UTILIZAÇÃO DO BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR SUBMETIDO A DIFERENTES PRÉ-TRATAMENTOS VISANDO A PRODUÇÃO DE ETANOL PELO PROCESSO SFS

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Transcrição:

UTILIZAÇÃO DO BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR SUBMETIDO A DIFERENTES PRÉ-TRATAMENTOS VISANDO A PRODUÇÃO DE ETANOL PELO PROCESSO SFS P. V. F. DANTAS 1, L. P. DE SOUZA 1, A. DE A. GUILHERME 1, E. S. DOS SANTOS 1, F. A. N. FERNANDES 2, G. R. DE MACEDO 1 1 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Departamento de Engenharia Química 2 Universidade Federal do Ceará - Departamento de Engenharia Química Contato: alexandredearaujoguilherme@gmail.com RESUMO: Este trabalho teve como objetivo caracterizar o bagaço de cana-de-açúcar, submetido a diferentes pré-tratamentos, através da composição química e morfologia externa e comparar estes resultados com a produção de etanol pelo processo de Sacarificação e Fermentação Simultânea (SFS) avaliando, também, diferentes leveduras. De acordo com os resultados, foi possível observar que o bagaço pré-tratado com ácido e álcali foi o que mais favoreceu a remoção de hemicelulose e lignina e pelos resultados de morfologia foi possível observar diferentes formas de ação para os pré-tratamentos. O pré-tratamento ácido alcalino junto com a levedura S. cerevisiae PE-2 no processo SFS foi a combinação mais eficiente para a produção de etanol em batelada. Estes resultados são importantes para seleção do prétratamento e micro-organismo quando se pensa no estudo do processo SFS em biorreator e uma futura ampliação de escala. 1. INTRODUÇÃO Os pré-tratamentos são utilizados para se aumentar a conversão do material lignocelulósico em açúcares redutores como celobiose e glicose através do processo de hidrólise enzimática. Eles atuam desestruturando a matriz lignocelulósica, reduzindo as quantidades de lignina e hemicelulose e modificando a estrutura cristalina da celulose de forma a deixá-la mais susceptível ao ataque enzimático (Silverstein et al., 2007). Pré-tratamentos ácidos envolvendo ácido sulfúrico, nítrico ou clorídrico podem solubilizar parte da hemicelulose expondo ainda mais a celulose ao ataque enzimático (Schell et al., 2003). O pré-tratamento hidrotérmico da biomassa vegetal é baseado no uso de água (água líquida no reator de alta pressão ou vapor de água) e de calor (150 a 230ºC). Este processo permite a obtenção de hidrolisados essencialmente derivados da hemicelulose e uma fração sólida composta de celulose e lignina. A vantagem deste tratamento é a prevenção da corrosão do equipamento observado na hidrólise ácida e na ausência de reciclagem e de neutralização do ácido utilizado, o que simplifica a condução do processo e a redução de compostos inibidores da hidrólise enzimática e da fermentação (Boussarsar et al., 2009). Prétratamentos alcalinos se referem ao uso de soluções alcalinas como hidróxido de sódio, dentre outras, usadas basicamente para remover lignina e diminuir o grau de cristalinidade da Área temática: Processos Biotecnológicos 1

celulose (Chang e Holtzapple, 2000). Pré-tratamentos com peróxidos em ph alcalino aumentam a eficiência enzimática através da deslignificação oxidativa e diminuição da cristalinidade da celulose e diminui a formação de compostos inibidores da hidrólise enzimática e da fermentação (Gould, 1985). A celulose pode ser hidrolisada a glicose, por um complexo enzimático denominado celulases, podendo então ser fermentado para produzir etanol em um processo com duas etapas (Yang et al., 2011). Entretanto, estes dois processos podem ser realizados em uma só etapa denominada de sacarificação e fermentação simultânea (SFS) objetivando redução de tempo e energia, diminuindo custos de processo (Vasquez et al., 2007). Este trabalho teve como objetivo caracterizar o bagaço de cana-de-açúcar, submetido a diferentes pré-tratamentos, através da composição química e morfologia externa e comparar estes resultados com a produção de etanol pelo processo de Sacarificação e Fermentação Simultânea (SFS) avaliando, também, diferentes leveduras. 