A utilização do Grasshopper no Curso de Arquitetura e Urbanismo da Unicamp

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Transcrição:

A utilização do Grasshopper no Curso de Arquitetura e Urbanismo da Unicamp RESUMO Instituto de Artes UNICAMP CS405 Educação e Tecnologia Prof. Dr. José Armando Valente Adriano Reis RA: 150527 Gabriel Moreira RA: 148546 Grasshopper é um plug-in do sotfware CAD Rhinosceros 3D usado na modelagem e simulação de estruturas. Este artigo pretende demonstrar seu uso na 14ª Semana de Arquitetura e Urbanismo e no curso de Arquitetura e Urbanismo da Unicamp, além da relação que seus alunos têm com o software. Palavras-chave: Grasshopper, Arquitetura e Urbanismo, TDIC, Ensino Superior INTRODUÇÃO Deu-se do dia 13 ao 17 de outubro a 14ª Semana de Arquitetura e Urbanismo da Unicamp (SAU). O evento propôs reflexões sobre arquitetura e urbanismo em diferentes âmbitos planejados pelos alunos do curso, para discutir tanto assuntos acadêmicos como aqueles do mercado e da indústria. Como forma de integração dos participantes e divulgação da semana, estavam incluídas várias festas na programação. Aproveitamos então o evento para realizar esta pesquisa, visando lançar luz sobre as relações deste curso da Unicamp com as TDIC. Em conversas com graduandos e professores do curso, fomos informados de que as TDIC são usadas constantemente em diversas matérias para os mais variados fins. O curso é antigo, mas sua metodologia se atualiza constantemente, gerando assim um bom exemplo da utilização de tais tecnologias para a aprendizagem. Por ser uma ferramenta utilizada tanto em oficinas da SAU como em disciplinas do curso, optamos por focar nossa pesquisa no Grasshopper. O Rhinosceros 3D é um software CAD adotado pelo curso de Arquitetura e Urbanismo da Unicamp. Para adequar seu funcionamento a necessidades específicas, é possível adicionar plug-ins a ele. Um plug-in muito popular e gratuito é o Grasshopper, ferramenta de programação que permite gerar códigos cujos resultados são interpretados pela interface do Rhinosceros. Com ele, é possível gerar estruturas complexas por meio de cálculos matemáticos, inviáveis de se criar à mão, assim como pode simular comportamentos de uma estrutura de acordo com a programação A interface de programação do Grasshopper funciona por blocos que se interligam gerando entradas e saídas. Para necessidades ainda mais específicas ou mais complexas, outros plug-ins também podem funcionar sobre este. Há também uma

comunidade organizada e ativa de construção colaborativa com acervos de programas open-source e tutoriais que podem ser apropriados por usuários. OBJETIVOS Objetivos Gerais: Buscou-se observar como o Grasshopper é utilizado para aprendizagem no curso de Arquitetura e Urbanismo da Unicamp em algumas de suas variadas possibilidades de uso, observando como os alunos se relacionam com a ferramenta. Objetivos específicos: Descobrir como esses alunos utilizam o Grasshopper. Descobrir se e como o Grasshopper contribui para seu aprendizado. METODOLOGIA 1. Participamos da SAU - Semana de Arquitetura e Urbanismo Participamos da SAU marcando presença em diversas palestras e oficinas oferecidas. Conversamos com alunos e professores e afim de conhecer o curso mais profundamente e as TICs nele usadas. Assim pudemos escolher o tema específico da pesquisa, assim como estabelecer contato com candidatos a posteriores entrevistas. Escolhemos estudar o uso do Grasshopper no curso, uma vez que, além das disciplinas nas quais ele é usado, fomos informados de oficinas nas quais poderíamos observar sua operação. 2. Observamos uma oficina em que foi usado o Grasshopper. Observamos a oficina de Paredes Paramétricas oferecida na SAU. Esta consistia em usar o Grasshopper para exercitar a modelagem de uma parede de tijolos de curvas sinuosas, que seria em seguida construída com o auxílio do oficiante, Guilherme Silva. A oficina foi oferecida das 9h às 13h no LAMPA (Laboratório de Arquitetura, Metodologia de Projeto e Automação), prédio onde há 10 computadores numa marquise e uma marquetaria no nível térreo. Entre os participantes, alguns já possuíam algum conhecimento sobre o funcionamento da ferramenta, adquirido em disciplinas, então acompanharam em duplas os que não poderiam operar o programa sozinhos. Com um projetor, o oficiante deu a introdução sobre a oficina, o Grasshopper e quais seriam os passos seguidos, começando pelo uso do software. A maioria dos participantes não teve dificuldade com os primeiros passos, então o oficiante foi passando pelas duplas para tirar dúvidas que surgiam e guiar mais de perto. Assim foi até o fim desta parte da oficina. Como o oficiante havia dito no início, após a modelagem deveria ser gerado no Grasshopper um arquivo, que seria inserido em outro programa, num computador acoplado a uma máquina cortadora no LAPAC (Laboratório de Automação e

