gráfico 8), percentuais que entre os 121 Procuradores Regionais do Trabalho é de 43,80% para os homens e 56,20% para as mulheres (gráfico 9). Entre os 24 Subprocuradores Gerais do Trabalho, 66,67% são homens e 33,33% mulheres (gráfico 10). Gráfico 8 - Percentual de Procuradores do Trabalho, segundo sexo 51,22% 48,78% Feminino Masculino Gráfico 9 - Percentual de Procuradores Regionais do Trabalho, segundo sexo Gráfico 10 - Percentual de Subprocuradores Gerais do Trabalho, segundo sexo 43,80% 56,20% 66,67% 33,33% Analisando-se a distribuição quanto ao sexo em cada nível da carreira de membros, verifica-se que apenas no cargo de Procuradores Regionais do Trabalho a representatividade das mulheres é superior à dos homens, ao passo que os cargos de Procuradores do Trabalho e Subprocuradores Gerais do Trabalho são ocupados majoritariamente por homens. Destaca-se a diferença no cargo de Subprocurador Geral do Trabalho, última etapa da carreira de membro, na qual as mulheres apresentam uma diferença expressiva de 33,34 pontos percentuais para menos em relação aos homens. 9

3.2.2. Análise segundo o critério cor/raça No universo dos 574 Procuradores do Trabalho, 77,35% se declararam brancos, 19,16% negros, 0,35% indígenas e 3,14% não informaram sua cor/raça (gráfico 11). Em meio aos 121 Procuradores Regionais do Trabalho, 84,30% informaram ser brancos, 9,09% negros, 0,83% indígenas e, 5,79% não declararam cor/raça (gráfico 12). Por fim, dos 24 Subprocuradores Gerais do Trabalho, 79,17% são brancos, 16,67% negros, nenhum indígena e 4,17% não informou cor/raça (gráfico 13). Gráfico 11 - Percentual de Procuradores do Trabalho, segundo cor/raça 0,35% 3,14% 19,16% Sem informação Branca Negra 77,35% Indígena Gráfico 12 - Percentual de Procuradores Regionais do Trabalho, segundo cor/raça 9,09% 0,83% 5,79% Gráfico 13 - Percentual de Subprocuradores Gerais do Trabalho, segundo cor/raça 4,17% 16,67% 84,30% 79,17% Observa-se que a maior representatividade de brancos ocorreu no cargo de Procurador Regional do Trabalho, correspondendo à porcentagem de 84,30%, ao passo que a maior representatividade de negros foi registrada no cargo de Procurador do Trabalho, com o percentual de 19,16%. O maior número de indígenas ocupa o cargo de Procurador Regional do Trabalho, com o percentual de apenas 0,83%. 10

A diferença entre o maior e o menor número de brancos é de 6,95 pontos percentuais, observados entre os cargos de Procuradores Regionais do Trabalho e Procuradores do Trabalho, respectivamente. Esta diferença sobe para 10,07 pontos percentuais quando analisados em relação aos negros, conforme percentuais referentes aos cargos de Procuradores do Trabalho e Procuradores Regionais do Trabalho, respectivamente. 3.2.3. Análise segundo o critério deficiência A análise do percentual de cada nível na carreira segundo o critério deficiência restou prejudicada, uma vez que existem apenas três membros com deficiência, sendo que todos eles ocupam o cargo de Procuradores do Trabalho. 3.3. Contexto da nomeação de servidores para cargos em comissão 3.3.1. Em relação ao sexo Os homens representam 54,75% dos 1.938 servidores que não ocupam cargo em comissão e as mulheres 45,25% mulheres (gráfico 14). Entre os 362 servidores que ocupam cargos em comissão, 46,41% são homens e 53,59% mulheres (gráfico 15). Gráfico 14 - Percentual dos servidores do MPT sem cargo em comissão, segundo sexo Gráfico 15 - Percentual dos servidores do MPT com cargo em comissão, segundo sexo 54,75% 45,25% 46,41% 53,59% Feminino Masculino Feminino Masculino Observa-se que dentre as pessoas que ocupam cargos em comissão as mulheres correspondem à maioria. 3.3.2. Em relação à cor/raça Dos 1.938 servidores que não ocupam cargo em comissão, 64,19% são brancos, 27,30% negros, 0,10% indígenas e 8,41% não declararam sua cor/raça (gráfico 16), percentagens 11

próximas das vistas nos 362 servidores que ocupam cargos em comissão, haja vista que 66,57% são brancos, 25,41% são negros. Nenhum dos ocupantes de cargos em comissão é indígena e 8,01% deles não declararam sua cor/raça (gráfico 17). Gráfico 16 - Percentual dos servidores do MPT sem cargo de comissão, segundo cor/raça 0,10% 8,41% Branca Gráfico 17 - Percentual dos servidores do MPT com cargo de comissão, segundo cor/raça 8,01% Branca 27,30% 64,19% Negra Indígena 25,41% 66,57% Negra Indígena Sem declaração Sem declaração Extrai-se dos gráficos acima que a variação por cor/raça é pequena em relação aos cargos com ou sem comissão, significando 2,38 pontos percentuais para mais em relação aos brancos e 1,89 pontos percentuais para menos em relação aos negros. 3.3.3. Em relação à deficiência Dos 362 servidores que ocupam cargos em comissão, 0,55%, ou seja, 2 servidores são pessoas com deficiência. 4. Conclusão O presente levantamento estatístico foi elaborado com o propósito de desvendar a composição do quadro de membros e servidores do MPT segundo os critérios cor/raça, gênero e deficiência. Na visão dos organizadores do estudo, tal objetivo foi plenamente alcançado, apesar da circunstância de uma pequena porcentagem de membros e servidores não haver informado suas características pessoais no padrão metodológico estabelecido, o que não compromete a confiabilidade dos números apurados. É importante sublinhar que, até o presente momento, não havia sido realizado, no âmbito do MPT, qualquer levantamento estatístico com pretensão de autoconhecimento 12

organizacional, motivo pelo qual não há dados prévios com os quais possam ser contrastadas as informações ora compiladas 4. Os números ora apresentados corroboram a tese geral de que homens brancos e sem deficiência ainda representam maioria no mercado de trabalho (público e privado). Evidenciam ainda que, no âmbito do MPT, a diferença entre homens e mulheres é extremamente pequena, um pouco maior entre negros e brancos e significativamente expressiva quando confrontadas pessoas com e sem deficiência. Mas um relevante filtro precisa ser considerado para a adequada interpretação dos números revelados neste estudo: o fato de que o ingresso nas carreiras de membros e servidores do MPT se dá em contexto extremamente peculiar, por meio de concurso público, mecanismo de seleção presumivelmente asséptico e impessoal, cujo resultado deve ser determinado pelo mérito/conhecimento individual dos candidatos, sem qualquer influência de aspectos relacionados à cor/raça, gênero e/ou deficiência dos participantes do certame. Em decorrência disso, os gráficos relacionados às promoções de membros e à nomeação de servidores para cargos em comissão devem ser analisados em consonância com os gráficos que retratam a fase de seleção para ingresso nas respectivas carreiras. Forçoso convir, destarte, que o menor número de mulheres, negros e pessoas com deficiência nos cargos em comissão ocupados por servidores e nos níveis mais avançados da carreira de membro pode resultar, em alguma medida, do fato de haver um menor quantitativo de indivíduos pertencentes a estes grupos integrando o quadro de membros e servidores do MPT. 4 O presente estudo servirá como parâmetro para futuras análises, viabilizando o monitoramento dos progressos alcançados pelo MPT no processo permanente de busca pela redução de suas desigualdades internas. 13