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1 Enzimas, levedura e bagaço de cana-de-açúcar As enzimas utilizadas neste trabalho foram (NS22086) correspondentes às celulases cedidas pela Novozymes (Bagsvaerd, Dinamarca). O substrato utilizado foi o bagaço de canade-açúcar cedido gentilmente pela Usina Estivas (Arês RN, Brasil) e as leveduras utilizadas foram; Saccharomyces cerevisiae PE- 2 e Saccharomyces cerevisiae CAT-1 (Basso et al., 2008), Kluyveromyces marxianus CE025 (Rocha et al., 2011) e Kluyveromyces marxianus ATCC 36907. 2.2 Estoque de leveduras, pré-inoculo e inóculo As leveduras foram mantidas, durante os ensaios, a -20 C em glicerol estéril segundo Silva et al., (2008). Também foram mantidas em meio YEPD a 4 C sendo este estoque renovado a cada dois meses. Para a produção do pré-inoculo e inóculo foi utilizado o meio de cultura nas seguintes proporções: glicose (30,0 g/l), extrato de levedura (5,0 g/l), (NH 4 ) 2 SO 4 (10,0 g/l), KH 2 PO 4 (4,5 g/l), MgSO 4.7H 2 O (1,0 g/l) e ZnSO 4 (0,65 g/l) para as leveduras S. cerevisiae PE-2, S. cerevisiae CAT-1 e K. marxianus ATCC 36907. Para este mesmo meio de cultura, não foi possível observar o crescimento da levedura K. marxianus CE025, então, outro meio de cultura foi utilizado segundo Rocha et al., (2011) que continha a seguinte composição; glicose (20,0 g/l), extrato de levedura (10 g/l), uréia (0,4 g/l), KH 2 PO 4 (1,2 g/l), NaH 2 PO 4 (0,18 g/l). Para o preparo do pré-inoculo foi utilizado Erlenmyers de 250 ml com 100 ml de meio de cultura, sob agitação de 150 rpm, a 30 C para as leveduras S. cerevisiae PE-2, S. cerevisiae CAT-1 e K. marxianus ATCC 36907 e 37 C para a levedura K. marxianus CE025, (melhor temperatura de crescimento). Uma colônia da levedura, crescida em placa de Petri, foi transferida para os frascos de Erlenmyers onde foi incubada por tempos determinados para cada levedura. Área temática: Processos Biotecnológicos 2

A partir do pré-inoculo, foi transferido 5 ml da suspensão celular para os meios de inóculo. As condições de processos foram iguais às do pré-inoculo com exceção de temperatura que foi de 35 C para as S. cerevisiae PE-2, S. cerevisiae CAT-1, 37 C para a K. marxianus CE025 e 43 C para a K. marxianus ATCC 36907. A escolha da temperatura de inóculo foi baseada na temperatura dos estudos anteriores e visando temperaturas mais altas que podem favorecer o processo SFS. O tempo de inóculo foi padronizado para cada levedura. A determinação da biomassa celular para padronizar pré-inoculo e inóculo foi realizada fazendo-se uma correlação entre massa seca em g/l e ABS em espectrofotômetro. 2.3 Pré-tratamento no bagaço de cana O pré-tratamento ácido alcalino (AA) foi realizado utilizando bagaço na quantidade de sólidos de 20% (p/v) imerso em uma solução de ácido sulfúrico 2% (v/v) submetido a uma temperatura de 121 C por 30 minutos, segundo Guo et al., (2009). Em seguida, a fração sólida foi lavada com água até o valor do ph ficar próximo ao ph da água de lavagem. Após o pré-tratamento ácido, o material foi submetido a um pré-tratamento alcalino para a deslignificação onde foi utilizada uma quantidade de 20% (p/v) do material sólido submerso em solução de hidróxido de sódio 4% (p/v) submetido a uma temperatura de 121 C por 30 minutos, segundo Vasquez et al., (2007). Em seguida, o ph foi corrigido para 7,0 utilizando ácido clorídrico para posterior lavagem. O pré-tratamento AA visa à remoção de parte da hemicelulose (Schell et al., 