Prototipagem para Arquitetura e Construção), prédio ao lado. A máquina cortaria placas de papelão em moldes que deveriam ser montados para encaixar os tijolos da parede nos locais certos. Pelo projeto se tratar de uma parede muito grande e os cortes serem demorados, estes moldes já haviam sido preparados previamente. Houve apenas uma breve demonstração da operação da máquina. Os moldes de papelão foram montados pelo oficiante com os participantes e uma massa foi preparada para colar os tijolos. A parede foi montada rapidamente, adquirindo seu aspecto sinuoso. 3. Observamos uma aula em que foi usado o Grasshopper Passada a Semana de Arquitetura e Urbanismo, observamos também uma aula na disciplina de Render e Animação, do 2º ano. O conteúdo oferecido é principalmente relacionado ao aprendizado de modelagem no Rhinosceros 3D, mas também há uma introdução ao Grasshopper em 3 aulas mais próximo do final da matéria. Foi dessas aulas que participamos. Nelas, o professor convidou alunos da pós-graduação, com mais conhecimento técnico da ferramenta que ele próprio, para auxiliar os graduandos como monitores. Era uma turma de 30 alunos para A primeira aula consistiu de um explicações gerais sobre a ferramenta, sobre a comunidade online (http://www.grasshopper3d.com/) na qual os alunos poderiam participar e estudar por conta própria e um exercício para a familirização da interface. Alguns alunos tiveram dificuldades com o exercício, que os monitores puderam sanar dentro do tempo de aula. As duas aulas seguintes consistiram de exercícios mais complexos, envolvendo a modelagem de estruturas e sua simulação por meio da programação do Grasshopper. Os alunos estavam livres para pesquisar a comunidade online em busca de tutoriais e soluções cujos códigos poderiam copiar e adaptar. O objetivo era fazer os alunos compreenderem situações nas quais poderiam aproveitar a ferramenta e exemplos de lógicas poderiam ser aplicadas na programação. 4. Entrevistamos um aluno sobre a aula observada Na indisponibilidade de professores, entrevistamos um aluno e um monitor da pós-graduação que estavam presentes na aula observada. Ao ser perguntado, de forma propositalmente genérica, o que ele havia achado das 3 aulas sobre Grasshopper, o aluno graduando respondeu que havia sido muito interessante, não só por ter entrado em contato com a nova ferramenta, mas também por ter percebido que cada problema proposto poderia ter diferentes soluções, dependendo da lógica de quem o usasse. Sua maior dificuldade, segundo ele, havia sido adaptar-se ao modo de pensar que o programa exige. Mas uma vez que ele entendeu os processos envolvidos, disse que as coisas ficaram mais claras. Sobre a mediação dos monitores e do professor, ele afirmou que foi bem-vinda para principalmente aprender a usar a interface, mas que de resto não viu muita

utilidade. Disse que conseguiu entender melhor a ferramenta quando a estava estudando sozinho. Sobre a comunidade online, disse que, depois da segunda aula, foi ela quem o ajudou a aprender mais. Ele disse ter pesquisado soluções para os problemas do professor e estudado algumas abordagens diferentes, assim entendendo melhor as possibilidades do programa. 5. Entrevistamos um monitor sobre a aula observada e sua experiência com o Grasshopper O monitor disse que entrou em contato com o Grasshopper naturalmente por pesquisas acadêmicas, uma vez que ele se tornou um software importante e popular tanto para a academia como para o mercado no exterior. Para a pergunta de para qual fim ele costuma usar a ferramenta, respondeu que ela pode ser usada para inúmeros tipos de projetos de variadas naturezas, dependendo apenas da sua intenção. Ele já a teria utilizado para diversos projetos de arquitetura, tendo cada um deles uma natureza específica e exigindo algo diferente do software. Ele disse ter começado a aprender em 2011, principalmente por conta própria, utilizando a comunidade online do Grasshopper, seus tutoriais e códigos open-source, apenas raramente pedindo auxílio de um colega mais experiente. A comunidade teria uma vasta gama de informações bem organizada e acessível à disposição. Adicionou que ainda está aprendendo, uma vez que o Grasshopper pode oferecer soluções de modelagem e simulação para muitos tipos de problemas, por meio de inúmeras implementações e ainda se utilizando de plug-ins sobre ele próprio, que já é um plug-in do Rhinosceros. Sobre as aulas monitoradas, respondeu que os alunos haviam tido mais dúvidas relacionadas ao raciocínio na programação do que ao programa propriamente. Seriam dúvidas referentes à aplicação de conhecimento geométrico, processual da arquitetura e da lógica de programação. Adicionou que essa dificuldade, comum a alguns de seus colegas, poderia levar ao desinteresse por este software. Isso, segundo ele, aliado à distância que professores mais velhos, mais ligados a ideais modernistas de arquitetura, impede a proliferação do Grasshopper no curso, pois este traria ideias pós-modernistas de desenvolver formas sinuosas e orgânicas, uma tendência que seria mais comum em locais do exterior. Sobre quais competências o Grasshopper auxiliaria a desenvolver, além de conhecimento técnico sobre o próprio, disse que ajuda o arquiteto a pensar projetos por novas lógicas, de forma dinâmica, inclusive por abranger uma grande variedade de funções, rotinas e formas de programação que podem ser implementadas enquanto se aprende a usá-lo. CONSIDERAÇÕES FINAIS O Grasshopper é uma interessante ferramenta para se inserir num curso superior. Especialmente para Arquitetura e Urbanismo, onde é extremamente bem-vindo o pensamento inovador e criativo. Esse software aparentemente é capaz de impulsionar

seu estudante a desenvolver novas formas de raciocinar, talvez principalmente por sua natureza de linguagem de programação. REFERÊNCIAS GRASSHOPPER 3D. Disponível em: <https://www.grasshopper3d.com> Acesso em: 1 dez.2014.