2003), lignina e redução do grau de cristalinidade da celulose (Chang e Holtzapple, 2000). O bagaço de cana submetido ao pré-tratamento AA foi denominado de BAA. O pré-tratamento hidrotérmico alcalino (HA) foi realizado em duas etapas, sendo a primeira etapa realizada em um reator de alta pressão (Reator Inox PARR 4520 1 L, Series 4520 Bench Top Reactors 1 L, Parr Instruments Company USA), 10% de sólidos, 100 rpm, 20 bar de pressão inicial com Nitrogênio, 170 C de temperatura de processo chegando a 35 bar, tempo de subida da temperatura 40 minutos, tempo de processo 40 minutos e tempo de resfriamento 15 minutos. Esta etapa do processo visa à redução da hemicelulose (Boussarsar et al., 2009). A segunda etapa consistiu em submeter o material a um pré-tratamento alcalino da mesma forma como foi realizado no pré-tratamento AA. O bagaço de cana submetido ao pré-tratamento HA foi denominado de BHA. O pré-tratamento com peróxido de hidrogênio em ph alcalino (PHA) foi realizado utilizando 4% (p/v) de bagaço in natura imerso em uma solução de peróxido de hidrogênio a 7,35% (v/v), agitado a 100 rpm com agitador mecânico (mod TE 139, Tecnal, São Paulo/Brasil), temperatura ambiente (28 ºC), conforme Rabelo et al., (2011). Entretanto, como a reação é exotérmica, foi detectado temperaturas de até 80 C durante o processo. O tempo de residência foi de 1 h. O ph da solução de peróxido de hidrogênio foi ajustado para 11,5 com hidróxido de sódio antes de entrar em contato com o bagaço de cana. Após o término da reação a fração líquida foi descartada e os sólidos lavado com água (Rabelo et al., 2011). Este pré-tratamento visa à redução da lignina e redução do grau de cristalinidade da celulose (Chang e Holtzapple, 2000), entretanto não há uma grande remoção de hemicelulose, favorecendo uma maior recuperação da xilose para fermentações. O bagaço submetido ao prétratamento PHA foi denominado de BPHA. Área temática: Processos Biotecnológicos 3

O pré-tratamento alcalino (A) foi o realizado da mesma forma que a etapa alcalina do pré-tratamento AA e tem como objetivo a comparação com os outros processos realizados visando à redução de custo com reagentes e números de etapas. O bagaço de cana submetido ao pré-tratamento A foi denominado de BA. 2.4 Caracterização do bagaço de cana-de-açucar O bagaço de cana in natura e pré-tratado foi caracterizado quanto às quantidades de celulose, hemicelulose, lignina total, cinzas, extrativos em solvente orgânicos e extrativos em água quente (100 C). As quantificações de celulose, hemicelulose, lignina e cinzas foram realizadas de acordo com Gouveia et al., (2009). As determinações dos extrativos em solvente orgânico e em água quente foram realizadas segundo o NREL (National Renewable Energy Laboratory, Golden, Colorado - USA), conforme Sluiter et al., (2008). As quantificações dos açúcares, ácidos orgânicos, HMF, furfural e etanol foram feitas por CLAE usando a coluna Shim-pack SCR 101-H (SHIMADZU, Kyoto/Japão) a 65 C e ácido sulfúrico 5 mm em água MiliQ (D7031, Barnstead EasyPure RF System Iowa/EUA) como fase móvel, uma vazão de 0,6 ml/min e o índice de refração (RID-10A, SHIMADZU, Japão) como detector. Também foi realizado um estudo de morfologia por MEV (Reiner, 2010) com objetivo avaliar a modificação externa dos bagaços após os pré-tratamentos realizados. A morfologia por MEV (Phillips XL-30 ESEM, USA) foi realizada no bagaço in natura e pré-tratado utilizando a voltagem de 20 kv e distância de trabalho de 10 mm, espessura do feixe de elétrons de 4.0, detector SE e metalizador (Bal-Tec SCD-005, USA). As amostras foram coladas em suporte especial e revestidas com ouro para evitar a carga eletrostática e para melhorar a resolução da imagem. 2.5 Estudo do processo SFS Os ensaios foram realizados em Erlenmyers de 250 ml com 100 ml e meio reacional contendo uma quantidade de bagaço correspondente a 6% de celulose como única fonte de carbono baseando-se em estudos anteriores. As temperaturas de processo foram escolhidas como as melhores para o rendimento em etanol, sendo 35 C para as S. cerevisiae PE-2, S. cerevisiae CAT-1, 37 C para a K. marxianus CE025 e 43 C para a K. marxianus ATCC 36907 de acordo com teste anteriores. A agitação foi de 150 rpm e o meio de cultura utilizado para complementar à nutrição microbiana: extrato de levedura (4,0 g/l), (NH 4 ) 2 SO 4 (2,0 g/l), KH 2 PO 4 (2,0 g/l), MgSO 4.7H 2 O (0,75 g/l) para as leveduras S. cerevisiae PE-2, S. cerevisiae CAT-1 e K. marxianus ATCC 36907. Para a levedura K. marxianus CE025, foi utilizado o mesmo meio do preparo do inóculo. A quantidade de células iniciais foi de 0,5 g/l para todas as leveduras e as quantidades de enzimas inicial utilizadas foram de 15 FPU/g celulose de celulases sem suplementação de β-glicosidase, de acordo com estudos anteriores. Os ensaios foram de 24 horas e amostras foram coletadas para análises de produção de etanol ao final do processo. O objetivo desta etapa foi avaliar o desempenho das quatro leveduras na produção de etanol em cada pré-tratamento, uma vez que a estrutura do bagaço a ser hidrolisado é diferente, bem como a presença de inibidores no processo e suas concentrações. Para a comparação dos processos com diferentes bagaços pré-tratados e diferentes leveduras foi Área temática: Processos Biotecnológicos 4

calculado o rendimento global de etanol para a quantidade de bagaço de cana não tratado (Equações 1 e 2). g Parte insolúvel ( g) Fração sólida g material não tratado Material não tratado ( g ) (1) Re dim tan g etanol Etanol g n ento global em e ol Fração sólida x x 100g material não tratado Quantidade inicial de bagaço pre tratado g 100 (2) 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 1 estão os resultados da composição do bagaço de cana-de-açúcar na forma in natura (BI) e da fração sólida do bagaço submetido aos pré-tratamentos. Tabela 1: Composição do bagaço de cana-de-açúcar na forma in natura e submetido aos diferentes pré-tratamentos (fração sólida em base seca). Componentes (%) BI BAA BHA BPHA BA Celulose 38,59±3,45 65,03±2,34 62,14±4,12 53,85±2,76 47,21±3,23 Hemicelulose 27,89±2,68 10,95±0,19 11,52±0,73 22,02±3,27 29,29±2,32 Lignina total 17,79±0,62 8,12±0,31 7,87±1,88 7,99±3,84 4,31±1,78 Extrativos em solvente orgânico 1,61±0,16 0,98±0,61 0,77±0,09 0,78±1,33 1,22±0,47 Extrativos em água quente 1,11±1,23 10,97±0,98 10,08±0,58 10,65±1,55 12,52±0,53 Cinzas 8,80±0,02 4,60±0,76 8,10±0,06 4,22±1,27 6,05±1,22 BI bagaço in natura, BAA bagaço submetido ao pré-tratamento ácido alcalino, BHA bagaço submetido ao pré-tratamento hidrotérmico alcalino, BPHA bagaço submetido ao pré-tratamento com peróxido de hidrogênio e BA bagaço submetido ao pré-tratamento alcalino. Para a quantidade de celulose observou-se um aumento de 68,51%, 61,02, 39,54 e 22,33% nos bagaços BAA, BHA, BPHA e BA respectivamente. A quantidade de hemicelulose reduziu em 60,73%, 58,69 e 21,04% nos bagaços BAA, BHA e BPHA respectivamente. Não foi observada uma redução significativa na hemicelulose no bagaço de cana BA. A lignina foi reduzida em 54,35, 55,76, 55,08 e 75,77% nos bagaços BAA, BHA, BPHA e BA respectivamente. Pode-se observar uma redução bastante elevada da lignina no bagaço BA quando comparado com as composições finais dos outros bagaços pré-tratados. Estes resultados estão em concordância com a literatura (Benko et al., 2008; Silva et al., 2011; Asgher et al., 2013; Rabelo et al., 2011). Na Figura 1 estão apresentados os resultados da análise de morfologia através de MEV dos bagaços pré-tratados e in natura. Pode-se observar uma semelhança entre os bagaços prétratados onde se removeu hemicelulose e lignina, no caso, BAA e BHA, nas suas morfologias externas. Por outro lado, para os bagaços onde se removeu apenas a lignina, BPHA e BA, a morfologia se apresentou de forma semelhante entre os dois e diferente dos outros prétratados. Este resultado indica uma ação diferente destes pré-tratamentos, bem como, uma diferente morfologia final quando se tem mais ou menos presença de lignina no bagaço prétratado. Ficou nítida também a diferença entre os bagaços pré-tratados, que apresentam uma Área temática: Processos Biotecnológicos 5

estrutura mais desorganizada, quando comparado com o bagaço in natura, que se apresenta com uma estrutura mais compacta. BAA bagaço submetido ao pré-tratamento ácido alcalino, BHA bagaço submetido ao pré-tratamento hidrotérmico alcalino, BPHA bagaço submetido ao pré-tratamento com peróxido de hidrogênio, BA bagaço submetido ao pré-tratamento alcalino e BI bagaço in natura. Figura 1. Morfologia dos bagaços pré-tratados e in natura através das analises de MEV. Na Tabela 2 estão apresentados os tempos padronizados para os preparos de préinoculo e inóculo das quatro leveduras estudadas e suas respectivas concentrações ao final do tempo de inóculo. Tabela 2. Tempos padronizados para preparo de pré-inóculo e inóculo e quantidade de células no tempo final do inóculo para as leveduras estudadas. Levedura Tempo do pré-inóculo Células ao fim do Tempo de inóculo (h) (h) inóculo (g/l) S. cerevisiae PE-2 20 10 4,46 S. cerevisiae CAT-1 20 12 4,52 K. marxianus CE025 23 14 5,35 K. marxianus ATCC 36907 22 8 6,26 Os tempos de pré-inoculo e inóculo foram os tempos detectados como início da fase estacionária. Pode-se observar uma diferença de tempos de crescimento entre as diferentes Área temática: Processos Biotecnológicos 6

espécies, bem como, da mesma espécie, mas nas diferentes cepas. Desta forma, foi possível se trabalhar com o número de células mais viáveis possíveis em concentrações conhecidas. Na Tabela 3 estão apresentados os resultados para a produção de etanol (rendimento global em etanol) onde se utilizou das quatro cepas de leveduras, S. cerevisiae PE-2, S. cerevisiae CAT-1, K. marxianus CE025 e K. marxianus ATCC 36907, nos quatros bagaço de cana pré-tratados. Tabela 3. Resultados do processo SFS para cada levedura estudada e cada bagaço de cana prétratado. Rendimento global em etanol Pré-tratamento Levedura (g etanol/100 g material não tratado) Ácido alcalino S. cerevisiae PE-2 4,94 S. cerevisiae CAT-1 3,64 K. marxianus ATCC 36907 4,16 K. marxianus CE025 2,86 Hidrotérmico alcalino S. cerevisiae PE-2 2,47 S. cerevisiae CAT-1 2,27 K. marxianus ATCC 36907 2,90 K. marxianus CE025 1,15 Alcalino S. cerevisiae PE-2 3,68 S. cerevisiae CAT-1 4,01 K. marxianus ATCC 36907 4,18 K. marxianus CE025 3,02 Peróxido de hidrogênio S. cerevisiae PE-2 2,73 S. cerevisiae CAT-1 2,52 K. marxianus ATCC 36907 3,15 K. marxianus CE025 1,57 Pode-se observar que o bagaço ácido alcalino combinado foi o que mais favoreceu ao processo de produção de etanol seguido do bagaço pré-tratado com peróxido de hidrogênio. A levedura K. marxianus CE025 apresentou uma produção de etanol bem inferior às outras utilizadas em todos os bagaços pré-tratados. O bagaço hidrotérmico alcalino combinado foi o que menos favoreceu ao processo estudado. Nas condições aqui testadas, o processo que obteve melhor produção de etanol foi o com a levedura S. cerevisiae PE-2 utilizando o bagaço de cana submetido ao pré-tratamento ácido alcalino, e mesmo se trabalhando com temperaturas mais elevadas, no processo com a levedura K. marxianus ATCC 36907, não foi possível obter a mesma produção. Entretanto, a levedura K. marxianus ATCC 36907 apresentou um melhor rendimento global em etanol quando se utilizou os outros bagaços prétratados. 4. CONCLUSÃO De acordo com os resultados apresentados neste trabalho, é possível verificar que mesmo com todos os pré-tratamentos agindo de forma a desestruturar a estrutura do bagaço de cana, ao se usar esta matéria-prima como substrato para o processo SFS, os resultados são diversos para cada pré-tratamento e levedura utilizada e com a melhor condição aqui Área temática: Processos Biotecnológicos 7

encontrada, um estudo cinético em biorreator faz-se necessário para se otimizar este processo, dando continuidade ao desenvolvimento desta tecnologia. 5. REFERÊNCIAS ASGHER, M.; AHMAD, Z.; IQBAL, H. M. N. Alkali and enzymatic delignification of sugarcane bagasse to expose cellulose polymers for saccharification and bio-ethanol production. Industrial Crops and Products, v. 44, p. 488-495, 2013. BASSO, L. C.; AMORIM, H. V.; OLIVEIRA, A. J.; LOPES, M. L. Yeast selection for fuel ethanol production in Brazil, FEMS Yeast Res, v. 8, p. 1155 1163, 2008. BENKO, Z.; SIIKA-AHOB, M.; VIIKARI, L.; RECZEYA, K. Evaluation of the role of xyloglucanase in the enzymatic hydrolysis of lignocellulosic substrates. Enzyme Microb Technol, v. 43, p. 109-114, 2008. BOUSSARSAR, H.; ROGE, B.; MATHLOUTHI, M. Optimization of sugarcane bagasse conversion by hydrothermal treatment for the recovery of xylose. Bioresource Technology, v. 100, p. 6537-6542, 2009. CHANG, V.; HOLTZAPPLE, M. Fundamental factors affecting biomass enzymatic reactivity. Appl Biochem Biotechnol, v. 84 86, p. 5-37, 2000. GOULD J. M. Studies on the mechanism of alkaline peroxide delignification of agricultural residues. Biotechnol Bioeng, v. 27, p. 225-231, 1985. GOUVEIA, E. R.; NASCIMENTO, R. T.; SOUTO-MAIOR, A. M.; ROCHA, G. J. M. Validação de metodologia para a caracterização química de bagaço de cana-de-açúcar. Quim Nova, v. 32, p. 1500-1503, 2009. GUO, G. L.; HSU, D. C.; CHEN, W. H.; CHEN, W.H.; HWANG, W. S. Characterization of enzymatic saccharification for acid-pretreated lignocellulosic materials with different lignin composition. Enzyme Microb Technol, v. 45, p. 80-87, 2009. RABELO, S. C.; FONSECA, N. A. A.; ANDRADE, R. R.; FILHO, R. M.; COSTA, A. C. Ethanol production from enzymatic hydrolysis of sugarcane bagasse pretreated with lime and alkaline hydrogen peroxide. Biomass and Bioenergy, v. 35, p. 2600-2607, 2011. REINER, L. Scanning Electron Microscopy: physics of image Formation and Microanalysis. New York, 2010. ROCHA, M. V. P.; RODRIGUES, T. H. S.; MELO, V. M. M.; GONÇALVES, L. R. B.; MACEDO, G. R. Cashew apple bagasse as a source of sugars for ethanol production by Kluyveromyces marxianus CE025. J Ind Microbiol Biotechnol, (2011) v. 38, p.1099 1107, 2011. SCHELL, D. J.; FARMER, J.; NEWMAN, M.; MCMILLAN, J. D. Dilutesulfuric acid pretreatment of corn stover in pilot-scale reactor investigation of yields, kinetics, and enzymatic digestibilities of solids. Appl Biochem Biotechnol, v. 105, p. 69 85, 2003. SILVA, J. O.; COSTA, P. P.; RECHE, S. H. C. Manutenção de leveduras por congelamento a 20 C. RBAC, v. 40, n. 1, p. 73-74, 2008. SILVA, V. F. N.; ARRUDA, P. V.; FELIPE, M. G. A.; GONCALVES, A. R.; ROCHA, G. J. M. Fermentation of cellulosic hydrolysates obtained by enzymatic saccharification of sugarcane bagasse pretreated by hydrothermal processing. J Ind Microbiol Biotechnol, v. 38, p. 809-817, 2011. SILVERSTEIN, R. A.; CHEN, Y.; SHARMA-SHIVAPPA, R. R.; BOYETTE, M. D. J. O. A comparison of chemical pretreatment methods for improving saccharification of cotton stalks. Bioresour Technol, v. 98, p. 3000-3011, 2007. SLUITER, A.; RUIZ, R.; SCARLATA, C.; SLUITER, L.; TEMPLETON, D. Determination of Extractives in Biomass. Laboratory Analytical Procedure (LAP), Technical Report, NREL, 2008. p. 12. Área temática: Processos Biotecnológicos 8

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